A RAÇA DE UM GALO DE BRIGA
por Serginho 5Bocas
Lembro como se fosse hoje como eu me sentia, na época de menino, quando vinham dizer que o Maradona era melhor do que o Zico. Naquela época, o Galinho sofreu muito com a imprensa no Brasil e a torcida de outros clubes, ele não tinha este respaldo nacional que desfruta hoje em dia.
Lembro que ele era chamado de “canela de vidro”, “jogador de Maracanã”, “craque de laboratório”, enfim, uma infinidade de nomes pejorativos que tinham a intenção de minimizar o talento de um dos melhores jogadores de todos os tempos. E o mais engraçado é que quem falava isso, não era um argentino ou um uruguaio, mas sim, brasileiros. Talvez a razão seja porque ele jogou num clube que é amado e odiado na mesma proporção, senão como entender tanto veneno destilado contra um cara que nunca fez ou falou mal a ninguém.
Hoje, para quem não viu Maradona e Zico jogarem, deve soar um pouco estranho e até certo ponto uma heresia esta comparação, mas a verdade é que Zico tinha um imenso talento e por aqui não havia nenhum outro jogador que pudesse ser comparado ao nosso Galo. Na verdade, nossos “inimigos”, nos davam mais munição, para ter certeza de que Zico era realmente um jogador diferenciado.
No ano de 1981, Zico já era jogador consagrado, e já havia vencido dois duelos contra Maradona ambos em 1979. O primeiro pela seleção no Maracanã, quando o Brasil venceu por 2×1 e Zico deixou sua marca além de ter dado o passe para Tita marcar o outro e de ter sido superior em vários aspectos, a partir de uma avaliação da revista “paulista” Placar. O outro pela seleção da FIFA contra a Argentina, também por 2×1 na comemoração de um ano do título da Copa do Mundo vencida pelos argentinos. Naquele dia, Zico só entrou no jogo no segundo tempo, deu passe para um gol com direito a lençol em Passarela e marcou outro após passe de Toninho Baiano, sendo o nome do jogo.
Desta vez era um desafio entre Flamengo e Boca Juniors, da Argentina, ou Zico versus Maradona, enfim, mais um aperitivo antes da Copa do Mundo da Espanha que seria no ano seguinte. Também era a despedida de outra fera. Paulo Cesar Carpegiani, que estava trocando de posição, do campo para o banco, onde futuramente seria o auxiliar de Dino Sani e depois seria efetivado como técnico. Em qualquer um dos dois lugares, sua visão continuaria privilegiada.
O jogo em si foi uma festa e o nosso Galinho literalmente foi o dono dela, jogou com febre e com furúnculos pelo corpo. Mesmo assim, fez os dois únicos gols do confronto e novamente venceu o duelo contra o Hermano Maradona.
Zico ainda iria vencer Maradona outras vezes (nunca perdeu para o argentino), sem nunca ter seu verdadeiro valor reconhecido até hoje, mas naquele dia, o Galinho mostrou quem mandava no terreiro com toda sua categoria, mas principalmente com muita raça, e pouco se fala disso hoje em dia. Era uma época que ainda se ouvia falar em amor a camisa, sem beijinho no escudo.
Ô tempo bão!
Um forte abraço
Serginho5Bocas
QUERO VOLTAR A ASSISTIR FUTEBOL
:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::
A empolgação dos rubro-negros é tanta que alguns torcedores me abordaram no aeroporto querendo saber se já não estava na hora de Jorge Jesus assumir a seleção brasileira. Rimos muito, trocamos ideias saudáveis e lembrei o período em que passei na Gávea. Fiz questão de deixar claro que Tite não é a pessoa certa para liderar a renovação do futebol brasileiro. Perderemos mais uma geração nas mãos da escola gaúcha, retrógrada, velha, burocrática e retranqueira.
E digo mais, já passou da hora de um estrangeiro assumir esse cargo. O trabalho de Jorge Jesus e Sampaoli servem para trazer essa discussão de volta. Por que não convidarmos o alemão Jürgen Klopp, do Liverpool, ou o espanhol Josep Guardiola, ou o francês Arsène Wenger ou o italiano Claudio Ranieri??? Quando vejo à beira do campo os profissionais que cuidam de nossas seleções de base chego a me arrepiar e não enxergo a luz no fim do túnel. Não conheço ninguém! Todos sem histórico e bagagem para assumirem esses cargos.
