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NINGUÉM AGUENTA MAIS O “ATAQUE MERCOSUL”

23 / outubro / 2025

por Zé Roberto Padilha

Que o próximo presidente tricolor contrate uma comissão técnica que valorize o impecável trabalho realizado em Xerém. Por lá, ganhamos tudo na base e perdemos no profissional por revelar João Pedro, Gerson e Pedro — jogadores que depois acabamos vendo brilhar em outros clubes, muitas vezes contra nós.

Até quando?

Entre os meio-campistas atualmente escalados, apenas Martinelli veio da base. Hércules e Lima vieram do Nordeste para servir a um Serna, colombiano; a um Cano, argentino; a um Cannobio, uruguaio; a um Keno, que surgiu no Santa Cruz; e a um Everaldo, que nem deveria ter vindo de lugar algum. Sem falar em Soteldo, venezuelano…

Não é só o Fluminense que sofre com a minissérie “A maldição dos ex”, que recentemente nos eliminou do Mundial de Clubes — é o próprio futebol brasileiro. Nosso “Ataque Mercosul” pouco tem contribuído ultimamente.

Quando um menino é cobiçado pelo futebol europeu, é porque se destacou jogando com a habilidade natural do jogador brasileiro. Mas, ao chegar lá, cai nas mãos do tiki-taka de Guardiola ou do toque seguro de Ancelotti — e passa a jogar sem riscos, sem improviso, sem a ousadia de antes.

Quando retornam à Seleção, jogam como europeus. A exceção de Luiz Henrique e Paulo Henrique, a Seleção Brasileira hoje se parece mais com Real Madrid e Barcelona do que com o Santos de Pelé ou o Botafogo de Garrincha.

Mais uma vez, seremos todos iguais na próxima Copa. Os japoneses, tão iguais, já nos deram uma prova recente disso.

O exemplo poderia vir de Xerém: depois de formados, os garotos deveriam estagiar no próprio clube, devolvendo o investimento em campo, com um contrato profissional de pelo menos dois anos antes de poderem ser negociados.

A independência financeira do atleta não pode ser maior — nem menor — do que o direito do clube de receber a contrapartida por quem alimentou, abrigou, treinou e competiu por tantos anos.

A “maldição dos ex” precisa se transformar em gratidão dos atuais. Antes que seja tarde. Antes que a habilidade, o improviso e a ousadia se tornem apenas lembranças do passado.

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