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José Dias

CALENDÁRIO, COPA DO BRASIL E DERROCADA

por José Dias


Estou me dedicando, no momento, a uma análise sobre o futebol carioca em números, de 1906 até 2014, e constatei uma realidade que não gostaríamos de saber: o calendário está cada vez mais apertado.

Até 1988, no Brasil, os clubes participavam de três competições: Estadual, Brasileiro e Libertadores, o que permitia, inclusive, que excursionassem para a realização de amistosos.

No Rio de Janeiro, especificamente, 12 clubes disputavam o Campeonato Carioca, utilizando apenas 27 datas. Do Brasileiro, participavam 24 clubes, porém, eram utilizadas 25 datas, devido ao seu processo de disputa. Para a Libertadores, somente disputada por clubes da América do Sul, bastavam 13 ou 14 datas. A soma de tudo isso é 65 datas.


Em 1989, justificando ser necessária a criação de mais uma competição, para permitir a integração do futebol em todo o país, a CBF criou a COPA DO BRASIL. Deste torneio eliminatório, 32 clubes participaram e, com isso, houve um acréscimo de dez datas, perfazendo 75 datas.

Vale destacar que não estamos considerando os dias reservados para os jogos da Seleção Brasileira.


Participei ativamente do processo do início da Copa do Brasil. Estava se configurando uma competição “intrusa”, pois em vez de trazer “solução”, trouxe um problema. Aí começou o processo da utilização de “times” mistos ou reservas, já que o torneio corria em paralelo com o Brasileiro.

Contudo, a competição era uma possível mina de ouro para a TV e, obviamente, ela não deixaria passar em branco. O número de participantes foi aumentando, chegando ao absurdo de 86 (em 2017, 91) – politicamente correto, mas tecnicamente incorreto.

E, para fechar, O VENCEDOR TERIA VAGA ASSEGURADA NA LIBERTADORES.

Lembra uma coisa: estamos em 2017.

FOI O INÍCIO DO FIM DOS CLUBES CARIOCAS!

EU NASCI HÁ 81 ANOS ATRÁS E NÃO TEM NADA NESSE MUNDO QUE EU NÃO SAIBA DEMAIS

por José Dias


José Dias

Eu vi o início, o meio e o fim da 2ª Grande Guerra. Eu vi os Pracinhas embarcarem para a Itália. Eu vi os Pracinhas desembarcarem vindo da Itália. Eu os vi cantando a “Canção do Expedicionário”.

“Por mais terras que eu percorra
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá”.

Eu vi duas bombas atômicas destruírem Hiroshima e Nagasaki. Eu vi, por várias vezes, acima da minha cabeça, o gigantesco dirigível/zeppelin, que mais parecia uma bola de futebol americano, dando rasantes a 10 km/h. Eu vi também o primeiro avião a jato da FAB o o Gloster Meteor, dando rasantes a 900 km/h Eu vi o Major Vaz levar um tiro, endereçado a Carlos Lacerda, a mando de Gregório Fortunato, apadrinhado de Getúlio Vargas, que por isso cometeu suicídio.


Eu vi o Flamengo ser Tri por duas vezes – 42/43/44 e 53/54/55. Eu vi o Fluminense também ser Tri em 83/84/85. Eu vi o Brasil ser – Campeão/Bi/Tri/Tetra/Penta. Eu vi achegada dos bicampeões mundiais ao Brasil, pois participei do cordão de isolamento, no Palácio do Catete, para resguardar os nossos heróis. Eu vi o Brasil, em 1950, não ser campeão em pleno Maracanã. Eu vi também o Brasil, em 2014, não ser campeão em pleno Mineirão. Eu vi, em compensação, o Brasil ser campeão olímpico, em 2016.

EU NASCI HÁ 81 ANOS ATRÁS ………

Eu vi a inauguração do Estádio Maracanã.

