Escolha uma Página

UNIDOS DE RICARDO: UMA DAS SAUDOSAS FORÇAS DO FUTEBOL AMADOR

por André Luiz Pereira Nunes


Encontrar o escudo do Unidos de Ricardo Futebol Clube, de Ricardo de Albuquerque, tornou-se uma das tarefas mais espinhosas para os pesquisadores do futebol carioca.

Fundada em 5 de abril de 1945, a agremiação tem origem em um grupo de frequentadores do Café e Bar São Bernardo, então localizado à Rua Pereira da Rocha, 143, de propriedade de Júlio de Paiva. Liderados por Joaquim Domingues da Costa e Aladyr Dutra, o contigente resolveu criar um time de futebol que, em princípio, se denominou Onze Unidos de Ricardo. Possivelmente, inspirados no Sampaio Corrêa Futebol Clube, do Maranhão, deram-lhe as cores amarela, vermelha e verde.

O clube, logo em seus primórdios, obteve uma incursão vitoriosa nas lides amadoristas. Seu rival Anagé Sport Club fizera uma pausa nas competições, mas seu campo situado no terreno do cemitério, permanecia intocável. Por iniciativa do presidente Joaquim Domingues da Costa, a praça de esportes passou a ser utilizada pelo time. Ainda assim, seus dirigentes conseguiram lograr a construção de uma praça esportiva onde atualmente se localiza o Colégio Alexandre Farah. Até os dias atuais, a população se recorda da lagoa, ao lado, que se notabilizou como a Lagoa do Unidos, na qual a garotada, nos anos 40, se divertia escondida de seus pais.

Quem por diversas vezes circulava no local era a diretora e professora Maria Mercedes para ver se flagrava algum aluno da Escola Coelho Neto cabulando aula.

O Unidos de Ricardo prosperou e teve sua primeira sede na Rua Guanandy, passando em seguida para a Estrada Marechal Alencastro e, finalmente, na Rua Jaboticabal, 34.


Equipe de 1955, campeã da Taça Disciplina do Departamento Autônomo (D.A.)

Possuía ainda como linha auxiliar o Tira-Teima, equipe composta por garotos que brincavam em um campo na Rua Pereira da Rocha, esquina com Rua Guanandy. Foi desse timinho de esquina que surgiram muitos craques que vestiram a camisa do Unidos de Ricardo e que foram revelados para grandes times do Brasil.

Dentre os valores, é possível citar Ubirajara, conhecido como Foguete, que jogou na Portuguesa, Bangu, Flamengo e Oro, do México. Birajatino, o Bira Pé Redondo, atuou pelo Madureira, Apucarana, e Deportivo Itália, da Venezuela. O saudoso volante Wecsley, que se consagrou no Botafogo, o qual acabaria tendo uma morte trágica, também foi revelado pelo Unidos.

A estreia no Departamento Autônomo ocorreu em 1951. Entre os seus títulos, foi campeão de aspirantes, em 1953, da Série Manoel Antunes Batista, e vencedor da Taça Disciplina, em 1955. Também se sagrou vice-campeão do Torneio Quadrangular Carlos Lincoln, em 1970, ao capitular diante do seu rival histórico Nacional. Provavelmente foi essa a sua última competição.

Entre as suas façanhas, chegou a disputar três jogos no Maracanã, com vitória sobre o Ruy Barbosa por 6 a 1, empate em 4 a 4 contra o Atlético Alegria e derrota por 2 a 1 para o fabuloso Filhos de Iguaçu.

A sede ainda sobreviveria ao time, abrigando nos anos 70 e 80 diversos bailes e festas até ser abandonada definitivamente pelos associados e ser invadida, transformando-se em moradia.

Do Unidos de Ricardo, infelizmente, ficaram poucas recordações e o desejo que o seu escudo, tão procurado, possa ser encontrado em alguma carteirinha de sócio perdida em uma velha gaveta.

O CRAQUE DO BRASIL EM 2008

por Luis Filipe Chateaubriand


Em 2008, o São Paulo conquistava o tri campeonato brasileiro e, durante a campanha, vimos a ascensão de um menino que veio do Atlético Paranaense, muito franzino, mas que jogava uma bola enorme!

Dagoberto não era de fazer muitos gols, mas os fazia nos momentos decisivos, nos chamados “jogos grandes”.

Tinha uma movimentação de um lado para outro, zigue zague, que confundia as defesas adversárias.

Era líder em assistências, que colocavam os companheiros na cara do gol, os chamados “passes açucarados”.

E foi assim que Dagoberto foi o craque do ano de 2008.

Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!

SOY LOCO POR TI, ABREU

por Leandro Costa


A relação de Washington Sebátian Abreu Gallo, ou simplesmente Loco Abreu, com o Botafogo e sua torcida, extrapola todos os limites da razão. Quase dez anos depois de Loco deixar o clube da Estrela Solitária, tivemos o relançamento do livro “LOCO POR TI”, escrito por Marcos Eduardo Neves e Gustavo Rotsein, sobre as juras de amor eterno entre Loco Abreu e o Glorioso.

