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Dorival Junior

DORIVAL SIMPLES

por Zé Roberto Padilha

Meu primeiro é inesquecível treinador, João Baptista Pinheiro, sempre dizia: “Futebol é simples”. E citava uma máxima que, segundo ele, seria eterna: “Com a bola você joga, sem ela você marca!”.

E para ter sempre o elenco nas mãos, a receita era ainda mais simples. “Sempre escalo os melhores!”. Só assim acalmava o “gabinete de crise”, que no futebol chama-se banco de reservas.

Pinheiro tinha razão, todas as greves, passeatas e insurreições surgem de lá quando seus “líderes” enxergam apadrinhamentos e burrices.

Ele nos treinou, no Fluminense, na década de 70, e muita coisa evoluiu. A Holanda implantou um revolucionário Carrossel, o Guardiola nos trouxe o Tic-Tac, mas tanto Cruyff quanto Xavi e Iniesta jogavam com a bola e marcavam sem ela.

Simples assim. Acontece que após s saída de Jorge Jesus, desembarcaram na Gávea os novos navegadores portugueses inventores da bússola, da pólvora e da roda. E um telão foi colocado à beira do campo de treinamento.

Suas comissões técnicas, tão inovadoras, seguiam em um veículo separado, tal a quantidade de “especialistas”. Tudo isso para pedir a contratação do Marinho, que atuava pela direita no Santos, e escalá-lo do lado esquerdo.

Isso sem queimar o Arão, um baita protetor de zaga, ao lhe dar a função de zagueiro. A mesma que Luxemburgo deu a Felipe Melo, no Palmeiras, e ambos foram dispensados.

Apesar do nepotismo, o favorecimento de parentes e amigos nos cargos de livre nomeação, em detrimento dos mais capazes, “Dorival Neto é coisa de Brasília, não de Maracanã”, a recuperação do Flamengo passa pela simplicidade dos métodos do Dorival Júnior.

Com a bola estão jogando, sem ela estão marcando. O resto deixa que o Arrascaeta resolve.