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NÃO É UM JOGO HISTÓRICO;
É UM JOGO COM HISTÓRIAS

por Pedro Barcelos

Amanhã tem Botafogo X Crystal Palace em Londres, às 9h30 (Brasília).

O último confronto do time inglês contra um clube brasileiro aconteceu em 1961, quando o Bangu venceu por 2 a 0, também em Londres.

Pesquisando sobre o jogo, notei duas curiosidades: a primeira é a escalação de Ubirajara Mota, goleiro que anos depois defenderia o Botafogo; a segunda, e ainda mais interessante, é a escalação de Nilton Santos.

Mas calma! Esse era outro Nilton Santos.

Na época, o futebol carioca tinha dois laterais esquerdos com o mesmo nome. A confusão era tanta que até o El Clarín, jornal argentino, noticiou em 1964 que o “legendário bicampeão mundial de 1958 e 1962” jogaria um Bangu X Banfield, em Buenos Aires.

Esperamos que amanhã o time dos Ubijaras e Niltons Santos vença de novo.
Bom jogo pra gente!

VERGONHA

por Rubens Lemos

Mediocridade.

O torcedor brasileiro usufrui do horrendo brinquedo entre a fantasia do futebol mentiroso e a realidade do nivelamento subterrâneo. O jogo contra a Coreia terá os pretensos titulares do asno Tite, o treinador da CBF. Ocorre o básico: efetivos e reservas atuais são parelhos na ruindade idêntica, seja o Brasil campeão da pior e mais maluca Copa do Mundo de todos os tempos. Perder para Camarões suja a biografia.

Tite, o tosco, não percebeu que 10 títulos mundiais permaneceram no arquivo com a eliminação da Itália logo nas classificatórias europeias. Desdenhou da guilhotina sofrida pelos alemães e deve ter assistido, de pijama, o fracasso do Uruguai. Que foi da Alemanha e, antes mesmo da Copa, da Itália. Só aí, 10 canecos perdidos.

Tite é o segundo técnico a ter a nova chance após perder. O primeiro foi o siderúrgico teimoso Telê Santana, derrotado em 1982 e depois em 1986, mudando, sem escrúpulos, a forma de jogar encantadora pelo defensivismo que a França comeu nos pênaltis.

O Brasil contra a Coreia. Nos bons tempos, a aposta seria na dimensão do placar. Surra de 6×0, 8×2, 9×1. O que o Brasil fez na primeira fase foi típico de uma Bulgária ou Romênia nos anos 1980/90. Uma conquista de vaga sofrida.

O Brasil do meu tempo, mesmo perdendo títulos, jogava mundiais com 16 e, no máximo, 24 equipes, sempre chegando com força para vencer. Tivemos duplas como Zico e Roberto Dinamite, Zico e Sócrates, Bebeto e Romário e Rivaldo e Ronaldo Fenômeno.

Agora, com nulidades milionárias do futebol europeu, o Brasil esperou pelo resultado da Suíça contra a Sérvia. Horrível. Levou um gol de pelada, desvio de cabeça no miolo de zaga endeusado por Galvão Bueno.

Preparem seus corações. As oitavas contra a Coreia serão difíceis. Não tem desculpa. No dia em que a Coreia meter medo no Brasil, é melhor fecharmos nosso futebol definitivamente. Se somos grandes, atropelaremos. Se formos medrosos, correremos riscos indesculpáveis para uma tradição inviolável quando havia craques derramando pelas garrafas de cerveja. O que for não será surpresa.

três rios na rota da copa do mundo

por Zé Roberto Padilha

Em 1966, a seleção brasileira de futebol, na época bicampeã mundial, fez a sua preparação em cinco cidades do país.

Teresópolis, Niterói, Lambari, Caxambú e …Três Rios.

O adversário da seleção, na partida realizada no Estádio Odair Gama, eu desconhecia, mas o parceiro Fernando Von Borel me disse que foi o Tupi, de Juiz de Fora.

A foto, histórica, é do arquivo da família, já que meu pai era sócio-proprietário da “A Predial Ferragens”, cuja placa plublicitária foi erguida no alto das arquibancadas.

A seleção brasileira jogou com Djalma Santos, Bellini, Manga. Edson, Fontana e Dudu; Nado, Fefeu, Alcino, Tostão e Edu.

A sintonia de Três Rios com o futebol sempre foi muito forte. Grandes craques foram revelados por aqui, entre eles, Ferreira, ponta esquerda, que jogou no América FC, daqui e do Rio, Valencia, da Espanha, e seleção brasileira.

A ponto de colocar seus dois times profissionais, América FC e Entrerriense FC, entre as doze equipes que disputaram a segunda divisão carioca, em 1992.

