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Flamengo

SE VIRA Aí, ZÉ!

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


(Foto: Nana Moraes)

Antes que o vendedor do quiosque fizesse alguma pergunta – sempre faz! – me adiantei: “Qual a enquete do dia?”. “Zé Ricardo”, respondeu. Não vou nem entrar no mérito da qualidade do Zé Ricardo como técnico porque para mim é apenas mais um professor de Educação Física tentando a sorte. Mas se o meu amigo Carlos Alberto Parreira chegou aonde chegou, porque ele também não poderia?

É só uma questão de estar no lugar certo, na hora certa. O Flamengo não tem padrão de jogo. Ou tem? Mas acho que o menor culpado era ele. O que existe hoje no futebol é uma queda de braços entre treinadores e gerentes de futebol. Viram o que o Cuca fez no Palmeiras? Mandou o gladiador embora! Ah, o Gladiador está no Coritiba?  Verdade, mas o Felipe Melo também poderia ter esse apelido. Foi uma contratação do gerente, de um executivo, que o Cuca não quis aproveitar. Aí, o Cuca colocou o presidente na parede: “Ou ele ou eu”. E assim o Felipe Melo dançou.

Estaria o Zé Ricardo de acordo com esse caminhão de contratações? Não sei, mas sei que o Zé Ricardo não tem quilometragem para fazer essa pergunta – e teria dançado antes se ameaçasse um… “ou eu ou o Berrío”. Quando o Zé começou a lançar o Vizeu chegou o Damião. Será que o Zé Ricardo estava de acordo ou foi apenas comunicado?


Ao lado de Rodrigo Caetano, Zé Ricardo recebe Berrío

Vai fazer isso com um Luxemburgo ou um Abelão para verem a encrenca que irão arrumar. Quem é o mais errado da história, Zé Ricardo ou Rodrigo Caetano, o gerente de futebol? E esse goleiro pegador de pênaltis, valeu todo esse investimento? Cadê o Conca e outros tantos argentinos que não se firmam?

O amigo do quiosque até me perguntou quem era o olheiro do Flamengo na terra do tango porque até agora ele só indicou argentinos sem raça, kkkkkk!!!! Sinceramente, imagino o Zé Ricardo comandando um treinamento no campo e vendo as novas contratações entrarem pelo portão, aos montes, aos quilos, e os executivos do outro lado do alambrado dando aquela força: “se vira aí, Zé”.

DINHEIRO E OBA-OBA NÃO ESCREVEM A HISTÓRIA

por Mateus Ribeiro


Em mais uma noite terrível para clubes brasileiros, Palmeiras e Atlético Mineiro foram eliminados da Copa Libertadores da América. O alviverde caiu para o modesto Barcelona de Guayaquil nas penalidades máximas, enquanto o Galo de Minas apenas empatou com o mais modesto ainda Jorge Wilstermann.

Os dois clubes se juntaram ao Flamengo como os brasileiros eliminados (dentro do campo, já que a Chapecoense foi excluída do torneio por outros motivos). Curiosamente, no início do ano, os três figuravam como os melhores elencos do Brasil, pelo menos na boca da imprensa esportiva “especializada” e de alguns torcedores mais exaltados.

Quem acompanha futebol sabe que essa história de melhor time, melhor elenco, geralmente é o Selo da zica, que faz com que os times assim nomeados não alcancem nem metade do que foi projetado. Exemplos temos de monte, e em todas as proporções: os galácticos do Real Madrid, o time da MSI, a seleção de 2006, o “melhor ataque do mundo” e o próprio Internacional de Porto Alegre nos últimos anos.

A receita é basicamente a mesma: trazer jogadores que estão sem mercado na Europa a preço de ouro, inflacionar o mercado, encher as redes sociais de propaganda e vídeos mostrando todo o suposto poderio do elenco, lançar dezenas de campanhas, e dar entrevistas falando sobre as finanças do clube. Do lado da imprensa, o papel é projetar sucesso, fazer um carnaval em cima de qualquer pereba que o clube contrata por um valor exorbitante, palpitar sobre as possíveis escalações do time e repetir a frase “time x tem um dos melhores elencos do Brasil” quantas vezes puder. Sem medo de repetir, para entupir a grade de programação, sem pudor algum mesmo. Resultado: um número gigantesco de torcedores mais desinformados que compram essa ideia, e invariavelmente se decepcionam.

