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Corinthians

SÓCRATES 1×0 E A SINA DO OPALA COR DE SANGUE

por Marcelo Mendez

O ano de 1983 foi um ano bacana na minha vida.

Foi o primeiro sopro de emancipação que eu tive. Quer dizer, quase isso…


Meu Tio Bida havia trocado de carro e finalmente conseguiu realizar seu sonho de consumo; Um Opala Comodoro 1982, vermelho, tinindo! Quando ele baixou com a barca nova no Parque Novo Oratório, correu em casa mostrar pra nós. E enquanto todos ficavam embasbacados, minha mãe Dona Claudete teve como sempre, o juízo necessário:

– Bida, seu doido, como você vai pagar esse carro?

– Eu dei o outro de entrada…

– Aquele fusca velho, peidorreiro? Bida o que você tem na cabeça?!

– Detinha, calma. Uma coisa de cada vez; Primeiro eu vou ter o carro que eu quero, depois eu penso nessas responsabilidades aí…

Bem, eles seguiram discutindo, como de costume na nossa família. Se debatia tudo, se falava de tudo. Mas essa parte não é a importante aqui da história. O que vale contar é que, com a chegada do Opala Cor de Sangue, me tornei o lavador oficial da barca, aos domingos.

Com isso, passei a ganhar umas moedas do Tio, que num davam lá pra muita coisa, mas juntando, até que dava uma numerariozinho. Foi o que fiz naquele mês até conseguir atingir a quantia necessária pra ir à Discoteca Aldo, no Centro da Cidade.

– Vou comprar o disco novo do AC/DC!

Fui, comprei e então a magia se fez. Junto do Palmeiras, agora tem o rock e o Opala cor de sangue. Cor de Sangue…

Mais do mesmo…


O Campeonato Paulista do Palmeiras não havia sido lá uma benção. Mas deu pra classificar pra semifinal. O time era novo, muito bom. Tinha Cléo, Jorginho, Luis Pereira, Vagner Bacharel, Eneas, Baltazar, Carlos Alberto Borges, um craque! Pegou no breu na reta de chegada e então faltava o cruzamento que seria novamente contra eles:

Corinthians!

Dessa vez, os nossos rivais estavam na moda. Casagrande, Sócrates, Wladimir, Ataliba, Zenon, Biro-Biro, sob a égide da Democracia Corinthiana, um movimento que marcaria a história da abertura política no Brasil.

E então era muito pop ser Corintiano.

Enquanto o Palmeiras…

Já eram seis anos de fila. A coisa começava a incomodar, nada de caneco e as partidas todas iam ficando cada vez mais difíceis. A primeira da semifinal foi um inferno. No placar do Morumbi 1×1. Palmeiras fez com Baltazar e Corinthians foi buscar a igualdade com Sócrates guardando de pênalti. E de novo, assim como no Carnaval, tudo ia acabar na quarta-feira…

O silêncio que a derrota traz

De novo na numerada inferior do Morumbi.


Aquele canto do gigantesco estádio são-paulino havia se tornado o meu alpendre de dor de fossa favorito. Ali, com 13 anos de idade eu já passava a acumular um bom número de frustrações ludopédicas. Mas juro que naquela noite, achei que poderia ser diferente.

O Corinthians chegou atrasado para o jogo porque ficaram presos no trânsito. O time do Palmeiras ia completo, precisava fazer um gol no Corinthians e estaria tudo resolvido. Seria uma facilidade maravilhosa, mas um time como o Palmeiras não sabe nada dessas tais felicidades aí…

O Verdão amassou o Corinthians. Em 10 minutos jogados, o goleiro Leão já havia feitos dois milagres. Sim, Leão. Ele estava do lado de lá. Vendo aquele começo de jogo, quase que cheguei a acreditar que aquela noite seria diferente, que passaríamos pelo Corinthians e tudo mais. Não…

Em uma jogada genial, Sócrates faz um giro de corpo em cima do nosso zagueiro Márcio, conduziu a bola para o bico da área e bateu cruzado, rasteiro, devagarinho, pra doer mesmo. O Corinthians abriu o placar e o drama voltava acontecer. Se o Palmeiras jogasse três dias contra o Corinthians, não viraria esse jogo. Não viramos.


