por Zé Roberto Padilha
Aprendi, no futebol que, goleiro, mais do que todos os jogadores “de linha”, precisa jogar para aprimorar, além da forma física, os reflexos. Que são muitos. É o único em campo a ser permitido usar, além dos pés, as mãos. Ter o tempo de bola afiado nas duzentas e vinte alçadas sobre a área em faltas próximas e escanteios. Talvez por isto, Rogério Ceni, no seu auge e do seu time, o São Paulo, jamais deu brecha no gol, estabelecendo todos os recordes de jogos disputados. Alberto Valentim foi o último a tentar um revezamento entre Jefferson e Gatito Fernandéz. Os dois não conseguiam manter o ritmo. E o tempo da bola. E desistiu da ideia.
O Flamengo perdeu para a Chapecoense porque poupou seu goleiro titular, Diego Alves, quando este começava a incomodar a relação do Tite. Vai pegar muito mal levar tantos atletas de fora e apenas o Fágner, talvez outro meia, como o Diego, ou o Luan, que jogam perto e estão disputando o Campeonato Brasileiro.
Diego Alves está no auge e já merecia ser convocado. E foi, ontem, inexplicavelmente poupado dando lugar a César, sem ritmo, que tentou evitar o gol da vitória com uma saída não de goleiro do Flamengo, mas “a lá Aterro do Flamengo”.
Fica a lição para Barbieri, este jovem e corajoso treinador, que teve a ousadia de realizar substituições audaciosas jogando fora de casa, quando muitos administrariam o empate, mas que acabou entregando a chave do cofre nas mãos inseguras de um goleiro interino. E interino, ele sabe, o mundo do futebol está cansado de saber, dura só até quando as derrotas se tornarem efetivas.
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