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Pelé

Ô, PESSOAL!! É O PELÉ!!

por Luciano Teles

Nasci em 1970. Em 29 de dezembro. Sem chance de ver Pelé jogar em seu auge, nem sua última Copa do Mundo. Desta, talvez tenha ouvido uma narração ou outra, se minha mãe acompanhou algum jogo, comigo ainda em seu ventre. Também não acompanhei tanto a carreira do Rei nos anos 70. Era um misto de imagens dele com a camisa do Santos, do Cosmos… nada muito claro.

Filho e irmão de vascaínos, tinha apenas 3 anos, no Brasileiro de 1974. Não acompanhei, portanto. Comecei a ter noção do que era torcer quando me vi verdadeiramente vascaíno, no título do Carioca de 1977, com 6 anos. Do mesmo ano, me lembro da decisão do Brasileiro, com o São Paulo campeão. Ambas as decisões foram nos pênaltis, o que pode ter influenciado nessa forte lembrança das imagens. Eu já gostava de ver futebol na TV.

Mas eu não via Pelé. O Rei estava nos distantes Estados Unidos. Sem TV transmitindo suas partidas, sua carreira acabou sem que eu tivesse acompanhado uma pequena parte que fosse. Entretanto, Pelé permeou minha infância e adolescência. Como? Simples: por publicidade, filmes (fiquei acordado até tarde da noite, para assistir “Fuga para a vitória”, na TV) e participações em programas televisivos. Por essa intensa atividade, a imagem de Pelé estava sempre presente no nosso dia a dia.

Me lembro dos brinquedos com seu nome, claro. Brinquei com alguns, todos ligados ao futebol. A única coisa que nunca me atraiu, foi o Pelezinho. Apesar de ser fã da Turma da Mônica (ainda me lembro do Feliz Natal Pra Todos, dos anos 70) e considerar Maurício de Sousa um gênio. Não sei a razão. Pensei muito nisso, quando fiz minha monografia de graduação em Jornalismo, exatamente sobre história em quadrinhos. Acho que personagens que retratam ídolos adultos como crianças não fazem parte do meu gosto. Pelezinho, Senninha etc.

Voltando ao Rei, sempre ficou aquela espécie de lacuna na minha cabeça: quem era Pelé? Quem era o cara com uma das fisionomias mais marcantes do planeta Terra? Com timbre vocal e fala, que parecia soletrar cada palavra, ainda que monossilábica, igualmente reconhecíveis? As imagens dele na Suécia, no Chile, no México, no Santos e nos EUA se misturavam, mas não eram organizadas na minha mente, confesso. Era algo quase que etéreo. O maior jogador da história, que encerrou a carreira, mas ainda se mantinha presente no cotidiano, das mais diversas maneiras.

Mesmo com os prêmios, as participações e matérias na TV, eu ainda não tinha noção do que o maior jogador de todos os tempos representava. Nem para o Brasil, nem para o mundo. Até que a exposição “Pelé, a arte do Rei” chegou ao Rio. Ficou sediada na Casa França-Brasil, de 24 de abril a 23 de junho de 2002. Não foi um ano exatamente fácil, para mim. Terminava minha formação, agora em Odontologia, mas eu tinha de ir. E fui. Ainda bem que eu fui.

Não me lembro de tudo que vi. Nem poderia. Eram quase 600 itens. Ainda guardo o programa da exposição comigo. Só ele já dá uma mostra do quão grande era aquela exposição. Foram 20 espaços – entre salas e corredores, alguns bem amplos – utilizados para o evento. Entrávamos por um túnel, como se saíssemos do vestiário para o gramado, para uma partida que, para mim, e muitos ali, seria única. Literalmente. Dificilmente uma exposição desse porte percorrerá o Brasil novamente. Agora, só em Santos, no Museu Pelé.

Peças recolhidas no Brasil e em todo o mundo. Caí em mim: “Caramba… a gente casa e tenta arranjar um cantinho na casa dos pais, para guardar nossas quinquilharias de infância e adolescência… Pelé precisa de quase um prédio todo para expor só 600 de seus itens… que vêm do mundo todo!!” Ainda: tinha a certeza de que muita coisa tinha ficado de fora.

Como eu sempre tive a mania de pegar algo no macro e reduzir ao micro, decidi refletir sobre o máximo possível de itens. Até para entender a amplitude de tudo aquilo frente à humanidade. Afinal, era tudo de um jogador de futebol. Não é desmerecer, claro. Como se diz por aí, “nunca foi só futebol”. Na verdade, me veio a pergunta: o que esse jogador fez, para merecer tantas menções honrosas e homenagens mil? O que o fez dele um atleta tão, mas tão diferenciado, com tanta arte, que acabou por ser retratado por Portinari, Djanira e Andy Warhol, para ficarmos em alguns? Quantos jogadores o foram?