Eu vi a Seleção Paulista vencer a Seleção Carioca por 2 x 1. Lembro, pelos Paulistas, do Ponce de Leon, e pelos Cariocas, de Didi e Esquerdinha. Eu vi o Brasil ganhar da Iugoslávia, no Maracanã, por 2 x 0, na Copa de 1950. Eu vi o Brasil ganhar do Paraguai, no Maracanã, por 4 x 1, na Eliminatória para a Copa de 1954. Eu vi o Vasco empatar com o Real Madrid, no Maracanã, por 2 x 2, sendo que, nada mais nada menos, Gento, Puskas, Di Stefano e Canário estavam em campo, pelo Real Madrid.

Eu vi lembrando as aulas de História Geral, de Cartago, Egito, Roma, Paris, Atenas, Persepolis, Biblos, com suas ruínas e monumentos espetaculares. Eu vi Beirute destruída pela insanidade de loucos. Eu vi o Mestre ZIZA fazer embaixadas, sentado na grama. Eu vi e convivi com o Mestre ZIZA durante 45 dias seguidos, numa viagem fantástica por vários países da América, da África, da Ásia e da Europa.

EU NASCI HÁ 81 ANOS ATRÁS ………


José Dias

Eu estava junto com Milton, Niquinho, Celso, Hilmar, como coroinhas na Paróquia Nª Senhora da Conceição. Eu estava junto com Ezequiel, Leoncio, Altair e Almir, no 15-15 – Professor Venancio Filho. Eu estava junto com Luiz Carlos, Gelson, Rubinho, Amilton e tantos outros, no Barão do Rio Branco. Eu estava junto com Caetano, Beck, João Luiz, Peres, na Escola de Sargento das Armas Eu estava junto com Wilson, Burkle, Jandir, na Escola de Educação Física do Exército, Eu estava junto com Oliveira, Marques, Prado, Bessa, nos “Dragões da Independência”.

Eu estava junto com Bria, Jouber, Zagallo, Jayme Valente, Taranto, Julio, Tuninho Barroso, Pedro, Dida, Silva, Carlinhos, no Flamengo. Eu estava junto com Chirol, Parreira, Lucio Novelli, Othon Valentim, Procópio, no Fluminense. Eu estava junto com Jair Pereira, Zé Carlos, Zeca, no Botafogo. Eu estava junto com Claudio Garcia, Luizão, no Farense. Eu estava junto com Antoninho, Djalma Cavalcante, Hadad, Mello, Eithel Seixas, Evaristo, Clemente, Kurtz, Zé Fernandes, na Seleção Amadora. Eu estava junto de Fidelis, Maurinho, Handam, João Neto, no Campo Grande. Eu estava junto com Carpegiane, Kruger, Robson, Gilberto Tim, no Coritiba.

Meu Deus!

E tantos outros que meus 81 anos me permitem esquecer!

“E quando a pedra despencou da ribanceira. Eu também quebrei a perna”.

E para aquele que provar que eu estou mentindo eu tiro o meu chapéu.

O MAESTRO

por José Dias


Errou quem imaginou, ao ler o título da postagem, que falaria sobre o grande JÚNIOR – o MAESTRO.

Esse eu também vi jogar e trabalhamos juntos.

Tenho observado, há algum tempo, através do noticiado pela imprensa (não gosto de “mídia”), as mais diversas informações, notas, críticas, elogios, reportagens de página inteira, meia página ou coluna sobre os personagens que exercem nos clubes as funções de treinador, supervisor, vice-presidente e, mais um novo na praça – diretor executivo. O treinador é o mais visado.

1. Treinador – Convivi com pelo menos 40 profissionais, dentre professores, técnicos, treinadores, treineiros e curiosos. Foram 40 cabeças pensando de forma diferente uma das outras. Autoritários, complacentes, vingativos, omissos, inseguros (principalmente), indiferentes, donos da verdade, competentes, incompetentes e, muitas vezes taxados de desonestos. 