Por onde andam Rogério Micale, campeão olímpico, e Carlos Amadeu, que estava em recente fiasco da seleção sub 20? Quem serão os próximos aventureiros? Ou a CBF muda radicalmente essas escolhas ou continuaremos nos afundando na areia movediça da mediocridade. Essa renovação é mais do que necessária!
Me apontem dois técnicos revelações que tenham surgido no mercado! Todos nascem com ideias ultrapassadas. Novo e com qualidade lembro de Tiago Nunes, do Athletico Paranaense, que ficou de interino de Fernando Diniz, até assumir um time sem estrelas. Vá listando os clubes e seus professores e verão que não saímos do lugar, inclusive na Segunda e Terceira Divisões. Só cego não enxerga isso.
Li uma entrevista de Jorge Jesus muito boa em que ele coloca o dedo na ferida aberta por nossos treinadores. Segundo Jesus, eles sempre se agarram e apostam suas fichas no talento de um ou dois jogadores capazes de decidir uma partida, como foi com Romário e Bebeto, e os Ronaldos. Esquecem o conjunto. Por isso, Tite diz para quem quiser ouvir que Neymar é imprescindível. Porque ele, e somente ele, pode garantir o seu emprego.
Tite já teve tempo de sobra e não conseguiu montar um time. E não me venham falar de Copa América, esse papo para boi dormir. Hoje, nenhum brasileiro tem capacidade para comandar a tão sonhada renovação do futebol brasileiro.
Se 99% dos jogadores atuam na Europa por que não trazer um treinador de lá? Mas para comandar as da base e a principal!
Quem viu Botafogo x Ceará e Fluminense x Corinthians entende bem o que estou dizendo. Não dá mais! Quero voltar a assistir jogos de futebol!!!
Cansei de ver os animais se acasalando no Animal Planet, já aprendi a fazer feijoada natureba nos diversos canais de gastronomia, sei tudo sobre decoração, já vi todos os desenhos do Pica-Pau e até Pesque-Pague, do filho do Datena, estava assistindo outro dia! Por isso peço encarecidamente aos dirigentes da CBF: não deixem o futebol sair da minha vida!!!
O NOME DA ARENA
por Idel Halfen
Ao contrário do Brasil, onde a comercialização do naming rights de alguma instalação, seja esportiva ou cultural, ainda é bastante incipiente, nos EUA esta prática já está absolutamente consolidada e, apesar dos vultosos valores envolvidos, a demanda por essa modalidade de patrocínio se mantém em alta.
Pelo fato destes contratos serem de longa duração, as notícias sobre naming rights no que tange a cifras e eventuais mudanças só costumam surgir nos períodos de inauguração, renovação ou no caso de eventuais processos de fusões ou aquisições que envolvam algum dos detentores desses direitos. O que é ótimo, pois, dessa forma permite que o nome do patrocinador vá se consolidando na mente da população como parte realmente integrante da arena.
Em Miami, embora a American Airlines detenha os direitos ao nome da principal arena da cidade até o final de 2019, os noticiários sobre quem será o substituto estão bastante aquecidos graças ao interesse manifestado por uma empresa de uma inusitada indústria: o site de pornografia chamado BangBros.com, cuja sede também fica em Miami.
Muito provavelmente a negociação não irá adiante já que o orçamento de marketing do site fica aquém do que estará sendo pedido pelos naming rights da arena, devendo ser ressaltado que a simples manifestação da intenção já foi benéfica para a marca do site, que certamente ficou mais conhecida e popular com a notícia e sem ter nada investido.
Independentemente dos desdobramentos, o caso em si é bastante útil para nossas reflexões acerca dos limites que devem – ou não – ser impostos nas relações que envolvam patrocínios de forma geral, lembrando aqui que em 2016 uma empresa do ramo de “maconha” tentou sem sucesso adquirir o naming rights do Mile High Stadium de Denver, campo onde os Broncos, franquia de futebol americano, sedia seus jogos.
