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Esquadrões do Futebol Brasileiro

VASCO 1989

por Marcelo Mendez


O ano de 1989 foi um ano legal.

Aos meus 19 anos de idade, eu via o Brasil em polvorosa por conta da primeira eleição presidencial depois de 1961. Eu iria estrear meu título de eleitor escolhendo o Presidente e isso, em tese, era muito importante.

Pelo menos, eu achava que…

Daí então vivíamos um País de grandes expectativas. Para o assunto que aqui será tratado não era diferente. O Brasil havia voado na Copa América, conquistando o caneco, que não vinha desde 1949. A vaga para a Copa da Itália estava assegurada após batalhas épicas contra o Chile, nossos atacantes voando na Europa e no Brasil, um timaço surgia no segundo semestre do Brasileirão daquele ano. Falaremos dele aqui nessa coluna.

Senhoras e Senhores, com vocês, o Vasco de 1989.

A CASA PRECISAVA SER ARRUMADA

Naquele final de década as coisas não estavam muito de acordo na Colina.

O Vasco havia ganhado o carioca do ano anterior em cima do Flamengo, tudo bem. Mas perder a vaga para semifinal do Brasileiro de 1988 para o Fluminense da forma como aconteceu, definitivamente não agradou ninguém.

Um time forte, caro, base da seleção Brasileira, com craques como Romário, Giovane, Luis Carlos, Dinamite, caía fora do campeonato e isso ficou entalado na garganta dos torcedores cruz-maltinos. Algo precisava ser feito e para 1989, isso foi providenciado muito a contento.

EURICO EM AÇÃO!

Foi uma bomba!


Eurico Miranda, El capo de tuti cape da Colina, dá um tremendo balão no Flamengo e tira Bebeto de lá. Ele era a maior contratação de um time que já teria Quinhones da seleção equatoriana para a zaga ao lado do ótimo Marco Aurélio, dois “lateraiszassos” Luiz Carlos Winck e Mazinho e uma meiuca forte que começou com Giovane, Boiadeiro o regular Zé do Carmo e o goleiro milagreiro Acácio. 

Para o comando da máquina vem o experiente Nelsinho Rosa e assim começa a saga do Vasco rumo ao seu segundo Caneco nacional.

DECISÃO LOGO EM SÃO PAULO

O campeonato previa a classificação para a final dos dois vencedores de grupo. Do lado de lá veio o São Paulo, do lado do Vasco, sem novidades, veio o timaço da Colina. Mas veio com uma novidade portentosa para os lados de lá.

No decorrer da competição, o Vasco descobre grandes jogadores em sua base e estes vêm para formar com o time principal; O Artilheiro Sorato, o meia Bismarck e o cerebral Willian chegam para dar uma jovialidade a um time que já tinha em seu grupo jogadores experientes como Tita e Andrade, ambos ex Flamengo. Com eles sendo decisivos em jogos como o do Botafogo quando Sorato decide, ou contra o Internacional em Porto Alegre, com o Willian deitando o cabelo em cima dos colorados, o Vasco ganha confiança e vai para a decisão. 

O Vasco jogava por uma vitória em dois jogos, tendo a melhor campanha, poderia escolher o campo onde jogaria contra o São Paulo. A confiança era tanta, que fazendo uso do regulamento, Eurico decide que seria campeão já em São Paulo mesmo.

“Já resolve logo lá pra gente ir pro Natal mais cedo”

A SAGRAÇÃO

No Jogo do Morumbi, o São Paulo veio com tudo pra cima.

Jogando na garganta da zaga do Vasco, criou demais, perdeu chances, esbarrou nos milagres de Acácio e como castigo, tomou o gol que veio sacramentar o título do time que mereceu demais aquele caneco.


Bola de pé em pé; Todos os jogadores do Vasco tocando na bola até ela chegar do lado direito do ataque de onde Luis Carlos Winck cruza no segundo pau para Sorato cabecear firme, vencendo o goleiro Gilmar.

O Vasco vence por um 1×0 e sagra-se campeão Brasileiro de 1989.

Acácio, Luis Carlos Winck, Quinhones, Marco Aurélio e Mazinho; Zé do Carmo, Boiadeiro, Bismarck; Bebeto, Sorato e Willian são os 11 caras que botam esse time aqui nessa coluna com méritos.

Vasco Da Gama, Campeão Brasileiro de 1989, um dos grandes Esquadrões do Futebol Brasileiro

BOTAFOGO 1989

por Marcelo Mendez


O ano de 1989 foi o ano do Bragantino na minha vida.

Meu Palmeiras voando, 23 partidas invictas para dinamitar o final dos 13 anos sem títulos que amargávamos. Eis que num sábado à tarde aparece um tal de Bragantino, metendo um 3×0 inapelável nos nossos sonhos e então já era; Mais um ano de fila.

