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PC Caju

A JAQUEIRA DE FRIAÇA

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Bebi durante grande parte de minha vida, mas só entrei nesse vício após parar de jogar, talvez por saudade da vida maravilhosa dentro de campo, dos títulos, amizades, craques, Maracanã lotado, enfim o futebol é apaixonante. Mas imagino os que beberam por desgosto, por aquela bola decisiva na trave, pelo detalhe, o descuido fatal. A injustiça dói, destroça.

Estou lendo “Dossiê 50”, do saudoso Geneton Moraes Neto, jornalista raro, desses que desapareceram das redações. Ele ouviu o carrasco uruguaio Ghiggia e todos os brasileiros de 50.

Os atletas da seleção atual deveriam ser obrigados a ler esse livro para perceberem a colossal diferença de comportamento entre as gerações. É o que sempre tento, em vão, explicar aqui. Não falo sobre a qualidade do futebol, mas a forma de enxergá-lo.

Em um trecho, Danilo, o Príncipe, diz: “Parecia o presidente da república descendo do carro, vaiado. Mas era eu chegando em casa após a derrota”. Impossível não chorar. E desabafa Juvenal: “Perder aquele jogo para o Uruguai foi como perder uma guerra. Não pedíamos prêmio, nada, nem sabia quanto ganharíamos. Quem vai para a seleção tem que defender a pátria”.


Só nesses dois depoimentos ficam claríssimos dois pontos muito discutidos atualmente, o distanciamento entre o ídolo e a torcida, e a transformação do jogador em mercadoria. Me dói imaginar a dor do lendário Zizinho e comove ler o seu depoimento: “Meu sonho era assim: a gente ainda iria jogar contra o Uruguai. Aquilo que aconteceu era mentira”. E a de Bauer: “Vim para ser campeão. Voltei para São Paulo no chão do trem”.

Meu Deus, imaginam algum convocado de hoje vivendo essa tragédia? E a de Bigode, junto com Barbosa apontado como um dos culpados pelo gol uruguaio: “Tempos depois fui jantar em um restaurante com a minha esposa quando ouvi na mesa ao lado: olha ali o culpado pela derrota. Fui embora”.

A vitória era certíssima e os 200 mil torcedores não tinham a menor dúvida disso. E leio Barbosa dizendo: “Só três pessoas calaram o Maracanã, Gigghia, Frank Sinatra e eu”. Como adoraria me agarrar aos ponteiros do relógio e voltar atrás, recontar aquela história. Queria ser o vento para soprar aquela bola de Gigghia para longe. Ah, Deus, me transforme no feiticeiro do tempo, me dê poderes, seja lá o que for, mas não deixe esses homens sofrerem tanto. Esquece, PC, todos já partiram carregando esse peso!!


Fecho o livro, mas guardarei essa história eternamente comigo porque não posso admitir que a dor da derrota seja banalizada. Ou o futebol é paixão ou não é.

Hoje a frieza impera. Não comparo a qualidade dos jogadores de hoje com os de outrora, mas a relação que tinham com a torcida, do amor que sentiam pela camisa da seleção. A mudança de comportamento e de poder aquisitivo, a tecnologia, nada pode ser capaz de espanar esse sentimento bom e profundo.

O futebol é amor, drama, entrega, dor, vitórias e injustiças. A pureza fazia o nosso futebol mais leve e plástico. Já fomos bailarinos, hoje somos robôs. Precisamos de mais doçura, como a refletida na frase de Friaça após a derrota de 50: “O trauma foi enorme. Quando dei por mim, estava embaixo de uma jaqueira”.  

PEDRO, PAQUETÁ, IVETE, ANITTA

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Entrei para o boxe. Precisava extravasar de alguma forma. Tenho visto os debates e sinto em informar que esse país acabou. Coronéis, jagunços, verdes sem conteúdo, mauricinhos, enfim, as figurinhas repetidas de sempre.

Cansei, entrei para o boxe e soco o boneco de borracha até cansar. Esse país não tem jeito. Como diz um amigo meu, estamos no bico do urubu. Não tem luz no fim do túnel, não tem nada. Não há propostas, só teatro. Saudade de Paulo Autran, Paulo Gracindo e Dina Sfat. Cansei.