Negar que a pornografia ocupa grande parte do tempo dispendido no mundo online e nele movimenta cerca de US$ 5 bilhões seria hipocrisia, mas até que ponto ela deve ser disponibilizada e incentivada? Para quem, quando e como também são questionamentos pertinentes, cujas respostas não podem ser consideradas absolutas visto dependerem de fatores que variam de geração e do grau de educação, entre outros.
A associação entre marcas, conceito que deve reger qualquer iniciativa de patrocínio, é um dos pontos que precisa ser bastante discutido nas avaliações de propostas de parcerias mercadológicas. Nesse contexto, é fato que os valores do esporte não poderiam guardar nenhum tipo de relação com pornografia, porém, é necessário observar que algumas competições estão se tornando muito mais atividades de entretenimento do que propriamente de esporte em sua essência original.
Em vista disso, não causaria espanto saber que os fãs da NBA, por exemplo, também acessam sites de pornografia ou vice-versa, contudo, é preciso considerar que crianças estão incluídas no contingente de fãs e como tal penso que não devam ser submetidas a impulsos que as levem a buscar conteúdos pornográficos.
A propósito, vale salientar que a arena que serve como tema do artigo não recebe apenas jogos de basquetebol, sendo usada também para shows, dentre os quais se incluem os voltados ao público infantil. Imaginem um espetáculo da Disney sendo realizado num local que tem o nome e é patrocinado por um site pornográfico. Certamente algumas situações constrangedoras aconteceriam, as quais deixaremos para as divagações do leitor.
Esta última argumentação me parece crucial para a formação de uma opinião a respeito, ou seja, mesmo sendo a favor da liberdade de expressão, há que se impor limites para que crianças não sejam de alguma forma incentivadas a amadurecerem de forma não natural.
Pode até ser que não haja consenso acerca da conclusão acima, no entanto, uma certeza pode ser extraída de toda essa repercussão:a de que o “naming rights” é um ativo de extrema relevância para o posicionamento de uma marca.
Pena que grande parte das empresas no Brasil não tenham essa percepção.
TODO DURO. O MOLEJO DO ZAGUEIRO
por Jonas Santana Filho
(Foto: Caio Vilela)
Ninguém era mais sério que Zé Luis, mais conhecido no meio do futebol daquela região como Todo – Duro. Não havia quem o fizesse esboçar um sorriso, nem mesmo Lídia, filha de seu Gumercindo, o policia da área, quando passava sorrindo na sua frente, jogando olhares e charmes para aquele camarada desengonçado, quase careca, troncudo, cuja especialidade era trombar com os adversários, pondo-os quase sempre a nocaute nos jogos de domingo no time da rua A.
Embora aparentasse estar sempre sisudo, era querido por todos ali no bairro, talvez pelo seu jeito de apaziguar as situações de conflito (desde que ele não fosse o envolvido), talvez pela mansidão que sempre demonstrava no dia a dia, principalmente quando os meninos da rua o perturbavam ao gritar o apelido do qual não gostava e que havia se tornado uma arma das torcidas adversárias.
Nosso jogador era, dentro de campo, o oposto do seu cotidiano. Ali se transformava num gigante da área, guardando a cidadela qual soldado em total estado de alerta. Nos jogos de fim de semana ele formava com Lila uma parede quase instransponível onde o lema era “a bola ou o jogador ficarem”. Nunca os dois a invadir a meta de Quiabo. Aliás, a dupla de zaga aterrorizava os atacantes, meio campistas ou quaisquer jogadores que se aventuravam por aquele território onde reinavam absolutos os nosso craques.
Muitos diziam que Todo-Duro se assemelhava no estilo de jogo, a Brito (zagueiro da seleção tricampeã de 1970 que se notabilizou pelo seu jeito vigoroso de jogar), outros o comparavam a Moisés (zagueiro do Vasco e semelhante a Brito na forma de jogar) e outros tanto diziam que ele se parecia mais com Piazza (volante/zagueiro do Cruzeiro de Tostão, Dirceu Lopes e cia.), mas o fato é que nosso craque tinha lá suas maneiras de persuadir seus oponentes, fosse no desarme clássico, fosse pela força, culminando sempre na bola longe do gol, geralmente nas arquibancadas ou na área adversária. Dir-se-ia que o futebol era nem sempre elegante, mas eficiente.
