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FALTA CARISMA

:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::::


Assisti essa pelada horrível entre Botafogo x Fluminense e tenho alguns pontos a destacar. O primeiro foi minha lembrança da decisão de 71 quando o tricolor venceu com um gol irregular de Lula, após um empurrão escancarado do lateral Marco Antônio no goleiro Ubirajara. Mas naquela época não havia VAR nem segundo, terceiro, décimo árbitro auxiliar.

Obviamente que o Botafogo deveria ter cobrado a falta, mas o juiz preferiu terminar a partida. Vale ressaltar que o Botafogo precisa de jogadores mais experientes se quiser sonhar alto. O juiz só aumentou o tempo de acréscimo, permitindo o gol do Flu, porque os jogadores comemoraram o segundo gol por quase cinco minutos!

O segundo ponto é como um time melhor tecnicamente entra em campo jogando para não perder e leva dois gols? Bastaram alguns minutos de futebol ofensivo para balançarem a rede! Por isso, falam que tem coisas que só acontecem com o Botafogo!

E essa história do novo dono do Botafogo afirmar que o Botafogo terá time A e B? Será que isso dará certo no Brasil? Na Europa, os atletas encaram isso com naturalidade, mas aqui é Brasil e terá muita gente torcendo o nariz por não estar no principal. É bom John Textor investir pesado em psicólogos e naqueles jogadores que não jogam nada, mas são bons de animar vestiário, os “bons de grupo”.

Mas me assusta se a nova comissão técnica considerar esse time que enfrentou o Fluminense como o A. Imaginem o B!!!

E os técnicos portugueses não param de chegar! A onda lusitana está indo tão bem que até a Portuguesa desandou a ganhar! Só sei que os “professores” deveriam fazer o feijão com o arroz. Não insistam para que os goleiros saiam jogando com o pé!!!! Toda a semana algum entrega o ouro. O do São Paulo foi patético. Se nem os jogadores estão conseguindo acertar passes, não serão os goleiros.

Por falar em goleiro, Rogério Ceni vem fazendo um bom trabalho no São Paulo, com futebol ofensivo, e vai enfrentar o Palmeiras de Abel na decisão. A expectativa é de mais um jogo truncado e sem emoção, como vem sendo as finais do Palmeiras. Sigo como fã da Copa do Nordeste, os jogos são mil vezes mais animados do que os grandes centros. Rio, São Paulo e Minas tem os três times de maior investimento financeiro, mas eles estão precisando de uma pitada do tempero nordestino para conquistarem algo além do futebol: o carisma.

Pérola da semana:

Zagueiros em transição que dão fatiadas nas jogadas, com intensidade por dentro ou na diagonal, tentando encontrar um atacante agudo que exerce a função de falso 9 flutuando pelo último terço do gramado.

Entenderam as asneiras das figuras que analisam nosso futebol?

O CRAQUE DO BRASIL EM 2012

por Luis Filipe Chateaubriand


Corria a Copa Libertadores da América de 2012, e Emerson Sheik cumpria atuações apenas regulares.

De repente, não mais que de repente, o mancebo “arrebentou” nas semifinais contra o Santos.

Não bastasse isso, nas finais, contra o Boca Junior, só “faltou fazer chover”, especialmente no segundo jogo, em São Paulo.

Quatro jogos, importantíssimos, foram suficientes para fazer de Emerson Sheik o melhor jogador do Brasil em 2012!

SUCESSO NA REGIÃO, SUPERCOPA NOROESTE RETORNA COM EDIÇÃO 2022

por André Luiz Pereira Nunes


Em 2017, as regiões norte e noroeste do estado do Rio de Janeiro sofreram drasticamente com a diminuição do número de integrantes que disputavam os certames profissionais organizados pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ). Na ocasião, apenas o Paduano e o Itaperuna ainda participavam das competições oficiais.

Indignado, devido ao pouco caso por parte da Federação com os clubes do interior, o desportista Márcio Monzato, ex-presidente do São José de Itaperuna, teve a brilhante ideia de congregar as agremiações do interior numa única liga, de caráter amador, com o intuito de não deixá-las inativas.

