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PC Caju

A TERNURA DA FOTO DE GARRINCHA

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Não preciso dizer que minha mente fervilha, que sou um caldeirão de emoções. Da mesma forma que xingo e soco paredes, também choro e apaziguo. No Dia dos Pais, recebi pelo zap uma preciosidade: uma foto de Seu Amaro Francisco acariciando a cabeça do filho Garrincha.

Era tanta ternura que me hipnotizou. A foto faz parte da biografia “Estrela Solitária”, que Ruy Castro escreveu sobre o eterno ídolo botafoguense, e é belíssima. A intenção de quem enviou, além de celebrar o Dia dos Pais, era lembrar o aniversário de 115 anos do Botafogo.

Tudo bem, adorei, mas essa foto vem exercendo outras funções em meu dia a dia, por exemplo amenizar minha tensão após ver mais uma entrada criminosa de Felipe Melo em um companheiro de trabalho. Se isso já foi duro, pior ainda foi o cinismo na declaração de Felipão, seu “paizão”. E alguns comentaristas, pasmem, não viram tanta violência, acharam que o troglodita não teve intenção. Acham isso porque nunca jogaram bola na vida! “Há tempos, Felipe Melo vinha sendo o melhor jogador do Palmeiras”, disse um analista. Se é isso, fecha as portas! Para que gastaram tanto dinheiro??? Felipe Melo já tinha que ter sido banido há tempos do futebol! Vai para a China e leve juntos todos esses professores retranqueiros!!! Mas acho que nem a China quer, hein, Kkkkk!!!!

Como se não bastasse, Malcom sofreu racismo em sua estreia pelo Zenit, na Rússia. Os torcedores levaram uma faixa para lembrar aos dirigentes que a tradição do clube é não contratar negros. Absurdo!

Tenho cisma com a Rússia desde que a seleção foi jogar lá, na época da Cortina de Ferro, e os agentes alfandegários apreenderam meus sacos de café preto, que levava para amigos que estavam exilados, e minhas fitas eróticas, que havia comprado na Suécia. O café até perdoei, mas as fitas jamais esquecerei, Kkkkk!!!!


Racismo, jogadas desleais e para piorar o fim de semana “esportivo” ainda tem esse debate sobre o VAR. Peraí, sou botafoguense, mas se o Carli não empurrou o jogador do Athletico Paranaense não sei mais o que é falta. Em várias outras situações entra a tal da “interpretação”. Ou deixa a máquina decidir sozinha ou suspende essa geringonça! Um investimento altíssimo para passarmos essa vergonha mundial.

Mundial, sim, porque na Inglaterra, por exemplo, tudo é decidido rapidíssimo e sem esse bando de jogadores sem educação cercando o árbitro. Os mesmos jogadores que vivem tendo ludibriá-lo, simulando quedas. Ou seja, a falta de educação é generalizada.

Por que não aproveitamos que os jogadores viraram robôs e aderimos ao projeto 100% tecnologia? Saem aquelas dez pessoas daquela salinha apertada e ficam apenas os chips e aplicativos. Quer reclamar? Manda carta para o Bill Gates, Kkkkk!!!

Por falar em tecnologia deixa eu voltar para o meu zap e dar uma espiadinha naquela foto do Garrincha porque preciso receber mais umas doses de pureza para seguir adiante. 

HÁ TREINADORES QUE FAZEM DIFERENTE

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Eu, sinceramente, gostaria de entender porque os comentaristas ficam cheios de dedos para criticar os times do chamado primeiro escalão do futebol, os clubes mais populares, ricos, com CTs. Em alguns casos, chega a ser ridículo. O Flamengo ficou na roda para o Bahia, levou um baile, mas o “especialista da bancada” ao invés de exaltar o trabalho do técnico Roger preferiu arranjar desculpas esfarrapadas para o desempenho do Flamengo. Uma delas é que o time ainda está em formação e a outra o desgaste do “jogo duríssimo contra o Emelec”, Kkkkkkk!!!! Peraí, o jogo foi quinta-feira e contra o Emelec, não contra o Bayern de Munique ou o Barcelona. Se deixarem, os peladeiros jogam bola todo dia, mesmo sem toda essa tecnologia médica ao redor.