Treinador que durante o início de uma temporada conseguiu manter sua equipe “n” jogos sem perder ou na 1ª colocação da competição que estava disputando e, de repente, assume um outro clube. Qual a expectativa? Se a nova equipe estiver mal, é que vai melhorar. Afinal de contas, chegou o “salvador”. Porém o que pode acontecer e acontece muitas vezes. Com poucos jogos sob sua direção a nova equipe vai mal. E aí? Mais um treinador demitido. Por que, sei lá?

Para esse eu tiro meu chapéu!

ZAGALLO – Numa de minhas ideias será o grande homenageado.


(Foto: Reprodução)

Vi jogar e trabalhamos juntos e se não fosse por ele, com certeza não estaria aqui, no Museu, chateando os que acompanham.

Existe um princípio na Administração que diz – uma pessoa vai bem em algum lugar e, desempenhando a mesma função num outro, não consegue obter os mesmos resultados.

O que aconteceu? Sei lá, principalmente no futebol. O “cara” é durão, não se submete à pressão de dirigente, da torcida, da imprensa e principalmente dos jogadores – seu destino, “a forca”. Significa, também, que o oposto pode surtir algum efeito, mas nunca duradouro. Vai ter seus 15 minutos de fama – seu destino “a forca”.

O profissional que desempenha esta função deve receber, da direção do clube, todo o apoio logístico possível para bem poder trabalhar. Se o grupo de jogadores colocados a sua disposição não for de primeira linha, o que se pode esperar – muito trabalho e muito empenho de todos para superar a diferença que os separa de outras equipes e em hipótese alguma o treinador poderá ser responsabilizado por uma não conquista de títulos e, em alguns casos, um possível rebaixamento.

Mas o clamor da torcida, da imprensa que não lhe é simpática, do patrocinador, que às vezes não é tão patrocinador assim e, principalmente, da direção que se acovarda, tornando-se incapaz de assumir suas responsabilidades e culpas. Direção que deveria enfrentar os descontentes e mantê-lo no cargo.

Um dos argumentos é de que recebem muito bem e têm a obrigação de andar atrás deles, forem onde forem. Treinador não é babá! Tampouco é “bedel” de escola. Aliás, ninguém é. Qualquer empresa sabe como lidar com seus funcionários, por que só no futebol tem que ser diferente.


(Foto: Reprodução)

Agora, no dia em que os treinadores se conscientizarem que são apenas funcionários com a missão de orientar a equipe tecnicamente e taticamente e que existem outros funcionários, pelo menos um para cada função, e deixarem a ideia de que só eles têm a solução para todos os problemas, talvez passem a ser olhados de outra maneira.

Mas o que será que os treinadores pensam? Sou assim porque preciso me proteger. Não dou oportunidades para outros porque podem querer me dar “uma rasteira”. No fim, quem se ferra sou eu! “Farinha pouca, meu pirão primeiro”!

Muitas coisas mais poderiam ser ditas e poderíamos ser injustos.

Para encerrar, vou dizer uma coisa jamais dita na história deste País – pode ser o melhor treinador do mundo, se não ganhar, f……-se (acertou quem completou com …errou).

MELHORES MOMENTOS

por José Dias


No dia 5 de janeiro de 1972, quando adentrei no vestiário do Flamengo, na Gávea, tremendo mais que vara verde, senti que começava o jogo mais importante da minha vida e que duraria, com os acréscimos, cerca de 40 anos.

Aristobolo Mesquita, um misto de Supervisor/Dono do Clube, avisou ao roupeiro FERRUGEM – dê material para o Prof. José Dias -, nosso novo Preparador Físico.

Deve ter pensado::

– Pô, mais um para encher o saco.

Tirou, não sei de onde, um calção e uma camisa, usados, com o nome do antigo Professor – SALDANHA -, que por sinal era um perfeito armário, de tão grande e forte que era. Agora imaginem – eu, grande e parecido com um poste, de tão fino que era, dentro daquele uniforme. Vida que segue.