Talvez por isso eu tenha me solidarizado com o time de hoje, aqui em ESQUADRÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO.

Para acabar com 21 anos de sofrimento, vamos voltar para 1989 para encontrar o Botafogo que tirou o alvinegro da fila.

O Fogão 89 

As paixões de Seo Emil

A segunda metade dos anos 80 marca a fase mambembe do futebol Brasileiro.

A CBF quebrada, os times à míngua, estádios vazios, os campeonatos deficitários que eram uma zona em seus regulamentos e tudo de pior pela frente. Um horror. O Botafogo, que não vencia títulos desde 1968, era uma dessas equipes vitimadas por aquela bagunça.

Ao longo da década dá para dizer que o Botafogo teve um ano bom, 1981, quando foi garfado no Morumbi contra o São Paulo, pela semifinal do Campeonato Brasileiro. Dali pra frente, só derrocada. O Clube tinha sua sede em Marechal Hermes em plenas ruínas. Não tinha estádio para jogar, lugar pra treinar, material de treinamento, nada. Uma desgraça só.

Eis que chega então um homem, sua loucura e seu intrínseco amor pelo Fogão, para mudar isso. Emil Pinheiro chega e então, a luz que havia no fim do túnel ganha uma força considerável… 

Botando a Casa em Ordem


Da maneira como foi possível, Seo Emil mete a mão no seu bolso para resolver os problemas urgentes do Botafogo. Paga os funcionários, estrutura minimamente o departamento de futebol, traz o técnico Valdir Espinosa e então, vai às compras e monta um time forte.

Paulinho Criciúma, Mauricio, Luizinho, Carlos Alberto, Wilson Gottardo e Mauro Galvão se juntam ao ótimo lateral Josimar e ao eficiente Marquinhos para formar uma base sólida que vai classificar o Botafogo no Campeonato Carioca daquele ano. O time chega à decisão e então começa a noite que vai lavar a alma Botafoguense… 

A maior das noites 21…

Muito já foi dito daquele 21 de junho de 1989 nesses 30 anos.

Na arquibancada no Maraca, entre as 56 mil pessoas que pagaram ingresso, Botafoguenses ilustres como Zagallo, Saldanha, Afonsinho, Beth Carvalho e tantos outros corações. Dá pra dizer que o Flamengo tinha uma seleção, com Zico, Leonardo, Andrade, Bebeto, Renato Gaúcho, Jorginho. Mas os olhos da poesia não estavam nestes, naquela noite.

Foi Mazolinha que virou verso…


Saído do banco para arrancar pelo lado esquerdo do ataque botafoguense, o camisa 14 foi ao fundo do campo com o mesmo afã o qual um adolescente virgem vai atrás do seu primeiro beijo na boca. Nada o pararia. Nenhum mortal seria capaz de interceptar aquele cruzamento que por magia, chegou até Mauricio.

Quando o ponta, com a lendária camisa 7 do Fogão, empurrou a bola e Leonardo para o fundo das redes, o que se viu no Maracanã foi o encanto voltando de onde jamais poderia ter saído. Era o título, era a vitória, era glória.

Ricardo Cruz, Josimar, Gottardo, Galvão, Marquinhos, Carlos Alberto, Luizinho, Mauricio, Gustavo e Paulinho Criciúma são os 11 que formaram a base que fez esse, entre tantos times lendários do Botafogo, entrar para a história do nosso futebol.

É de direito, portanto, sua vaga em ESQUADRÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO.

 

CORINTHIANS 1998/1999

por Marcelo Mendez


São vários os aspectos que formam um bom time de futebol.

Grana, sorte, uma geração privilegiada, uma boa gestão, planejamento ou absolutamente nada disso. O time de hoje, por exemplo, vem formado por uma das grandes magias do Futebol Brasileiro e assim se fez.

O Brasil queria um time como esse que falaremos aqui.

ESQUADRÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO chama todo mundo para falar do Corinthians de 1998/99

O COMEÇO

Na metade dos anos 90 as coisas mudaram para o Corinthians.

O time de Parque São Jorge que vinha tropeçando pra tudo que era canto, foi pra uma decisão de Campeonato Paulista em cima do Palmeiras. Se perdesse seria o terceiro vice pro arquirrival e de todo jeito tinha que mudar a coisa. Conseguiu…

Um gol de Helivelton em Ribeirão Preto fez a torcida do Palmeiras silenciar e a Fiel fazer a primeira festa de 1995. A segunda seria a Copa do Brasil em cima do Grêmio e tudo rumava para o futuro brilhante.

Veio em partes.