Consequentemente, disputaram a edição inaugural de 2017: Associação Atlética Guaritá (Itaperuna), Boa Sorte Atlético Clube (Cantagalo), Cardoso Moreira Futebol Clube (Cardoso Moreira), Estrela do Norte Esporte Clube (São Fidélis), Esporte Clube Italva (Italva), Floresta Atlético Clube (Cambuci), Liga Itaocarense de Desportos (Itaocara), Monte Carmelo Atlético Clube (Carmo), Miracema Futebol Clube (Miracema), Nova Aurora Futebol Clube (Italva), Real VTS (Bom Jesus do Itabapoana), Retiro Futebol Clube (Itaperuna), São Fidélis Futebol Clube (São Fidélis), Seleção de Laje do Muriaé (Laje do Muriaé) e União Calçadense Futebol Clube (São José do Calçado/ES).


Paraíso, de Cambuci, foi o vencedor da edição 2019.

Sagrou-se vencedor o Monte Carmelo, enquanto Floresta e a Liga Itaocarense de Desportos ficaram, respectivamente, na segunda e terceira colocações.

Em 2018, a lista de disputantes contou com as presenças de Aperibeense Futebol Clube (Aperibé), Associação Atlético Noroeste (Miracema), Bibarrense Atlético Clube (Duas Barras), Boa Sorte Atlético Clube (Cantagalo), Cardoso Moreira Futebol Clube (Cardoso Moreira), Cordeiro Futebol Clube (Cordeiro), Esporte Clube Italva (Italva), Floresta Atlético Clube (Cambuci), Laje Esporte Clube (Laje do Muriaé), Liga Itaocarense de Desportos (Itaocara), Macuco Esporte Clube (Macuco), Monte Carmelo Atlético Clube (Carmo), Retiro Futebol Clube (Itaperuna), Paraíso Esporte Clube (Cambuci), União Calçadense Futebol Clube (São José do Calçado/ES) e União São Vicente Futebol Clube (São Fidélis).

O Macuco foi o campeão, o Atlético Noroeste o vice, enquanto a Liga Itaocarense de Desportos repetiu a terceira colocação e o União São Vicente ficou na quarta posição.

Em 2019, ocorreu a terceira edição que contou com Altense Clube (São Sebastião do Alto), Associação Atlético Noroeste (Miracema), Bibarrense Atlético Clube (Duas Barras), Boa Sorte Atlético Clube (Cantagalo), Cardoso Moreira Futebol Clube (Cardoso Moreira), Carmense Atlético Clube (Carmo), Esporte Clube Italva, (Italva), Floresta Atlético Clube (Cambuci), Liga Itaocarense de Desportos (Itaocara), Macuco Esporte Clube (Macuco), Monte Carmelo Atlético Clube (Carmo), Olympico Futebol Clube (Bom Jesus do Itabapoana), Paraíso Esporte Clube (Cambuci), Pito Aceso Futebol Clube (Aperibé), União Calçadense Futebol Clube (São José do Calçado/ES) e União São Vicente Futebol Clube (São Fidélis).


Macuco foi o campeão da Supercopa Noroeste de 2018

O Paraíso, do distrito de São João do Paraíso, em Cambuci, foi o campeão da terceira edição, enquanto o Pito Aceso, de Aperibé, foi o vice.

Finalmente, após um longo hiato causado pela pandemia, haverá a partir deste mês de março a quarta edição. Os participantes serão União Futebol Clube (São Jose do Calçado/ES), Cardoso Moreira (Cardoso Moreira), Palmeiras Sport Club (Cambuci), Macuco Esporte Clube (Macuco), Esporte Clube Paraíso (Miracema), Associação Atlético Noroeste (Miracema), Pito Aceso Futebol Clube (Aperibé), AMCMP – Associação (São Jose de Ubá), Nacional Atlético Clube (Palma/MG), União São Vicente Futebol Clube (São Fidélis), Brasileiro Futebol Clube (Bom Jesus do Itabapoana), Secretaria de Esportes de Cantagalo (Cantagalo), Porciúncula Esporte Clube (Porciúncula), Visconde Futebol Clube (Trajano de Moraes), Altense Clube (São Sebastião do Alto) e Cordeiro Futebol Clube (Cordeiro).