DOVAL, por sinal um grande “sacana”, passou os dois anos em que convivemos juntos, me chamando de Saldanha, mesmo já sabendo meu nome.

O que fazer com um jogador que, em campo, corria mais do que o LULA do Juiz SERGIO MORO, e fazia gols em pencas, apesar de que nas corridas que fazíamos na Vista Chinesa toda semana – naquela época, só jogávamos aos domingos -, pegava carona com um amigo ou uma namorada e pouco antes da linha de chegada, desembarcava e passava bufando por mim, que de cronômetro na mão cantava:

– Boa, Doval! 30 minutos e 12 segundos, tá melhorando seu tempo – como eu era BABACA e não sabia!

Ainda do “gringo” tenho mais histórias. Amistoso numa capital do Nordeste e, após o jogo, os jogadores foram liberados. Lá pelas tantas, na hora marcada para o regresso, em frente ao hotel, estaciona um conversível importado, com uma reluzente motorista (diziam que era Miss do Estado) para devolver a “mercadoria” já devidamente provada, porém, intacta.

Não tivesse sido o gringo batizado com o nome de NARCISO, filho de um Deus, não sei de onde – deve ser lá dos “pampas”.

GERALDO! Que número você calça? É para pedir um par de tênis! Perguntava o roupeiro Ferrugem.

Respondia ele:

– De 37 até 44 tá bom. É de grátis!

Estávamos em Feira de Santana, interior da Bahia e íamos participar de um amistoso – como o Flamengo faturava nos amistosos no interior do País -, quando, do seu “bangalô, porta a fora, Ferrugem, branco feito uma cera, assustado e aos berros. Motivo? Como fazia um calor “baiano”, dos ralos do pátio, surgiam inúmeros sapos, mas não eram sapos comuns, iguais àqueles que conhecemos. Eram verdadeiros monstros, enormes. E, junto com os demais “sacanas” que eram os jogadores, Doval devia estar no meio, esconderam um deles na cama do Ferrugem. Perceberam o porquê da correria do roupeiro?


Alberto Leguelé (Foto: Vaner Casaes)

Como se estivesse sonhando, me vejo em Point Noire, no Congo/África, e os jogadores da Seleção Olímpica entraram no campo para o aquecimento, antes do jogo. De repente, não mais que de repente, o ALBERTO LEGUELÉ, baiano, gozador que nem ele só, parou de abraços abertos, aos gritos dizia:

– Como é João Santos (ponta esquerda do Santa Cruz), vai ficar aí, parado?

Nada disso, o apelido dele era SAPO e, o sacana viu um sapo onde eles estavam. MARINHO, outro da turma, era o que mais zoava, o mesmo que, no campo do Atlântico Sul, em Vargem Grande, local onde o Botafogo treinava, um dia chegou pilotando um Mercedes Benz, quase tão reluzente quanto o da “noiva” do Doval. Curiosidade geral. Perguntas para cá e perguntas para lá, quando ele abre o capô e mostra com aquela cara que Deus lhe deu – motor de opala que já bateu biela. Minutos depois, ouve-se gritos histéricos vindo da sala de massagens, que se ouvia na rua em frente.

– Não para, Zé Carlos. Vai! Com mais força! Vou gozar! Ui! Gozei ……

Era o Marinho sendo massageado antes de entrar em campo para o treino. Assim era esse fenômeno de jogador, querido e admirado por todos.

Logo após esse lance com o Marinho, ouve-se uma barulheira no campo. Fora do campo, depois do muro, com uma porteira, tinha um pasto onde bois e vacas pastavam. Tinha um touro ou vaca, ainda adolescente, bravo para caramba. Assim que o pessoal chegava para o treino, estivesse onde estivesse, partia em desabalada carreira em direção a porteira e por ali ficava. Nesse dia, a porteira estava aberta e foi o que se viu em seguida. O boizinho correndo atrás de quem estivesse à sua frente, entre os carros, até passar pelo portão do campo. Aí o bicho pega!

