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Carlos Roberto

MUITO PRAZER, CARLOS ROBERTO!

por Walter Duarte


Manhã de sol de um Sábado de final de inverno no Rio de Janeiro. Céu azul e aquela paisagem deslumbrante da Zona Sul Carioca. Lá vou eu com a família visitar o Forte Copacabana e conhecer de perto toda aquela rica história de um Brasil do passado e as relíquias do Museu ali muito bem preservadas.

Recebo uma ligação do Amigo Carlos Fernando “Caca” para um “bate bola” em Ipanema no tradicional Botequim Popeye, e de pronto respondo baixinho:

– Aguarda um pouco, vou desenrolar com esposa e te encontro aí pelo meio dia.

“Liberado”, vou a pé mesmo pelo Arpoador aproveitando todo aquele visual nestas curtas visitas ao Rio. Chegando lá encontro com outros Campistas radicados no Rio como o Marcos Vergalhão e Jorge “PC”, um grande motivo para boa resenha de futebol e um chopp, é claro.


Apesar de tantas coisas ruins acontecendo no país, motivos de grandes embates, incluindo os ideológicos, passamos bons momentos e discutimos também os caminhos e descaminhos do futebol brasileiro. Papo vai, papo vem, eis que adentra ao recinto um Senhor sorridente e que eu conhecia de algum lugar. O Caca me apresenta.

– Waltinho, você sabe quem é esse aí?

Respondo:

– Rapaz, acho que sim, mas não sei se é…

Ele responde:

– Muito prazer, Carlos Roberto! 

A partir daí, passei a conhecer uma figura de rara simpatia e evidentemente muita bagagem no futebol. Falamos do “futebol clássico”, da sua experiência como volante do Botafogo campeão de 67/68 e de tantos momentos vividos por ele ao lado de lendas do futebol. Recordamos também de suas experiências como treinador, sendo campeão carioca em 2006 pelo Botafogo, sua passagem positiva no Americano de Campos em 85 e a admiração de jogadores de lá, em especial o incansável volante Índio.

Perguntei a ele das dificuldades que qualquer jovem jogador teria para pleitear uma vaga no Botafogo daquela época. Ele respondeu com a sabedoria de quem passou pelo crivo de grandes treinadores:

– Para se dar bem aqui você não pode errar passes! 

Certamente essa foi a receita do sucesso do Carlos Roberto. A sua eficiência e regularidade para dar sustentação àquele time mágico que ele recitou como poesia para todos presentes:


– Cao, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Waltencir, Carlos Roberto e Gérson, Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo Cezar Caju.

Nos despedimos e, satisfeito com aquela resenha descontraída, retorno para Copa com um motivo importante para justificar “aquela escapada”. Um dia que foi iniciado com um passeio histórico, terminando com uma aula de futebol de um importante profissional que faz parte de uma era gloriosa do futebol Brasileiro.

Ao decidir escrever estas linhas, retornando a Campos no domingo, fico sabendo do incêndio do Museu Nacional. Tragédia anunciada pelo descaso com a coisa pública. Façamos nossas reflexões de quanto é importante valorizar nossa história, riquezas e identidade enquanto povo.