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Eliezer Cunha

SANGUE LATINO

por Eliezer Cunha


Utilizo-me de uma pequena frase de um cantador nordestino para descrever esta reflexão. ‘Qualquer maneira de amar vale a pena”. E será que qualquer maneira de jogar uma partida por um torneio vale também a pena? Evidente que não, mas até então desde que acompanho o futebol é o que fazem os times de futebol que disputam a copa chamada de Libertadores, incluo também os times brasileiros. 

A bola não rola simplesmente ela sobrevoa sobre o campo e sobre as áreas. Goleiros são eternos chutadores da pelota para o campo adversário. Quando o time é o visitante a qualidade diminui mais ainda. Jogadas ríspidas, cartões amarelos são distribuídos aos jogadores frequentemente, cera em excesso e, dificilmente ocorre uma partida sem pelo menos uma expulsão de campo, ou seja, os jogos são ardentemente disputados, mas a técnica permanece em segundo plano. Mas é claro também existem algumas exceções.

Isso é uma crítica … Talvez, mas, também vejo isso como resultado do poder do sangue latino envolvido entre jogadores e torcedores na maior paixão do esporte sul-americano, o futebol. Confusões entre torcidas antes e depois do espetáculo acontecem frequentemente, nas ruas o nos estádios, às vezes fatal. Objetos são arremessados a esmo em direção aos jogadores. Jogadores em campo se desrespeitam em palavras, ações e gestos, palavras discriminatórias são lançadas ao ar pelas torcidas em tom de provocações.


Estes comportamentos e acontecimentos não deveriam fazer parte da vitrine do futebol sul-americano, haja vista que nos principais torneios europeus a rivalidade não beira a esses caos de conflitos. Somado a isso temos estádios extremamente vulneráveis em relação à segurança. Aparato policial baixo e desproporcional a quantidade de torcedores, dentro e fora dos estádios. Este panorama prevalece há décadas. Situação preocupante. São os resultados do sangue “caliente” dos torcedores e jogadores sul-americanos. 

Responsáveis, não subestimem a maior paixão dos torcedores do futebol latino e, se preocupem com a organização dos eventos e os resultados decorrente destas ações, como também, o enrijecimento das regras e condutas para que tenhamos um espetáculo mais seguro e de mais elevada técnica .

CRIADOR E CRIATURA

por Eliezer Cunha


Quem será Juiz, Réu ou advogado. Utilizo-me desta colocação para expor minha insatisfação com a atitude de alguns jogadores durante ou depois de uma partida em nosso principal esporte chamado; o futebol. Entre várias ações que presencio, me refiro agora sobre a insatisfação de alguns atletas em serem substituídos no decorrer de um jogo. Deixam isso bem claro, pelos seus semblantes no momento da saída ou em outras evidências como: o não cumprimento dos colegas na saída do campo, não se submeter a uma entrevista ou, pela omissão de não se dirigir ao técnico para um cumprimento final e reconciliador. O técnico de uma equipe qualquer que seja ela é estaticamente o principal responsável pelo resultado final de uma partida e, isso não deve ser desconsiderado por quem também o contribui.

Todos os técnicos de equipes em qualquer esporte possuem como principais objetivos e valores: escalar e motivar a equipe, vencer a partida, resguardar os jogadores e aprender com as vitórias e as derrotas, para isso ele é contratado e cobrado pelas diretorias e torcidas, e para isso devem tomar as atitudes necessárias para a consumação de um resultado positivo. 


São os pontos principais envolvidos para a existência e sucesso de um clube, transformando e perpetuando o legado da instituição na história e contribuindo para a alegria do povo. 

Não me recordo até hoje de presenciar um atacante ser dispensado por ter perdido um gol fácil. Erros acontecem? Sim, e vão acontecer a todo tempo, como acontecem em vários segmentos da sociedade que produz algo. Decisões são necessárias e isso comprovadamente move as instituições.

A ética e o respeito devem sempre ser superiores a tudo e, devemos sim, em qualquer segmento trabalhar de forma competente e deixar que esses princípios e comportamentos direcionem e comandem nossa existência e seus resultados. 

Criadores e criaturas vão sempre existir, hierarquias devem ser respeitadas, de pai pra filho, de chefe para subordinados ou de treinadores para jogadores. Vivemos com esse sistema há séculos. Não temos como alterar. Conversas e debates sobre ações equivocadas devem sempre existir para o bem de qualquer organização, mas tais devem ser realizados de forma preservada, pois, ocorrendo em público, produz um aspecto de desmando ou revelia, o que não é saudável para a sociedade, para a instituição e nem para o país.

QUANDO O PERIGO VEM DO ALTO

por Eliezer Cunha


O Brasil é uma terra abençoada “por Deus e pela mãe natureza”, mas, porém, “nem tudo que reluz é ouro”, e também nem tudo que vem do alto nos beneficia. 

Historicamente no futebol aprendemos a lidar com a pelota rolando pelo gramado e a valorizar e precisar o passe certeiro com destino ao gol, objetivo principal de um confronto esportivo. Nossas características futebolísticas nos empurraram sempre a essa regra ou tendência. Futebol é bola no chão e, através desde pensamento e característica, conquistamos o mundo durante alguns anos. 

Mas o mundo muda através das pessoas e do tempo e, as pessoas mudam formas e características. O futebol não foge a essa regra, as seleções e os times europeus são evidências contextual disso, estão dinamicamente voltadas a mudanças e aperfeiçoamentos táticos e, por isso nossa oportunidade de ganhar mais uma Copa do Mundo está se diluindo a cada ano que se passa. 

