por Zé Roberto Padilha

Esqueçam o dia 22 de abril de 1500. Este foi o dia em quem os portugueses chegaram para nos colonizar. E daqui levar quase todas as nossas riquezas.
O ano em que o Brasil foi descoberto, de verdade, foi 1958, em uma Copa do Mundo, disputada na Suécia. Foi apresentado, pela primeira vez, ao mundo, e o fez com um bola nos pés. Na final, 5×2 contra os donos da casa, não restou ao Rei Gustavo outra opção senão quebrar o protocolo.
E descer da Tribuna de Honra para conhecer de perto quem eram aqueles “moreninhos” que, em meio a uma absoluta totalidade branca, reinventaram o futebol.
Didi bateu uma falta de folha seca. A bola subia e, de repente, perdia a força e descia até encontrar as redes. Garrincha, de pernas tortas, entortava os laterais. E Pelé, o mais completo jogador de futebol, em todos os tempos, se apresentou à sua majestade.
E o futebol, a partir dali, jamais foi o mesmo. Ao descobrirem que era na pele escurecida que a velocidade jamaicana, a resistência queniana, e o improviso com a bola dos descendentes dos que procuravam a fuga da opressão, o gingado da capoeira para não esquecer suas origens, os colonizadores trataram de recorrer às suas colônias para equilibrar o jogo.
Caso contrário, seria covardia.
Em Moçambique, Portugal foi buscar o Eusébio. A França, Zidane na Argélia. E Lukaku foi encontrado pela Bélgica. Hoje, o mundo agradece a nossa miscigenação, tanto que o ataque do Real Madrid tratou de se cercar dos “moreninhos”.
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