Placar final, 1×0 para eles e por mais um ano, lá ia eu, cheio de contrariedades e sonhos frustrados. De novo, meu Pai e meu Tio Bida tentando me consolar, mas eu nem ligava. No banco de trás do Opala Cor de Sangue, eu via a cidade passando, enquanto a gente voltava pro ABC. Via a festa dos amigos corintianos nas ruas da Cidade, contrastando com o deserto de alegria que havia em mim.

No peito, a dor de imaginar que seria mais um ano sem títulos. E uma incerteza atroz me roendo. Será que um dia eu ia fazer aquela festa também?

Quem sabe…

TÉCNICA, SANGUE FRIO E TÍTULOS: A CARREIRA DE DANILO

por Mateus Ribeiro

Danilo é um jogador em extinção. E eu nem falo daquele papo repetitivo do jogador pensativo, do cérebro do time, e todo aquele banquete de argumentos prontos usados para defender jogador em baixa.


De fato, Danilo é diferenciado, e nem de longe representa a correria desenfreada que se tornou o futebol nos últimos anos. Realmente, Danilo é muito técnico, pensativo e muito inteligente. E foi essa inteligência que fez o pacato e ilustre filho de São Gotardo (MG) passar incólume por todas as mudanças que o futebol passou ultimamente.

A carreira de Danilo passou por muitos períodos e por diferentes gerações. Começou no Goiás, no final dos anos 90, e conquistou além de um Campeonato da Série B, quatro estaduais. O clube esmeraldino costumava revelar e preparar jogadores que posteriormente brilhariam em outros centros do futebol. Danilo foi um desses, e seu futebol despertou o interesse do São Paulo, que não pensou muito e levou o meia para o Morumbi.

No São Paulo, foi peça fundamental de um dos períodos mais vencedores da história do clube. Participou de forma ativa do Campeonato Paulista de 2005, e da conquista do Tri da Libertadores e do Mundial pelo Tricolor. Qual torcedor são paulino se esquece dos  gols contra o River Plate na semifinal da Libertadores? Ou de sua mania de sempre aparecer em clássicos, principalmente contra o Corinthians?


Em sua passagem pelo Tricolor Paulista, conquistou um Campeonato Paulista, um Brasileiro, uma Libertadores e um Mundial. Se terminasse sua carreira no final de 2006, sairia de cena como um dos jogadores mais vencedores de sua geração. Mas ainda faltava muita coisa.

Danilo então foi para o Japão, jogar pelo Kashima Antlers. Ali, foram três títulos do Campeonato Japonês, um da Copa do Imperador, e um da SuperCopa do Japão.  Em todo lugar que passou, Danilo conquistou títulos relevantes, fez gols, e saiu de cabeça erguida.


Já era 2009, e Danilo não era mais um jovem. E de repente, chega a notícia de que ele chegaria para defender meu time do coração. No início, senti que não havia mais muita lenha para ser queimada. Além disso, toda a conversa de Centenário do clube, somada a um grandioso número de contratações contestáveis fazia o cheiro de zica ficar cada vez mais forte. E assim foi em 2010, um ano que não foi exatamente bonito para o Corinthians, tampouco para Danilo.

Porém, de 2011 em diante, as coisas foram bem diferentes. Danilo deixou para trás a desconfiança de muitos torcedores, que torciam o nariz para sua presença ali, muito pela passagem vitoriosa que teve pelo São Paulo.