Pensei: quem foi esse cara? Porque a questão vai um pouco além do que vimos. É mais profundo do que admirar a tela ou obra pronta. Passa pela compreensão do processo da decisão de um artista dessa grandeza parar, pensar e decidir retratar Pelé. Passar horas, dias, semanas em frente a uma tela, retratando, não apenas um jogador de futebol. Mas o maior jogador de futebol de todos os tempos. O que passava pela cabeça deles? E nas mentes de todos os artesãos que confeccionaram medalhas, placas, troféus… “Estou fazendo algo para… Pelé…” Definitivamente: não é pouca responsabilidade.

Admirei medalhas, troféus e certificados recebidos em diversos países. Fotos com estadistas. Fotos com diversos líderes religiosos. Fotos com artistas. Fotos com outros jogadores. Fotos com técnicos. Fotos com dirigentes. Fotos com pessoas comuns… até que pensei: “Ele não tirou foto com ninguém. Foram todos os outros que tiraram, cada qual, a sua foto com Pelé”.

De todos os itens, os que mais me chamaram a atenção foram: a bola de meia, a caixa de engraxate, a réplica da Taça Jules Rimet, a bola, as chuteiras e a rede do milésimo gol e a foto dele, jogando pela seleção, com o suor fazendo o contorno de um coração.

Por quê? Porque retratam momentos singulares. A bola de meia e a caixa, jogando e sonhando, em meio a trocados ganhos no dia e a incerteza da infância, ainda que despreocupada, com toda a vida pela frente. A taça… na boa… quem se imagina ganhando uma Copa do Mundo e indo pegar a Jules Rimet pela terceira vez? Já deviam ser íntimos: “Oi, Jules, tudo bem? / Como vai, Pelé? E a família?” Os itens do milésimo gol, pela obviedade da marca. Quem pensa em chegar a mil gols, quando começa? Ainda mais quando não se tinha tantas competições? A foto “O Coração do Rei”, merece um destaque.

A foto é de autoria do fotógrafo Luiz Paulo Machado, num jogo amistoso entre a Seleção Brasileira e o Flamengo, em 06 de outubro de 1976, em memória do jogador Geraldo, então recém falecido, por intercorrência cirúrgica. Ilustrou a matéria da revista Placar sobre aquele jogo. Sempre se fala da imagem do coração, no tórax do Rei, formada por seu suor. Meio que característica dele. Outras imagens mostram a mesma formação, mas não com tanta nitidez (ver aqui). Eu vejo algo além do coração: a pose de quem está orientando o time, e com o semblante não tão leve, mesmo se tratando de um amistoso. Era um jogo. Um jogo do Brasil. A seriedade era a mesma. Ainda que já no final da carreira.

Passava tudo isso por minha cabeça, quando vi as pessoas simplesmente passando pela exposição. Pensei: “Ô, pessoal!! Por que a pressa?? É o Pelé!! Sabe Pelé? Então: Pelé!!” Devo até ter falado baixinho. Pessoas mais velhas falavam para os mais novos que tinham visto o Pelé jogar e tal. Só que a frase começava perto de mim e era terminada já dois, três passos adiante. As pessoas passavam. Simplesmente passavam. E repito, mais uma vez: simplesmente passavam. Quase me desesperei! Nunca vou entender aquele comportamento. Enquanto eu estava lá, poucos foram os que realmente observaram os itens e leram as descrições. Definitivamente, a iconografia de nossos ídolos precisa ser melhor trabalhada.

Pelé se foi em 2022. Em 29 de dezembro. No meu aniversário. A lembrança da exposição me veio imediatamente à mente. Via os diversos especiais e matérias sobre o triste acontecimento e me lembrava de ter visto pessoalmente vários daqueles itens mostrados. Sabe… isso dá uma sensação de ter estado em algum lugar importante, em termos de tempo e espaço. Nesses momentos, me veio uma sensação de que, de uma forma ou outra, honrei sua memória. E, sim: vendo as imagens relativas aos itens que destaquei, me emocionei. Porque eu pude entender quem foi aquele cara. Agradecido por tudo o que foi e fez. Muito obrigado, Rei. Muito obrigado, Pelé.

ERA UMA VEZ UM PAÍS

por Marcos Fábio Katudjian

Quando o ex-jogador Casagrande, durante a Copa do Mundo, fez a crítica que fez aos pentacampeões que estavam no Qatar, confesso que impliquei com ele. Via de regra não gosto dessa lacração compulsória com que ele e um contingente significativo da imprensa esportiva e da imprensa em geral nos perturba dia após dia.

O que disse o Casagrande? Ele se referiu aos ex-jogadores da seleção de 2002 que foram vistos pela TV nos estádios do Qatar frequentando as tribunas da FIFA, usufruindo dos coquetéis, das mordomias oficiais e apertando mãos de cartolas suspeitos. Para o Casagrande, esses ídolos nacionais deveriam se juntar aos torcedores na arquibancada da mesma forma que faziam, por exemplo, os ex-jogadores argentinos.