Nos jogos de finais de semana, quando se reuniam Quiabo, Nêrroda, Pedro Preto, Lilá, Zé Rosca, Vevé, Dirran (recém chegado naquela cidade, mas famoso pelo apelido), e Zé Luis (ninguém o chamava de Todo-Duro antes de entrar em campo) era certeza um show de futebol. Aquela equipe sabia tocar a bola e nem precisava dos gritos de Tamba (apelido de Marcelino, técnico, dirigente e dono do time) para mudar de tática ou cadenciar o jogo.
O resultado do jogo era o que menos importava para aqueles homens, exceto se fosse o torneio de seu Maneca ou valendo alguma coisa (ás vezes uma caixa de cerveja ou refrigerante,). Mas era nos amistosos que aflorava o prazer de simplesmente jogar bola, sem se preocupar com o amanhã, simplesmente se alegrar; talvez a única válvula de escape daquele lugar onde, alinhados com a torcida, aqueles homens proporcionavam um espetáculo de descontração e lazer, de esperança. Aquela galera sabia jogar e sabia empolgar. Bons tempos…
E Zé Luis Todo Duro fazia parte daquela turma. E foi num desses jogos que a coisa aconteceu, dando origem a tão malfazejo epíteto.
Num jogo do time de Zé Luis (ainda não tinha sido “batizado” com o apelido), Tonho Vesgo, um ponta direita com habilidade semelhante ao grande Garrincha e inteligente como Gérson (ambos seleção) catou a pelota e partiu para cima de Lila, companheiro de zaga do nosso herói. E ele veio bufando como um touro e pá!! Passou lotado com o drible, embora tivesse mostrado até a alma da chuteira contra as canelas de Tonho. Este, ao ver aquele negão vindo como um trem em disparada crescer na sua direção, esquivou-se, rápido como um bólido, da pancada certeira e a seguir, com um drible de corpo, pôs o defensor de traseiro no chão, arfando feito cachorro com sede. Vencido o primeiro obstáculo restava ao atacante, antes de vazar a meta do goleiro Quiabo, transpor a barreira humana chamada Zé Luis. E assim o fez.
Vesgo, numa rápida puxada da pelota à frente, pára, se põe em posição de ataque perante o seu adversário, que neste momento estava com os olhos esbugalhados e fitos na bola, mais atento que coruja de plantão, com o corpo quase em posição de bote e alerta a qualquer mínimo movimento do habilidoso jogador. Estático, arquejando, esperando o desfecho da jogada. E ficaram assim por cerca de alguns segundos, olhos fitos, deixando atônita a torcida e o restante dos companheiros…
De repente o bote! O zagueiro se adianta e tenta capturar a pelota, dando um pontapé em direção a ela, que rapidamente é puxada para o lado pelo atacante. Ato contínuo, este dá uma pancada lateral e volta ao mesmo ponto, o que faz com o que nosso zagueiro se entorte todinho, ficando literalmente “todo duro” pois, na tentativa de acompanhar o movimento da bola, dada a velocidade imprimida ao movimento, resultou na lesão lombar do nosso atleta.
Depois de tal façanha, que resultou em gol adversário, Zé Luis ficou praticamente andando em campo, tal qual um robô, o que fez com que a torcida começasse a chamá-lo pela alcunha de TODO – DURO, que perdurou enquanto houve jogo e caiu nas graças da galera, que sempre que podia entoava o apelido.
O drible, conhecido como “elástico”, foi o principal responsável pelo nome atribuído a Zé Luis, que mesmo curado ainda andava com certa dificuldade. Nosso craque ainda passou uns três meses para se recuperar, mas a herança não ao abandonou, nem mesmo quando deixou os gramados por persuasão e estímulo da já sua esposa Lídia.