O SANCHEZ, treinador de goleiros, estava sob uma das balizas e a fera partiu para cima dele. Ninguém sabe, ninguém viu, mas em frações de segundos, surge o Professor cavalgando o travessão e lá ficou, até a fera desistir.

Um dos melhores momentos dessa vida de “boleiro” é o tempo reservado para as “resenhas”. Nessas horas muitos se revelam, gente impossível de se imaginar. Dos muitos que conheci, quatro eram inigualáveis: No ranking dos melhores eu destaco – em ordem decrescente a partir do melhor -, VAVÁ; MELLO; TELÊ (com o palitinho no canto da boca) e o jogador WALDIR (do Guarani).

Waldir, especialista em piadas de “fanhos”. Sensacional.

Telê, eclético. Piadas sem um motivo aparente e uma das melhores era a do “trilema”, que o horário não permite sua divulgação. Hilária.

Mello, além de narrar, interpretava e as melhores eram a do cara que sonhava e transformações ocorriam com sua “genitália” e a do macaco equilibrista em fios de alta tensão. Também impróprias para o horário nobre.

Agora, VAVÁ – esse era fenomenal. Não sei se era melhor como atacante ou como contador de piadas. Interpretava ao extremo. Contava uma sobre “a vaca” (que bem podia ser aquela lá no campo de treino do Botafogo, já adulta). Resumo da ópera, final da piada: Olha a vaca aí gente!

Nessa hora, Vavá subia numa cadeira, numa mureta ou qualquer lugar elevado, se jogava no chão se “estabacando” todo, rindo mais que qualquer um de seus ouvintes. Até hoje não sei se ria mais do Vavá ou das piadas que ele contava.

Durante o desenrolar desse jogo, não podia deixar de lado as lembranças que uma foto deixou. Foto histórica e memorável, pois reúne figuras históricas e memoráveis que já se foram e que deixaram um legado inestimável. Dissertar sobre eles desnecessário se torna.


O técnico Zizinho (sentado no canto esquerdo), o jornalista Hideki, Roberto Abranches (Chefe da Delegação), Parreira, Coutinho (Supervisor nessa oportunidade), o preparador físico Sebastião Araújo e José Dias (administrador)

Desses “melhores momentos” não podia deixar passar as figuras de dirigentes que, no meu entender, honraram suas funções, bem diferentes de muitos dos de hoje:

Giulite Coutinho: o presidente da CBF. Carrancudo e que fazia muita gente tremer. Talvez eu, junto com Doutor Althemar Dutra de Castilho, tenhamos sido os poucos que vimos o “homem de ferro” chorar quando do desembarque da seleção em 1982, no Galeão. Foi emocionante!

Manoel Schwartz: presidente do Fluminense. Esse eu sei que não meteu a mão.

Castro Gil: vice-presidente de Futebol, também do Fluminense, e que não se achava o dono da verdade. Ouvia quem tivesse que ser ouvido antes de tomar uma decisão.

Gilberto Coelho: diretor de finanças e depois diretor de competições da CBF. Com as mesmas características do Castro Gil. Saiu da CBF por discordar de algumas coisas que ocorreram com as finanças da entidade.

Roberto Abranches: Esse era o “cara”. Era de uma simplicidade que irritava. Se enturmava com uma facilidade incrível.

Chefiava a delegação da seleção Sub 18 e estávamos em Paris quando aceitamos o convite para assistir ao espetáculo do MOULIN ROUGE. Durante o evento, alguém chamou membros da delegação para subir ao palco e quem atendeu, de pronto, foi o “Doutor Abranches” que, abraçado com as vedetes, dançou o CAN CAN. Gente! Imperdível!

O mesmo tinha acontecido, antes, em ABADAN/Iran.

O último dos melhores momentos ocorreu em 1983, quando no dia 19 de junho, no Estádio Azteca, o Brasil conquistou, pela primeira vez, o título de campeão mundial invicto, da categoria Sub 19, hoje Sub 20.

