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CARVALHO LEITE OU O ‘GAROTO’ QUE PRECISA REENCONTRAR O ‘VELHO’

por André Felipe de Lima

No dia 26 de maio de 1912 nasceu Carvalho Leite, o maior ídolo do Botafogo antes do surgimento de Heleno, Garrincha e Nilton Santos. Hoje, muitos jovens ignoram a importância histórica deste grande jogador de um passado longínquo. Mas sempre há tempo para conhecermos um pouco mais sobre nossos ídolos. Com vocês, Carvalho Leite!

por André Felipe de Lima


No calçadão de Copacabana, um senhor caminha sob um sol abrasador. Nada o incomoda. Gosta da imensa luz clareando a manhã dos cariocas. Nenhuma nuvem no céu. Sente-se revigorado. A imagem daquela gente jovem e aparentemente feliz faz-lhe bem. Outrora [e bote outrora nisso!], cariocas o idolatravam. Mas aqueles ali, diante do velho, eram jovens e felizes, que corriam de um lado para o outro, infatigavelmente. Interessar-lhes-ia o passado? Decerto, não. Sequer imaginariam, caso parassem ao menos para uma água de coco e uma conversa fiada, de que o ancião um dia brilhou mais que aquele sol torrando meninas e meninos. Pelo menos para os botafoguenses, imagine-se assim.

Tempos de correria, de pressa que impede a memória. Outros tempos. Indecifráveis tempos.

O senhor já estava acostumado com o desdém dos jovens, ou “invisibilidade social”, como definem os sociólogos de plantão hoje em dia. Decidiu seguir a maré juvenil e também correr, ou melhor, andar mais célere. Mas, ao se deparar com um grupo de crianças rolando uma bola na areia, não se conteve e decidiu espiá-lo. Sim. Espiar as crianças, mas, sobretudo, a bola com que brincavam. Um dos meninos chutou-a, e ela parou diante dos pés do velho. Pés que guardam uma das páginas mais bonitas da história do futebol carioca. Da história do Botafogo. Páginas que, talvez, somente aquele velho poderia descrever ao menino da praia. Mas o menino da praia pegou a bola e apenas agradeceu. Um rápido e quase ininteligível “obrigado, tio”. Nada mais que isso. E o velho, intimidado com a espontânea velocidade do garoto, apenas balbuciou um pausado “de nada, filho…” e perdeu a oportunidade de transferir àquele menino a sua história. Os gols e os títulos de… Carvalho Leite. A vida do maior ídolo botafoguense antes do surgimento de um Heleno de Freitas, de um Garrincha ou de um Nilton Santos.


Bem que a crônica poderia ser verídica. Afinal, Carvalho Leite morou muitos anos em Copacabana, inclusive nos últimos de sua longeva vida. Mas não seria fantasioso escrever este texto para apontar a importância de que a memória do ex-centroavante, tão mitológico quanto Heleno de Freitas, Garrincha ou Nilton Santos, precisa ser narrada à jovem guarda alvinegra. Afinal, em nossas vidas, é fundamental que o “garoto” sempre reencontre o “velho”.

Carvalho Leite, infelizmente, não está mais aqui. Morreu no dia 19 de maio de 2004, aos 92 anos. Desde 1995 vivia sem sua querida Lígia Costa de Carvalho Leite, que partiu antes dele. O grande centroavante botafoguense foi o último membro da equipe brasileira da Copa de 1930 a morrer. Em seu enterro, no cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo, alguns familiares e poucas coroas de flores. Alguma enviada pela Confederação Brasileira de Futebol [CBF]? Não.