O mesmo Grêmio tirou o Timão da Libertadores em 1996, as campanhas de Paulista e Brasileiro também não foram boas e em 1997, Alberto Dualib dá o primeiro sacode na gestão administrativa do clube.

O BANCO DO TIMÃO


Eis que no dia do torcedor surge um tal Banco Excel despejando um tanto de grana em cima do Corinthians. No começo deu ruim, o time com Tulio Maravilha e Donizete Pantera venceu um Paulista e depois foi ladeira abaixo no Brasileirão. Foi mal. Mas serviu para algo muito bom.

Em 1998 o Banco liberou as contratações de Edílson, Rincón, Ricardinho, Gamarra e afins. Também trouxe Vanderlei Luxemburgo e pronto:

Daí pra frente a história seria outra…

A MÁQUINA

As contratações, somadas a Vampeta, Mirandinha, Silvinho e outros que lá estavam, criaram uma base sólida, forte, parruda. O Corinthians passou a ser visto de uma outra maneira e seus jogos, verdadeiros espetáculos. Força, aliada a muita tecnica, Marcelinho Carioca voando, goleada pra todo lado e o título inevitável.

Em três partidas contra o Cruzeiro, um título vencido com excelência.

Em 1999, mais títulos

Paulista, Bi Brasileiro, bailes de bola. O Corinthians que teve como base Dida, Indio, Gamarra, Batata, Kleber, Rincón, Vampeta, Ricardinho, Marcelinho, Luizão e Edilson fez história e merece estar aqui.

Corinthians 1998/99 um baita time em ESQUADRÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO.

PALMEIRAS 1993/1994

por Marcelo Mendez


Domingo, 19h15min da noite, Vale do Anhangabaú, numa boca da noite de 1992. Triste.

De rosto colado na janela de um velho ônibus da Cmtc caindo aos pedaços, eu ouvia o silêncio. Talvez o único barulho que pudesse ser escutado ali era nosso orgulho alviverde despencando por mais um ano de fila. Eu voltava do Morumbi após mais uma derrota.

Havia sido um ano duro.

O Brasil passava por transformações, a pátria verde amarela acabara de sofrer um impeachement, um governo caiu de podre e de tudo mais. A nossa moeda chamava cruzado novo, viraria uma outra coisa que a gente não sabia o nome, os amores eram de plástico e o time, meu Palmeiras… Ahhhh o Palmeiras…

Naquele domingo, o Palmeiras tinha acabado de levar um passeio do São Paulo que voltava do Japão campeão do mundo, para fazer a festa em cima da gente. Perdiamos a decisão do Campeonato Paulista e mais um ano de fila havia sido somado à nossa conta. Já eram 17 ao todo. Tava doendo.

Ali, naquele bar do vale, eu afogava minha dor num balde de Dreher com cacau, ouvindo músicas suspeitas e vendo rostos pouco receptivos à minha pessoa. Não sabia o que podia acontecer, o que viria pela frente, a sensação era que aquela dor jamais ia acabar. Mas eis que chega 1993 e pra nossa alegria, as coisas mudariam por conta desse time que falaremos hoje.

ESQUADRÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO traz a vocês a máquina verde do Palmeiras 1993/1994

FUTEBOL E FÁBRICA DE LEITE?


Ninguém sabia muito bem que diabo era aquele troço, “Parmalat”.

Sabíamos que vendiam leite e tal, mas no futebol? O que queriam? Nos falaram de uma nova concepção de gestão esportiva, uma melhora na administração do futebol do clube e tudo mais, todavia, os primeiros indícios foram estranhos.

Começa pela mudança na camisa do Palmeiras, que deixou de verde da cor do mar de Amalfi, para ser uma camisa riscadinha, verde clara, meio triste, estranha. Depois os jogadores, tudo bem, Jean Carlo, Maurilio, Carlinhos, Edinho, bons jogadores, mas caramba, era isso que queriam que acreditássemos?

Pois bem. 1992 acabou com um honroso segundo lugar no Paulista, mas precisávamos de mais. Sendo assim 1993 veio para o patrocinador abrir o bolso. Chegam no Parque Antartica, Roberto Carlos, lateral esquerdo vindo do União São João de Araras, Antonio Carlos voltando da Espanha, Edmundo do Vasco, Edilson do Guarani, para se juntar a Mazinho, Sampaio, Zinho. O time encorpava e o resultado não podia ser diferente…

ACABOU A MISÉRIA

A final do Paulista 1993 foi o titulo para lavar a alma.

A fila acabava com o Palmeiras voando para cima do Corinthians, foi um 4×0 inapelável. Dessa forma, o time cria casca e com os reservas, vence o Corinthians novamente no Rio-São Paulo e entra com tudo no Brasileirão.

