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Diego Marinho

A MITOLOGIA DO IMPERADOR

por Diego Marinho


Em tempos de pandemia e consequentemente de paralisação das atividades futebolísticas por conta do isolamento social, somos convidados a retornar ao passado glorioso do nosso futebol para revivermos uma conquista histórica do selecionado canarinho. Me refiro ao domingo do dia 25 de julho de 2004, data que marcou a história do clássico Brasil x Argentina.

O autor que vos escreve tinha completado 14 anos de idade 19 dias antes desta memorável partida. Lembro-me perfeitamente que estava em casa e assisti ao jogo ao lado de minha mãe que também tem o costume de acompanhar futebol. A seleção da Argentina contava com um elenco forte e jogadores como Sorin, Mascherano, Zanetti, Lucho Gonzales, D’Alessandro, Saviola e Tevez, endossam o meu argumento. Já o Brasil, comandado por Carlos Alberto Parreira, vinha com uma seleção sem seus principais nomes onde podemos destacar as ausências de Ronaldo Fenômeno e Ronaldinho Gaúcho, por exemplo. Porém, eram outros tempos, e na ausência dos grandes craques era possível encontrar substitutos extremamente competentes para vestirem esta gloriosa camisa com a mesma paixão. Foi o caso do Imperador Adriano, o grande personagem desta mitológica final.

A partida começa e a Argentina abre o placar com aproximadamente 20 minutos de jogo ao converter um pênalti batido por Kily González. A aguerrida seleção brasileira (bem diferente dos dias atuais) empata nos acréscimos do primeiro tempo com um gol do zagueiro Luisão. Seguimos para a segunda etapa e me lembro de ter assistido um jogo bem tenso, principalmente quando os hermanos viraram a partida com um gol de Delgado. Tive a sensação de que aquele título já era da seleção albiceleste e não quis mais ver o jogo. Fui para o meu quarto terminar algumas atividades escolares que ainda estavam pendentes, mas minha mãe continuou acompanhando a partida, e por conta disso, do local onde eu estava, era possível ouvir a narração de Galvão Bueno.


Eis que no final do segundo tempo a mitologia do imperador se consolida. Após um “bate rebate” na área argentina, a bola sobra para Adriano que ao seu estilo, manda a bola para o fundo das redes. Eu estava no meu quarto e quando ouvi a narração, voltei correndo para a sala e vi um jogador enlouquecido girando a camisa da seleção. Era o Imperador Adriano comemorando o gol que levava a final para a disputa por pênaltis.

Felizmente o goleiro Júlio Cesar defendeu a cobrança de D’Alessandro, Heinze chutou pra fora e os nossos jogadores, incluindo Adriano, converteram suas cobranças levando o Brasil ao título da Copa América. Uma partida que não sai da minha memória e merece este registro.