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MESQUITINHA, NOSSO TIME DE RUA DE PARALELEPÍPEDOS

11 / abril / 2023

por Wesley Machado

Assistindo ao excelente vídeo do Museu da Pelada sobre o Onze Rubros de Quintino, lembrei-me do nosso time de rua de paralelepípedos, o Mesquitinha, que também era rubro, vermelho ou grená, como queira. O Mesquitinha foi batizado por mim com este nome porque morávamos na rua Professor Mesquita, no bairro Pecuária, em Campos dos Goytacazes-RJ.

Tínhamos cerca de 10 anos de idade. E, como não tínhamos campo para jogar, jogávamos na rua mesmo. Rua de paralelepípedos. Com as tradicionais lambretas/chinelos servindo de gol. Ou até mesmo uma pedra de paralelepípedo solta. A bola saía no meio-fio. Jogávamos descalços. E tínhamos de parar o jogo quando passava um carro. Esta rua só tinha casas de um lado. Pois do outro lado é o muro do Parque de Exposições Agropecuárias.

Como não tínhamos campo na nossa rua, jogávamos como visitantes no campo da outra rua, contra o time que não tinha nome, chamávamos de “Outra Rua” mesmo. Este era o nosso clássico de maior rivalidade: Mesquitinha x Outra Rua. Denominamos o campo deles de “Chiqueirinho”. Porque quando chovia, o campo – que tinha mais terra do que grama, ficava todo enlameado e cheio de poças d’água.

Uma vez ganhamos deles lá dentro da casa deles. Não lembro detalhes, mas lembro que ganhamos e, se não me falha a memória, eu fiz o gol que definiu a decisão por pênaltis. Saímos de lá comemorando muito! Eu vestia a camisa 8 do Mesquitinha. A camisa era rubro/vermelha/grená com os números verdes, parecendo com a da Portuguesa de Desportos ou a Seleção de Portugual.

Para fazer nosso jogo de camisas, compramos camisas de tecido branco e tingimos de vermelho. A minha saudosa Vó Ezilea, que era costureira, costurou os números em verde. Jogávamos com a camisa sem escudo. Um dos jogos mais prestigiados nos paralelepípedos da Rua Professor Mesquita foi outro clássico, desta vez com o Cajuzinho, do bairro vizinho, Caju.

Se não me falha a memória também ganhamos este jogo, que teve a assistência de muitas pessoas nas calçadas, que receberam convites de papel feitos por mim, como se fossem ingressos de cortesia para um jogo público. Foram bons tempos aqueles na Rua Professor Mesquita, em especial com o Mesquitinha, que vai ficar para sempre guardado nas minhas memórias infantis do início da década de 1990.

11 Comentários

  1. PETERSON GONCALVES TEIXEIRA

    Muito bacana sua história amigo, parabéns

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    • Wesley Barbosa Machado

      Ô, Doutor Peterson! Todos nós temos uma história única que merece ser contada! Muito agradecido, meu amigo!

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    • Alcenir Bueno

      Muito boa matéria, Wesley.
      Vc também me fez voltar a infância/adolescência quando jogávamos descalços nas ruas de paralelepípedos do parque santo amaro.
      Sempre saia com a tampado dedo pendurada em carne viva. Mesma descrição. Só muda o endereço.
      Grande abraço meu amigo.

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      • Wesley Barbosa Machado

        Ô, professor Alcenir! Que honra um comentário do senhor aqui. No campo “Chiqueirinho”, eu pisei em um caco de vidro, cortei a sola do pé, onde tenho uma cicatriz até hoje. Bons tempos de infância, de brincadeiras e machucados. Da época que Merthiolate doía. Ficam as boas lembranças!

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  2. Ronaldo Novelli

    Muito maneiro . Lembro que já joguei assim. Também joguei uma vez na favela da rocinha e fiz um gol. Pra quê? Os locais ficaram muito bravos e meu goleiro, meu primo, ficou com medo e toda a bola atirada ao gol entrava. Levamos uma goleada. Abração a todos

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  3. Wallace

    Época muito boa. Saudades eternas

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    • Wesley Barbosa Machado

      Meu eterno professor e grande amigo, Novelli! Muita engraçada esta história sua! Você foi autor do gol de honra!

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    • Wesley Barbosa Machado

      Sim, Wallace. Época de muitas boas lembranças! Estive ontem com seu irmão, Wagner. Lembramos do rap da rádio!

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  4. Ricardo Pohlmann

    Wesley, muito interessante essa história. Ao contrário das lambretas, fizemos uma vaquinha entre nós, compramos canos, joelhos e rede e montamos, nós mesmos, uma baliza completa, com rede e tudo para as peladas da minha rua, asfaltada. Nosso time se chamava Ildefonso(nome da rua) e fazíamos o famoso clássico com a Alm. Guillobel, a rua paralela à nossa.

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    • Wesley Barbosa Machado

      Grande Ricardo Pohlmann, meu amigo da UENF, da Cultura e do Futebol! É, um golzinho assim cairia bem! Foram várias as polêmicas quando a bola passava meio por cima da lambreta ou da pedra. Sem contar o famoso: “Imprensada é da defesa”! Rs

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