Carlos Antônio Dobbert de Carvalho Leite, seu nome de batismo, era tão importante para o Botafogo que, até aparecer Quarentinha quase trinta anos depois, manteve-se como o maior artilheiro da história alvinegra ao assinalar 275 gols, em 325 jogos. Dos 18 títulos cariocas conquistados pelo Botafogo, até 2006, cinco contaram com os gols de Carvalho Leite. Gols decisivos que construíram um Glorioso tetracampeão do campeonato carioca, em 1932, 33, 34 e 35. Um período em que dividia o carinho da torcida com Martim Silveira, Nilo Murtinho Braga e Benedicto Menezes. Mas Carvalho era especial. Raça incomparável. Ídolo maior. Se existia alma para o Botafogo, essa era Carvalho Leite. E quem disse que Heleno de Freitas foi o primeiro galã alvinegro? Anos antes de o gênio genioso encantar os gramados e as boates do Rio, a imprensa chamava o aristocrata Carvalho Leite de “o goleador elegantíssimo”, sobretudo por conta do affair com a ex-miss botafoguense e do Brasil, em 1939, Vânia Pinto, considerada a primeira modelo brasileira.


Aristocrata, sim, porque o bravo goleador nasceu em Petrópolis, terra do imperador, no dia 26 de maio de 1912 (outras fontes assinalam, porém, o dia 26 de junho), em uma família com muitas posses. Se o petropolitano encantou miss, encantaria até mesmo outro aristocrata, neste caso, o príncipe de Gales e futuro rei da Inglaterra, Eduardo VIII, que, ao assistir um jogo em sua homenagem, no Rio, deslumbrou-se com os cinco gols que Carvalho Leite marcou na vitória de seis a um dos cariocas contra os paulistas, no dia 6 de abril de 1931, no estádio das Laranjeiras.

Para Carvalho Leite, o futebol começou, contudo, não no Botafogo, mas sim na Liga Amadora do interior. Defendia o Metropolitano, de Petrópolis, quando, em 1929, levaram-no para o Botafogo. Ainda rapaz, foi um dos grandes goleadores do campeonato carioca do ano seguinte, com 14 gols, e ajudou ao Botafogo na conquista do certame, sendo o jogador que mais atuou [20 vezes] durante a campanha vitoriosa. Jogava tanta bola que o apelidaram de a “Maravilha da Serra”, em alusão à cidade serrana na qual iniciou a carreira.

O pai do jovem atacante mantinha um sanatório em Petrópolis, mas largou tudo para priorizar a divulgação da carreira do filho.


Não seria leviano apontar que o pai do então jovem craque foi uma espécie de precursor do assessor de imprensa de jogador de futebol. Ora, o Carvalho pai, invariavelmente, convocava a imprensa para coletivas e coquetéis em General Severiano. O jornalista Mario Filho testemunhou alguns deles: “Os jornalistas chegavam, o velho Carvalho Leite, de jaquetão preto, colete branco, calça fantasia, o pince-nez pendurado numa fita preta, que lhe envolvia o colarinho branco como uma comenda, levava-os para o bar, nem sombra de cocktail”.

O Carvalho pai sequer avisava ao Paulo Azeredo, cartola mor do Alvinegro, que, pego sempre de surpresa pelo inusitado evento, mandava buscar bebida no bar fora do clube para recepcionar os cronistas.

O Carvalho pai era figurinha fácil nas redações. Fazia pressão para que os jornais dessem destaque para Carlinhos. Esforço sempre muito bem recompensado. No dia seguinte ao lobby do seu Carvalho, as manchetes estampavam o centroavante, que, verdade seja dita, marcava gols em profusão e, por isso, merecia mesmo letras garrafais em primeiras páginas dos periódicos. Prova disso foi um jogo contra o Olaria, no dia 31 de julho de 1932, pelo Campeonato Carioca, realizado na rua General Severiano e que terminou sete a zero para o Alvinegro. Naquela tarde, Carvalho Leite marcou cinco vezes.

Foi um fenômeno, um jogador com um faro de gol impressionante. Um artilheiro nato, que respirava gol a todo o momento. Nenhum outro o superou nas artilharias dos campeonatos cariocas de 1936 [16 gols, pelo campeonato da Federação Metropolitana de Desportos], de 1938 [novamente 16] e de 1939 [22].