As chaves ficaram assim definidas: GRUPO “A”: Macuco, Cordeiro, Visconde e Altense. GRUPO “B”: Palmeiras, Paraíso, Cantagalo e AMCMP – Associação. GRUPO “C”: Cardoso Moreira, Atlético Noroeste, Porciúncula e União São Vicente. GRUPO “D”: União Calçadense (ES), Pito Aceso, Brasileiro e Nacional de Palma/MG.


Monte Carmelo, de Carmo, venceu a edição inaugural da Supercopa Noroeste

No tocante ao regulamento, as 16 dezesseis agremiações estão divididas em 4 grupos com 4 clubes e farão jogos de ida e volta em suas respectivas chaves, classificando-se para a fase seguinte as 2 melhores colocadas. Findada a primeira fase, as 8 habilitadas disputarão as quartas de final, em caráter eliminatório, com partidas de ida e volta. Os vencedores, no placar agregado, avançarão à próxima fase. Daí, as 4 classificadas disputarão as semifinais, em jogos de ida e volta, em que os vencedores, no placar agregado, chegarão à decisão, que também contará com partidas de ida e volta.

Contando sempre com a expressiva presença da torcida e o apoio maciço da imprensa e comércios locais, a Supercopa Noroeste se consolidou como uma relevante atração no calendário esportivo do estado do Rio de Janeiro, passando a dar protagonismo ao futebol do interior que se encontra infelizmente totalmente vilipendiado por parte da Federação.

E SE TODOS FOSSEM IGUAIS A VOCÊS?

por Eliezer Cunha


Sou de uma geração em que se dizia; falta na entrada da área é pênalti. E Pênalti era sinônimo de gol certo. Bola em um dos cantos e o goleiro magicamente acertando o lado ou não, nem chances tinha. Tínhamos jogadores que não faziam mais que o óbvio, treinar, treinar e treinar. Converter em gols os fundamentos necessários para que a bola se acolhesse no fundo das redes. Goleiros, figuravam-se e os narradores já reservavam sua voz para a validação final, Gol. Os marcadores dos placares eletrônicos ou não, já se antecipavam ao novo placar da partida. Zico, Roberto, Dicá, Sócrates e companhia cumpriam o básico papel de um batedor: bola nas redes. Os tempos passaram e os fundamentos infelizmente também.

Hoje não existe mais distinção entre os times grandes e os pequenos no momento de uma decisão por pênalti. Ainda me arrisco a dizer que os times de menor expressão possuem um desempenho melhor que os demais, lógico,  pois é neste momento que tudo se igualam perante o arco e os fundamentos se sobressaem. Neste momento decisivo treinamentos e dedicação fazem a diferença. Temos aí então a chances necessárias de vitória de uma equipe de menor poderio.

Com certeza os times menores estão se aperfeiçoando cada vez mais neste quesito para se superarem frente aos times grandes. Isso se chama estratégica. Algumas cobranças são verdadeiras aberrações contra os fundamentos básicos para uma boa cobrança.

Com cada vez mais a ineficiência dos ataques perante as defesas adversárias, as decisões das partidas, de uma vaga ou até de um campeonato por pênaltis estão pesando nos resultados.

A bola continua rolando…, mas é, a bola parada que ainda pode estar decidindo.

QUEM SE LEMBRARIA?

por Péris Ribeiro 


Pavão, Chamorro, Jadir, Tomires, Dequinha e Jordan ( em pé); Joel, Paulinho Almeida, Indio, Dida e Zagalo (agachados)

Quando alguém com os sentidos mais atentos, e o faro mais aguçado, se dispuser a contar em detalhes sobre a primeira grande epopeia da história do Maracanã, não terá maiores dificuldades em se deparar com o heroico Tricampeonato do Flamengo. Uma façanha e tanto, obtida ainda na primeira metade dos anos 1950. 

Logo se fará íntimo também das peripécias cometidas por um certo Rubens, o genial Doutor Rúbis, meio-campista que era a estrela da companhia e o maior ídolo da frenética massa rubro-negra. Ainda mais naqueles tempos, em que o mais famoso estádio do mundo, no seu gigantismo de meter medo, ainda cheirava a tinta fresca, cimento e concreto armado, e começava timidamente a ser chamado de Maraca pelo entusiasmado torcedor das arquibancadas. 

