Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Marcello Pires

ÍDOLO DE UMA GERAÇÃO

por Marcello Pires


Píndaro, Pinheiro, Assis, Galhardo, Abelhão, Duílio, Ricardo Gomes, Válber, Alexandre Torres, Thiago Silva, Gum…. A lista é extensa e eu poderia escrever mais algumas linhas citando outros tantos grandes zagueiros que deixaram sua marca na centenária história do Fluminense. Mas por mais tempo que eu perdesse lembrando desse passado glorioso, nenhum outro defensor que vestiu as cores verde, branca e grená conseguiria superar minha adoração por Edino Nazareth Filho. Mais do que um craque em campo, Edinho foi uma referência fora dele, o ídolo da minha geração, o cara que segurou as pontas diante de Zico e Roberto Dinamite, os reis do pedaço naquela época, e manteve o torcedor tricolor vivo nos tempos de vacas magras que se sucederam logo após o “desaparecimento” da fantástica máquina tricolor bicampeã carioca de 1975 e 1976, na qual ele também fez parte no início de carreira.

A tarefa de manter o Fluminense competitivo não era nada fácil, afinal o Flamengo se apresentava para um Maracanã quase todo domingo abarrotado com Zico, Junior, Leandro, Tita e cia; o Vasco tinha Roberto Dinamite e Wilsinho e o Botafogo era orquestrado pelo talentoso Mendonça. Só fera. Mas Edinho não era um simples zagueiro daqueles que só marcaram e davam porrada. Era forte, dono de uma impulsão assustadora, aliava técnica à raça, tinha velocidade, e ainda marcava gols. Gol de título, inclusive. Foram 34 pelo clube, um número razoável para quem tinha primeiro a missão de defender. Líder nato, ele também cobrava faltas e pênaltis e praticamente se tornou o “dono” do Fluminense após a saída de Rivellino para o mundo árabe, em 1978.

Nascido dia 5 de junho de 1955, no Rio de Janeiro, Edinho chegou ainda menino às Laranjeiras, com apenas 13 anos, e até deixar o torcedor tricolor órfão em 83, quando se transferiu para o Udinese, foram 14 anos defendendo as cores do Fluminense. Depois de cinco temporadas na Itália e uma rápida passagem pelo Flamengo, onde conquistou a Copa União, fato que certamente diminuiu seus status de ídolo para alguns torcedores, ele voltou para casa em 1988, encerrando sua trajetória pelo Tricolor como jogador no ano seguinte após 359 partidas disputadas.


Mas não foi só a conquista da taça das bolinhas pelo clube rubro-negro que balançou sua relação afetiva com parte do torcedor tricolor. No mundo globalizado de hoje em dia, dominado pela mídias sociais e no qual somos capazes de assistir vários jogos ao redor do mundo ao mesmo tempo, os craques do passado muitas vezes acabam varridos para debaixo do tapete e caem no esquecendo. Não chega a ser o caso de Edinho, que atualmente trabalha como diretor técnico do Tombense. Mas em recente pesquisa realizada pelo Globoesporte.com para eleger o maior ídolo da história do Fluminense, na qual 100 jornalistas foram ouvidos e tiveram direito a voto, o ex-zagueiro ficou apenas na 12ª colocação, atrás inclusive de Thiago Silva, o preferido da geração digital na posição. Castilho, merecidamente, ganhou com o pé nas costas.

Não que o jogador do Chelsea não esteja à altura do eterno camisa 5 e entre os principais jogadores do clube. Muito pelo contrário, na história recente do Tricolor o capitão da seleção de Tite certamente é o maior zagueiro a passar pelas Laranjeiras. Mas a alcunha de ídolo no meu modo de ver vai muito além de números e estatísticas. Tem a ver com empatia, entrega, comprometimento, tempo de casa, conquistas e representatividade. Edinho engloba tudo isso num pacote só. Começou na base, desbancou experientes medalhões para ganhar sua vaga na famosa máquina tricolor com apenas 20 anos, decidiu o título de 80, levou o clube nas costas até o surgimento do timaço tricampeão carioca (1983, 1984 e 1985) e campeão brasileiro (1984) e disputou três Copas do Mundo (1978, 1982 e 1986).

