Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

maradona

UM SEMIDEUS EM MEIO AOS MORTAIS DA COPA

por Ivan Gomes


Diego Armando Maradona é mais do que um craque do futebol, é mais do que um torcedor ou símbolo argentino, Maradona é o que a mitologia grega nos diz sobre os semideuses, filho de um deus que cruzou com um humano. Ele tem a divindade e todos os defeitos que um ser humano pode ter, como dizia Nietzsche, Maradona se qualifica como humano, demasiado humano.

Os “ursos” talvez pensem que ele está ali apenas para aparecer, jogada de mídia… pobres “ursos”. El pibe de oro está sempre com a seleção de seu país, el pibe está sempre em La Bombonera quando o Boca tem jogos importantes e sempre com a paixão a flor da pele.


É por tudo isso que Maradona é único, Maradona é mais do que um craque, ele personifica a raça e a técnica, el pibe é o deus capaz de varrer uma defesa inteira da Inglaterra, assim como ludibriar os olhos humanos com um toque sutil com a mão que enganou a arbitragem que viu um gol com a cabeça.

Maradona: semideus em meio aos mortais da Copa. Sorte do futebol, mesmo neste momento de grande pobreza, consegue ser acompanhado por um gênio. Coitado do Messi, será sempre lembrado como um grande jogador, pode até vencer a Copa, mas jamais chegará próximo a Maradona. Os pecados que faltam em Messi, sobram no pibe, ainda bem, pois ele é somente humano, demasiado humano.

QUERIA UM MARADONA TORCENDO POR MIM

por Zé Roberto Padilha

Ele me representaria, com toda honra, nesta Copa do Mundo
Poderia ser até de brinquedo, movido a pilhas ou baterias
Porque Messis, em campo, já tive Zico, Gérson e Rivelino
Mas naquelas tribunas, com o amor de verdade ao seu país
Eu queria um Maradona torcendo por mim

Temos o Rei do Futebol, até um Príncipe Ivair
Mas quem alcança as lentes não me representa
Tem sido o Del Nero, Ricardo Teixeira
Uma “havalange “ de cartolas envolvidos a nos desonrar
Por isto que eu gostaria
De um ídolo por ali, de verdade, suado e infiltrado
Um Maradona torcendo por mim

Ontem, Maradona levou ao mundo
E bota gente do mundo de olho em tudo
Toda a paixão latina pela alegria de jogar futebol
Dançou, cochilou, xingou e chorou
Em campo, a energia do comandante se irradiou
E a Argentina se classificou
Por isto eu queria, nem que seja por uma Copa do Mundo
Um Maradona torcendo por mim

Ainda dá tempo, tem muito jogo pela frente
Que algum ídolo nosso, de verdade
Largue os microfones, resista ao Galvão
E suba aquela tribuna elevando uma história da bola
Que ninguém tem por lá mais bonita
Porque na Copa da Rússia, até agora
Eu gostaria mesmo
De ter um Maradona torcendo por mim.

JOGOS HISTÓRICOS

por Otavio Leite

Brasil 2 x 0 União Soviética – 1958

Protagonistas: Pelé, Garrincha, Vavá, Didi, Lev Yashin e Igor Netto

Um adolescente infantilizado e um driblador irresponsável.

Dá para ganhar a Copa do Mundo apostando nessa dupla?

O técnico Vicente Feola é claro: a resposta é não.

Já os mais experientes do time, Didi, Nilton Santos e Bellini veem de maneira diferente.

É hora de ousar. De apostar no improvável, no inimaginável, naquilo que os europeus jamais conseguiriam prever e evitar.

É a hora de Pelé e Garrincha.

O adversário, a União Soviética, é a antítese de tudo isso.


Disciplinados, fisicamente preparados como superatletas e com uma abordagem científica do jogo que promete anular qualquer traço de improviso.

Um embate de estilos.

No gol, o grande Lev Yashin, o Aranha Negra, imponente e gelado, sempre de preto. A figura já intimida.

Às 19h, no estádio Ullevi, em Gotemburgo, os soviéticos dão a saída. 

O capitão Igor Netto, com sua aparência de agente da KGB, recebe de Ivanov e rola para Kuznetzov. O lateral dá passe longo para Iliyn que tenta forçar a jogada pela esquerda. 

É o último momento de paz para a União Soviética.