Mas que não se impressione, lá, o nosso pertinaz pesquisador se, quase em seguida, se deparar com o simples nome de Dida. Um Dida cravado ali, no entanto, como o grande personagem da consagração do heroico Tri. Um título tão sonhado quanto inédito, e que viria na memorável noite de 04 de abril de 1956 – com direito, inclusive, à invasão do cemitério de São João Baptista. Uma invasão ocorrida já em plena madrugada, numa comovida homenagem póstuma ao dr. Gilberto Cardoso, o apaixonado presidente falecido na reta final da campanha, no mês de novembro de 1955.

Dida foi, sim, “o grande mocinho da “negra” com o América”, como estamparia no título de sua principal matéria, em letras garrafais, a revista “Manchete Esportiva”. Afinal, depois de vencer o primeiro jogo por 1 a 0, e de ser goleado de maneira acachapante por 5 a 1 no segundo, no domingo seguinte – logo em um domingo, 1° de abril -, eis que o Flamengo praticamente como que ressurgiu das cinzas. E ressurgiu naquela noite encantada de quarta-feira, com o Maracanã superlotado e com as ilustres presenças do presidente da República, Juscelino Kubitschek e do bispo Dom Hélder Câmara nas tribunas especiais.

Falaram – e muito! – durante dias e dias, logo em seguida à grande decisão, da proteção divina do dr. Gilberto lá dos céus. Disseram pela cidade que o profético padre Góes rezara à exaustão, até não poder mais, lá na igreja de São Judas Tadeu, no Cosme Velho. E foram bem mais além, garantindo que prometeram oferendas sem fim a Iemanjá, e que os tambores dos terreiros de umbanda rufaram sem parar até o sol raiar.

Mas a verdade, a grande e exclusiva verdade é que, se o ágil e habilidoso garoto alagoano não estivesse realmente predestinado, nada daquilo teria acontecido. Melhor dizendo: aquela noite de glória jamais teria entrado para a história. E é aí que os números são realmente de espantar. Flamengo 4 x América 1. Quatro gols de Dida! Uma quarta-feira, à noite. E mês… quatro. Abril!    

Que Dida ficou imortalizado como o mocinho daquela noite mágica, ninguém jamais irá contestar. Seria, no mínimo, uma blasfêmia irreparável. Imperdoável! Ainda mais, se lembrarmos de um certo – e imponderável – detalhe. Até a véspera do jogo, ele sequer estava escalado. Aliás, o irrequieto atacante andava fora do time desde a volta de Evaristo, finalmente recuperado de uma fratura no pé esquerdo. 

Portanto, Dida acabara entrando naquela finalíssima graças a uma daquelas decisões inesperadas de Don Fleitas Solich, o festejado técnico do Flamengo, sempre exaltado por tirar coelhos da cartola nos momentos mais imprevisíveis. Só que, em meio à indescritível alegria pelo primeiro Tri da Era do Maracanã, caberia muito bem uma pergunta. Quem se lembraria, ali, de Rubens, o quase intocável Doutor Rúbis, o mais festejado herói do Bicampeonato, conquistado nas temporadas de   1953 e 54?

Ou, de algo bem mais recente ainda: quem se lembraria, agora, de Paulinho? O Paulinho  Almeida que só não jogara a “negra” decisiva com o América. Que estivera em campo em 29 daqueles desgastantes 30 jogos, no mais longo Campeonato Carioca da história – começara em finais de junho de 1955,  só terminando em 04 de abril de 1956. O Paulinho que fora o artilheiro absoluto da competição, com 23 gols. E mais: que acabara escolhido como “O Craque do Ano” pela tradicional e conceituada revista “Esporte Ilustrado”- a mesma que havia elegido Rubens o “N° 1”, nos anos de 1953 e 54. 

Quem se lembraria, afinal, em meio ao delírio coletivo pela extraordinária conquista, da dívida de gratidão da torcida rubro negra – dívida, que  ela  jamais poderia pagar –  para  com heróis do porte de um  Rubens, dos artilheiros Índio e Benitez, do injustiçado Paulinho Almeida?  Quem se lembraria?