Não por acaso, o evento ocorreu no dia 13 de dezembro na sede de General Severiano. Foi uma noite emocionante, que marcou o reencontro de Loco com seu povo. O maior ídolo do Botafogo nos últimos vinte anos fez despertar na torcida alvinegra um sentimento de orgulho por tudo que Abreu representa para o clube. Crianças, jovens, adultos e idosos fizeram filas gigantescas para tirar foto e pegar o autógrafo do ídolo.

O que torna alguém ídolo? O que torna Loco Abreu ídolo? Talvez esta resposta seja permeada de subjetividade, porém existem alguns pontos pacíficos em relação ao tema. Loco é ídolo porque jogou com amor à camisa, porque cativou novos torcedores, porque aumentou a autoestima do botafoguense. Loco deu fim, da maneira mais improvável possível, cobrando um pênalti com cavadinha, a uma sequência de três vice-campeonatos para o maior rival. Abreu foi a representação do torcedor em campo. Dignificou a camisa alvinegra com profissionalismo e amor.

Dono de uma personalidade forte, nunca deixou que o Botafogo fosse desrespeitado. Um jogador que conhece a grandeza do clube, valoriza sua história e emana positividade. De Loco não tem nada, a não ser a forma como sempre brincou com os companheiros e a coragem para cavar pênaltis decisivos.

Eternizado no muro dos ídolos, em frente á sede de General Severiano, Abreu proporcionou aos seus fãs uma noite inesquecível, tanto quanto os seus gols pelo alvinegro da Estrela Solitária. Parafraseando Nelson Rodrigues, por tudo isso, sem que ninguém pedisse, sem que ninguém mandasse, as massas, as multidões invadiram General Severiano e agradeceram a Loco Abreu em uma festa como não houve igual nunca, nem no Uruguai, nem no Brasil.

Gracias, Loco!!


TCHAU, SÉRIE A

:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::


Na mesa ao lado, dois amigos não entendem como o Grêmio caiu, argumentam que o time é experiente e tem bons jogadores. Mas talvez eles não saibam como incomoda ao grupo a chegada de alguém com o salário dez vezes maior e o tratamento de estrela internacional. Para o mercado europeu não servem, mas aqui viram astros. A chegada de Douglas Costa foi mais ou menos isso. Não resolveu o problema e ainda causou um enorme estrago. Perdeu, deu tchauzinho para a torcida e já já será abrigado por algum outro clube acostumado a jogar o dinheiro na privada e dar descarga.

No Grêmio, também ocorreu outro caso curioso, o do técnico Vagner Mancini, que também deu um tchauzinho para a torcida, no caso a do América mineiro, e se mandou para o clube gaúcho. O resultado todos vimos, o todo poderoso Grêmio caiu para a Segunda Divisão e o patinho feio do América se classificou para a Libertadores. Qual a moral da história? Mais uma vez os gerentes de futebol deram um show de incompetência fazendo apostas caras e ineficazes. Eu devo viver em outro planeta, não é possível.

Agora, os gerentes estão em busca de técnicos portugueses, como se eles fossem a salvação do mundo. E leio a imprensa espanhola apontando Vinicius Jr. Como um dos melhores do mundo. Estamos perdidos. A crise é mundial. Na tevê, os comentaristas debatem o mapa do calor como algo fascinante e nos despejam um caminhão de estatísticas inúteis. Os locutores e as locutoras berram como gansos, e os bordões forçados poluem nossos ouvidos.

O assunto da mesa ao lado mudou. Agora, os amigos questionam as cotas de tevê para a Segunda Divisão e se perguntam, o que será melhor assistir, Cuiabá x Juventude ou Grêmio x Cruzeiro, América mineiro x Avaí ou Vasco x Bahia? Minha cabeça está um trevo, já não sei de mais nada. Na tevê, a câmera foca no semblante de Alberto Valentim após o quarto gol do Galo. Alberto Valentim? Realmente os gerentes de futebol estão mais perdidos que cego em tiroteio.

MEU SIMPLES MANIFESTO

por Claudio Lovato Filho


O amor que sinto pelo meu clube vem de longe, de há muito tempo.

Ele não me deixa esquecer quem eu sou.

Não me deixa esquecer quem eu fui.

A camiseta que uso, em casa e na rua, nas horas boas e más, não me deixa esquecer quem eu sou.

Não me deixa esquecer quem eu fui.

Somos o que somos também por causa das nossas escolhas, e elas começam a ser feitas muito antes de se tornarem claras para nós.

De se tornarem evidentes.

Nossas escolhas pertencem a nós e nós pertencemos a elas.

O amor que sinto pelo meu clube é incondicional, como todo verdadeiro amor.

É coisa de infância, de história, de escudo.

Assim, então, portanto, meu irmão, minha irmã, não tem choro nem vela.

É imortal.

Incondicional e Imortal.

E que vão para o diabo que os carregue todos os que, de alguma forma – com sua inépcia –, contribuíram para que chegássemos a um momento como este.

Vida que segue. Estaremos sempre aqui. Para o que der e vier.

Vamos em frente, com esse amor que sempre nos caracterizou, esse amor que é engastado no centro da alma, como todo verdadeiro amor, e que nunca nos deixará esquecer o que somos.

Somos GREMISTAS.

E não há nem haverá, jamais, palavras suficientemente capazes de descrever o quanto isso é maravilhoso e sempre será.