FINAL DA COPA DE 62 CONTRA “O SÃO CRISTÓVÃO CHEIO DE PAULO AMARAL”

Jurandir, Aldemar, Zagalo, Benê e Paulo Amaral. Agachados: Valdir, Jair Marinho, Zequinha, Rildo, Amarildo, Germano e Gilmar.
por José Carlos Faria
Assim Garrincha identificou o time da Tchecoslováquia, adversário do Brasil na final da Copa do Mundo de 62.
Eu tinha dez anos e acompanhei as partidas da Copa do Mundo de 62, no Chile, em uma “moderna” Rádio Vitrola Philco, embutida em móvel de pés palitos. Nela ouvi os meus primeiros LPs, da coleção “Músicas para Ouvir e Sonhar”, adquiridos por meu pai. No ano seguinte, eles foram substituídos pelo primeiro disco do conjunto de Liverpool – Beatlemania – gosto musical do meu irmão dois anos mais velho e flamenguista.
Nessa Copa, como torcedor do Fluminense, levei vantagem sobre ele, pois entre os vinte e dois selecionados havia três tricolores (Castilho, Jair Marinho e Altair) e nenhum rubro-negro, não importando que fossem reservas e não tivessem atuado em nenhum jogo.
No dia seguinte às partidas, a TV Excelsior mostrava, em preto e branco, os videoteipes completos dos jogos do Brasil, remetidos do Chile por avião. Um dos precursores do uso desta revolucionária técnica televisiva foi o programa “Chico Anísio Show”, que possibilitava aos diversos personagens do comediante contracenarem ao mesmo tempo. Nas noites de domingo, prenúncio das fatídicas segundas-feiras, só se ouviam pelas ruas os acordes de “Hino ao Músico”, prefixo musical do programa por anos e anos.
Nos videoteipes, reparava nos detalhes dos uniformes das seleções estrangeiras. Os times dos países socialistas (Hungria, Tchecoslováquia e Bulgária) tinham os escudos no meio da camisa, em vez de no lado esquerdo, junto ao coração. A seleção da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS – apresentava essas iniciais, no peito, em alfabeto cirílico – CCCP – que um gaiato traduziu para “Camarada, Cuidado Com Pelé”, como um alerta cifrado, quando enfrentassem o Brasil.
Morria de vontade de ir à Cinelândia, centro do Rio, onde ficava montado um enorme painel vertical representando um campo de futebol, coberto com lâmpadas. Pelos alto-falantes, a multidão atenta acompanhava a narração do jogo e o movimento da bola, indicado pelo acendimento sucessivo das lâmpadas.
O time que iniciou a Copa foi basicamente o mesmo da Suécia em 58, com os craques Gilmar, Djalma Santos, Nilton Santos, Zito, Didi, Vavá e Zagalo. A diferença foi dos zagueiros de área Mauro e Zózimo, que ocuparam o lugar de Beline e Orlando. Mauro, o capitão que levantou a taça Jules Rimet em 62, foi inscrito nas três edições anteriores – Brasil (50), Suíça (54) e Suécia (58) – sem participar de nenhum jogo. Conta-se que argumentou com a Comissão Técnica que seria a última oportunidade de disputar uma Copa e, assim, ganhou a posição.
Mané Garrincha foi o grande destaque da seleção, que perdeu o Rei Pelé no segundo jogo contra a Tchecoslováquia. Foi substituído por Amarildo, o “Possesso”, que logo na sua estreia contra a Espanha marcou os dois gols da nossa vitória por 2×1.
Na semifinal vencemos os donos-da-casa por 4×2, com dois gols de Garrincha, expulso no final, por ter chutado a bunda do seu implacável e violento marcador Eladio Rojas. No julgamento do Mané, o testemunho do bandeirinha uruguaio Esteban Marino, que havia denunciado o lance ao juiz peruano Arturo Yamasaki, poderia tirá-lo da final. Entretanto, “convencido” por dirigentes brasileiros, que já o conheciam, por ter apitado jogos pela Federação Paulista, não compareceu à sessão. Voou no dia seguinte ao jogo para Montevidéu, dizem que via Paris.
A final da Copa de 62 foi contra o “São Cristóvão, cheio de Paulo Amaral”, como Garrincha identificou a seleção da Tchecoslováquia, quando foi informado de que a nossa adversária seria a mesma equipe com quem empatamos em 0x0, nas oitavas-de-final.
O musculoso Paulo Amaral foi um dos precursores da preparação física no Brasil, e trabalhava na seleção desde a Copa anterior. Atuou, também, como técnico, inclusive na Itália (Genoa e Juventus), e comandou o meu tricolor na brilhante conquista do título brasileiro de 70. Para o Mané, os tchecos tinham o porte atlético do preparador, o seu limitado futebol (chegou a jogar nos juvenis do Flamengo) e usavam uniformes iguais aos do time do São Cristóvão, conhecido como “os alvos”, com calções e camisas brancas.