* Os amigos já me avisaram: Foi o Tupi FC, de Juiz de Fora, que foi o adversário da Seleção Brasileira. Obrigado, Fernando Von Borel Du Vernai.

O “NOSSO CAZÉ” (CASEMIRO) DA SELEÇÃO E HERÓI DA CLASSIFICAÇÃO

por Kawer Anderson da Mata

Ainda estamos na 1° fase da Copa e, em tempos de Streaming e outras plataformas digitais, assistimos a um certo Cazé – aquele com público de milhões no Youtube, fazendo muito sucesso na internet transmitindo a Copa do Qatar 2022.

E em campo, valendo o Hexa, temos o “nosso Cazé”, o volante Casemiro da seleção brasileira de futebol, que embora não use o tal apelido, vem construindo uma carreira na seleção, muito sólida, de quem tem autoridade no clube e na seleção, para ser um dos melhores do mundo da posição.

Foi assim nesse 2° jogo do Brasil na Copa, contra Suíça, adversário duro de vencer! O “nosso Cazé”, além de seguro e dono absoluto do meio campo da seleção, ainda foi o CARA diferente na questão tática, sendo aquele fator surpresa, tanto em bola parada, como em jogadas construídas. Aparecia junto aos homens de frente ao gol, com a proteção no meio de Fred, (uma das novidades nesse jogo) que nem tão bem estava, mas fazia a vez de salvaguardar tanto a linha de criação no meio, como a linha de zaga.

Vini Jr. o mais acionado pelo lado esquerdo.

Richarlison, o mais marcado no ataque brasileiro.

Paquetá fazendo a função do Neymar? É sério isso Tite????

A Suíça mais rondou a defesa da nossa seleção, do que ofereceu algum perigo.

E Vini Jr., quase sempre deitando o corpo para realizar seus arremates, errava o tempo de bola na finalização, como na única oportunidade mais clara da primeira etapa de jogo, pegou de joelho, atrasado e o goleiro suíço espalmou.

Enquanto isso, o “nosso Cazé” controlava o meio campo e aparecia como o inesperado, inclusive na criação de jogadas, (ou na tentativa de…). Até o final do 1° tempo, a oportunidade anterior de Vini Jr. e o chute cruzado de fora da área do Raphinha acabaram sendo as melhores jogadas da seleção brasileira nos primeiros 45 minutos do muito burocrático ataque brasileiro e novamente viramos com o placar em branco.

Segundo tempo começa com Rodrygo (o correto substituto do Neymar nessa partida) dando mais velocidade no passe junto ao Vini Jr, que apareceu com perigo no ataque, mesmo com a Suíça ainda endurecendo mais o jogo na marcação. Começava a sobressair na nossa seleção, mais valores individuais, tentando controlar o nosso jogo e a Suíça assustando mais em lances pelos lados e arrancando escanteios; ela só ameaçou e para nós, sem dor.

Com a saída de Fred e a entrada de Bruno Guimarães, a seleção melhorou muito, a Suíça ainda esboçava criar lances perigosos e, à medida que o tempo passava, mais a sensação do quanto era difícil marcarmos gol nos suíços aumentava.

Até que surgiu o lance do “1° Gol” do Vini Jr. num passe final do “nosso Cazé”, com Rodrygo participando e até o Richarlison voltando do impedimento, mas o VAR foi acionado e o gol anulado.

Deu aquela esfriada na seleção canarinho? Vini Jr. chama mais o jogo pra ele, várias bolas alçadas na área; é pra dar de cabeça? Quem poderia ser a solução?

Diz aí torcida rubro-negra!!!!

Entra Anthony e Gabriel Jesus e o “centroavante” do Tite faz o gol? Ah tá, até parece, Bruno Guimarães melhora o passe da nossa seleção, o relógio aproxima-se da parte final do jogo, até que surge a triangulação do Real Madrid; Rodrygo, Vini Jr e o “nosso Cazé”, o herói do dia, que acerta um chute de centroavante, de primeira, lado externo do pé direito, na bochecha da rede! Enfim, gol neles aos 37 do segundo tempo, ô dificuldade!!!!

Rodrygo, depois do gol, foi o que mais se arriscou ao ataque, mas, na hora da conclusão, parava nos bloqueios da zaga ou no goleiro suíço.

E o segundo gol sai? Esquece, o “nosso Cazé” é o herói da tarde e a essa altura, a classificação para as oitavas já não era mais novidade: 1×0 no placar e nossa vitória inédita nos suíços em Copas.

Agora vem o terceiro e o derradeiro jogo da primeira fase. Será que vem reservas com tanta qualidade, no lugar dos prováveis poupados titulares?