Minha vida é socar bonecos para conseguir dormir, exausto. Tenho a alternativa de não votar, mas isso não basta. O certo seria, se não temos bons candidatos, que fosse suspensa a eleição. No futebol, também poderia ser assim. Se não há bons nomes, se a safra é ruim, que seja cancelada a nossa participação em qualquer torneio.

Estou exausto, triste com o que estão fazendo com o nosso país e com o nosso futebol, a maior paixão desse povo. O Tite deveria ter vergonha de sair na rua. Ele nos deve uma explicação. Mas teve a cara de pau de criticar a França e disse que só aceitou continuar ganhando seus milhõezinhos por mês após uma longa conversa com a esposa. Não só topou seguir no comando como trouxe o filhão junto para reforçar a renda familiar.

A imprensa não fala nada. Ri. Elogia. A imprensa não questiona qual foi o empresário que mais saiu ganhando nessa convocação. Eu gostaria de saber, algum Sportv da vida poderia me responder ou vão continuar passando a mão na cabeça do pastor?


Ninguém vai questionar a convocação do goleiro Hugo se até os rubro-negros não entenderam nada? Vão acreditar nessa ladainha de convocar alguém do sub-20 para ganhar experiência, é sério que vão? E se fosse para convocar algum sub-20 o nome certo seria o Hugo? E esse outro que joga na Bélgica? Por que o nome dele sequer foi lembrado nas dez últimas convocações?

Juram que não vai aparecer um jornalista questionador, juram que vou ter que continuar socando bonecos até os meus últimos dias? Juram que o Tite vai continuar debochando com a cara de vocês? É verdade que o Fágner e o Renato Augusto foram chamados novamente? O Léo Moura com 40 anos e sem uma perna é melhor do que ele. É sério que Pedro e Paquetá são os grandes astros do futebol brasileiro? O que faz a carência de ídolos.

Vocês já perceberam em quantas campanhas Ivete Sangalo e Anitta estão? É o melhor que nós temos? Vocês já ouviram falar em Bossa Nova, Tropicália, festivais da canção? Não é saudosismo, é realidade. Pedro e Paquetá são as Ivete e Anitta do futebol. Não quero desmerecer ninguém, mas faltam referências.

Me desculpe, Tite, mas essa convocação foi como escrever “otário” em nossas testas. É sério que você vai ficar até 2022 convocando essa rapaziada com o simples intuito de valorizá-los no mercado internacional? O mundo sabe que basta uma convocação para os clubes europeus abrirem suas portas.

Não sou jornalista e não jogo mais bola, também sei que minha voz não ecoa o suficiente para que todo esse mistério seja desvendado. Hoje, pratico boxe. Soco o boneco com força. Enquanto treino, lembro Cassius Clay, Joe Frazier, Éder Jofre. Sou de uma geração em que os ídolos emocionavam. Jamais me contentarei com pouco. Me desculpe, Tite, mas não torço mais por SUA seleção porque ela é só SUA. Tite, acredite, hoje só me resta socar.

BISCOITO VENCIDO

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


A demissão do técnico Rogério Micale, do Paraná, lanterna do Brasileiro, só mostra como os professores conseguem enganar tanta gente, principalmente a imprensa, que vive passando a mão na cabeça de todos eles. Micale foi campeão olímpico em 2016, mas ainda não disse a que veio. Ou seja, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Aliás, o Micale chupou laranja com quem? Kkkkkkkk!

A saída de Jorginho do Vasco foi mais um desses casos. Reclamou do clube, mas não pensou duas vezes antes de abandonar o Ceará quando foi chamado pelo time da Colina. Vale lembrar que ele ficou apenas duas semanas no Vozão.

A verdade é que eles não se preocupam muito, porque no fundo continuam ganhando o salário deles. Saem de um clube e na semana seguinte estão em outro. E alguns clubes os demitem e os chamam de volta como um alternativa de sanar antigas dívidas. 

