O GOL DE PLACA DO JOELMIR
por Serginho 5Bocas
Na madrugada de 29 de novembro de 2012, morreu Joelmir Betting, o grande jornalista que facilitava a vida da galera, traduzindo o economês para um português bem mais fácil de digerir, mais e daí, o que esse cara tem a ver com futebol?
No dia 5 de março de 1961, Pelé faz um golaço, driblando cinco zagueiros desde o meio de campo e mais o goleiro do Fluminense Castilho, num jogo entre o Santos e o Fluminense, no Maracanã. O gol foi tão bonito que o homenagearam com uma placa no saguão do estádio. Além disso, no filme “Pelé Eterno”, tentaram reconstruir, sem sucesso, a jogada com o futuro jogador do Fluminense “Toró”. Valeu mais pela tentativa do que pelo resultado, mas tá valendo.
O mais curioso é que, naquele dia, Joelmir Betting ainda repórter do extinto jornal “O Esporte”, testemunhou e materializou o gol, dizendo em “Sampa” que o gol do Pelé era digno de uma placa.
Pronto, a ideia foi comprada e Joelmir encomendou a tal placa e pagou do próprio bolso a mesma, que virou sinônimo de gol espetacular.
Hoje, a placa está exposta no saguão de entrada das tribunas, ao lado do Museu do Maracanã para visitação.
Pelé, muitos anos depois, retribuiu a homenagem dando a Joelmir uma placa com os seguintes dizeres: “Do autor do gol de placa ao autor da placa do gol”.
O PENTATEUCO DE ZICO
por Luis Filipe Chateaubriand
Eis os cinco gols mais bonitos da carreira de Zico:
5) Flamengo jogava contra o Santa Cruz, pela Copa União, em 1987, vencia por 2 x 1, quando há falta na entrada da área, do lado direito. Adivinha quem vai bater? Zico contraria as leis da física, jogando a bola no ângulo esquerdo e decretando 3 x 1 no placar.
4) Brasil e Iugoslávia, amistoso em 1986, às vésperas da Copa do Mundo, Zico pega a bola na intermediária, sai driblando todo mundo e só para dentro do gol, entrou com bola e tudo, um golaço.
3) Jogando no Japão, em 1992, Zico recebe o cruzamento, a bola vem por trás dele, ele vê o goleiro adiantado e, solução genial, usa o calcanhar para encobrir o goleiro – o fantástico gol escorpião.
2) Brasil x Paraguai, em Assumpção, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo em 1985, Zico recebe passe de Leandro na intermediária, puxa a bola de calcanhar para a frente e, na decaída desta, emenda para o gol sem ela quicar no chão. A bola sai rasante, quica na pequena área e “morre” no canto direito da rede.
1) Flamengo e Criciúma, em 1988, Bebeto está na esquerda, próximo à grande área, rola a bola para o meio com extrema categoria… Zico vem na corrida e emenda um balaço, uma cacetada, que entra no ângulo esquerdo do gol catarinense – segundo o próprio Zico, esperou a carreira inteira uma rolada de bola como aquela.
E aí? Lembra outros golaços de Zico? Vamos debater!
Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada
HOMENAGEM DO GRUPO CARIOCA LEONINO AMIGOS DO SPORTING AO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL
por Grupo Carioca Leoninos Amigos do Sporting
Sporting Clube de Portugal
Clube português vitorioso e de muita tradição esportiva,
em tua bandeira e emblema
tens o verde da esperança
o branco da paz e o imponente leão dourado,
como símbolo maior de tua coragem, garra e determinação
a lutar eternamente em prol dos verdadeiros ideais do esporte que valorizam ainda mais todas as suas grandes conquistas.
Sporting do grande José Alvalade
e do eterno Presidente João Rocha,
Sporting das grandes conquistas nacionais e internacionais
no Futebol, no Hóquei em Patins, no Atletismo, no Andebol,
no Futsal, no Ciclismo, no Judo,
no Goalball e em tantas outras modalidades esportivas que mostram todo o seu ecletismo.
Sporting do Campeão Olímpico da Maratona, o grande atleta Carlos Lopes; do maior mundial hoquista de todos os tempos, o grande Antonio Livramento e da fantástica “Equipe Maravilha” do Hóquei em Patins;
do maior Ciclista de Portugal, o eterno Joaquim Agostinho;
do maior goleiro do mundo de Hóquei em Patins, Ângelo Girão;
do maior jogador da história do Beach Soccer, Madjer;
do Campeão Europeu e Mundial de Kickboxing, Fernando Fernandes; do Campeão Mundial de Judo, Jorge Fonseca;
Sporting dos inesquecíveis “Cinco Violinos” Fernando Peyroteo, José Travassos, Jesus Correia, Vasques e Albano
e de outros grandes craques do Futebol: João Morais, Vítor Damas, Peter Schmeichel, Héctor Yazalde,
Krasimir Balakov, Ivaylo Iordanov, André Cruz, Luisinho, Rui Jordão,
de Luís Figo e de Cristiano Ronaldo eleitos “Melhores do Mundo FIFA”
e de tantos outros grandes nomes do desporto português, europeu e mundial.
Clube de homens, mulheres e crianças
de todas as raças, de todos os credos,
de muitas nacionalidades e ideologias,
que se unem a compartilhar o mesmo sentimento de irmandade sportinguista
gravado no coração de cada um deles.