Com Palmeiras e Atlético Mineiro as coisas não foram diferentes. E, analisando friamente, a chance de acontecer algo longe das expectativas era real.

Falando sobre o Palmeiras, o campeão brasileiro de 2016 resolveu continuar tentando gastar o dinheiro da Crefisa de qualquer forma. Despejou um caminhão de dinheiro em Borja, o símbolo do fracasso. Alguns podem dizer que ele foi bem nas fases finais da Libertadores passada, e que cansou de fazer gols no futebol C O L O M B I A N O. Está certo que realmente ele foi bem no torneio continental. Mas, sejamos honestos, é inadmissível pagar uma quantia pornográfica por um jogador que tem um ano bom no futebol, e que em seis anos de carreira já rodou o planeta. Estava escrito que provavelmente não iria atingir o nível que se esperava dele. Pior, até o momento, é um mico gigantesco.

Mas não para por aí. O tal Felipe Melo chegou como se fosse o Falcão do Século XXI. Falou muito, jogou pouco, teve imprensa e torcida passando pano para suas atitudes estúpidas, fez mal para o grupo (óbvio) e foi dispensado. De resto, um elenco inchado e com nomes do calibre de Keno, Tchê Tchê, Egídio, Bruno Henrique, Edu Dracena, e tantos outros não pode ser considerado imbatível. Ainda mais se tal elenco for comandado por um treinador que acredita que uma calça pode dar sorte ao time. Para o Palmeiras, resta uma reflexão profunda sobre o ano de 2017 (e sobre o papel dos tais diretores de futebol).


O Atlético Mineiro não tinha tanto holofote, mas também era bem cotado. O que não consegui entender desde o início foi porque um elenco envelhecido, recheado de jogadores que saíram da fase boa há tempos era tão louvado. Para completar o pacote, contrataram aquele que seja talvez o jogador mais acomodado e supervalorizado do Brasil, Elias.

Não bastasse todos esses fatores, o tão falado planejamento foi por água abaixo quando demitiram o, até meses atrás, aclamado e intocável Roger Machado. A solução encontrada foi trazer um treinador cuja glória máxima foi vencer as Olimpíadas. Está certo que era um título inédito. Porém, não é justificável a expectativa exacerbada em cima de alguém que comandou um time vencedor de um torneio de nível técnico baixíssimo, aos trancos e barrancos, onde a única seleção que realmente se importou e levou jogadores de renome foi a brasileira. Desde o começo, estava na cara que Micalle não seria o salvado da Pátria. Não foi, e o Atlético continua sua trilha de ser favorito em todos os campeonatos que disputa, e terminar apenas com o estadual (isso quando termina com algo).


Sobre o Flamengo, ainda disputam a Copa Sul-Americana, com chances de ir mais longe. Porém, isso é muito pouco. Está longe das expectativas criadas. Tão longe quanto o time está de passar o carro nos adversários do Campeonato Brasileiro, como muitos entendidos cravaram no início do ano.

Pode se dizer que o Flamengo tem um time até bacana do meio pra frente. Mas nada de outro planeta, analisando friamente. Aí entro em outro mérito: um dos principais itens de uma equipe de sucesso é o equilíbrio. E aí não adianta você ter um meio campo e um ataque razoáveis quando seu sistema defensivo é catastrófico. Somado a tudo isso, uma torcida que se iludiu e caiu no conto de jornalistas que pouco se importam com as bobagens que falam no início da temporada, e só querem ver o circo pegar fogo. Resultado: time escalado pela vontade de terceiros e o pobre Zé Ricardo pagando o pato.

Tenho quase certeza que pouco disso será falado. Talvez até comentem sobre essa importância demasiada que dão para o dinheiro sendo gasto apenas e simplesmente por gastar. Mas nunca falarão o suficiente. Nunca se falará o suficiente do oba oba também.

Continuaremos a ver programas esportivos desenhando um sucesso imenso para clubes que torram milhões em jogadores e em propaganda. Continuaremos a ver torcedor que não se importa com o valor absoluto (muito menos com o relativo) de certas contratações. Continuaremos a ver diretor de futebol sendo chamado de herói. Continuaremos a ver presidente sendo tratado como rei porque, TEORICAMENTE, cumpre a obrigação de cuidar bem das finanças do clube.