Prestem atenção nessa lista das danças das cadeiras para vocês verem se o ranzinza aqui está errado: para assumir a vaga de Micale no Paraná, o mais cotado é Claudinei Oliveira, que pediu demissão do Sport no último domingo. O rubro-negro, por sua vez, anunciou Eduardo Baptista, demitido do Coritiba há quatro dias e que já passou por Sport, Palmeiras etc. Fernando Diniz durou 21 jogos no Atlético-PR, com sete empates e nove derrotas. Adilson Baptista foi anunciado como novo técnico do América-MG após a saída de Ricardo Drubscky. Cuca foi o escolhido do Santos para assumir o lugar de Jair Ventura. Demitido pelo Palmeiras no fim de julho, Roger Machado deu lugar a Felipão. Gilson Kleina foi chutado da Chapecoense e já escolheram Guto Ferreira, ex-técnico do Bahia. Marcos Paquetá durou apenas cinco jogos no Botafogo e já foi substituído por Zé Ricardo.

Por falar no Botafogo, já esqueceram que o Alberto Valentim estava no clube e não pensou duas vezes antes de deixar os jogadores na mão quando surgiu uma proposta da Arábia? O mesmo caminho foi trilhado por Fábio Carille, que levou o Corinthians ao título brasileiro do ano passado e agora comanda o Al Wehda, enquanto a equipe paulista ocupa atualmente a sétima posição do Brasileiro.

É mais do mesmo, por isso nosso futebol vive esse marasmo. A verdade é que, assim como os jogadores, os técnicos não têm mais compromisso e identificação nenhuma com os clubes. Grande parte deles não está nem aí porque sabem que, se foram mandados embora hoje, amanhã estarão empregados.

Não temos que ficar com pena deles porque foram eles que criaram esse círculo vicioso, então eles que se virem para sair dessa teia. Mas o que mais me irrita nessa história é olhar todos os programas esportivos e ver que os jornalistas não culpam os técnicos e vivem passando a mão na cabeça do Tite, como se fosse o último biscoito do pacote.

Para mim, me perdoem, mas a data de validade desse biscoito já venceu faz tempo.

PRODUTO POPULAR

por Israel Cayo Campos


O Caju está certo. O futebol é um produto popular. Que a cada dia mais elitizado vai se tornando artigo de uma pequena classe que mais virou cliente que torcedora apaixonada. 

Esse papo de que rendas enormes sustentam os clubes ou impedem que nossos craques saiam daqui é pura balela. Pois mesmo times que lucram com essa situação, caso de Palmeiras e Corinthians, situados em uma zona do país economicamente melhor do que o Rio de Janeiro, ocorre frequentemente a venda de seus jogadores mais promissores (no caso do Corinthians até pela necessidade de outras dívidas) para mercados “poderosos” como o Egito por exemplo (kkk)! 

Quem sustenta os clubes e suas dividas são a televisão e suas cotas, patrocinadores aos mil nas camisas, dos de material esportivo aos de suvaco e bunda, programas de isenção de impostos como o Profut, programas de sócio-torcedores (muitos desses sócios ajudam seus clubes mesmo morando longe do estado de origem dos mesmos, denotando apenas seu desejo em ajudar) e a venda de jovens promessas! 

Claro que grandes receitas não podem ser desprezadas, mas essas também são conseguidas com planos muito mais baratos! Só saber um pouco de economia! E em outras ocasiões o Flamengo soube fazer isso, lotando o estádio a preços bem menos salgados!


Por sinal, esses clubes hoje criaram os torcedores de aeroportos, que ao não conseguirem entrar no estádio vão atrapalhar o funcionamento normal desses estabelecimentos para apoiar seus jogadores com uma empolgação que muitos torcedores dentro dos estádios não possuem mais! E ainda há quem bata palmas pra esse tipo de segregação velada. 

Por fim, esses clubes quando precisam do torcedor mais pobre, abrem o estádio em vésperas de grandes jogos com o intuito de contagiar seus jogadores! Precisam do seu Zé, que mora lá no fim do mundo, que ainda tem TV de tubo, mas paga ao Premiere para torcer para seu clube amado… 

Então deveriam respeitar economicamente a situação daqueles que de fato sustentam seus times (e ai não é só o Flamengo!), e abrir também as portas para esse publico que ama seu clube nas vitórias e derrotas! Que tinham como único passatempo falar o dia todo no trabalho de futebol, e é claro, dos orgulhos e tristezas que seus clubes lhe dão a cada fim de semana! Pois esses vivem o futebol, não vão só na boa! 


