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José Dias

FOOTBALL x FUTEBOL

por José Dias

Semana passada vi na televisão um filme que versava sobre a “batalha” travada entre um “afro descendente”, oriundo de um país africano, que imigrou para os EUA em busca do tão decantado “sonho americano”. Conseguiu se formar em medicina, na especialidade – patologia -, e prestava serviço num IML, da cidade de Detroit.

Quis o destino ter sido designado para fazer a autópsia de um consagrado astro, já inativo, do “football” americano, que cometeu suicídio em função de ter sido acometido por um problema neurológico, motivado pelas inúmeras pancadas sofridas na cabeça durante as partidas em que participou.

A Liga Nacional do Futebol Americano – NFL -, similar a nossa CBF, tinha conhecimento dos problemas causados pela prática violenta dessa modalidade, porém, encobria e não divulgava a estatística dos casos já ocorridos, pois envolvia muito dinheiro – business, business e mais business -, igualzinho em nosso país.

Acontece que o “sonhador” médico legista descobriu a verdadeira causa dos distúrbios e botou a “boca no trombone” – centenas e centenas de pancadas na cabeça geraram distúrbios neurológicos que fizeram com que o cérebro do ex-atleta sugerisse sintomas de várias doenças, inclusive o MAL DE ALZHEIMER. 

Mais dois casos surgiram e os dirigentes da NFL trataram de neutralizar e não permitir a divulgação dos novos resultados, inclusive fazendo com que o médico fosse transferido para outra cidade.

E ainda tripudiavam – NEM AMERICANO ELE É!

A lei americana, segundo o filme, só se manifestaria quando mais de três casos fossem constatados, embora muitos outros já tivessem sido “arquivados”.

Um outro ex-atleta que fazia parte do corpo diretivo da NFL, pouco antes do terceiro suicídio, recusou ajudar o amigo que lhe procurou, passou a apresentar os mesmos sintomas e, para resumir a história, escreveu uma carta e também cometeu o suicídio. Era o quarto caso que faltava para que providências fossem tomadas oficialmente.

Foi quando o Sindicato dos Jogadores agiu e pressionou o governo para a criação de novas leis. Não sei como está a situação hoje.

Depois disso tudo, faço uma comparação com o que ocorre em nosso país, com o nosso FUTEBOL. As duas modalidades tem em comum serem a de maior apelo popular, tanto nos EUA, como no Brasil e o famoso jogo entre seus principais clubes, denominado SUPER BOWL, é comparado ao CLÁSSICO DOS MILHÕES, entre Vasco e Flamengo.


Brucutu

Aproveito a deixa para esclarecer:

Que football é esse que até a sua tradução é incorreta – não correspondendo a realidade -, “pé na bola”.

Uma modalidade que usa as mãos em 99% de seu tempo de jogo e, um mísero 1%, os pés;

Uma modalidade cujo artefato usado é oval, embora receba a denominação de bola;

Uma modalidade cuja baliza tem um tamanho incrível e em forma de H;

Uma modalidade que, antes do início da partida e depois de cada interrupção, os jogadores ficam naquela posição em que Napoleão perdeu a guerra;


Uma modalidade em que os jogadores usam um capacete e, com isso, deram origem a expressão das fãs, que são conhecidas como MARIA CAPACETE;

Uma modalidade em que “do pescoço para baixo” tudo é canela;

Uma modalidade em que a “porrada” é praticada à vontade e que os jogadores treinam para o seu aperfeiçoamento. Se no jogo, vale tudo, imaginem como agem suas torcidas organizadas.


Impressão que se tem de uma das organizadas indo em direção ao estádio para o SUPER BOWL

 

A verdade é que o colunista Fernando Calazans, do O Globo, se lá estivesse ia adorar – em vez de um Brucutu ou dois, teria a sua disposição um time inteiro para criticar.

Poderão e devem estar perguntando o que tem o FOOTBALL a ver com o FUTEBOL.

Quase nada, pois na prática são totalmente diferentes entre si. Ocorre que a igualdade reside na mentalidade dos dirigentes, dos torcedores, da mídia, e dos profissionais que os praticam.

Foi preciso que um “afro descendente” insistisse em sua tese para que uma solução fosse dada.

Os jogadores que não se envolviam, quando sentiram a veracidade dos fatos, se mobilizaram e providências foram tomadas, porém, dizem, não sei se é fato, que até hoje um número expressivo de jogadores acha “fascinante e estimulante” essa “porradaria”. E no Brasil?

Qual a reação dos torcedores, da mídia, e dos profissionais, principalmente os jogadores, quando agentes externos se intrometem na sua prática e, não falo do fato do jogo em si – 11 x11 -, quando entram em campo para a disputa de uma partida válida por qualquer competição constante do CALENDÁRIO de uma determinada temporada?

A resposta é simples e única – NADA!!! De prático ou eficiente.

Criaram até um BOM SENSO FC e, não sei a quantas anda. Ainda existe?