Eu entendo o fato de torcedor se iludir. eu mesmo já até acreditei que Pato e Ganso fossem jogadores de futebol de nível profissional. Digo mais, acreditei que pudessem ter um futuro. O que não dá pra engolir é esse número gigantesco de profissionais (muitos deles de competência duvidosa) da imprensa, que ganham muito dinheiro para palpitar e iludir torcedores. Pior ainda, sabendo que estão falando borracha desde o início do ano e que correm o risco enorme de passar vergonha.

Que eles deixem de passar vergonha. E que o torcedor deixe de se iludir.

TOCO Y ME VOY

por Mateus Ribeiro


Reinaldo Rueda

No último domingo, o Flamengo foi derrotado pelo Vitória, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro. A derrota inesperada culminou na demissão do treinador Zé Ricardo.

Nada de anormal, uma vez que tal prática é uma certeza no caso de uma campanha que não satisfaça aos anseios da torcida. Some a essa já insuportável pressão todo o carnaval que a imprensa fez em cima do jovem treinador. Pronto, a bomba está feita, e o “Fora, Zé ricardo” foi atendido.

Menos de 48 horas depois do anúncio, nem esperaram o presunto esfriar, e nomes começaram a pipocar pelos programas esportivos, e pelas redes sociais. Dentre os nomes, me deparei com o nome de Reinaldo Rueda.

Além das costumeiras especulações, algo me chamou a atenção: a loucura da torcida no Twitter e no Facebook , com direito até a criação de hashtags.

Reconheço que o trabalho dele ano passado rendeu bons frutos, coisa e tal. Mas não é por isso que consigo acreditar que estão colocando o treinador em um pedestal que não é de seu merecimento. Venhamos e convenhamos, fora o título do ano passado na Libertadores, não restam muitas glórias em sua carreira. Talvez o fato de ter classificado a Seleção de Honduras para a Copa 2014. Enfim, na minha modesta opinião, um time do tamanho do Flamengo merece um treinador com muito mais casca , e menos holofotes, de preferência.

Ainda falando de Rueda, ouvi de um comentarista (que graças a Zeus já esqueci o nome) que PARTE da torcida rubro negra DESEJA um treinador estrangeiro. E aí chego no ponto que queria: o fato de que muitos torcedores brasileiros enxergam uma competência fora do comum pelo simples fato de um jogador ou treinador falar espanhol.


Defederico

O caso clássico, que todos amam falar, é o do argentino Defederico no Corinthians. Chamado por alguns mais alucinados de “Novo Messi” (realmente, era o novo Messi e só o Corinthians prestou atenção em seu futebol), chegou com toda a pompa possível no Alvinegro de Parque São Jorge. Claro que um jogador contratado por um DVD não tinha a mínima chance de dar certo. Não deu. Mesmo com muita gente insistindo por chances e mais chances. As chances vieram, o resultado não. E parte da torcida queria ver essa enganação em campo. O motivo? Acredite, muita gente imaginava que esse sem sangue tivesse a raça e a gana de alguns jogadores argentinos. Erraram feio, e o bibelô de alguns desavisados deve perambular por algum clube sem expressão.

Isso sintetiza esse fenômeno que há um bom tempo vem tomando conta do Brasil. Se fulano “hablou”, é craque. Ou um bom jogador. Dane-se a sua real qualidade, é argentino, uruguaio, ou chileno, traga pra cá que dá resultado. E numa dessas, o Brasil virou um belíssimo de um refúgio pra muito jogador que nunca sairia do continente, e ganha salário de nível europeu atuando na América (isso quando jogam).