De Sordi, sem qualquer trabalho, toma a bola e serve Zito – outro que entra no time para nunca mais sair. A bola vai a Didi, que lança Garrincha.


Com uma balançada de corpo, Kuznetzov fica para trás e Mané já está na área. Prefere o chute sem ângulo em vez do cruzamento para Pelé e Vavá que fecham na área.

Mas, de Garrincha, nunca se espera o óbvio. A bola explode na trave e sai.

Os soviéticos se assustam.

No lance seguinte, Mané repete a jogada, mas serve Pelé. O Pequeno Príncipe solta a bomba. Trave outra vez.

Os soviéticos estão atônitos.

Ainda grogues pelos dois golpes, veem a bola chegar aos pés envenenados de Didi.

Cercado por Ivanov e Tsaryov e vigiado por Kesarev, o homem dos passes impossíveis faz com que a bola desfira uma trajetória embriagada que contraria qualquer lei física.


O passe com o lado de fora do pé direito, de curva, põe a bola por trás de seus marcadores e à frente de Vavá, que penetra pelo meio da área.

O artilheiro vascaíno controla de canhota e solta a bomba de pé direito na saída de Yashin. Golaço.

Com apenas três minutos de jogo!

Os soviéticos agora estão apavorados.

Não há resposta científica aos dribles de Garrincha, às arrancadas de Pelé ou aos passes de Didi.

Kuznetzov já não está mais sozinho diante de Mané. Tsaryov e Krijevski correm para ajudá-lo cada vez que a bola chega ao Anjo das Pernas Tortas.

Os soviéticos buscam o empate com Ivanov, que recebe de Voinov na entrada da área e bate seco para a defesa segura de Gylmar.

Com a vantagem, Didi, Zito e Zagallo “escondem a bola” com trocas de passes, esperando os espaços para buscar o trio ofensivo.

O segundo tempo começa com a bola nos pés de Pelé. Toque curto para Vavá e o recuo até Orlando. Novo lançamento para Garrincha. Mais desespero para a zaga soviética.

O domínio é total, mas o segundo gol não sai.

Aos 12 minutos, Didi dá meia-lua em Ivanov e levanta para Pelé, que tabela de cabeça com Vavá. Após quatro toques sem deixar a bola cair, o Leão da Copa domina na pequena área mas é abafado por Yashin.

Outra vez Garrincha desmonta a zaga soviética pela direita. O cruzamento chega até Zagallo, que bate mascado para nova defesa de Yashin.


Aos 32, De Sordi cobra falta para a área adversária. Pelé domina e busca a tabela com Vavá. A dupla envolve Tsaryov e Krijevski com toques rápidos e a bola fica dividida entre Vavá e Kesarev.

O brasileiro chega uma fração de segundo antes e desvia de Yashin para marcar o segundo gol.

Só não consegue se proteger da duríssima entrada de Kesarev, que crava as travas da chuteira na canela do atacante vascaíno.

Uma pancada tão forte que tira Vavá da partida seguinte, contra País de Gales.

O golaço não é apenas o ato final de jogo de Copa do Mundo. É o início de uma nova era no esporte.

A Era dos Supercraques.

Garrincha, Didi, Nilton Santos…

E do Rei do Futebol!

Antes de Pelé, ninguém no esporte jamais recebera um título de nobreza.

Aquela noite no dia 15 de junho de 1958 pôs o Brasil no mapa e mudou para sempre a história do futebol mundial. 

Ficha do Jogo

Brasil 2 x 0 União Soviética

Estádio Ullevi – Gotemburgo – 15/6/1958

Público: 51.000

Árbitro: Guigue (FRA)

Gols: Vavá (3 e 77)

BRASIL: Gylmar, De Sordi, Bellini (c), Orlando e N.Santos, Zito, Didi e Pelé, Garrincha, Vává e Zagalo. TEC: Vicente Feola

URSS: Yashin, Kesarev, Krijevski, Tsaryov e Kuznetsov, Voinov, A.Ivanov e V.Ivanov, Simonian, Netto (c) e Ilyin. TEC: Gavril Kachalin

UM DUELO DE TITÃS – ZICO X MARADONA

por Serginho5Bocas


De alguns anos para cá, a imprensa tem-se perguntado constantemente quem foi o melhor, Pelé ou Maradona? Dúvidas à parte, em minha opinião chega a ser brincadeira esta comparação, Pelé sempre esteve acima de todos.