Não ouso comparar as consequências físicas sofridas pelas pancadas recebidas pelos atletas do FOOTBALL e sim da ação das pancadas subjetivas e morais aplicadas aos nossos atletas no dia a dia de cada um e que agem e exercem influência em seu comportamento e no de suas famílias – legislação tendenciosa; incerteza no que poderá acontecer ao final de uma competição ou temporada; falta de assistência médica e social desde o início de sua formação, durante e após o encerramento de sua carreira – que pode ser em função de qualquer “distúrbio” fortuito ou não -, declínio técnico, lesões mal curadas e mesmo psicológica, como exemplos.

Este CAPÍTULO para por aqui, pois muita coisa ainda poderia ser dita, porém, o mais importante é que as pessoas ditas do UNIVERSO DO FUTEBOL, os “boleiros”, esses sim deveriam tomar conhecimento daquilo que defendo e tentar, de alguma forma, ajudar.

Para encerrar, na próxima semana, se ainda houver disposição, entrego ao MUSEU DA PELADA o terceiro e último capítulo da novela “VOCÊS SABIAM”, quando tentarei dissecar o CALENDÁRIO DO FUTEBOL BRASILEIRO.

VOCÊS SABIAM??

por José Dias


Sede da CBF, no Rio de Janeiro.

Prezados Senhores,

Vocês sabiam?

1) Que a UEFA tem 54 Federações filiadas, número que corresponde aos países da Europa (?) que praticam o futebol (?), exceto para o Principado de Liechtenstein que não pratica o futebol profissional?


Taça da Champions League

2) Que, anualmente, promove uma competição anual entre suas filiadas denominada “Champions League” e que dela participam 78 equipes?

3) Que, também anualmente, promove uma outra competição denominada “Europe League” e que dela participam cerca de 200 equipes?

4) Que os clubes europeus, em seus respectivos países, disputam em caráter permanente, além dessas, os seus campeonatos denominados “Local leagues” e, em alguns, uma outra competição, como exemplo da Espanha – a “Copa del Rey”?

E, que nessa competição, seus principais clubes participam a partir de uma das fases seguintes ao da fase de classificação?

5) Que nas duas competições promovidas pela UEFA, o mesmo ocorre com relação aos principais clubes melhores ranqueados, no Ranking da UEFA, de acordo com o determinado pelos respectivos regulamentos?

6) Que o continente europeu é ligeiramente maior que o Brasil em sua extensão territorial?

Daí podermos considerar o Brasil como um verdadeiro continente.

A montagem abaixo, nos dá, de forma auto explicativa, a razão de nosso pleito.


7) Que o Brasil pode considerar cada um de seus 26 Estados e o Distrito Federal como cada país da Europa, para efeitos comparativos com o futebol praticado aqui e lá?

8) Que no Brasil os clubes participam das competições anualmente promovidas pelas Entidades a que estão sob “jugo”:

CBF – Confederação Brasileira de Futebol –

● Copa do Brasil;

● Campeonato Brasileiro, nas Séries A, B, C e D;

 FEDERAÇÕES – Cada PAÍS (Estado) com sua respectiva –

● Campeonatos Estaduais;

● Competições Regionais – com a chancela da CBF;

  CONMEBOL – Confederação Sul Americana de Futebol-

 ● Copa Libertadores e Copa Sul Americana.

E que, exceto na Copa do Brasil, quando os clubes participam da Copa Libertadores e ingressam a partir das chamadas Oitavas de Final, todos participam das competições a partir do início de cada uma, fazendo com que o número de partidas dos clubes brasileiros seja maior que o dos clubes europeus.

9) Que é válido, como é hábito no Brasil, que a grande maioria dos “boleiros” sugere copiar aquilo que é feito e praticado na Europa, no que diz respeito a prática do futebol?

10) Que pelo fato da UEFA não promover uma competição nos moldes do nosso Campeonato Brasileiro, procede, a nossa pretensão de excluí-lo do Calendário, tendo em vista os efeitos negativos que exerce para o Futebol Brasileiro, principalmente para os clubes?

11)     Que podemos considerar o futebol praticado –

● em Andorra; Chipre; Eslovênia; Estônia; Finlândia; Ilhas Faroé; Gibraltar; Letônia; Lituânia; Luxemburgo; Malta; Moldávia e San Marino, infinitamente inferior ao praticado nos países do Brasil, Categoria I – Roraima; Amapá; Acre; Rondonia e Tocantins?

● em Albânia; Armênia; Áustria; Geórgia; Irlanda; Irlanda do Norte e Israel, infinitamente inferior ao praticado nos países do Brasil, Categoria II – Amazonas; Piauí; Paraíba; Alagoas; Sergipe; Espírito Santo; Mato Grosso; Mato Grosso do Sul e Distrito Federal?

● em Azerbaijão; Bielorússia; Bósnia; Bulgária; Casaquistão; Macedônia; Montenegro; e Noruega, infinitamente inferior ao praticado nos países do Brasil, Categoria III – Maranhão; Pará; Ceará e Rio Grande do Norte?