Tudo isso somado à época que o ex-zagueiro brilhou pelo Flu. Se a fartura de craques consagrados ao seu lado em meados dos anos 70 o ajudou a se projetar nacionalmente, a quantidade de jogadores talentosos que ele precisou encarar para vencer na carreira certamente o colocaram num outro patamar. Afinal, não é qualquer marcador que alcança a fama e chega à seleção brasileira tendo que parar caras do quilate de Zico, Tita, Cláudio Adão, Roberto Dinamite, Serginho, Careca, Reinaldo, Éder, Maradona, Platini, Rummenigge, Boniek, Mario Kempes, entre tantos outros.

Um deles é testemunha de como era complicado enfrentar o ex-zagueiro tricolor. E olha que à época ele fazia parte do maior time do futebol brasileiro.

– Edinho foi um dos maiores zagueiros que eu vi jogar. Muita técnica, muita raça, muita qualidade, muita intuição, bom na hora de fazer as coberturas, sabia sair de trás tocando a bola e era um líder nato, principalmente no Fluminense, quando ele viveu uma fase excelente. Fomos adversários muito tempo, um grande amigo, jogava todos os jogos e um dos melhores jogadores que eu vi jogar. Muito dotado fisicamente, um zagueiro fora de série – elogiou Tita, um dos atacantes que mais deram trabalho ao ex-zagueiro.


Edinho levantou vários troféus com a camisa tricolor, mas nenhum foi tão importante e significativo para o camisa 5 como o Estadual de 1980. Com um time quase todo formado em casa, o Fluminense até então não parecia ser páreo para o Flamengo de Zico ou o Vasco de Roberto Dinamite. Com exceção do meia Gilberto e do experiente goleador Cláudio Adão, os outros nove jogadores comandados pelo técnico Nelsinho Rosa eram oriundos das categorias de base do clube. Mas sob a batuta do zagueiro, dono da braçadeira de capitão, o Tricolor desbancou os favoritos, conquistou a taça Guanabara e se classificou para a grande decisão contra o Vasco de Zagallo.

Jogo difícil, truncado, debaixo de muita chuva e com o gramado pesado. Até que aos 22 minutos do segundo tempo Arnaldo Cézar Coelho marca uma falta na quina da área do lado esquerdo a favor do Tricolor. Edinho pegou a bola, ajeitou com carinho, tomou pouca distância e cobrou, a pelota quicou na frente de Mazaropi, o goleiro vascaíno ainda tentou espalmar pra frente, mas ela espirrou para o canto direito e resvalou na trave antes de entrar no fundo da rede. Gol de Edinho, do título, festa tricolor no Maracanã diante de quase 110 mil pagantes.

Cérebro daquele meio-campo tricolor, Deley jamais se esquecerá daquele 30 de novembro de 1980. Orgulhoso por fazer parte de um time quase todo feito nas Laranjeiras, fato que dificilmente se repetirá no futebol mercadológico de hoje, o camisa 8 destaca a qualidade do ex-companheiro e acredita que naquele domingo chuvoso o destino conspirou a favor de Edinho.

– Ele foi um líder incrível naquele período, quando podemos afirmar que era o melhor zagueiro do Brasil, principalmente pela sua liderança técnica. Até porque éramos um time jovem e que só tinha o Gilberto e o (Cláudio) Adão que não tinham sido formados nas Laranjeiras, coisa que dificilmente vai voltar a acontecer. Lembro que nós éramos considerados meio que o patinho feio do estadual, por isso ele teve uma importância muito grande naquele time. Acho, inclusive, que o gol de falta na final foi um prêmio pelo campeonato maravilhoso que ele fez e pela fase espetacular que vivia naquele momento – reconhece Deley.