Estamos passando por vexames nunca antes visto como a goleada em casa frente à Alemanha e o empate contra o Panamá no último jogo. Fatores? … são tantos. Mas um me chama muito a atenção: gols tomados pelo alto, ou seja, gols desferidos por cabeça através de faltas, cruzamentos ou escanteios. 

Não me perguntem de quem é a culpa. Solicitem as especialistas e, acho pouco provável que encontrem algo plausível ou contundente para explicar o porquê que a seleção brasileira leva tantos gols de cabeça adversária. Recordando as histórias das Copas temos; sem ir muito longe, Paolo Rossi em 82, dois de Zidane em 98, Holanda em 2010, Alemanha 2014, Bélgica em 2018,…  E por aí vai. Gols são feitos no Brasil inclusive por pés na pequena área após escanteio, coisa rara de se ver.


Posicionamento dos zagueiros? Falta de impulsionamento dos zagueiros? Zagueiros de baixa estatura? Falta de treinamento tático? Treinadores omissos? Goleiros despreparados? Sinceramente não sei.

O desafio está lançado, por que tantos gols de cabeça tomamos que interrompem o caminho de nossas conquistas? No último amistoso com o Panamá foi mais um episódio disso na qual me conduziu a escrever este texto.

Cada falta próximo da área ou qualquer escanteio é eminente perigo de gol para a Seleção Brasileira.

Precisamos atentar para este fato e reduzir esta estatística ao mínimo possível. Treinadores, por favor, ajam!

TEMPO PERDIDO

por Eliezer Cunha


“Sonhei que estava sonhando um sonho sonhado”. Uma frase a princípio desconexa e que me veio hoje à cabeça, mas de alguma forma me transcende aos tempos áureos do nosso futebol pelos quatro cantos do país. 

Era o ano de 1980 quando em um belo samba de Martinho da Vila esta frase foi desferida. Tempos em que sonhávamos e o sonho se tornava realidade. 1980, ano em que o Flamengo se tornou campeão brasileiro em um belo jogo marcado por cinco gols não oriundos do acaso. Estádio lotado, torcidas amistosas se contorcendo para conseguir uma pequena brecha entre centenas de cabeças presentes, onde nem a alma do saudoso Mário Filho conseguia habitar, e assim, enfim, presenciar “O grande momento do futebol”. Eram verdadeiros clássicos degustados pelos torcedores de cada time. Craques de primeira linha desfilavam pelos gramados, largando a poesia que tinham em seus pés comandados pelo cérebro. 

Batalhões…Somente de torcedores, amparo policial, somente para organizar filas. O trem superlotado de torcedores que ligava às estações de Santa Cruz à Central do Brasil era a demonstração clara e absoluta da democracia de convivência social. Os objetivos eram claros e únicos, ver seu time jogar e vencer. 


Hoje o sonho sonhado virou pesadelo também pelos quatro cantos do país e, com isso conduziu minha paixão pelo futebol e esta se foi desmoronando frente às ocorrências, a ponto de me impulsionar a comentar sobre o que ocorreu no último no jogo entre Vasco X Fluminense. 

O espelho desta situação foi clara, técnica ausente, violência dentro e fora do campo, arquibancadas vazias e um somente gol concebido simplesmente pelo acaso. Todos se esqueceram dos valores principais do esporte “Emoção e arte”. Deveríamos aprender com o passado, corrigir o presente e planejar o futuro. Gostaria de voltar a sonhar novamente.

QUE SEJA ETERNO ENQUANTE DURE.

por Eliezer Cunha

Vejamos. Pela dinâmica dos momentos e dos fatos provenientes de várias atividades remuneradas ou não, cotidianas ou não, nos quais somos submetidos a ações momentâneas ou planejadas a todo momento, nos deparamos com um mundo regido por pessoas na qual estamos incluídos tais como: Instituições, Organizações, Empresas, Famílias etc.

Olhamos agora a eternidade que é o assunto a ser abordado. Na realidade tomamos ações, atitudes e comportamentos, prezando nossos princípios e, para que possamos no futuro ser lembrados como um bom pai, profissional, pessoa, amigo etc. Na realidade buscamos uma personalização e com isso uma consagração e perpetuação do eu.


Apresento esta reflexão e a direciono para as instituições futebolísticas. Pessoas passam, mas as instituições permanecem. Fatos, sons, imagens e até olfatos podem ser lembrados eternamente. E o que eterniza uma instituição… Vamos lá: uma música eterniza um cantor, um quadro eterniza um artista, um gol eterniza um jogador, um livro eterniza um escritor e e assim por diante. Agora o que eterniza um clube de futebol? Afirmo,s ão suas cores, sua bandeira, seu escudo, seu mascote, sua camisa, entre outros. A sagrada camisa de um clube, no geral, busca integrar todos os requisitos citados anteriormente.

Quando assisto a uma partida de futebol com o time vestido de cor laranja e não de vermelho e preto, me decepciono, quando vejo em uma comemoração de um gol e, consequentemente numa atitude repentina, o atleta retirar a camisa do clube que ele representa e a lança ao chão ou na torcida, me entristeço.

Procuro compreender a arte, a necessidade e os objetivos desses gestos. Jogadores são operários como outro qualquer e devem respeitar as cores e a tradição do clube. Na perpetuação de uma foto ou de uma imagem de uma comemoração, a instituição deve ser respeitada e preservada, porém, alguns jogadores infelizmente ainda desconsideram isso.


No Flamengo, a camisa é chamada de manto sagrado e em outros times representam outras paixões.

As diretorias devem se pronunciar e proibir tais atos para o bem e a conservação da Instituição maior, o Clube. As Diretorias também devem fazer o seu papel preservando as cores da tradição dos clubes que dirigem, sem interesses comerciais. Fotos e imagens são registros da perpetuação de uma instituição e é essa a condição e não outra qualquer que devemos respeitar.