Passado um mês, hoje, talvez no dia mais triste e pungente da história da nação em décadas, desengaveto esse comentário, volto atrás e dou plena razão ao Casagrande. Sim, pois essa atitude no Qatar me parece prima irmã de outra ainda muito mais condenável: o inacreditável e INACEITÁVEL não comparecimento de jogadores atuais e do passado e de dirigentes ao velório do Rei Pelé.

Por Deus, será que é preciso lembrá-los de quem se trata? Quem é Edson Arantes do Nascimento? O mais importante futebolista da história mundial, sem o qual suas carreiras simplesmente não seriam possíveis. E não me refiro apenas aos pentacampeões, mas a uma enormidade de ídolos do esporte e de todas as áreas que falharam ao prestar homenagem a esse que foi o maior de todos os brasileiros.

E não me venham dizer que estavam em plenas férias. Trata-se de um momento fundamental de construção de identidade nacional, a mesma que Pelé gastou sua vida inteira tentando sacramentar. A atitude dessa gente diz muito sobre o que é o futebol brasileiro e o próprio país. Esses atletas e ex-atletas tinham a obrigação de deixar por um instante suas tribunas condicionadas e prestar tributo àquele que lhes ofereceu um país campeoníssimo no esporte e que lhes outorgou um país, de forma geral.

Ronaldos, Roberto Carlos, Cafu, Kaká, Romário, só para citar a ponta do iceberg dessa massa de ingratos, deveriam carregar o caixão do Rei, como fora no sepultamento de Ayrton Senna, onde os pilotos mais importantes do país e do mundo ali estavam.

Essa atitude, meus caros, é também irmã daquela outra que vimos também pela TV durante a Copa, a dos comedores de carne de ouro. E não me venham dizer que cada um faz o que quer com o dinheiro que tem. Essas atitudes revelam um descompromisso total, um não pertencimento absoluto a coisa nenhuma e uma total irresponsabilidade institucional. Não se enganem, senhores, não é por acaso que o Brasil fracassa Copa após Copa, não por falta de técnica, mas de caráter.

E considerando o futebol como um espelho de toda sociedade, o que se vê é ainda mais sombrio, um país mergulhado gravemente num individualismo absurdo, grotesco e até mesmo criminoso.

No final das contas o que fica na boca é uma sensação amarga de que o Brasil realmente não merece Pelé, sendo tudo que ele fez, todas as suas realizações maravilhosas, diante de atitudes como essas, parecerem pérolas jogadas aos porcos.

PELÉ IMORTAL

por Idel Halfen

O primeiro artigo do ano nos coloca diante do desafio de tentar escrever sobre Pelé de uma forma diferente do que vem sendo exaustivamente publicado, onde as conquistas e performances povoam a maioria dos textos.

Na busca por algo menos repetitivo, encontramos algumas reportagens insistindo em compará-lo com outros jogadores que pleiteiam o título de “o melhor do mundo”, as quais provocaram a reflexão que reproduzo e abordo a seguir: o que leva as pessoas a quererem fazer comparações e as consequentes ausências de coerência nas parametrizações propostas.

Para se estabelecer quem é o melhor em algo é necessário inicialmente estabelecer quais serão os atributos de avaliação, o que no futebol propicia uma enorme quantidade de variáveis.

Pelé era o jogador que chutava melhor? Que batia melhor falta? Que marcava melhor? Bem, provavelmente deve já ter existido jogadores que desempenhavam melhor alguma dessas funções, porém, certamente nenhum deles fazia tão bem as três e outras tantas outras como Pelé. Essa pequena provocação já nos leva a mudar a “eleição do melhor” para “o jogador mais completo”.

Mas mesmo com essa nova condição, a escolha precisa de elementos quantitativos para dar o devido respaldo à decisão. Número de gols? Assistências? Títulos? Todas essas métricas e muitas outras são válidas, porém, não podemos ignorar que os adversários são diferentes tanto em qualidade técnica como em perfil tático, o que, evidentemente, influencia os números apurados.

Também é preciso considerar que equipamentos como chuteiras, bolas, gramados e até os critérios de arbitragem mudam, de modo que o exercício de isolar os fatores exógenos que influenciam o desempenho de um jogador leva a análise para um terreno que propicia inúmeros pontos subjetivos, os quais, por sua vez, inviabilizam qualquer conclusão definitiva.

Outra vertente de “analistas” tentou incluir na comparação o “valuation” do jogador, utilizando para isso salários, contratos de patrocínio e até, pasmem, número de seguidores em redes sociais.