A partida final foi acompanhada em casa, com a família, ouvindo meu locutor predileto, Clóvis Filho, da Rádio Continental. Sofri com o primeiro gol dos tchecos, de Masopust. Meu pai lembrou que, na final de 58, foram os suecos que abriram o placar, mas que acabamos vencedores por 5×2, o que me reconfortou.
Com gols de Amarildo, Zito (não confundir, com o Zico, que tinha na época apenas nove anos) e Vavá, viramos o jogo. Alguém deu a ideia de rasgarmos jornais e arremessarmos os papéis picados da varanda, para comemorar. Havia muitos deles acumulados, já que o “GAARAAFEEIIRO” não havia passado ainda. Esse grito extenso, com sotaque lusitano, anunciava sua presença nas ruas, arrastando sua pesada carroça cheia de garrafas e jornais velhos, que comprava, de casa em casa, para depois revendê-los.
Em meio à euforia após o jogo, uma surpresa foi ouvir a cantora Elza Soares, que iniciava um romance com o Garrincha, ser entrevistada no vestiário bicampeão. Há quase sessenta anos, uma mulher frequentar aquele ambiente exclusivamente masculino era completamente arrojado e inusitado.
Em minha segunda Copa do Mundo, o Brasil era bicampeão, o que significava para mim que seria o vencedor de todas as outras. Em 1966, na Inglaterra, com a eliminação do Brasil, logo na primeira fase das oitavas-de-final, essa lógica foi duramente quebrada.
* Expressão retirada do livro de Ruy Castro – “Estrela solitária – Um brasileiro chamado GARRINCHA”, pág. 261.
vasco da gama campeão brasileiro 1989
por Luis Filipe Chateaubriand

Vasco da Gama Campeão Brasileiro de 1989
O ano era 1989.
No Morumbi, São Paulo x Vasco da Gama jogavam pelo título de campeão brasileiro.
Havia três possibilidades:
· Se o São Paulo vencesse o jogo, iria jogar no Maracanã, com a vantagem do empate.
· Se o jogo ficasse empatado, haveria novo jogo no Maracanã, com o Vasco da Gama jogando pelo empate.
· Se o Vasco da Gama vencesse o jogo, seria campeão, sem a necessidade de se jogar no Maracanã.
O São Paulo fez de tudo para vencer, ou ao menos empatar, o jogo.
Sucede que as investidas da dupla Raí – Bobô eram invariavelmente bloqueadas pelo goleiro vascaíno Acácio, em tarde inspirada.
O Vasco da Gama, por sua vez, fazia um jogo muito seguro, com o sistema defensivo sólido e um meio campo inventivo.
Eis que, no segundo tempo, Bismark “rouba” uma bola dos são paulinos, passa no meio campo para Marco Antônio Boiadeiro, que passa na direita para Luiz Carlos Wink, que faz um cruzamento “de cinema” para a área, a bola passa por Bebeto, mas não por Sorato, que desfere uma cabeçada fulminante para o gol.
Era o gol do título!
Vascaínos em festa comemoraram Brasil afora.
PELÉ EM 3 TEMPOS
por Péris Ribeiro

1) 1951 –
- Deixa eu entrar?
- Que é que há, garoto! Não vê que é muito pequeno?
- Mas sei jogar…
- Então entra. Rápido!
Canelas finas, olhar comprido, o negrinho mirrado tinha apenas escassos minutos para mostrar o que sabia. O diabo é que sabia mesmo; E jogava tanto, que virou o destino daquela simples pelada em Bauru. Bastaram os poucos minutos que lhe deram.
Ninguém via, sequer percebia. Mas ali começava a se consagrar um Rei.
1958 –
Um drible seco em Borjesson, um chapéu em Gustavesson. Finalmente o toque sutil, desconcertante, no canto direito do incrédulo Svensson.
Pouco depois, fim de jogo. Brasil 5 x Suécia 2. Brasil, campeão do mundo pela primeira vez.
Lá em baixo, no campo, um menino de 17 anos acabava de ser coroado Rei do Futebol.
2) 1962-
Com o uniforme imaculadamente branco do Santos, são jornadas épicas. Memoráveis! O ápice acontece no ano seguinte, com o bicampeonato mundial de clubes; o bi da Libertadores da América.
E o Rei, soberano, segue reinando com a pompa de sempre.
1970 –
Pela Seleção Brasileira, eis que vem o tricampeonato mundial, nos altiplanos do México. E era de se ver um Pelé ungido, a realizar jogadas de puro sonho pelos gramados astecas.
Já nos ombros do povo, aquele inesperado sombrero não poderia servir-lhe de mais apropriada coroa.