● em Bélgica; Croácia; Dinamarca; Escócia; Eslováquia; Grécia; Holanda; Hungria; País de Gales; Polônia; Portugal; República Checa; Romênia; Rússia; Sérvia; Suiça; Turquia e Ucrânia, infinitamente inferior ao praticadonos países do Brasil, Categoria IV – Pernambuco; Bahia; Goiás; Santa Catarina e Paraná?

● em Alemanha; Espanha; França; Inglaterra, SÓ SUPERIOR aos praticados nos países do Brasil, Categoria V – Minas Gerais; Rio de Janeiro; Rio Grande do Sul e São Paulo -, isso considerando os GALÁTICOS, porque sem eles, ficam iguais ou diluídos entre os das Categorias I, II, III e IV?

Tendo em vista o exposto e CONSIDERANDO todos os considerandos que se queiram considerar, RESOLVE:

a) Deixar tudo como está ou tomar vergonha na cara e atacar de frente o principal causador dos males que assola o futebol brasileiro no momento – o Calendário;

b) Manter o período da temporada, seguindo o calendário gregoriano – de janeiro até dezembro -, lembrando que as peculiaridades e características do clima europeu são diferentes das do brasileiro;

c) Lembrar que a diferença técnica do futebol entre o brasileiro e o europeu é inversamente proporcional à condição financeira entre os dois povos e que devemos nos adequar a essa realidade. O que é bom para um, pode não ser bom para o outro. Resumindo: vamos deixar o europeu para lá com seus problemas e tentar resolver, por aqui, com nossos próprios recursos, os nossos problemas.

Agora, o que nos dá a certeza de sugerir a supressão do Campeonato Brasileiro do nosso calendário é o fato de que, pelo menos isso, podemos copiar do europeu – bobos é que eles não são.

Sou testemunha Ocular e Auricular da História!

ANTIGAMENTE ERA ASSIM. E HOJE, COMO QUE É?

por José Dias


Marinho Chagas ao lado de Falcão, Givanildo, Roberto Dinamite, Marco Antônio e Zico, durante treino da seleção

Nos meus últimos 44 anos, acompanhei futebol como nunca, e não sei o que se passa nos clubes quando estão em treinamento. Antigamente, no início do jogo, a bola tinha que ser tocada para a frente e, daí, para trás uma, duas até chegar no zagueiro. O defensor efetuava um passe ou um lançamento através de um “chutão” para que seu centroavante se virasse com os marcadores. O objetivo era fazer com que a equipe adversária viesse atrás da bola, se desguarnecendo. Mas 99% dessas bolas acabavam ficando com a defesa.

O “corner” – antigamente era chamado assim -, eu lembro, era efetuado procurando aproveitar o que era treinado durante a semana, nos treinos “coletivo apronto”. Hoje em dia…

O “lateral”, entre outras possibilidades, era feito por um dos laterais, arremessando a bola até o centro da grande área, jogada também ensaiada quando existia um jogador com essa característica. Djalma Santos, por exemplo, executava o fundamento com perfeição. Hoje, “barbaridade”, o cobrador remete a bola de fora para fora da linha lateral. É inacreditável!

E outros fundamentos, combinações e jogadas eram ensaiadas exaustivamente nos treinamentos.

Eu lembro bem, em 1991, jogavam Sport x Flamengo, na Ilha do Retiro, quando o excepcional Júnior, de costas para seu gol, marcado por um ou dois adversários, próximo à linha lateral, sem olhar, girou e, por cobertura, fez um lindo gol, mas contra o próprio “patrimônio”. Atrasou a bola para o goleiro Gilmar, que saíra de sua área para receber a bola do companheiro.

A razão pela qual estou relembrando uma ação que não deu certo?


Rogério Micale orienta os jogadores da seleção olímpica

Fico preocupado quando tomo conhecimento que o treinador da seleção olímpica, com menos de 20 dias de “ajuntamento”, pretende mudar um conceito (bom para o europeu que treina isso faz muito tempo), fazendo o goleiro exercer o papel de líbero, jogando em sua intermediária, sem o menor cacoete em sair jogando com os pés. Os goleiros não têm, absolutamente, culpa nenhuma, afinal nunca foram preparados para isso.

Fico preocupado também com o relacionamento entre os jogadores. Alguns moram no mesmo condomínio e, mal se cumprimentam quando se encontram. Outros moram em condomínios afastados um dos outros, como vão manter relação amigável, dentro campo, se mal se conhecem?


 Zico, Leandro e Tita treinando no Castelão. 

“A REPETIÇÃO APRIMORA O GESTO”, já dizia a Madre Superiora.

Como leigo no assunto, não seria o caso de voltar à prática dos coletivos aprontos, buscando o tal do entrosamento, tentando fazer com que jogadores se conheçam e, quem sabe, se cumprimentem antes, durante e depois das partidas?