Volta, Geral! Em todos os estádios! Chega de elitização de tudo! O presidente do Flamengo, assim como o de outros clubes podem entender de grana, mas entendem muito pouco do mal que fazem ao futebol (no caso do presidente citado, acho que nem de futebol entende!), criando essa segregação e já notório desinteresse do publico brasileiro por seus times de futebol. 

É só olhar as últimas pesquisas que já vemos que antes de torcedores de Flamengo, Corinthians ou São Paulo, temos uma grande porcentagem de pessoas que sequer se interessam pelo esporte! 

E essa porcentagem de desinteressados só faz aumentar graças a esses preços salgados, onde apenas 1% da população brasileira (com mais de 200 milhões de habitantes) já foi a um estádio de futebol! Para uma nação que carrega e se orgulha da alcunha de viverem no “país do futebol”, é uma lástima que clubes tão grandiosos estejam contribuindo para uma situação dessas ! 

Tô fechado com o Caju nessa!

VIVA OS TORCEDORES!

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Amigos, perdoem-me por minha acidez. Adoro os torcedores ingênuos, os puros, os que vestem a camisa do clube um dia após o time ter levado aquela terrível goleada. São eles que mantém o futebol vivo e que ainda vão aos estádios com chuva, frio, crise financeira, violência e nesses horários absurdos que programam as partidas. Entrar para jogar em um estádio vazio é desanimador.

Perdoem-me por minha acidez, mas vejo futebol com outros olhos. Não caio em certas arapucas publicitárias usadas para promover o espetáculo, como contratar Pelé por um dinheirão para promover o Carioca e, agora, essa campanha pedindo paz nos estádios. Tudo soa falso, tudo parece prestação de contas com os patrocinadores. O torcedor quer craques, bons jogos e preço barato. Craques os clubes desaprenderam de fazer.

Amigos, perdoem-me por minha acidez, mas quem foi o destaque do primeiro turno do Brasileirão? Sem clubismo, respondam-me? Qual foi a revelação surgida? Os destaques do líder São Paulo são Nenê e Diego Souza, peraí!!


O Aguirre é aquele treinador que quando o seu time faz um gol tranca-se na defesa, igualzinho a Zé Ricardo que veio para o meu Botafogo e Mano, do Cruzeiro. Felipão, nem vou falar mais. Cuca chegou para o Santos e Gilson Kleina foi demitido pela milésima vez nesse ano. Mas se bobear já está empregado porque esse troca-troca já virou rotina. O Adilson Batista voltou, agora para o América-MG. Gosto dele! Tá vendo, gosto de alguém, Kkkk!!!

O Flamengo, me perdoem, é carregado por sua torcida, essa, sim, um espetáculo. O time não me agrada e um “maestro” que não gosta de se despentear fica bem complicado. Curioso é que normalmente os maestros são despenteados, Kkkkk!!!!

Para o Internacional estar na colocação em que está dá para sentir o nível do campeonato. O time é muito, mas muito, fraco. Seu rival, Grêmio, tem Léo Moura, Madson e Cortez nas laterais, e Jael, de centroavante, precisa dizer mais? Nesses times qual a grande surpresa?


Tite foi ver um jogo do Grêmio e deve ter ido ao banheiro quando Luan fez um gol. Porque isso também é preciso ser levado em conta. Do que adianta ser destaque para os torcedores se não é para Tite e seu filho, o observador técnico da vez? Eles dois vão observar quem são os novos Fernandinhos, Paulinhos e Casemiros. Não levou um centroavante para a Copa e agora querem observar Pedro, do Fluminense, vai entender…

Amigos, perdoem-me por minha acidez, mas qual será o time da Copa América? Qual o discurso da vez? Qual a lenga-lenga? Mas, PC, nada está bom nesse Brasileirão? Vejam, tecnicamente é medíocre e a torcida não abandona de vez porque essa é a sua religião. Claro que o Everton, do Grêmio, é bom de bola, o Pedro, o Paquetá. Mas, acreditem, isso é pouco, muito pouco para quem um dia já foi considerado o país do futebol.