Ali, ele era o Rei maduro em sua arte. A viver os rescaldos da glória…
3) 1999 –
Vejo Pelé e pergunto:
- Seu ídolo maior. Dondinho?
- Negativo. Zizinho!
- Os motivos…
- Olha, é que sem o Mestre Ziza talvez não existisse o Pelé. Como ele, sei que nunca havia aparecido outro igual. Driblava, criava, lançava e finalizava com a maior perfeição. Até na cabeçada era bom, apesar do tamanho, da baixa estatura. E era do tipo macho! Que não rejeitava parada em campo. Foi nele que me mirei. Ele foi o meu grande espelho.
E o Rei ainda teve tempo, de me lembrar uma certa historinha:
- Em 1957, ali no comecinho da minha carreira, o São Paulo foi o campeão paulista. Mas, sei bem que só chegou lá, graças à genialidade do Zizinho. Era ele do lado de lá, dando o seu showzinho particular. E eu, do lado de cá, de olhos arregalados. Só aprendendo, aprendendo…
Detalhe: não muito tempo depois, Pelé, com apenas 17 anos, se consagraria o mais jovem campeão mundial da história. A camisa? A de número 10 do Brasil. E na volta triunfal, apenas quatro meses depois, ainda levaria o Santos ao título de campeão paulista de 1958. O recorde? 58 gols em 30 jogos – marca não igualada até hoje.
Lições, afinal, do venerável Mestre Ziza?
2022-
Se o Futebol,
é pura forma de religião,
que o Maracanã, então,
seja o templo.
A bola,
consagrada hóstia.
Pelé?
Deus!
JOÃO SALDANHA, “MEUS AMIGOS…”

João Saldanha começava seus comentários com seu tradicional “Meus Amigos…”. Era o comentarista que o Brasil inteiro consagrou. O ‘João Sem Medo’ – apelido dado por ninguém menos que Nelson Rodrigues.
Nas Eliminatórias para a Copa de 70, ele inovou, para surpresa dos jornalistas. Tirou do bolso um papel e, de cara, escalou um a um seus titulares: Félix; Carlos Alberto Torres, Brito, Djalma Dias e Rildo; Piazza, Gerson e Dirceu Lopes; Jairzinho, Tostão e Pelé. Oito deles seriam mesmo titulares no Mundial do México, porém, sob o comando de Zagallo.
– Meu time são 11 feras! – alegou. Eram mesmo. ‘As Feras do Saldanha’.
Emílio Garrastazu Médici, o mais tirano dos ditadores, gostava de futebol. Prisões, torturas e assassinatos se avolumavam, mas o Presidente da República costumava aparecer sorridente no Maracanã, com um radinho de pilha no ouvido. Confesso que era no mínimo estranho ver o carismático, valente e assumido comunista dirigindo a seleção em plena terra de generais.
Médici declarou que gostaria de ver o folclórico artilheiro Dadá Maravilha, o ‘Dario Peito de Aço’, convocado.
– Ele escala o Ministério dele, e eu a minha seleção! – bradou Saldanha, fulo da vida.
Duas semanas depois, estava demitido.
Luiz Mendes me disse que pegou João em casa no dia em que ele atirou no goleiro Manga, durante o jantar da comemoração do título carioca de 1967, conquistado pelo seu Botafogo sobre o Bangu de Castor de Andrade. No trajeto, entre Copacabana e o Mourisco Saldanha disse:
– Luiz, estão preparando uma tocaia pra mim. Não se meta. Briga minha é de talho, não de corte.
Édson Mauro, o ‘Locutor Bom de Bola’, me conta uma boa:
– Nos anos 70 João me disse que estava solteiro: ‘Não quero mulher me enchendo o saco. Separei de novo.’
Perto do fim do ano, Édson perguntou onde ele passaria o Natal.
– Sei lá.
– Quer ir comigo para Maceió?
– Vou, sim.
Nas praias e caminhando pelas ruas da capital de Alagoas, era parado a todo momento e dava atenção a todos, falando de política e futebol. As pessoas apontavam de longe para ele. Afinal, ali estava o “dono” da nossa seleção, o cara que todos brasileiros queriam ver dirigindo o escrete.
Viagem para a Europa? Passaporte na mão, alguém lhe pergunta sobre a mala:
– Essa calça jeans foi a maior invenção do americano. Camisa, agasalho, compramos tudo isso lá fora, e bem baratinho!
Vim ao Rio em 1983 para falar com o Saldanha, quando estava me formando em Educação Física na FOA – a Fundação Oswaldo Aranha, em Volta Redonda. Na matéria, futebol – um trabalho que fiz sobre Jornalismo Esportivo. No Maracanã, numa quarta-feira à noite, assisti à goleada do Flamengo sobre o São Cristóvão por 5 a 0. Esperei o fim da ‘Jornada Esportiva’ e caminhei até a cabine da Rádio Globo. Já passava da meia noite quando gravei uma longa entrevista com o João.