Assim como toda sua geração, Edinho não teve tanta sorte com a camisa da seleção. Em 87 partidas com a seleção olímpica e a principal, o ex-zagueiro acumula uma medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de 1975, na Cidade do México, um vice-campeonato no Mundialito de 1980/81, no Uruguai, e três eliminações frustrantes em Copas do Mundo. Em duas delas ele foi titular, sendo inclusive o capitão da seleção comandada por Telê Santana na Copa de 1986, no México, na outra reserva de Luizinho no inesquecível timaço de 1982.

Além de Flu, Fla e Udinese, Edinho ainda atuou no Grêmio entre 1989 e 1990, quando conquistou dois campeonatos gaúchos, uma Copa do Brasil e uma Supercopa do Brasil. Mas foi nas Laranjeiras que ele marcou época e mais se identificou. O ex-zagueiro ainda retornou ao clube como treinador em 1991 e, nas três passagens que teve, conquistou duas Taças Guanabaras e não foi tão bem sucedido como quando vestia a camisa 5. Mas pra quem teve o privilégio de vê-lo em campo vestindo verde, grená e branca por quase 400 vezes isso pouco importa e não faz a menor diferença. 

AS MÁQUINAS E O CASAL

texto: Marcello Pires | fotos: Ricardo Beliel


A Máquina Tricolor montada por Francisco Horta e recheada de craques como Rivellino, Paulo Cesar Caju, Carlos Alberto Torres, Edinho, Dirceu, Gil, Doval, entre tantos outros, é daqueles times que encantaram e foram eternizados na memória de todo apaixonado por futebol, seja ele torcedor do Fluminense ou não. Foi assim com o Santos, de Pelé; o Botafogo, de Garrincha; a Academia, de Ademir da Guia; o Internacional, de Falcão, tricampeão brasileiro; o Cruzeiro, de Tostão; e o Flamengo de Zico. Isso para citar os mais marcantes. Mas, nas Laranjeiras, há quem acredite que a verdadeira máquina a vestir as cores verde, branco e grená foi outra: o time tricampeão carioca e campeão brasileiro na década de 80.

A discussão gera polêmica, para alguns tricolores chega a ser inaceitável, mas o fato é que se levarmos em conta apenas os números e estatísticas, fatores preponderantes nos dias de hoje, a comparação não é nenhum exagero. Se, por um lado, os timaços que encheram os olhos entre 1975 e 1976 contavam com quatro tricampeões do mundo – Félix, Carlos Alberto Torres, Paulo Cesar Caju e Rivellino -, o escrete que começou a ser montado por Cláudio Garcia em 1983, passou pelas mãos de Carbone e Carlos Alberto Torres e teve os retoques finais de Carlos Alberto Parreira e Nelsinho marcou história pelos títulos, pela supremacia absoluta nos clássicos regionais e por uma das duplas mais carismáticas do futebol brasileiro, eternizada na sede das Laranjeiras em 2015, com dois bustos feitos em bronze, através de um crowdefunding (vaquinha virtual) que conseguiu levantar um valor total de R$ 197.572,00.

Pelé e Garrincha nunca perderam com a camisa da seleção, Pelé e Coutinho são considerados inigualáveis na época dourada do Santos e Romário e Bebeto talvez tenha sido a dupla mais badalada aos longo dos anos. Mas nenhuma outra foi tão marcante dentro e fora de campo quanto Assis e Washington, que assim que estrearam pelo Fluminense foram apelidados de Casal 20, seriado de TV da época, que tinha como personagens centrais Johathan e Jennifer Hart, protagonizados pelos atores Robert Wagner e Stefanie Powers.


Se na ficção a dupla investigava crimes pelo mundo e fazia o papel do mocinho, na vida real os atacantes do Fluminense não perdoavam as defesas e se tornaram os vilões mais indesejados pelos adversários. A ligação entre eles era quase sobrenatural e transcendeu as quatro linhas. É impossível descrever a trajetória de um sem lembrar dos feitos do outro. Se nas cerimônias de casamento nos acostumamos com a frase “até que a morte os separe”, no compromisso selado entre Assis e Washington essa promessa perdurou até o fim.