Pouco antes do término dessa partida, recebi um “amargo” cartão vermelho, que me defenestrou de vez, aplicado por um ……….de ……………

Hoje, só me resta ter ânimo para continuar passando informações que possam ser do interesse de quem assim o desejar.

REFORMULAÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO

por José Dias


Os resultados de 7 x 1 e 3 x 0, sofridos pela nossa seleção na Copa das Copas, em pleno território nacional, não foram a causa que levaram o futebol brasileiro ao nível tão indesejado em que se encontra, mas uma das consequências.

Para melhor compreensão daquilo que vamos expor, tornou-se necessário efetuar um desmembramento do “Mapa Mundi”, adaptando-o ao futebol.

Vamos considerar o Brasil como um continente e, assim, efetuarmos as comparações.

Separamos o Brasil da América do Sul e verificamos que sua extensão territorial, pouco difere do continente europeu e do sul americano (sem o Brasil) e inserimos o contorno do mapa da Alemanha na altura do Estado da Bahia.

Então, a pergunta que deve ser feita e considerada:

Por que não tratar os temas ligados ao futebol considerando o Brasil como um continente?

Os verdadeiros seguidores da história devem ter percebido que a partir da segunda metade da década de 80, teve início o processo de degradação do nosso futebol.

Basta comparar a equipe do FLUMINENSE/RJ que teve um ciclo encerrado no ano de 1986, quando perdeu a conquista do “tetra”, no campeonato estadual do Rio de Janeiro. Daí em diante e, até hoje, o clube não conseguiu mais montar uma equipe sequer parecida com ela e, muito menos, com a famosa “Máquina Tricolor” dos anos 70.


Fluminense FC – Entrega das faixas de tri campeão – 83/84/85

E, esse fenômeno ocorreu com todos os clubes brasileiros.

“CQD” – COMO QUEREMOS DEMONSTRAR


FLUMINENSE FC – três anos depois

Com os integrantes das seleções brasileiras de juniores de 1983 e 1985, teve início o êxodo dos jovens valores para a Europa, seguido da ação predatória dos empresários, qual aves de rapina que, em muitos casos, com a cumplicidade de dirigentes, descobriam e negociavam antes da participação nos clubes brasileiros – para se ter uma ideia -, da seleção de 1983, HUGO, HEITOR, ALOISIO, JORGINHO, GUTO, DEMÉTRIO, DUNGA, BEBETO, GEOVANI, que corresponde a 50% dos que estavam no México, foram para a Europa.

Por isso, foi uma surpresa para todos quando os nomes de HULK,  FERNANDINHO, DANTE, HENRIQUE, LUIS GUSTAVO e outros surgiam nas convocações.

REBAIXAMENTO

A principal e mais contundente causa que contribuiu para o endividamento dos clubes foi, sem dúvida nenhuma, as loucuras cometidas por ocasião das contratações de jogadores, na esperança de um retorno desejável – um título ou, na atual conjuntura, o não rebaixamento que justificaria investimentos descabidos e inoportunos.

A experiência em aplicar o rebaixamento teve início nos anos de 82, 83 e 84 e, em seguida, foi suspenso, retornando, porém, em 1994 e foi até 1998, quando foi novamente suspenso. Em 2001, voltou e permanece até hoje. Ressalte-se que, a partir de 2003, foi adotado o sistema de pontos corridos e, a partir de 2006, foi fixado em 20, o número de participantes para a Série A do Campeonato Brasileiro.

COPA DO BRASIL – 1989

Em 1989, para suprir um suposto vazio, foi criada essa competição objetivando a integração nacional, quando clubes de todos os Estados dela participariam. O início da Série C, em 1990, fez com que surgisse um imbróglio – não fosse a Série C, também um elemento integrador.

Ninguém se preocupou com a adequação do Calendário à nova situação – Estaduais, Brasileiro Séries A, B e C, Libertadores, Sul Americana, Copa do Brasil, Copas Regionais, jogos da Seleção -, como era de se esperar, as críticas surgiram de forma avassaladora e o Calendário tornou-se uma aberração.