Aqui, aliás, vale abrir um parênteses e ressaltar que o meia participou grandiosamente do tabu que o Tricolor impôs ao Corinthians, sempre deixando sua marca ou tendo uma participação importante nos clássicos entre os clubes. E isso nunca foi suficiente para eu ter ódio de Danilo. Os motivos? Danilo nunca foi de falar muito, e quando fala, não é pra depreciar rival. Exceto uma foto de quando venceu o Mundial de 2005 (foto em que ele segura uma placa com os dizeres “isso é título de verdade”, claramente zombando com o título conquistado pelo Corinthians em 2000), não se tem notícia de Danilo esculachando qualquer torcedor ou jogador rival. Até mesmo essa foto possivelmente foi tirada em um momento de euforia, e a mensagem passada não é nada de muito ofensivo também. E vamos lá, depois de conquistar um título mundial, acho que fica difícil conter as emoções.


Voltando ao que interessa, Danilo conquistou não só a confiança da torcida, mas três Brasileiros, três paulistas, uma Libertadores, um Mundial e uma Recopa. Sempre com muita frieza, foi fundamental na grande maioria de todos esses títulos.

Não faltaram gols em cima de rivais, belas jogadas, espírito de liderança e dedicação. Danilo se tornou referência e um dos meus principais ídolos pessoais. Seja pelos dribles lentos, porém letais, pelos gols importantes, pela sua calma em momentos decisivos, Danilo conseguiu conquistar um lugar especial no hall dos imortais que passaram pelo Corinthians. E deve constar entre os grandes nomes dos outros três clubes onde passou.

Hoje, com 39 anos, deve estar nos momentos finais de sua carreira, recheada de títulos,  construída em cima de muita competência e frieza.

Danilo é canhoto. Mas sempre foi democrático: faz gol de esquerda, de direita, de cabeça, de perto, de longe. Faz gol em fase de grupos, em fase final, no começo do jogo, em momentos decisivos, em disputa de pênalti. Pouco importa a situação, o importante é aparecer, mas sem fazer a mínima questão de aparecer. Entende?

Danilo quase teve sua carreira abreviada. Danilo não fez drama. Danilo se recuperou, superou todas as adversidades, e mesmo após mais de um ano parado, voltou a jogar como se nada tivesse acontecido, com a mesma tranquilidade de sempre.

Danilo nunca atuou pela Seleção. No final das contas, pouco importa.

Talvez seu estilo não sirva para uma equipe onde a imagem é mais importante do que a bola.


Talvez seu estilo sertanejo do interior não combine com o perfil de rockstar chiliquento que a CBF tanto goste.

Talvez sua aparência simples não se enquadre no cast selecionado a dedo para aparecer em coletivas de imprensa e propagandas de patrocinadores.

Danilo nunca precisou da Seleção. Talvez, a Seleção precisasse de um Danilo. Agora, é tarde.

Mas, para cultuar o grande e silencioso Danilo, sempre é tempo.

Obrigado, Danilo, pela sua contribuição com o futebol, e por fazer tanto pelo meu clube de coração.

OBRIGADO, CORINTHIANS!

por Marcelo Soares


Escanteio, todos se calam. Não foi a primeira vez que ficamos acuados durante o jogo. Em alguns lances de perigo tememos sofrer o gol. Mas ao chegar no fim da partida, sabendo que ali havia uma oportunidade de virarmos aquela situação a nosso favor, todos se uniram.

Alguns preferem não olhar, outros erguem seus braços em forma de prece. A bola sobe e…
Antes de tudo isso acontecer diante de mais de 40 mil torcedores, quero contar algo pra você.

No ano de 2003, fui ver o time de coração do meu pai. Não entendia muito bem o que acontecia mas sabia que após Liedson balançar a rede quatro vezes e ouvir a explosão da torcida, aquele time se tornaria o meu também.

Há 35 anos, o meu avô levava seus filhos pela primeira vez para ver o seu time do coração, com eles a história foi diferente. O time não venceu e a tristeza tomou conta de parte daquele momento.

Porém por trás de tudo isso se passa uma aventura que você não faz ideia. As dificuldades da época para se conseguir chegar até o estádio eram grandes. Tombos, arranhões, chuva e o cansaço eram na maioria das vezes presença confirmada.

Foram tantas as histórias vividas entre pais e filhos e o que mais encanta é ver que filhos se tornaram pais e pais se tornaram avôs. Dizem que só se aprende a ser filho quando se é pai é só se aprende a ser pai quando se torna avô.

