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O PARAGUAIO QUE INCENDIAVA AS LARANJEIRAS

29 / janeiro / 2019

por Luis Filipe Chateaubriand


Julio Cesar Romero, o Romerito, começou a se destacar muito cedo no futebol. Aos 19 anos, o jogador do pequeno Sportivo Luqueño, da cidade de Luque, sua terra natal, já era titular da Seleção Paraguaia, tendo sido o astro da conquista da Copa América de 1979 por aquele país, inclusive eliminando a Seleção Brasileira.

No ano seguinte, 1980, transferia-se para o Cosmos de Nova York, onde ficou até o final de 1983.

Mas foi ao chegar ao Fluminense, em 1984, que veio a consagração: o paraguaio tornou-se ídolo da torcida tricolor, e fez o gol do título mais importante do “pó do arroz” até então, o Campeonato Brasileiro daquele mesmo ano, 1984.

Uma característica marcante de Romerito era o chute forte e preciso. Diversas vezes fez belíssimos gols de voleio, alguns chutados de longa distância, habilidade rara entre jogadores de futebol.

Outra característica significativa de Don Romero era a bravura em campo, sua reconhecida raça. Jogador valente, não dava um jogo como perdido com facilidade, era obstinado na busca pela vitória.


Mas o que realmente marcava o paraguaio era a dinamicidade. Com um fôlego invejável e sempre com exuberante preparo físico, se movimentava por todos os lados do campo, parecia se multiplicar pelo relvado, e, assim, sempre dava opções aos companheiros, seja para receber a bola, seja para passá-la.

Estas características, aliadas a uma técnica nada desprezível, fizeram do paraguaio um dos maiores ídolos da nação tricolor. Foi, assim, importante artífice não só do título brasileiro de 1984, mas também do bi e do tricampeonato carioca, em 1984 e 1985.

Ao sair do tricolor em 1988, rumo ao Barcelona, muitos quiseram taxar ao craque a pecha de mercenário, repetindo o bordão “yo quiero mi diñero” – como se não fosse direito do profissional receber os valores que o clube lhe deve.

A verdade é que jogadores que se dedicam ao time em campo como Romerito são raros, muito raros. Técnica e garra a serviço de um clube de futebol são bens preciosos, e quem é de um clube tantas vezes campeão sabe ser grato a quem foi decisivo para importantes títulos do clube verde, branco e grená.

Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há 40 anos e é autor da obra “O Calendário dos 256 Principais Clubes do Futebol Brasileiro”. Email:luisfilipechateaubriand@gmail.com.

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