CAMPEONATO BRASILEIRO

Sem sombra de dúvida o vilão da história.

Existe no continente Europeu e no continente Sul Americano, ou demais continentes, alguma competição similar ao Campeonato Brasileiro?

Não esquecendo o Brasil como um continente.

A resposta é não!

E o motivo é que, considerando a extensão territorial, seja descartada a hipótese de sua realização.

O que não acontece no “continente brasileiro”. De uma forma absurda, ano após ano, apesar de todos os contras, continua sendo realizado, fazendo com que o prejuízo de todos os clubes aumente.

Uma competição onde, pelo menos, 60% dos participantes jogam para não serem rebaixados e o restante para ficar no “limbo” – nem rebaixamento e nem possibilidade de ingressar no G4 (hoje G6), ou a possibilidade de se tornarem campeões. Nem para a televisão a competição tem atrativos.

Então, qual seria a solução?

Em princípio a sua extinção, pura e simples ou, deixar “hibernando” por quatro ou cinco anos, enquanto os clubes aproveitam para se recompor estruturalmente, administrativamente e financeiramente.

Um novo modelo seria criado com esses objetivos e dele constando: a reformulação do calendário – a criação de uma competição mais atrativa e moderna e revitalizando os Estaduais, as Copas do Brasil e da Libertadores/Sul Americana.

O principal legado seria o fim do rebaixamento e, com esta medida, mais tranquilidade para os clubes atravessarem uma possível fase de transição.


Este Diagrama, representando o “FUTURO”, foi apresentado, simbolicamente, ao Futebol Brasileiro, que o desprezou e o resultado foi o Brasil ter perdidopara a Alemanha por 1 x 7. Enganam-se aqueles que pensam que a Alemanha ganhou por 7 x 1.

IMPOSSÍVEL QUERER COPIAR O QUE SE FAZ NA EUROPA E, MAIS PRECISAMENTE, NA ALEMANHA.

As diferenças são brutais:

No aspecto financeiro

No aspecto cultural

No aspecto “extensão territorial”

No aspecto governamental

Se o governo brasileiro se dispõe a “financiar” a dívida dos clubes, qual a razão para que isso não se concretize?

É tão difícil para os clubes que um presidente cumpra somente um mandato?

É tão difícil para os clubes usarem a internet para mostrar suas contas?

A terceira exigência, pode fugir ao controle e se tornar um complicador:

NÃO ATRASAR PAGAMENTOS DOS SALÁRIOS.

Os clubes que tem um “patrocínio fica mais fácil.

Se a folha salarial, incluindo os encargos, for igual ou menor que o montante da verba paga ao clube, é só remeter folhas e guias de recolhimento de impostos para que o banco DEPOSITE os pagamentos nas contas correntes DE CADA UM e repasse para as contas dos órgãos governamentais aquilo que deve ser repassado.

O DINHEIRO NÃO ENTRA NO COFRE DO CLUBE.

VAI DIRETO PARA O SEU DESTINO.

PAGAMENTO EM DIA – JOGADOR SATISFEITO

JOGADOR SATISFEITO – CLUBE MAIS EFICIENTE

OU NÃO???

Cada vez mais consciente de que a indiferença, a inconstância e a falta de conhecimento da maioria dos “boleiros”, me dá a certeza de que estou no caminho certo e que não devemos percorrer o caminho inverso quando do descobrimento do Brasil.

Aprendi com o CASTRO GIL, Vice Presidente de futebol do Fluminense FC/RJ, nos áureos anos 80, que “quando temos convicção e certeza de que alguma coisa tem que ser feita – que seja feita hoje, agora -, e não deixar para amanhã.”

CALENDÁRIO “MEQUETREFE”, como dizia o jornalista Renato Mauricio Prado, pode e deve ser adequado a realidade e necessidade do FUTEBOL BRASILEIRO e não aos desejos da televisão.