Nascido em 3 de janeiro de 1960, na cidade de Valença, no litoral sul da Bahia, Washington César Santos lutava contra uma doença degenerativa, a esclerose lateral amiotrófica (ELA), e morreu dia 25 de maio de 2014, em sua casa, em Curitiba. Fiel escudeiro de Washington em tantas batalhas ao longo da carreira, Assis sentiu o golpe e perdeu a fala durante o enterro do eterno amigo. “Desculpe, me desculpe, mas hoje não dá. Outro dia eu falo, mas hoje não consigo”. E, infelizmente, nunca conseguiu.

Internado dias depois, com problemas renais, Benedito de Assis da Silva não resistiu à falta do parceiro e deixou o torcedor tricolor órfão de vez da sua mais famosa dupla, no dia 6 de junho do mesmo ano, apenas 42 dias após o adeus do inseparável amigo. Autor dos gols contra o Flamengo que deram ao Fluminense os títulos estaduais de 1983 e 1984, o camisa 10 mais emblemático das Laranjeiras na década de 80 se eternizou como o carrasco rubro-negro e ganhou até uma música que a torcida tricolor canta até hoje nos Fla-Flus: “Recordar é viver, Assis acabou com você”.

A parceria, que começou timidamente no Internacional, em 1981, se apresentou para o cenário nacional no Athletico-PR entre 1982 e 1983, e se eternizou com a camisa do Fluminense, pode até ter se despedido desse plano no longevo 6 de junho de 2014, mas seguirá viva para sempre na memória e no coração de todo torcedor tricolor. Assim como as lembranças do toque sutil por debaixo do goleiro Raul e da cabeçada mortal que fez o argentino Fillol, campeão do mundo em 1978, brincar de estátua nas finais de 83 e 84, respectivamente, imortalizando Assis como o carrasco dos Fla-Flus, ou dos gols antológicos de Washington contra o Vasco, na vitória por 2 a 0, no estadual de 1987, quando colocou a defesa vascaína para dançar antes de balançar as redes do Maracanã, e diante do Flamengo, de voleio, dois anos antes, no empate em 1 a 1.


O legado deixado pela dupla, no entanto, vai muito além dessas doces lembranças contra os dois principais rivais. Além das nove taças que conquistaram entre 1983 e 1987, nas 160 vezes que pisaram juntos num gramado vestindo a camisa tricolor, foram 83 vitórias, 51 empates e apenas 26 derrotas. Um retrospecto respeitável para uma dupla que desembarcou no Rio de Janeiro numa fase de vacas magras apenas como uma aposta.

Assis se despediu do Fluminense em 1987, quando voltou ao Athletico-PR após cinco temporadas, 177 partidas e 54 gols. Já o camisa 9, que teve que se acostumar a escutar o famoso coro de “ão, ão, ão, na cabeça do Negão” sem seu fiel escudeiro, permaneceu por mais dois anos nas Laranjeiras antes de se transferir para o Guarani, após 301 jogos e 118 gols, que até hoje lhe mantém entre os 10 maiores artilheiros do Fluminense – Washington é o oitavo da lista.

Com tantos títulos conquistados, tantos craques marcantes e tantas histórias importantes, sinceramente o que menos importa nesta centenária jornada verde, branco e grená é qual é a verdadeira Máquina Tricolor. Sorte do torcedor que veste as cores do Fluminense de ter tido o privilégio de assistir a esses timaços em ação e de ter uma dupla eternizada no futebol pentacampeão mundial para chamar de sua.