Dizem que Zé Luis trabalha numa fábrica de doces e ensina atualmente dança de salão nas horas vagas.
Jonas Santana Filho é escritor, funcionário Público, Gestor esportivo, amante e estudioso do futebol.
HELINHO E OS AMORES DE UM GOLEIRO…
por Marcelo Mendez
(Foto: Custodio Coimbra)
E agora tem um sabiá…
Das coisas boas e novas da minha vida, consta agora a paz para observar as pequenas boas sutilezas que me arrefecem o dia a dia. Dessa forma já sei que um sabiá, sabe-se la o porquê, decidiu que todos os dias às seis horas da manhã, em meio a toda balburdia urbana, decidiu que virá próximo a janela do meu quarto cantar até que eu a abra com cara de sono pra daí começar o dia. Eu pouco o vejo!
Como que por capricho, ele voa rapidinho quando abro a janela. Sai a voar todo cantante como que feliz pela missão que acabara de cumprir. No caso, me deixar alerta para sair para mais uma cobertura de futebol de várzea. E como que sabedor dessa minha tarefa, o Sabiá parece até caprichar mais no assovio. Afinal de contas, não se trata de um dia qualquer, aliás, trata-se de muito mais que isso.
Domingo não é dia. É estado de espírito.
Dessa forma, me levantei fiz o meu café peguei minha mochila, meus fones e segui para o ponto rumo à pauta. Guaraciaba e Vila São João se enfrentariam pela Copa Uniligas de clubes de várzea do abcd.
Da janela do trólebus, fones no ouvido, vendo o mundo passar no Abcd enquanto Tony Bizarro cantava “Vá com Deus” em meus ouvidos, meio que como um mantra, uma oração. A ida à várzea…
Desde que isso começou em minha vida, nunca mais me faltou o verso, jamais secou a fonte dos encantos, a poesia nunca mais partiu para outro lugar que não seja a minha vida. Tudo isso devo a várzea. Devo tudo a esses sorrisos assim que chego em cada campo, devo isso a cada boleiro que nela habita, devo isso a cada história ótima que explode em minhas vistas assim, do nada, jorrando porções épicas de sonhos. Como a desse ultimo domingo. Vejamos o caso do goleiro Helinho do Guaraciaba:
Helinho o Goleiro…
O goleiro por si só é amigo/irmão da penumbra. Durante muito tempo, onde ele pisava nem grama nascia. Era visto então como um sujeito que estava ali apenas para constar, para pular e ousar impedir a alegria dos torcedores, para manchar de borrão o berro impresso das palavras dos apaixonados cronistas ludopédicos. Mas Helinho veio para mudar isso.
O dono da camisa 1 do time do Guaraciaba não é um gigantão como tantos que hoje habitam a posição. Não tem lá os esmeros e as frescuradas dos profissionais da posição e nem precisa de nada disso. Troca a pompa da função por um sorriso farto e belo, pelo rosto de Louis Armstrong e por um acordo tácito de paixão que nutre pelo time que defende.
Helinho tem pelo Guaraciaba um daqueles amores inexoráveis, aqueles amores que antes da várzea só se via no cinema em filmes do Frank Capra; Amores infindáveis, eternos, a prova de qualquer contratempo da vida, eterno mesmo. E quem acha que isso não existe que vá a várzea ver Helinho!
Defendendo o Gol do Guaraciaba, toma como uma ofensa quem ousa macular suas redes. Defende bolas como quem defende uma paixão. Nada pode compurscar isso. Dessa forma sentiu-se, quando não defendeu o pênalti que vazou sua meta. Gritou apaixonado pelo seu time para que isso muda-se e foi feliz quando o Guaraciaba virou a peleja para 3×1. Loucamente feliz, comemorou. Louco…
Benditos são os loucos que ousam sonhar que suas paixões são eternas e que poderão mudar o mundo. A eles não estará garantido o reino dos céus, mas, a perdição de toda uma alegria mundana e pagã. A mesma que Helinho sentiu com a classificação de seu Guaraciaba para a final da Uniligas. Siga assim Helinho.
Seja sempre esse belo e louco. A poesia precisa de você…