No outro jogo, o comentarista disse que Fábio Carille começa a “dar cara” ao Corinthians e que o Palmeiras “tem um belo elenco”, Kkkk, só rindo mesmo!!!! Belo só se for pela quantidade de jogadores, de qualidade está muito longe. Para mim, o melhor do time é o Gustavo Scarpa, mas quase não joga. Felipe Melo é a estrela do grupo, como o elenco pode ser “belo”? E o Corinthians não apresenta nada de novidade, dá até sono.

Fico muito feliz porque na primeira rodada do Brasileirão elenquei os treinadores que podiam fazer algo diferente, entre eles, Sampaoli, Fernando Diniz e Roger. Depois acrescentei Rogério Ceni, Cuca e Luxemburgo. Pelas redes sociais pediram que eu acrescentasse Tiago Nunes, do Athletico Paranaense. Tudo bem! Sempre critico a escola gaúcha, não os gaúchos. Roger é um ótimo exemplo disso. Elogio seu trabalho desde o Grêmio, Palmeiras e Atlético Mineiro. Agora, no Bahia, tem tudo para deslanchar de vez porque vai mesclar churrasco com acarajé e montará um time apimentado! O Flamengo sentiu a força desse tempero!

E o Santos, do baixinho Soteldo? Nunca esqueço a comentarista criticando o fato de o Santos “ter um time de jogadores baixos”. Ouve-se muita besteira! Dá gosto ver o Santos jogar, assim como o Fluminense. Levei amigos franceses no jogo contra o São Paulo e o tricolor das Laranjeiras fez 15 minutos primorosos, no segundo tempo, de arrancar aplausos. Juro, saí feliz do Maracanã só por conta daqueles 15 minutos. Isso deve ser levado em conta, sim, porque os times do segundo escalão, como a imprensa vem tratando os que estão em apuros financeiros, vêm jogando muito mais bola do que o Clubinho dos Milionários. A imprensa precisa rever os seus conceitos, esquecer essa história de queridinhos e passar a analisar futebol, mesmo que se resumam aos 15 minutos do Fluminense.

Contratações milionárias, balanços financeiros aprovadíssimos, jogadores superstars devem ter os seus destaques. Mas Roger e Diniz, por exemplo, são tímidos e talvez não tenham o perfil marqueteiro que a imprensa busca, mas de bola entendem e bola bem jogada é tudo que o povo quer, é tudo que o povo gosta!

O BOM FUTEBOL DO SANTOS ME FAZ FELIZ

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Não sei o que acontecerá até o fim do campeonato, mas fico muito feliz em ver o Santos no topo da tabela. Mais feliz ainda por ver a jogada do venezuelano Soteldo, em um dos gols do Santos, contra o limitado Avaí. E mais feliz ainda por ele ser um jogador baixo destacando-se nesse festival de brucutus e gigantões desengonçados que infestam o futebol brasileiro. E mais feliz ainda por ver muitos comentaristas tendo que reavaliar as bobagens que falaram no início da competição.

Mas eles não dão o braço a torcer e ao invés de exaltarem o vistoso futebol do Santos e o ótimo trabalho de Sampaoli preferem fazer uma dessas enquetes chatíssimas: “Será que o Santos terá fôlego para continuar liderando o Brasileirão?”.

Só podem estar de brincadeira! O que uma coisa tem a ver com a outra? Todos sabem que os clubes riquinhos conseguem montar até três times e Santos e Fluminense, os que elogio há tempos, montam um aos trancos e barrancos. A discussão é outra! Falo de bom futebol!

Claro que corre o risco de algum retranqueiro vencer. A imprensa adora dizer que o Mano é especialista em mata-mata, considera isso um ponto altíssimo em seu currículo. O técnico tem que ser especialista em montar bons times, esquemas ousados e não em ganhar covardemente. Quem viu River x Cruzeiro entende o que estou falando.


