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FUTEBOL, POESIA E REBELDIA

entrevista e texto: Paulo Escobar

Nos caminhos das entrevistas que tenho feito talvez este seja um grande amigo, que a vida me deu, nas ruas de Montevidéu cansamos de falar de futebol em algum bar banhado a cerveja. Sabendo das suas histórias de jogos, contos e manifestos que tinha feito através dos anos que correu atrás dos atacantes, nesse país maravilhoso chamado Uruguai. Durante os três meses que estive, entre o final do ano passado e começo deste, em Montevidéu, fiz muita entrevistas que saíram aqui no Museu.

Muitos ídolos Uruguaios que pisaram Campos no Brasil, e com ele não tivemos tempos e nem condições de fazer a entrevista. Então durante a pandemia conversamos com o grande Agustín Lucas, ex jogador e hoje escritor e colunista do jornal La Diaria de Montevidéu e da revista Tunel. É lá que de um jeito poético conta sobre a rodada do campeonato e de jogadores não tão comentado como os da série B ou C, trazendo a tona as divisões ditas inferiores.

Agustín foi um zagueiro que passou por muitos clubes do Uruguai e exterior, que já nos seus tempos de jogador reivindicou e trouxe a tona a desigualdade nas divisões e de jogador para jogador. Rebeldia esta que faz com que no ano de 2015 articule e organize os jogadores de futebol no Uruguai a paralisar as atividades, exigindo os direitos do jogadores de todas as divisões do futebol uruguaio. Foram realizadas duas manifestações nas ruas de Montevidéu com aproximadamente 700 jogadores mobilizados e trazendo a tona a desigualdade nas estruturas do futebol. Esteve na articulação do livro Pelota de Papel um livro de contos escritos por jogadores e jogadoras de futebol. O qual já tem três volumes e muito vendido na América Latina, e que faz muita falta na língua portuguesa.

Sem mais os deixo com a resenha deste que é mais que um jogador de futebol.