Alguém seria capaz de escolher e me dizer em qual critério Pelé perderia para Maradona? Prefiro dizer que Maradona deveria ser primeiro o melhor disparado de sua época, como Pelé foi em todas as épocas.

Lembro na minha infância e adolescência que Maradona de tempos em tempos duelava com Zico pelo trono de melhor do mundo. E para a surpresa de muita gente de agora, o argentino não levou vantagem em nenhum confronto direto, mas indiretamente, pois eles não se enfrentaram na Copa de 1986. Maradona fez a diferença que Zico não conseguiu fazer pelo Brasil em Copas do Mundo e daí a superioridade que muitos dizem que ele teve sobre o Zico.

Em 1979, Zico tinha saído de uma Copa horrorosa em todos os sentidos para ele, pois perdeu a vaga de titular e quando finalmente recuperou a posição, sofreu uma distensão muscular. Mas foi exatamente quando a Argentina comemorava seu aniversário da conquista que Zico deu a primeira mostra ao mundo de quem era o melhor naquele momento.


A FIFA reuniu os melhores do resto do mundo e enfrentou os argentinos. Maradona abriu o placar, enquanto Zico estava no banco por ter chegado atrasado para o jogo. O Galinho entrou na segunda etapa, fez o gol de empate e deu o passe para o gol a vitória, deixando a imprensa mundial estarrecida tal o futebol apresentado por ele.

Naquele mesmo ano, voltariam a se enfrentar pela Copa América e nova propaganda foi feita questionando quem era o melhor dos dois. Brasil 2×1 Argentina com um gol de Zico e passe do craque para Tita fazer o outro.

Já em 1981, voltariam a se enfrentar pela terceira vez, desta vez num amistoso entre Flamengo e Boca Juniors no Maracanã, que também era a despedida de Carpegiani do futebol. Flamengo 2×0 Boca Juniors, com dois gols de Zico e mais um show da bola, mesmo apresentando 38° de febre e furúnculos pelo corpo.


No ano seguinte, na Copa da Argentina seria o verdadeiro tira teima, já que o Brasil dava show a cada jogo e a Argentina era o time campeão de 1978 reforçada por Maradona e Ramon Diaz. Brasil venceu o jogaço por 3×1 com um gol de Zico, um passe para Júnior marcar outro e o passe para Falcão cruzar na cabeça de Serginho. Maradona além de perder pela quarta vez e assistir a mais uma exibição do Galinho, deu uma entrada dura em Batista e foi expulso do jogo e da Copa.

Em 1985 se enfrentariam duas vezes, uma num empate entre a Udinese e o Napoli em 2×2 com 2 gols de Maradona (sendo um de mão) e depois jogariam festivamente no jogo da volta de Zico da Itália, quando o Flamengo venceu um combinado de amigos dele por 3×1 com outro gol do Galo.

Podemos defender Maradona dizendo que em poucos confrontos destes citados, ele jogou em uma equipe tão boa quanto a do Zico, mas talvez a diferença residisse justamente neste ponto: até que ponto cada um influenciou decisivamente nos confrontos? O saldo não deixa dúvidas, não mente, Maradona nunca venceu o Galinho, e mais, a única vitória do baixinho habilidoso, foi na Copa de 90, sem Zico, mesmo tendo levado um chocolate na bola, apesar de ter saído vencedor com um gol de Caniggia em passe primoroso seu.

Acho que Maradona foi um dos maiores de todos os tempos, mas na década de 80 que foi o seu apogeu, ele não reinou sozinho, pois além de dividir as atenções com Zico, o francês Platini também gastava a bola e era nome certo em qualquer eleição de melhor do mundo.

O tempo amplifica os feitos, para o bem e para o mal, e a atuação magistral de Maradona em 1986 foi o que ele precisava para deixar na história sua marca eternizada como o melhor daquela Copa, mas continuo a achar que ele foi um deles e não o melhor acima de todos daquela época.

Fica aí a polêmica e podem me bater de porrete, mas, meninos, foi o que eu vi…

CRAQUE DA SEMANA

De lavada!! No duelo de laterais, Roberto Carlos superou Marcelo com facilidade e foi eleito o craque da semana!! Além da força física e a facilidade para cobrar faltas, pesou o fato do ex-jogador ter disputado três Copas do Mundo, tendo vencido uma!