Outro caso que merecia um pouco de reflexão é o de Juan Carlos Osório, com curta passagem pelo São Paulo. Após um bom ano dirigindo o Nacional de Medellín, Osório chegou ao São Paulo com fama de fazer o time jogar bonito. Bom, alguns torcedores ficaram iludidos e de queixo caído pelo fato do Professor Pardal fazer rodízios malucos, substituições equivocadas e entregar bilhetinhos aos jogadores. Fora isso, sinceramente, não fez absolutamente nada de revolucionário ou de novo, como alguns torcedores de arquibancada e torcedores disfarçados de jornalistas enchem o peito para falar. Sua passagem (até o momento, tenebrosa) pela Seleção Mexicana, mostrou que sua principal característica mesmo é tentar inventar e se aparecer mais que todo mundo. Mas ele é estrangeiro, então, tudo certo. Vai um Joel Santana ou um Geninho da vida inventar de fazer essas graças por aqui, pra ver o que não iria chover de críticas.


Ainda falando de treinadores, é bom a torcida do Flamengo abrir os olhos. Essa necessidade, esse desejo de ter alguém estrangeiro no comando quase botou água no chopp do Corinthians em 2005. Daniel Passarela substituiu Tite, e com seus métodos controversos, foi demitido tendo como maior marca uma bordoada dolorosa em partida contra o São Paulo.

Não estou falando que Rueda não vai dar certo. Muito menos que vai dar errado. eu realmente não sei. A única coisa que sei é que essa euforia simplesmente pelo fato de alguém ser estrangeiro já consagrou inúmeros cabeças de bagre pelo Brasil. Jogadores que não serviam em seus países, são enviados pra cá, endeusados sem entregar o mínimo do que se espera.

Isso sem contar a expectativa que alguns criam em profissionais que mal viram atuar. Caem em todo esse oba oba que alguns mais empolgados criam. E nessa onda, Escudero, Gioino, Santiago Silva, El Tigre Ramirez, Buffarini, Gareca, Maxi Biancucchi, e mais dezenas de gringos aumentaram seu pé de meia atuando por aqui. Não convenceram, e tínhamos profissionais do mesmo gabarito por aqui. Porém, a grama do vizinho é mais verde. Só se esqueceram que pode ser mais amarga também.

Hasta la vista, babes!

OS NOVOS LIBERTADORES DA AMÉRICA

por Zé Roberto Padilha


Zé Roberto Padilha

Mal acordei e o WhatsApp disparou: “Caiu!”. Logo abaixo, efeito cascata, centenas de compartilhamentos assinavam abaixo: “Estava insustentável!”. “Burro!”. Se vivêssemos em um país sério, a queda seria do presidente da república. Passou a perna no interino, escalou mal seus ministros e comprou meio time para se manter no cargo. Mas quem caiu foi Zé Ricardo, o técnico do Flamengo. Sua culpa? Trabalhar num país cujos homens torcem mais por sua nação do que a defendem como cidadãos. Michel Temer está firme no cargo – e um cara do bem, honesto e trabalhador perdeu o seu.

Saí para comprar o pão e os garis aceleravam suas vassouras em euforia. Varriam o lixo como retirassem todo e qualquer resquício daquele seu treinador. “Aonde já se viu, Diego e Everton Ribeiro juntos?” Pouco estavam interessados em saber que a escalação do Gedell Vieira ao lado da mala de Rocha Loures ajudou a comprar a reforma trabalhista, cuja terceirização irá ameaçar a estabilidade por eles alcançada no concurso mais concorrido do estado.

“Finalmente, que venha o Wanderley!”. Wanderley Luxemburgo, outro cara do bem, já garantiu o seu futuro. Será que com a reforma da previdência nossos valorosos garis não sabem que vão varrer ruas até os 85 anos para alcançar a sua?

O Brasil voltou recentemente a ocupar a zona do rebaixamento no quadro da Fome da ONU. De que importa? O que vale mesmo é o Flamengo ficar entre os quatro que vão à Libertadores. Para alcançá-la, são capazes de encher um ninho de urubu num domingo de praia e deixar completamente vazios os palcos de luta e resistência como a Avenida Copacabana e a Paulista.


Antes, os libertadores da América tinham sobrenomes como Bolívar, Martin, L’Overture, Guevara, Guimarães e irmão do Henfil. Hoje, a liberdade é buscada de uma forma tão imbecil que enforcamos inocentes a céu aberto – e nos calamos dentro de casa e damos folga às nossas panelas diante dos culpados.