SUPER ÉZIO

por Marcello Pires


“Eeee o gol. Super! Super Ézio! Super-herói é para essas coisas”. Era assim que o lendário Januário de Oliveira, criador do apelido que o marcou para a eternidade no coração do torcedor tricolor, narrava seus gols. E após o último pelo Fluminense, dia 27 de maio de 1995, aos 36 minutos do segundo tempo, na suada vitória por 1 a 0 sobre o Bangu, pela terceira rodada do returno do octogonal decisivo do Campeonato Estadual daquele ano, se encerrava um importante capítulo da centenária história do Tricolor das Laranjeiras. 

Naquele sábado, diante de 12.356 pagantes, o décimo-primeiro maior artilheiro do Fluminense balançava as redes pela última vez com as cores verde, branca e grená. Cores que o consagraram em campo e o eternizaram como um super-herói de carne e osso para uma legião de torcedores nascida nos anos 80. Geração essa que não viu a Máquina Tricolor nem tampouco o time tricampeão carioca e campeão brasileiro, comandado pelo eterno casal 20, e vivia o incômodo jejum de títulos encerrado justamente naquele ano, graças à barriga de Renato Gaúcho.

Época de vacas magras, do velho bom, bonito e barato, de pouco dinheiro, dívidas e uma coleção de ações trabalhistas na justiça. Craques que é bom, só nas fotos e pôsteres espalhados pela sala de troféu da deslumbrante sede da Rua Álvaro Chaves, número 41, cercada pelos famosos vitrais franceses e situada no bairro das Laranjeiras. Por falta do brilhantismo de outrora dentro de campo, Januário de Oliveira ouviu de um colega que para marcar gol naquele time do Fluminense só mesmo sendo um Super-Herói, e então decidiu adotar o camisa 9 tricolor, um dos únicos responsáveis por tirar o torcedor tricolor de casa e lhe dar um pouco de alegria, como um daqueles salvadores da pátria das histórias em quadrinho.

Dizer hoje, após sua precoce morte em razão de um câncer no pâncreas, que completou nove anos no último dia 9, que Ézio era meu ídolo seria, no mínimo, oportunista. Assim com seria leviano afirmar que aquele super-herói imaginário vestindo verde, branco e grená e que fez tanta gente feliz era apenas um jogador comum. Isso jamais. Quem é capaz de mexer com as emoções de uma geração inteira de torcedores sempre vai merecer um espaço reservado na galeria de notáveis.

Ézio pode não ter sido o gênio da grande área como Romário, não ter tido os números de Waldo, a força de um Doval ou a ginga do eterno Washington, mas deixava tudo em campo, jogava com o coração e sabia fazer gols. E como sabia. Principalmente contra o Flamengo. Dos seus 118 em 236 jogos com a camisa tricolor, 12 foram contra os rubro-negros. E se tem uma coisa que credencia qualquer artilheiro à condição de ídolo nas Laranjeiras é “maltratar” seu principal rival. E Ézio cansou de fazer isso, se tornando o sétimo maior artilheiro da história do clássico. De cabeça, de pênalti, de pé direito e até por cobertura em final de campeonato.

A identificação e o amor pelo Fluminense eram tão grandes que o jogador nunca criou empecilhos na hora de renovar com o clube e chegou a revelar mais de uma vez que assinava os contratos em branco e só depois discutia os valores com a diretoria. Foi assim durante as cinco temporadas que defendeu o Fluminense.

Mas não foram só aquele 27 de maio ou o inesquecível 25 de junho de 1995, quando além de levantar a mais importante de suas três taças pelo Flu, Ézio fez seu último jogo pelo clube, que o eternizaram na história tricolor. Dois anos antes, em pleno domingo de páscoa, o artilheiro foi decisivo ao marcar o gol solitário que selou a vitória sobre o Volta Redonda e deu ao Tricolor o título da Taça Guanabara daquele ano. O Campeonato Carioca, que à época “ainda valia” e muito, não veio e ficou com o Vasco, mas aquele 11 de abril se tornou inesquecível. Não só por ter sido o último título conquistado pelo Fluminense nas Laranjeiras, mas por Ézio ter sido abraçado pelos torcedores e saber que a primeira casa da seleção brasileira também seria sua casa para sempre.