A dedicação — marca incondicional de seu caráter — fez com que se esmerasse em sua segunda carreira, a de médico pneumologista, na qual ingressou depois de, prematuramente, parar de jogar aos 29 anos por causa de uma lesão no joelho sofrida num jogo contra o Bonsucesso, em maio de 1941. Na medicina, atuou no clube por 50 anos. Dava cloreto de sódio aos jogadores para evitar a perda de água pelo organismo. Era correto e avesso a qualquer pirotecnia médica com os jogadores, ou seja, fazer os jogadores do Botafogo ingerir as detestáveis “bolinha”, nem pensar.


Chegou a treinar o Botafogo em algumas oportunidades. Em 1942, substituiu Ademar Pimenta; em 1950, assumiu o lugar de Paes Barreto. Permaneceu até 1951, quando deu lugar a Newton Cardoso, mas retornou no mesmo ano, ficando até 1952, quando foi substituído por Sílvio Pirillo [ex-craque do Internacional, do Flamengo e do Botafogo].

Na seleção brasileira, tinha apenas 18 anos, quando Ademar Pimenta o escalou no time titular que disputaria a Copa do Mundo de 1930, no Uruguai, barrando o badalado craque do Santos, Araken Patusca. Na Copa seguinte, na Itália, em 1934, novamente Carvalho Leite marcou presença. Ao longo de sua trajetória no escrete, disputou 15 jogos e marcou 25 gols. Um desempenho digno de um dos melhores atacantes que o futebol brasileiro já produziu. Um ídolo alvinegro inesquecível. Lendário. Somente Carvalho Leite e Nilton Santos foram os únicos a defenderem somente o Botafogo em toda a carreira profissional.

O “velho” e glorioso Carvalho Leite… que jovem e não menos glorioso botafoguense o esqueceria, afinal?

TRADIÇÃO OU PRAGMATISMO?

por Idel Halfen


Tradição ou pragmatismo? Quem prontamente escolher alguma destas opções estará correndo um sério risco de estar errado, visto que a resposta depende da conjuntura em que se estabeleça o questionamento, além do que, o ponto de equilíbrio é sempre condição imprescindível para tudo na vida.

Essa breve introdução tem por intuito discutir alguns modelos de camisas de times de futebol a serem lançadas pela Puma, nas quais não haverá a presença dos escudos, que serão substituídos pelo nome do time em maior proporção.

Os mais tradicionalistas que tiveram acesso às supostas imagens de alguns uniformes já manifestaram insatisfação, achando um absurdo a supressão dos escudos, ainda que estes evoluam ao longo do tempo e que a associação do nome com o time fique mais direta, eliminando aquela costumeira pergunta: “de quem é essa camisa?”

Pragmaticamente falando, as chances de uma maior demanda – guardadas as condições básicas de distribuição, precificação e estética – tendem a ser bem maiores. Contudo, antes que os defensores da iniciativa a justifiquem com o tolo cálculo feito por alguns “especialistas do marketing esportivo” que multiplicam a estimativa de vendas pelo preço de venda ao consumidor, adianto que a conta correta contempla a venda multiplicada pelos royalties que cabe ao clube, o qual é apurado após a subtração dos impostos e das margens. Portanto, ainda que qualquer “dinheiro” seja útil, o ganho intangível com a popularização da marca pode ser o mais significativo no longo prazo.

Os protótipos publicados – não de forma oficial – permitem também considerar que as camisas passem a ser demandadas por consumidores que se importam com o lado fashion, aumentando assim o espectro anteriormente restrito a fãs do time e/ou de algum dos seus ídolos.

Terminando os argumentos em prol do “pragmatismo”, lembramos que as camisas da NBA não trazem os escudos das franquias.
Por mais que todas as alegações anteriores pareçam conduzir o texto para o lado do pragmatismo, não é essa a conclusão almejada, visto ser essencial um trabalho de pesquisas e testes de mercado para avaliar a real aceitação do produto.

O tal equilíbrio preconizado no primeiro parágrafo deve ser sempre buscado, pontuando, no entanto, que a tradição – atributo primordial para a identidade de qualquer organização – nem sempre é inquestionável, e que o pragmatismo imposto pela busca de receitas e valorização, não deve ignorar a cultura e a história daquela organização.