Salvo raras exceções, tenho me impressionado com a qualidade da imprensa esportiva. Gracinha atrás de gracinha, desconhecimento total do tema e alguns escancaradamente tendenciosos. Mas não estou nem aí para eles. Vejo o futebol no detalhe e ninguém precisa concordar comigo. Aplaudo Sampaoli, Diniz, Roger, Cuca e, agora, Ceni porque colocam os seus times para jogar. O Grêmio também é ofensivo.

No geral, está tudo muito ruim. Mas ainda dá para ver jogar Gustavo Scarpa, Pedrinho, Cazares, Chará, Daniel, do Goiás, e alguns outros que arriscam dribles e chutes, artigos raros no futebol atual. E, me perdoem, mas quando critico a atitude da imprensa é porque ela é fundamental para a transformação de nosso futebol. A discussão deve ser séria, consistente. Não basta anunciar que mais um jovem de 17 anos foi vendido para o exterior, mas precisamos mostrar o estrago que isso vem causando. As leis precisam ser revistas e os clubes se unirem ao invés de se pisotearem. As ligas europeias viraram modelos de negócios, talvez por não terem federações envolvidas.

Enfim, gostaria de estar analisando a rodada passada, mas não tem o que se comentar, está sofrível. E para falar da atuação do VAR eu deveria ser comentarista policial, Kkkk!!!

Mudo de canal e vejo que Ruth de Souza morreu. Primeira negra a atuar no teatro, enfrentou preconceitos, quebrou barreiras, nunca abaixou a cabeça e venceu! Definitivamente não gosto de covardes.

CANSEI DE ESPERAR O BRASIL MUDAR

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Os amigos já devem ter percebido que hoje fala-se mais de arbitragem do que futebol. Ontem à noite assistia mais uma dessas mesas-redondas sonolentas e ouvia um comentarista pedindo paciência porque o VAR ainda está se ajustando. Sou botafoguense e esperei 21 anos por um título.

Sinceramente, cansei de esperar, mas cansei mesmo. Desde os anos 70, em plena ditadura militar, ouvia dizer que a situação do país iria melhorar, que o Brasil era o país do futuro. Lembro até de uma canção curtinha dos “Incríveis”, que virou febre na época: “Este é um país que vai pra frente, ô ô ô ô ô, de uma gente amiga e tão contente, ô ô ô ô ô, este é um país que vai pra frente, de um povo unido de grande valor, é um país que canta trabalha e se agiganta, é o Brasil do nosso amor”.

E o que mudou? Hoje temos políticos corruptos presos, políticos caricatos soltos, políticos nos pedindo paciência porque o Brasil vai mudar. Quando criança vi minha mãe, negra, sofrer com preconceito, várias vezes me mandaram entrar pela porta dos fundos dos prédios e, profissional, vi parceiros de time, também negros, proibidos de entrar em restaurantes, no Sul. Sofria demais com aquilo, botava a boca no mundo, e o pessoal pedia calma: “O mundo vai mudar, PC!”.

Mas, peraí, estou vendo agora na tevê um grupo de torcedores do Inter confirmando que meus amigos estavam errados e que o racismo continua imperando nos estádios, em nossas vidas. Talvez tenha piorado porque nem mulheres e crianças escapam desse ódio. Vivemos esperando, esperando. Ouve-se de tudo, que o Neymar vai amadurecer, que a seleção do Tite vai engrenar e que a minha aposentadoria vai sair.

Vocês não sabem, mas minha aposentadoria foi embargada pela Justiça sob a alegação de que estou bem de vida. Não vou entrar em detalhes aqui, mas esse país precisava ser analisado pelo VAR. De repente, ele manda voltar tudo, recomeçarmos do zero.