E todos esses aprenderam uns com os outros a ser Corinthians.

Aprenderam a apoiar uns caras completamentes desconhecidos que chegam para defender seu time, passam confiança para eles e dão força total, até mesmo nos momentos de raiva não largam quem está vestindo a camisa do seu time.

Muleta se torna mastro de bandeira, andador vira apoio pra ter força pra empurrar o time e cadeira de rodas um simples assento na arquibancada.


Dentro da Arena Corinthians em Itaquera, tende aparecer muitas pessoas querendo estragar a festa, geralmente estão de verde e branco ou vermelho, branco e preto. A força da torcida faz com que isso se torne praticamente impossível.

Depois de tantos jogos e tantas histórias, viver esse clássico era importantíssimo.

Muitas mudanças acontecem em cada uma das três gerações presentes no estádio porém os percalços até chegar ao jogo naquele dia pareciam muito com os de 35 anos atrás.

Chegar em cima da hora e subir o barranco foram alguns dos problemas.

O mais velho, que já foi o de mais vigor, hoje precisa de ajuda. O mais novo se encanta com a ajuda dos filhos devolvendo o favor que o avô fez inúmeras vezes para eles.

A sensação ao chegar na arquibancada e ver aqueles caras que mal conhecemos mas que nos representam como ninguém é inexplicável.

Como se fosse o Paolo Guerrero no Japão, Romarinho na Argentina ou até mesmo Tupãzinho em 1990, Rodriguinho nesse momento de êxtase aproxima-se desses momentos, proporcionando algo maravilhoso.

Mais de 40 mil pessoas e milhares de histórias ímpares, mas sem dúvida a melhor história a ser relatada foi do encontro entre três gerações unidos por uma só causa.

Escanteio, todos se calam. Alguns preferem não olhar, outros erguem seus braços em força de prece. A bola sobe e…

Muito obrigado, Corinthians!

FELIZ ANIVERSÁRIO, CORINTHIANS

por Mateus Ribeiro


O Corinthians é o maior amor da minha vida, e eu não escondo isso de ninguém.

O alvinegro do Parque São Jorge já me fez chorar, sorrir, xingar.

O Timão é o principal responsável por quase todas as vezes que meu coração ameaçou parar de funcionar. Mesmo assim, o Corinthians continua sendo meu maior, e talvez, único amor.

Eu não consigo expressar através de palavras como o Sport Club Corinthians Paulista é grande na minha vida.

Um dos motivos que virei torcedor do clube foi por ver Tupãzinho, Fabinho e Ronaldo. Esses três foram meus primeiros ídolos. Eu não conhecia nada de futebol, mas gostava daquele visual despojado, gostava daquela combinação de cores. Esses fatores foram mais que suficientes para eu me tornar um adepto do time do povo.

Depois que aprendi a diferenciar um escanteio de um lateral, vieram Marcelinho, Viola, Rincón, Gamarra, Edílson, Luizão, Dida, Sylvinho, Henrique, Célio Silva e tantos outros. Alguns eram craques. Outros, bons jogadores. E tinha a turma que era caneluda, mas que dava o sangue pelo time. Essa última classe é a que mais me identifico até hoje.


Durante muito tempo, sofri muito com a soberania dos rivais paulistas. Após alguns anos, comecei a ficar mal acostumado. Vieram inúmeros títulos estaduais e nacionais.

Faltava a América e o Mundo. Faltava. Em 2012, essas barreiras foram quebradas. E eu ali coloquei na cabça que eu já tinha visto de tudo, e que não conseguiria mais assistir jogos do meu Timão com a mesma emoção. Ledo engano.

Continuo sofrendo, chorando, gritando, respirando e sangrando Corinthians.

E assim quero continuar até o dia da minha morte

O Corinthians é a maior parte de mim. E, no dia do seu aniversário de 108 anos, gostaria de agradecer todos os meus ídolos do passado e do presente.