Bom dia, Brasil. Num passe de injustiça, a bandeira de Mello foi erguida nesta segunda-feira após a derrota para o Vitória. Só mesmo em um lugar onde Michel Temer continua e Zé Ricardo perde o seu lugar é que toda vitória significa uma derrota. E assim será enquanto não erguermos outras bandeiras de luta. E levarmos o nosso próprio país a sério.

REI DAS CAMISAS 1

por André Mendonça


Raphael Reis exibe camisa de Raul

Ter a camisa usada por um de seus maiores ídolos é um privilégio para poucos. Se tratando do uniforme oficial utilizado no jogo mais importante da história do clube, então, é para quase ninguém. É por isso que Raphael Reis, exímio colecionador de camisas de goleiro do Flamengo, não esconde o orgulho para dizer que o item preferido do seu acervo é a blusa que Raul Plassman vestiu na decisão do Mundial Interclubes contra o Liverpool, em Tóquio, quando o rubro-negro sagrou-se campeão mundial.

Viciado em peladas, Raphael se destacava no meio dos amigos fazendo grandes defesas. O desempenho acima da média o levou para a base do Botafogo, mas uma fratura no pé acabou dando fim ao sonho de se tornar profissional. Além da paixão pela posição, o menino adorava o fato dos uniformes dos goleiros serem diferentes dos demais jogadores.

– Tudo começou assistindo à Copa de 1994, quando eu tinha sete anos e fiquei encantado com a camisa do Taffarel.

No ano seguinte, uma Umbro espalhafatosa usada por Paulo César despertava de vez a paixão de Raphael por camisas de arqueiros e dava início a uma bela coleção. A blusa de Paulo César, vale destacar, também é uma das preferidas do colecionador.

Com mais de 160 itens, sendo o primeiro deles uma camisa verde da Adidas usada por Cantarele nos jogos finais do Campeonato Brasileiro de 83, o colecionador revelou que não mede esforços para garantir as preciosidades. Embora não tenha revelado o número exato, o flamenguista revelou que o valor mais alto pago por um uniforme chegou a cinco dígitos.

– Todas as camisas são originais, de jogo. Consigo com ex-jogadores, colecionadores, vendedores e brechós. Meus amigos também me ajudam bastante: tiram foto, me enviam e perguntam se é réplica ou verdadeira. Tenho camisas de 1941, 1953, 1960 e de 1972 até os dias atuais.


Como um bom colecionador tem sempre uma história inusitada envolvendo procura de camisas, o flamenguista não demorou a lembrar do dia em que colocou o amigo Paulinho Pessanha em uma tremenda furada. Tudo começou quando dois amigos de Raphael foram assistir a um jogo em Campos, viram uma camisa rara de goleiro e enviaram uma foto. Encantado, o colecionador pediu para que pegassem o número do desconhecido que vestia aquela blusa e ali iniciava uma saga:

– Eles me passaram o número dele, eu liguei e consegui fechar o negócio. O Paulinho se dispôs a ir pegar a camisa com o cara, afinal, além de ter visto o homem com a camisa, ele morava na cidade. Dito e feito, foi Paulinho para o endereço que o rapaz havia me passado. Era um bar esquisito, um pouco afastado.

Assustado com o ambiente hostil, Paulinho ligou para Raphael para se assegurar de que não estava equivocado.

– Ele encontrou o dono, pegou a camisa e foi embora. Já com a camisa em mãos, Paulinho me ligou apavorado para dizer que estava com ela e que o tal bar também é ponto de venda de drogas da comunidade. Falou que estava tudo bem com ele, e que estava saindo o mais rápido possível de lá! Mesmo percebendo que ali era uma “boca de fumo”, foi lá e me ajudou! Sou muito grato a esse meu amigão!

Além das 164 camisas, o acervo do colecionador reúne algumas luvas, sendo duas da década de 70 e várias atuais com autógrafos de goleiros que passaram pelo Flamengo. A ideia de Raphael é fazer um mini museu dos goleiros do Flamengo com todos esses itens.

No fim da resenha, ao ser perguntado sobre a má fase dos goleiros rubro-negros ultimamente, o colecionador demonstrou esperança com a chegada de Diego Alves:

– A expectativa é a melhor possível! É um grande nome, a altura do Flamengo. Também poderá passar sua experiência ao Thiago e ao César – finalizou.