Descemos juntos no elevador. Ele foi para o estacionamento enquanto eu caminhei para a esquerda, mirando o antigo Portão 18. Do nada, seu Passat cinza deu ré e, nisso, ouvi a seguinte pergunta:
– O que você tá fazendo aí, garoto?
– Vou ver se pego um táxi.
– Você quer ser assaltado? Entra aqui! Vai pra onde?
– Rodoviária.
– Te deixo lá.
Saldanha era assim.
O Flamengo foi jogar certa vez em Itaperuna. Eu, pela Rádio Globo, como repórter; ele, na função de comentarista da Rádio Tupi. Começou um boato de que o João sumiu. Cidade pequena, os jornalistas se dividiram para procurá-lo. Em pouco tempo, visualizamos Saldanha sentado no banco de uma praça, bebendo cerveja e contando histórias para cerca de 40 pessoas.
Audacioso, crítico, verdadeiro, eram passagens verdadeiramente espetaculares. O que prova que Saldanha foi mesmo um marco no nosso Jornalismo. Uma figura simples e muito, muito popular!
A última vez que o vi aconteceu no Galeão, durante o embarque para a Copa de 1990, na Itália. Debilitado, em uma cadeira de rodas, um torcedor chega à sua frente e pergunta:
– E aí, João… tudo bem?
Ele olha sério para o sujeito.
O desconhecido insiste:
– Tá tudo bem, João?
– Como e que tá tudo bem? Você tá cego? Olha essa cadeira de m… aqui! Vai pra pqp…
Saldanha era assim.
João Alves Jobim Saldanha, gaúcho de Alegrete, amigo íntimo de Heleno de Freitas e primo do gênio Tom Jobim, era fã declarado de Garrincha, outro gênio. Saldanha foi um dos maiores personagens do Brasil no Século XX.
A SAGA DOS TREINADORES
:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::

Ainda estou inconformado com a partida de meu irmão Fred. No campo do Costa Brava, onde, religiosamente, ele jogava sua peladinha reunimos amigos, formamos um grande círculo e rezamos uma Ave-Maria. Foi lindo! Meu irmão sempre foi muito querido, mas sei que sentia-se rejeitado e alijado pelo mercado, assim como sentem-se Jaime, Andrade, Búfalo Gil, Cláudio Adão, Arturzinho, Sebastião Leônidas, Jair Pereira e tantos outros. A experiência não conta no futebol. O que os treinadores atuais, a maioria que nunca chutou uma bola, sabe mais do que esses citados por mim? Nada!
Não os colocarem como os treinadores principais já é um absurdo, mas sequer os convidarem para assumir a base, fazer parte da comissão técnica, o que seja, é vergonhoso. Ainda mais hoje que as comissões técnicas são gigantes. Outro dia fique sabendo que nas viagens é preciso reservar um ônibus apenas para essa turma, professores de Educação Física (o Fred era, hein!), analistas de desempenho, filho do treinador, sobrinho do treinador, cabeleireiro etc etc etc.
Zé Ricardo, do Vasco, se mandou no meio de um trabalho e depois reclama quando é mandado embora. Mas já já volta e assume novamente o Gigante da Colina. Os mesmos ficam se revezando, são demitidos e no outro dia já estão com seus 20 auxiliares sugando outro clube. Ou vocês enxergam alguma novidade tática do Inter, do Mano? Que pobreza de futebol, retranca e covardia. São Paulo x Avaí foi lamentável, Vasco x Grêmio tétrico, Juventude x Fluminense nem se fala. A maioria dos jogos tem sido assim.
Por isso, há tempos venho elogiando o Fortaleza. Que time bom de ver jogar! E não falo só pela vitória sobre o Flamengo, há pelo menos dois anos venho batendo nessa tecla. A crise é mundial, mas ainda é bem melhor assistir as seleções da Europa. Adorei a goleada da Holanda sobre a Bélgica, duas seleções que adoro, e a da Dinamarca sobre a França. Itália x Alemanha foi interessante. Vamos continuar assistindo futebol, não tem jeito. Já mudei para Animal Planet, Quilos Mortais, Irmãos a Obra e vários de gastronomia mas acabo voltando mesmo que seja para rir, me indignar e desligar a tevê prometendo que jamais verei novamente aquele festival de horrores.
Pérolas da semana:
“Com um DNA ofensivo, o time tem uma compactação de ideias para agredir o adversário e fazer uma transição dinâmica, explorando o ponto de sustentação e a identidade do ataque”.
“O treinador deveria potencializar o jogo se espelhando no basquete americano. Para isso, precisa de um time automático com potência para espaçar o último terço do campo e os corredores naturais da beirinha”.
É dose aturar esses analistas!