Gylmar, Cássio, Basílio, Sócrates, Geraldão, Wladimir, Espaaaaaaaaaaaaaaaaaaaalma Ronaldo, Neeeeeto, Marcelinho, Rincón, Vampeta, Ezequiel, Giba, Casagrande, Oswaldo Brandão, Viola, Edílson Capetinha, Chicão, Biro Biro, Rivellino Zé Maria, Danilo, Wilson Mano, Marcelo Djian, Ado, Baltazar, Cláudio, Dinei, Idário, Ruço, Tobias, Zé Elias, Vicente Matheus e tantos ídolos do passado e do presente, meu muito obrigado para todas as pessoas que ajudaram a construir essa historia maravilhosa, repleta de glórias, lutas e vitorias.

Corinthians Grande! Parabéns pelos 108 anos de historia!

O MARKETING FOI OUVIDO?

por Idel Halfen


No futebol as decisões quanto à contratação ou não de algum jogador costumam ficar restritas ao departamento de futebol e à presidência. Eventualmente a área financeira e a jurídica são ouvidas, mas não necessariamente acatadas.

O marketing, por sua vez, geralmente só é chamado depois do negócio fechado para criar alguma ação de promoção e divulgação do fato.

Nas estruturas em que o conselho diretor tem o pomposo título de comitê de gestão, eventualmente todos são convidados a opinar e algumas vezes até a votar sobre o tema, porém não há como esquecer que os integrantes desse “comitê” são acima de tudo torcedores apaixonados e, como tais, pouco dispostos ou preparados para analisar com a ótica da razão alguma argumentação elaborada sob esse prisma. Dessa forma, os aspectos técnicos são pouco ou nada absorvidos e as decisões acabam sendo pautadas muitas vezes pelo entusiasmo e pela emoção. Aliás, essa é uma das consequências da formação de comitês que tenham como premissas as composições políticas ao invés de técnicas, reconhecendo aqui que a estrutura estatutária dos clubes não permite, infelizmente, algo muito diferente.


Vimos recentemente um episódio que até poderia alimentar a esperança de que o quadro descrito acima estaria mudando. Refiro-me à desistência da contratação de um jogador por parte do Corinthians devido ao fato de ele supostamente ter agredido sua ex-namorada. Vale lembrar que o clube tinha encampado no Dia Internacional da Mulher – 8 de março – uma campanha chamada “respeita as mina” que tinha como intuito combater a violência contra as mulheres. A desistência da contratação certamente trouxe coerência à campanha, cabe, contudo, o questionamento quanto ao que levou à  “não contratação”. Foi a campanha do clube ou a repercussão negativa que ficou nítida nas redes sociais?

É óbvio que a campanha “respeita as mina” agregou argumentos para os que eram contra a vinda do jogador nas redes sociais, mas até que ponto essas redes devem fazer o papel de tribunal? Se houve de fato a agressão é necessário que se puna, evidente, porém não creio que um movimento popular composto por pessoas que podem ser influenciadas pela massa e que não leram os autos do processo, seja o mais isento para influencias a “dosimetria da pena”.


Esclareço que o questionamento pretende apenas provocar a reflexão sobre os poderes das mídias sociais, pois, na verdade, até gostei da decisão de não se colocar o aspecto do desempenho técnico à frente da visão de longo prazo e de marketing. Geralmente o que costuma prevalecer nesses casos é a opção pelos resultados em campo. O cronista e técnico João Saldanha, que eu sempre admirei, costumava dizer que não escolhia jogadores para casar com filha e sim para darem resultados esportivos, de modo que não importava o que ele fizesse fora do campo. Pode até ser que no seu tempo, onde a preocupação com a imagem e o posicionamento mercadológico eram ignorados, a frase fizesse algum sentido, o problema é ela continuar fazendo sentido nos dias de hoje. 

Os clubes jamais podem esquecer que sua perenidade depende da renovação da torcida e de que essa passa não apenas por conquistas esportivas, mas também pelas figuras que os representam, as quais devem ser admirados e exemplos.