Já diziam os padres: “Oremos!”.

COMO ME APAIXONEI PELA COPA DO MUNDO, O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA

por Kaike Trento

Salve, salve, amantes do futebol. O meu nome é Kaike Trento e aqui estou para fazer minha estreia nos “gramados virtuais” do Museu da Pelada.

A Copa do Mundo de 2022 está rolando e como muitos sabem, sou um apaixonado pelo esporte bretão. O meu intuito com meu primeiro texto para o Museu da Pelada é dividir com vocês como surgiu a minha paixão por este esporte maravilhoso chamado futebol e pelo maior espetáculo da Terra, a Copa do Mundo. 

Vamos lá!

O início de tudo 

Nascido em 1988, me lembro vagamente da Copa de 1994, mas tenho bem viva a memória daquela final. Estávamos na casa do primo do meu pai, a festa estava armada: churrasco, cerveja e família reunida para o grande dia. 

Eu não vi a última cobrança de pênalti, nem o meu pai, que sempre foi um apaixonado pelo esporte e estava muito nervoso. Então, saímos para não ver a cobrança e assim que atravessamos o portão, vieram os gritos de dentro da casa. Ali tivemos a certeza que o tetra estava ganho, ele me deu um abraço e disse ‘Ganhamos filho, o Brasil é tetra’. 

A primeira decepção 

Como minha última copa tinha sido de grandes alegrias, eu achava que a seleção brasileira era imbatível, estava crente que o título em 1998 seria certo. Dessa vez sem meu pai em casa, a festa da final, foi armada na casa de uma conhecida da família do meu tio materno (outro apaixonado pela seleção). 

Lembro de sentar ao lado do meu tio para acompanhar a grande final e ali, tive a minha primeira decepção com a Canarinho. Não sabíamos se Ronaldo Fenômeno iria jogar, estávamos todos aflitos, até o momento que a seleção entrou em campo e lá estava o nosso camisa 9.

A sensação de alívio tomou conta, mas Zidane tratou logo de colocar água no chopp de todos. Eu via o brilho nos olhos do meu tio sumir a cada gol que o camisa 10 da França anotou, o tempo passava e cada vez mais, o penta ia ficando distante. Meu tio olhava fixamente para TV, não acreditando no que via. Fim de jogo França 3 x 0 e o sonho do penta adiando. 

A redenção e a descoberta profissional

Já em 2002, com 14 anos e uma noção bem maior de futebol, foi ali que a chave virou. A Copa de 2002 foi a copa da minha vida. Eu acordava de madrugada para acompanhar os jogos do Brasil e de outras seleções. Foi naquela época, vendo aquela cobertura sensacional, com Galvão Bueno e Fátima Bernardes, que tive a certeza do que queria fazer na minha vida. Eu me apaixonei pela Copa do Mundo e pelo jornalismo. 

A seleção de 2002 foi desacreditada para o torneio e ninguém confiava no título, mas para um pré-adolescente, que acabara de descobrir uma paixão (a maior de sua vida até então), pouca coisa importava além da empolgação com o possível penta, que havia escapado quatro anos antes. 

E o penta veio! Era a redenção do Fenômeno. Ronaldo, com o corte de cabelo do Cascão, acabou com os alemães e nos trouxe o tão sonhado penta. 

Mais uma decepção e a outra descoberta

Em 2006, já certo da paixão pelo futebol, comecei a ver a Copa com outros olhos. Eu deixei a emoção de lado e passei a ser um pouco mais crítico. 

Foi exatamente nesse ano que minha paixão pela seleção balançou. Eu lembro de minha mãe me perguntando: “Filho, você acha que levamos a copa esse ano? ”. Eu a respondi com toda a certeza do mundo: ”Claro mãe, não vai ter para ninguém, o quadrado mágico é imparável”, me referindo ao badalado quarteto brasileiro, que contava com Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano. 

Eu estava empolgado, mas aí vieram os franceses e Zidane, novamente ele, acabou com a alegria do país. Eu só pensava, “Meu Deus, como pode essa seleção ter perdido”. Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano eram fantásticos, mas Zizou fez o trabalho mais uma vez e com o gol de Henry, fomos eliminados nas quartas de finais. 

A eliminação foi um fato inédito, já que acompanhava a seleção desde 1994 e aquela foi a primeira vez que vi o Brasil fora da final. Naquele momento, percebi que infelizmente nós não éramos imbatíveis.

E agora em 2022, aquele sonho de menino está mais vivo que nunca. O amor pela nossa seleção canarinho aflorou de novo, e vamos em busca do hexa.

Pra cima deles, Brasil!

Um abraço e até a próxima, galera!