Campeão em cima do Vitória, nadando de braçada. Acabava a miséria; O Palmeiras voltava a ser campeão.

1994, A MÁQUINA VERDE!


Fernandez, Claudio, Antonio Carlos, Cleber e Roberto Carlos. Cesar Sampaio, Mazinho, Rincon e Zinho. Edmundo e Evair.

!!!!

Esse time do Palmeiras de 1994 no primeiro semestre daquele ano, foi um espetáculo.

Passearam em cima de todo mundo, venceu o Campeonato Paulista, amassou o Boca Juniors na Libertadores e mesmo após a débâcle após a Copa, seguiu firme e venceu o Campeonato Brasileiro daquele ano, conquistando um bi com sobra, com elegância, com força.

Passou por todas as fases jogando um futebol com excelência, venceu o Corinthians na decisão e marcou o seu lugar na história com 5 títulos conquistados em 18 meses. Passa a fazer parte do seleto grupo de grandes times do Palmeiras e aqui nesse humilde espaço também.

Esquadrões do Futebol Brasileiro saúda aqui o Palmeiras de 1993/94

CRICIÚMA 1991

por Marcelo Mendez


Era uma época confusa no Brasil.

Chegada nos anos 90, Plano Collor, economia no chão, salário mínimo sem nenhum valor, inflação a galope, desemprego nas picas, a gente sem perspectiva de porra nenhuma. Pior:

Antes havia o futebol, mas na época, nem isso.

O futebol Brasileiro amargava um jejum de títulos internacionais que aumentava ainda mais, por conta de uma campanha vexatória na Itália, com a Seleção saindo nas oitavas de final após perder pra uma perna do Maradona. Já ia nisso, mais de 20 anos sem um caneco.

Dentro desse panorama, nossas alegrias ludopédicas eram poucas. Mas eis que, no sul do Brasil, surge uma gauchão bigodudo que se juntou com uns catarinenses para formar um grande time de futebol. Falaremos deles aqui.

Senhoras e Senhores, o ESQUADRÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO tem a honra de trazer o Criciuma de 1991 para a resenha.

O Tigre era campeão local com sobras. Havia vindo de um tri (1986, 87, 88), tinha feito boa campanha na segundona, mas a coisa em questão ia além disso em 1991. Sob o comando de Lori Sandro, o time havia conquistado o Campeonato Catarinense e agora surgia uma oportunidade única para o time se firmar no cenário nacional:

A Copa do Brasil.


Para isso, era necessário um técnico copeiro. O Tigre num pensou duas vezes e trouxe da Arábia, Luis Felipe Scolari, o Felipão. Com ele, o time fecha-se tendo o ótimo goleiro Alexandre, o zagueirão firme, Sarandi, um lateral muito rápido de nome Itá, um meio campo vigoroso com Gelson, Grizzo e cerebral Roberto Cavalo e no ataque, além do matador Soares, o craque do time, o ponta Jairo Lenzi.

Com esses caras, Felipão convenceu a todo mundo que era possível vencer a Copa do Brasil e assim se enfiou na competição. Nela passou por cima de todo mundo e na semifinal, com um 3×0 no Goiás, credenciou-se para o maior momento da história do clube…

O Brasil em Criciúma

São corriqueiras as nuances envolvidas na final da Copa do Brasil e 1991, quando o contexto é esse que era apresentado, então. O todo poderoso Grêmio, voltaria a decidir a Copa contra o Tigre. E como de costume as falácias se repetiram.

A imprensa gaúcha em uníssono já considerava o tricolor gaúcho campeão. Afirmaram que o Criciúma ao entrar no Olímpico se assustaria com a frase ali escrita “Campeão Mundial de 1983”. Tá, mas num foi isso que aconteceu não.

Em um jogo duríssimo, o Criciúma conseguiu sair na frente do placar com gol de Vilmar. Se segurou bem e mesmo com o empate sofrido, o 1×1 foi muito comemorado e isso era compreensível; O Criciúma era imbatível no seu estádio o Heriberto Hulsse. E assim foi.


Em casa, com o regulamento debaixo do braço, o Tigre segurou o Grêmio e um 0x0 sem sustos. Com o gol marcado fora de casa, e com essa vantagem assegurada, o Criciúma sagra-se Campeão da Copa do Brasil de 1991. O título capacitou o time para jogar a Libertadores de 1992, onde conseguiu um honradíssimo quinto lugar. Mas isso é outra história…

Alexandre, Sarandi, Vilmar, Altair, Ita, Gelson Roberto Cavalo, Zé Roberto, Grizzo, Soares e Jairo Lenzi formam o time que hoje figura aqui, no Esquadrões do Futebol Brasileiro