Embora corretos os exercícios de atualização monetária e cambial, faltaram nos devidos cálculos alguns aspectos macroeconômicos, assim como mercadológicos. Exemplificando: como o futebol no passado não gerava receitas tão significativas como as atuais – as fontes advindas de direitos de transmissão e patrocínio eram irrisórias -, os clubes não tinham como pagar cifras estratosféricas para contratar os melhores jogadores, o que permite inferir que os salários mais baixos da época guardam estreita relação com a capacidade de geração de receita da modalidade e não com a qualidade do profissional, de forma que os craques do passado tinham remunerações, mesmo corrigidas monetariamente, inferiores às atuais. Não esqueçamos que o custo de vida também era inferior.

Por mais que o Rei ainda fosse demandado por inúmeras marcas, temos que admitir que o período em atividade costuma ser mais fértil do que o da aposentadoria, principalmente em função do maior espaço na mídia e da contemporaneidade.

Na verdade, existem muitos mais argumentos para se jogar por terra as criativas tentativas de se comparar números, porém, o que foi exposto já é suficiente para demonstrar a ineficácia dos exercícios.

Finalizamos o texto com uma frase do Nelson Rodrigues, aliás autor de uma das melhores crônicas sobre o Rei, que resume bem o que pretendo expor: “Eu vos digo que o melhor time é o Fluminense. E podem me dizer que os fatos provam o contrário, que eu vos respondo: pior para os fatos”.

Pelé foi e será sempre o melhor do mundo! Basta!

PELÉ MORREU. MENTIRA. PELÉ NUNCA MORRERÁ

por Marcos Eduardo Neves

Se Elvis não morreu, Pelé… muito menos. Pelé é eterno.

Hoje o mundo se despede de um corpo. Um corpo de ET. Um corpo perfeito, esculpido pelos anjos do esporte e por deuses do Olimpo, criado para brilhar como o de nenhum outro humano na face da Terra.

Pelé não morreu. Nem jamais morrerá. Pelé sobrevive.

Edson, sim, morreu. O simplório Edson. Humilde como só ele, e que tentou por toda a vida, até o fim, absorver que dentro de si havia algo maior, imortal. Um espírito santificado que lhe tomara a alma, feito pacto de morte. E agora, de vida. Vida eterna.

Edson Arantes do Nascimento ficou exatos 30 dias em um mês no hospital lutando por sua vida, não pela de Pelé.

Covid, infecção respiratória, câncer no colón? Deuses não morrem disso. Deuses são entidades.

Edson se vai, deixando nos parentes a saudade dos momentos íntimos por que passaram nos bastidores.

Pelé fica. Deixando na memória lembranças de genialidade, toda ela pública, exposta aos olhos de todo o planeta por quem nunca teve e nem terá comparação. Quem é único. Quem é História.

Pelé, o futebol te venera. Mas agora o jogo acabou, Edson. E a eternidade apenas se inicia para você, Rei.

Você não foi o corpo que hoje se foi. Você é alma. É espírito. Você é pele. Pele é.

Deus salve o Edson. Porque o Rei está mais do que salvo.

Por tudo o que fez. Tudo que representou. Tudo que te fez o humano mais próximo de Deus.

Deus que agora recebe com todas as honrarias o Edson. Mas não você. Porque você também é um deus.

Louvado seja teu nome, Pelé.

Mil gols farão ao teu lado, outros mil à sua direita, mas você sobreviverá.

Por ter nascido Edson, mas se tornar infinito. Potência máxima, imortalidade plena. Pelé, o eterno.

PELÉ SE FOI

por Marcos Fábio Katudjian

Pelé se foi. Ou melhor dizendo, Edson Arantes do Nascimento está morto. A alma já não habita o corpo. Confesso que em minha mente a morte de Edson era previsível, esperada, em virtude da idade e dos sabidos problemas de saúde. Em meu coração, porém, a morte de Pelé é uma surpresa tremenda. Confesso que desconfiava, aqui dentro em minha emoção que Pelé não morreria jamais. Ao corpo físico mesmo. Além de eterno em nossos corações, Pelé pisaria o chão para sempre. Ou a qualquer momento seria abduzido para junto dos seus, fazendo jus ao imenso mistério que foi sua presença entre nós.

*

Segue teu caminho, Pelé, de volta à origem de toda a criatividade, a mesma que expressaste tão pura e lindamente neste plano.

Forjaste um esporte e forjaste um país. E para além disso, foste embaixador do sublime e do eterno, como será teu nome em nossos corações.

Retorna Àquele que te reconhecerá como semelhante, como cada um de nós para além desta vida. Àquele que, como tu, diremos para sempre em plena inteligência e emoção: “dois não há”.

Leva contigo nossa imensa GRATIDÃO pelo que semeaste no teu caminho iluminado, aquilo que nos é o mais caro, valioso e fundamental nesta vida: a Beleza.