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PAOLO ROSSI, BAMBINO D’ORO

10 / dezembro / 2020

por Paulo-Roberto Andel


É provável que a morte precoce de Paolo Rossi corrija uma injustiça histórica, fazendo com que ele seja respeitado como o grande centroavante que foi nos campos.

Bastaria dizer que Rossi se tornou uma celebridade no futebol italiano jogando por um time da Segunda Divisão, o Vicenza, que subiu e quase foi campeão na Série A. Ou lembrar que ele foi uma das estrelas do timaço da Juventus, com os futuros campeões mundiais Zoff, Scirea, Cabrini, Gentile e Tardelli, afora os cracaços Platini e Boniek. Que time!

E quando se fala de 1982, a critica tende a apontar o grande fracasso do Brasil sem a devida valorização da Seleção Italiana, que além da turma da Juventus ainda tinha o jovem Bergomi, Collovatti, Altobelli, Graziani, Bruno Conti, Antognioni. É certo que a Itália chegou mal à Espanha e se classificou a duras penas para o mata-mata, mas tinha a base da equipe que havia ficado em quarto lugar na Copa da Argentina, e possuía vários jogadores notáveis.

Rossi foi mortal em 1982. Depois de ser o carrasco do Brasil, marcou contra Polônia e Alemanha, garantindo o tricampeonato que a Itália esperava desde os anos 1930. Na Batalha do Sarriá, seus gols não deixam dúvidas: mostram um artilheiro com recursos, velocidade de raciocínio e com poder de finalização. O terceiro gol é marcante: depois do chute travado de Tardelli, ele transforma uma bola torta numa conclusão certeira. À época, muito se disse sobre este gol, tentando se atribuir a culpa aos jogadores brasileiros mas, se você rever com calma e isenção, a finalização de Rossi é que decidiu tudo, para nossa tristeza.

Paolo Rossi sempre mostrou enorme respeito pelo Brasil. Ele sabia que o Sarriá tinha sido um momento especial e único. Jamais minimizou o grande adversário derrotado. Ele não era um intruso num dia de sorte, mas um artilheiro que, após ter vivido uma situação grave – o escândalo do Totonero, a Loteria italiana, onde foi absolvido pela Justiça Comum mas condenado pela Esportiva, ficando dois anos sem poder jogar -, chegou à Espanha sem ritmo e certezas. Era um profissional posto em dúvida, mas respondeu em campo e entrou para a História.

Paolo Rossi foi embora cedo, assim como Maradona. As feras da Copa da Espanha começam a dar adeus. Até as vozes, caso de Fernando Vanucci. Os meninos que colecionavam figurinhas Ping-Pong choram. Aquele futebol vibrante, que inundava o mundo em fins dos anos 1970 e começo dos 1980, fica mais distante.

Adeus, Bambino D’Oro.

@pauloandel

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