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Artur Porto

GOL DE ARTISTA

Se a pelada for com golzinho de chinelo, uma coisa é certa: em algum momento surgirá a polêmica se a bola entrou ou não. Como a maioria dos jovens, Artur Porto estava exaurido da faculdade no último período, mas precisava entregar um trabalho de conclusão de curso para se formar em Design, na PUC-Rio, Foi aí então que precisou recorrer à grande paixão da sua vida: o futebol.

Após quatro meses de pesquisa e mais quatro de execução, sob a orientação do professor Celso Santos, o flamenguista desenvolveu um golzinho que não tombaria nem com as pedradas de Roberto Dinamite e, por conta disso, recebeu o convite para uma exposição em Dubai.

Diante de tanta intolerância entre as pessoas, Artur foi em busca de uma solução que unisse o povo e nada mais agregador do que a boa e velha pelada de rua. Como suas pesquisas de campo apontaram que os peladeiros carecem de muitas soluções de design, o jovem decidiu colocar a mão na massa.

– Procurei um produto que ajudasse a proteger e alimentar nossa marca registrada que é o futebol-arte. Ele surge, originalmente, nas peladas de rua. A ginga, o drible, a irreverência e a criatividade estão sempre presentes, mas eles jogam em condições adversas, precárias e improvisadas. Desenvolvi esse projeto pensando neles.



A fala é de quem vivenciou todas essas condições nas peladas da Rua General Glicério, em Laranjeiras. Na infância, descia para jogar diariamente com os amigos e improvisava os golzinhos com chinelo, gelo-baiano, portões etc.

Alguns anos mais tarde, agora formado com louvor, Artur vai ter o privilégio de ser um dos representantes do Brasil na Dubai Design Week, a maior exposição de design universitário do mundo. O evento ocorre entre os dias 13 e 18 de novembro e, de malas prontas, o jovem não consegue esconder a felicidade.


– É como se fosse uma convocação para uma Copa do Mundo, né! Vou poder representar o futebol moleque lá em Dubai. São 70 faculdades, com uns três projetos de cada uma.

Quando voltar ao Brasil, Artur pretende correr atrás da produção dos golzinhos. Segundo ele, o projeto exige um alto investimento porque precisa de uma produção em larga escala para ser viabilizado.

– Meu maior interesse é levar esse golzinho para projetos sociais ou campos de refugiado. Acho que tem tudo a ver! – completou.