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“Uma coisa jogada com música” – capítulo 20

28 / julho / 2023

por Eduardo Lamas Neiva

O público e nossos quatro amigos ficam muito bem impressionados com a capacidade de Edu Kneip descrever em música o desenrolar de um jogo. Após comentários elogiosos, Zé Ary aborda João Sem Medo.

Garçom: – Seu João, voltando ao assunto anterior, outros jogadores que tinham tudo para serem grandes craques morreram jovens também.

João Sem Medo: – Sim, Zé Ary, é verdade. Além do Dener, que foi revelado pela Portuguesa, passou pelo Grêmio e estava no Vasco, teve o Roberto Batata, do Cruzeiro; o Geraldo, do Flamengo…

Idiota da Objetividade: – Roberto Batata e Dener morreram em acidentes de automóvel. Geraldo teve um choque anafilático durante cirurgia para retirada das amígdalas. Roberto Batata e Geraldo faleceram em 1976. Dener, em 1993.

Garçom: – O ponta-direita Roberto Batata foi tão marcante no Cruzeiro que mereceu uma homenagem musical de Gaúcho Alegre. Vamos ver e ouvir no telão?

Todos concordam e Zé Ary põe o vídeo no telão.

 

Todos aplaudem e Roberto Batata, da sua mesa agradece ao público.

João Sem Medo: – Roberto Batata foi um atacante muito bom do grande time que o Cruzeiro montou nos anos 70. Um abraço pra você (João acena para Roberto Batata, que retribui o cumprimento).

Garçom: – Quem também está presente é o Geraldo Assobiador.

João Sem Medo: – Geraldo Assobiador era cobra de bola. Não era completo, mas tinha tudo pra ser craque. Morava perto de mim, gostava de ir ao borracheiro para aprender a mudar pneu e lidar com ferramentas do mecânico. Todos os dias brincava assim e jogava um futebol muito bonito e gostoso de ser visto.

Emocionado, Geraldo se levanta e vai dar um abraço em João Sem Medo.

Garçom: – Que encontro, meus amigos! Que encontro!

Aplausos gerais para Geraldo e João Sem Medo.

Garçom: – Em homenagem ao grande Geraldo, vou pôr no som uma música de Mário Adnet e Bernardo Vilhena, chamada “Geraldofla”, numa gravação do Adnet com as participações de Lobão, na voz, e de Paulo Moura, nos sopros. Vale muito ouvir, minha gente.

Geraldo, ainda emocionado, agradece os aplausos do público.

Garçom: – Dois, pouco lembrados, mas que estavam despontando bem eram o Mahicon Librelato, do Inter, e o Sérgio Gil, do Corinthians.

Idiota da Objetividade: – Mahicon Librelato começou no futsal, na cidade catarinense de Orleans, onde nasceu. No campo, o início da carreira do promissor atacante foi no Criciúma. Ele tinha só 21 anos, quando morreu na Avenida Beira Mar Norte, em Florianópolis, num acidente de carro também. Seu último gol, duas semanas antes, ajudou o Inter a escapar do rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, em 2002, nos 2 a 0 sobre o Paysandu, em Belém.

Sobrenatural de Almeida: – Os colorados devem essa a ele e um pouco a mim também. O Inter escapou por muito pouco daquela vez.

Idiota da Objetividade: – Verdade, Almeida. Já o Sérgio Gil, que hoje dá nome a uma rua no bairro do Balneário, em Florianópolis, era irmão do ex-volante Almir, que foi o capitão do Coritiba na conquista do campeonato brasileiro de 85 e bicampeão paulista pelo São Paulo, em 80 e 81, e do Tonho, meia campeão mundial pelo Grêmio, em 83. Ele começou no Figueirense, foi convocado várias vezes pra seleção brasileira de juniores e estava emprestado ao Corinthians. Sérgio Gil estava sendo negociado com o Inter quando faleceu num acidente automobilístico na Rodovia Régis Bittencourt, ainda no estado de São Paulo, em 9 de julho de 1989.  

João Sem Medo: – Outro que perdemos num acidente de carro também foi o Everaldo, lateral-esquerdo tricampeão no México. Já não era tão jovem quanto os outros, tinha uns 30 anos, acho…

Idiota da Objetividade: – … Sim, tinha 30 anos de idade. Morreu em 1974.

João Sem Medo: – Ele ainda estava jogando e foi uma perda muito sentida também. Eu o convoquei pra seleção desde o princípio, como reserva do Rildo. Era muito bom jogador.

Ceguinho Torcedor: – Foi uma das Feras do João!

Garçom: – Ô, seu Ceguinho, foi bom o senhor falar nisso. O Paulo Silvino tinha prometido vir aqui cantar a marchinha “As feras do Saldanha”, de Jayme Bochner, mas ainda não apareceu.

Músico: – Uma hora ele aparece aí!

Garçom: – Tomara!

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2 Comentários

  1. Arlinei Carvalho

    Amei a criatividade da materia, o conteúdo do texto.
    Geraldo era muito craque, assim como Denner.
    Batata não lembro.
    Mas era bom pacas.
    S tc

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