Partindo da premissa de que todos os clubes buscam “internacionalizar” suas marcas, pois dessa forma aumentam o potencial de faturamento através de oportunidades fora de seus domínios territoriais, cabe aqui um questionamento: quais escudos são efetivamente conhecidos externamente?

Pois bem, é provável que a grande maioria não seja reconhecida, o que, talvez, indique que uma solução intermediária que comunique o nome possa ser necessária até que haja uma popularidade maior dos escudos.

RESPEITO É BOM E O BOTAFOGO MERECE

por Zé Roberto Padilha


Acabo de ler, no livre espaço democrático das redes sociais, mais uma gracinha contra o Botafogo. Tipo, “Saiu a relação do Cartola e não havia jogadores do Botafogo. Erro de digitação?”.

Todo mundo deveria estudar História. Se não a grego-romana, a das grandes navegações, pelo menos aquela que diz respeito a nossa maior paixão: a do futebol. Se o fizessem, renderiam homenagens, não fariam gracinhas a essa estrela brilhante e solitária.

Porque se alcançamos o título mundial, em 58, a ala esquerda do Botafogo, com Nilton Santos e Zagallo, teve uma participação decisiva. Nossa enciclopédia marcou o primeiro gol de um lateral em Copas do Mundo. Eles, marcadores, nunca ultrapassaram a linha do meio campo em suas equipes, quanto mais marcar gols em mundiais.

E havia um príncipe negro coroado em General Severiano, reinando na ponta dos pés, tal a classe, tal a arte, que encantou os europeus: Didi.

Já no bi em 62, no Chile, se Garrincha foi decisivo, Amarildo, também atleta alvinegro, teve a mais difícil missão: substituir o Rei Pelé. E o fez com tanta competência que marcou contra a Espanha gols decisivos que nos levaram à final.

E no tricampeonato, no México, onde firmamos nossa hegemonia, o Botafogo nos revelou Gerson, Paulo Cézar Caju e Jairzinho, que marcou gols em todas as partidas do Mundial. Um recorde absoluto.

Sendo assim, antes de ironizar essa gloriosa estrela solitária, lembrem-se que existem dois países verde, amarelo, azul e branco citados pela história.

O primeiro, que foi descoberto pelos portugueses. O segundo, que o mundo só tomou conta da sua existência quando ganhamos a Copa da Suécia.

“Quem seriam esses seres miscigenados que jogam bola como pintamos quadros, escrevemos poemas, erguemos monumentos?”, disse o Rei da Suécia após levar um banho de bola em seus dominios, um 5×2 na decisão, para não deixar qualquer dúvidas sobre quem reinaria nos gramados de todo o mundo dali pra frente.

Pois se Cabral descobriu o Brasil, foi o nosso futebol, carregado de estrelas solitárias, que foi descoberto pelo mundo.

E salve o Botafogo. Que merece nossa admiração e respeito. E vai dar a volta por cima porque foi lá em cima que ele nos elevou.

WILSINHO, O XODÓ DA VOVÓ

por Luis Filipe Chateaubriand


Nos anos 1970, a televisão passava um desenho chamado “O Xodó da Vovó”, dos Estúdios de Hanna-Barbera.

O desenho tinha, basicamente, dois personagens: a vovó Dulcina e o seu cachorro, Precioso, seu xodó.

Basicamente, os enredos de cada desenho se constituíam do xodó livrando a vovó das mais diversas ciladas e, ao fim do imbróglio, dando uma risada característica.

Pois o Vasco da Gama também tinha o seu Xodó da Vovó!

Era Wilsinho, ponteiro formado nas divisões de base do clube.

Veloz, jogava tanto pela ponta-direita como pela ponta-esquerda.


Insinuante, levava as defesas adversárias a “baterem cabeça” com a sua ousadia.

Habilidoso, passava pelos defensores com relativa facilidade, se posicionando tanto para fazer o cruzamento como para chutar em gol, em diagonal.

O glorioso Wilsinho, o Xodó da Vovó, também teve passagens por Flamengo e por Fluminense.

No entanto, a passagem mais marcante foi, mesmo, pelo Vasco da Gama.

Tratava-se, como Xodó da Vovó do desenho, de um atacante precioso.

Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!

MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA DO REPÓRTER DE TIMES DE MENOR INVESTIMENTO

por André Luiz Pereira Nunes


– Primeira informação importante. A sua presença no estádio é totalmente dispensável. Você não é médico, delegado, ambulância, policial, árbitro ou jogador.

– Sendo dispensável a sua presença, não se importe se for destratado por torcedor, delegado, torcedor ou qualquer outro. São situação corriqueiras. Saber resolvê-las com diplomacia é a solução.

– Nunca se esqueça de que a sua matéria é mais importante do que você mesmo. Se alguém anunciar uma novidade, sem lembrar que foi você mesmo que a escreveu, não se importe.

– Nas coberturas de futebol ninguém lhe oferecerá nada. Nem um copo d’água, quanto mais lanche ou bolinho da vovó. Lembre-se de que você é dispensável. Quitutes são para convidados de honra. Você, definitivamente, não está nessa categoria. Esqueceu-se de que você é dispensável?

– Se você estiver com fome, beba bastante água. Água você pode conseguir nos bancos de reserva. É muito mais importante você se manter hidratado do que alimentado. Nosso corpo pode aguentar até 2 semanas sem comer, mas sem beber aguenta muito pouco. Vem logo uma insolação. Além do mais, beber água engana a fome durante algum tempo.

– Se algum dirigente disser que você é o melhor repórter que existe, finja que acredita.

– Não acredite que a sua matéria, que você pensa que vai bombar, irá bombar… Nada! As pessoas lerão e, 5 minutos depois, já estarão pensando nos seus próprios problemas.

– Se algum dirigente disser que um dia lhe chamará para trabalhar finja que acredita.

– Não reclame de fazer esse tipo de cobertura. Ninguém mandou ou pediu que você o fizesse. Foi ao jogo porque quis. Melhor ver um futebolzinho do que assistir ao Domingão do Faustão ou Caldeirão do Huck.

– Não crie expectativa de futuro em relação ao trabalho. É o mesmo que se cobrar. O futuro não deverá ser muito diferente do presente, diria um analista realista, se pudesse.

– Se receber um tapinha nas costas, fique feliz. Já é alguma coisa. É um tipo de reconhecimento.

– Se um presidente de um time horroroso disser que o time dele é o melhor, finja que acredita. Todo pai diz que seu filho joga bem. É outra mentirinha que você ouvirá muito e deverá fingir que acredita.

– Não aceite JAMAIS que algum treinador lhe proponha indicá-lo para determinado clube em troca de ajuda futura. Se o cara fizer merda, lembre-se: a culpa será sua. Se ele se sair bem, ninguém lembrará de você. O mesmo vale para jogador. Não indique nem ajude ninguém. Repórter não é empresário.

– Lembre-se de que você, como figura totalmente dispensável, pode ser tanto ovacionado como maltratado. Saber lidar com esses extremos é fundamental para continuar nas coberturas.

– Se algum dirigente se queixar de que você não escreve contra a Federação, ria!!! Nunca aceite sugestões de matéria desse tipo. Você se queima e ele fica bem na fita.

– Aprecie o lúdico. As partidas podem não ser muito boas, mas a distração vale a pena. Há fatos, lugares e pessoas engraçadas.

– Nunca peça camisa para dirigente. Compre! Não deva favor a ninguém. Não se queime por causa de um pedaço de pano. Se fizer muita questão, tente comprá-la junto ao fornecedor que sai bem mais barato do que em loja.

– Não discuta com a autoridade. Negocie. Seja educado. Brigar para quê? Você é o extremo mais fraco da escala. Quem se lembra do repórter a não ser ele mesmo?

– Não fale mal das outras pessoas. Deixe que falem. Ouça muito e fale pouco.

– Não tenha opiniões formadas sobre nada. No futebol as coisas mudam muito rapidamente. É um verdadeiro tabuleiro de xadrez.

– Não se preocupe em dar o furo. O furo procura o melhor repórter assim como a bola procura o craque.

– Seja cordial com os colegas, mesmo os concorrentes. Educação não significa passividade. Cumprimentar não custa nada.