Estou na minha sala sintonizado no Canal Viva esperando “Os Trapalhões” começar. Eles ainda me divertem. Estava assistindo São Paulo x Chapecoense, mas mudei de canal quando o comentarista disse que “o São Paulo estava obrigando a Chap a quebrar a bola…”. A bola virou pedra, Kkkkkkkk! Acho que para passar o tempo, refrescar minha cabeça, vou escrever o “Dicionário do Futebolês, a Linguagem do Futebol Moderno”.

Quebrar a bola acabou de entrar na minha lista! Também tem a ligação direta, que na minha época era uma forma de roubar carro, volante, que antes encontrava-se nas casas lotéricas, peças de reposição, comprovando que os jogadores viraram robôs, leitura de jogo, orelha da bola, bochecha da rede, jogador de beirinha, de lado de campo, entre tantas outras pérolas. Aceito sugestões! Claro que o dicionário terá um capítulo reservado às expressões do professor Tite.

Começou “Os Trapalhões”! Preciso dessa paz, dessa pureza, preciso acreditar que esse é um país que vai pra frente, ô ô ô ô ô.

O FUTEBOL DESANDOU

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Amigos, se vocês me acham ranzinza, reclamão, rabugento, ácido, nostálgico e saudosista vou logo avisando para não lerem essa coluna porque não estou nada bem. Acabei de sair de Fluminense x Ceará. Vocês queriam que eu estivesse como? Não existe esquema mágico se o nível dos jogadores for abaixo da média. E está abaixo da média, mas muito abaixo da média! Sério, vocês assistiram Palmeiras x Inter, Botafogo x Cruzeiro, Corinthians x CSA e Chapecoense x Atlético-MG? Dá para ficar de bom humor após esse show de horrores e de mediocridade?

Só o Flamengo jogou ofensivamente, mas precisamos vê-lo contra um adversário melhor do que o Goiás. Tomara que a filosofia de buscar o gol incessantemente seja mantida por Jesus, afinal só ele salva, Kkkk!!!! Se bem que o Nordeste também vem salvando porque até agora, para mim, os times mais leves do campeonato são Bahia e Fortaleza.

E para piorar o que já está ruim vem esse VAR. Pelo amor de Deus, alguém nos explique os critérios usados! A decisão final não era para ser do árbitro? Claro que isso não está acontecendo. O jogo do Fluminense x Ceará teve 10 minutos de acréscimo!!!! A torcida comemora e “descomemora”, abraça e desabraça. O futebol desandou.

Para piorar minha irritação vejo a CBF levando os campeões de 94 para comemorar o título com uma pelada na Granja Comary. Claro que com tudo pago, passagem, hospedagem etc etc etc. Tem que pagar mesmo! Mas por que convidaram os campeões de 70 para a final da Copa América sem dar nada, apenas a entrada do jogo? Porque o presidente da CBF, Rogério Caboclo, deve imaginar que essa turma dê mais audiência.


O astro da festa foi Carlos Alberto Parreira, para mim o maior responsável pelo engessamento do futebol brasileiro. Foi campeão, e daí? Se valeu de dois definidores extraordinários. E hoje virou o que virou, faz um gol e se protege. Mas a imprensa comprou essa historinha e ninguém contesta. Na entrevista, ele entregou de bandeja para Tite a receita para voltarmos a ser campeões mundiais: jogar com a faca nos dentes.

A seleção virou BOPE? Só falta os soldados, quer dizer os jogadores entrarem em campo fardados e darem continência aos professores! Parreira, nossa seleção já foi uma tropa de elite, sim, mas não essa que vocês continuam incentivando e valorizando. O Tite não precisa de seus conselhos porque já segue a sua cartilha, assim como o Fábio Carille, do Corinthians, segue a dele e assim por diante.

As seleções de 58, 62 e 70 nunca jogaram com a faca nos dentes, mas posso garantir que intimidavam os adversários. E intimidavam com arte. Nossas armas, a caneta, o lençol, a bicicleta e a folha seca eram aparentemente inofensivas, mas a história provou o seu efeito devastador.