Potência esportiva de dimensões mundias
com diversos núcleos espalhados pelos cinco continentes mostrando a sua força
e toda a sua grandeza social e cultural.
Por tudo o que representas
os teus adeptos em todos os recantos
e nos diversos estádios e ginásios do nosso mundo, cantam, celebram e proclamam:
ESFORÇO, DEDICAÇÃO, DEVOÇÃO E GLÓRIA. EIS O SPORTING!
Portugal, território milenar, simbolizada na Cale da Portucale desde os godos. Portugal do Portogatelo grego, viu nascer em suas terras um Clube multidesportivo com sede em Lisboa, hoje, Complexo Alvalade XXI: o Sporting Clube de Portugal.
O lema do Sporting Clube de Portugal, “Esforço, Dedicação, Devoção e Glória. Eis o Sporting”, evidencia a história de glórias oriundas da dedicação de seus membros desde a fundação em Lisboa a 1o de julho de 1906, cidade que pode ser eternamente cantada pelos bardos:
Lisboa
Senti a paz, a vida pulsar
Na cidade de Pessoa
De reis, Cavaleiros
Presentes hoje, no passar
Estribos, novo, presente
Castelo e tecnologia
Ontem e hoje
Em mim ausente
Lócus presente!
Nunca esquecido
Trouxe saúde, meio, fim
Almada, fado, cafés
Semente do mundo
Porto das descobertas
Esperança das colinas aos pés
Dos que caminham por terras calmas Antigas, ainda presentes
Nunca esquecidas, redivivas Que conquistaram min’alma
autoria: Adílio Jorge Marques, (escrito em 08.06.2012), In ”Caminhos” Ed. Livro Rápido, 2013.
Portugal, terra mágica, que oferece ao mundo filho brilhante como o dourado de suas conquistas. Clube familiar, competitivo em vários desportos diferentes, o Sporting Clube de Portugal, um Clube conhecido mundialmente pelas suas conquistas. Fundado em Lisboa em 1 de julho de 1906, porta em seu emblema um leão rampante de cor branca, e dourado a partir de 2001, sobre fundo verde. Heráldica da vitória e do orgulho lusitano!
Em 1964 acontece o título mais significativo alcançado no meio futebolístico com a Taça dos Vencedores das Taças da Europa e o célebre e eterno “Cantinho do Morais”. A caminho da final, o Sporting venceu por 5-0 em Lisboa o poderoso esquadrão inglês do Manchester United, após derrota por 4-1 no campo do adversário, fato inesquecível aos seus apaixonados torcedores e aos amantes do futebol.
Clube múltiplo, multifacetado social e esportivamente, o Sporting fez-se representar sempre sob a bandeira de Portugal em competições olímpicas. Vemos desde o Andebol de Sete, no qual se transformou em potência luso-universal, passando pelo Futsal de vários títulos até hoje, ainda o Hóquei em Patins, sendo uma das melhores equipes do mundo entre os anos 1970 e início dos anos 1980. Ou, também, o Pólo Aquático, sendo o Sporting o primeiro Clube em Portugal a vencer o Campeonato Nacional de Pólo Aquático na longínqua data de 1922.
O Grupo Carioca Leonino Amigos do Sporting do Rio de Janeiro escreve, em breves palavras, esta singela homenagem ao emblema alviverde, pavilhão do amor e da esperança por uma sociedade melhor e esportes altivos.
GUARDIOLESES
por Rubens Lemos
Pretensioso incorrigível, o brasileiro é pedante no futebol sem aceitar a verdade. Arrogantes sempre foram os adversários, ousados intrometidos querendo ganhar do time de Pelé. A rivalidade com a Inglaterra vem da besteira de que um inventou o esporte e o outro aprendeu e tornou-se bem melhor, o melhor do mundo.
O Brasil hoje é um país comparável a México, Bélgica , Argentina, Suécia, Uruguai, Portugal (Com CR7 em declínio), Croácia, Moldávia (exagero meu), jamais no pelotão de frente com França, Alemanha, Holanda, Espanha, Itália e a Inglaterra. Os ingleses que criaram o jogo e, na malícia latina, ficaram apenas com o direito de vê-lo, estão mandando na bola mundo afora.
A decisão da Champions League entre o Manchester City e o Chelsea, clássico bretão, confirma a supremacia de um país que se encheu de craques, de ótimos técnicos e vem apresentando futebol sem aqueles tradicionais chutões e chuveirinhos que tanto detonávamos.
O Manchester, do monstruoso Pep Guardiola, está liquidando os concorrentes com requintes perversos. Toma um gol e fica no toque-toque ou Tike-Taka, a maravilha revolucionária do Barcelona de Guardiola e Messi.
E, no Manchester, Guardiola não tem Messi. É um jogo cíclico. Pode começar na falsa aparência de monotonia e, de repente, marchar e tricotar os onze do outro time cortando-os em deslocamentos de tesoura afiada.
Vou torcer por Guardiola, que entende o futebol como espetáculo, como uma peça de teatro ou um filme épico no cinema. O torcedor paga e só não entra de smoking para ver, nos pés dos guardioleses, o que resta de beleza pragmática em campo gramado.
Guardiola amava a seleção brasileira de 1982 e inspira seus times na habilidade giratória do esquadrão de Telê Santana. Guardiola lembra mais daquela seleção do que qualquer fanático nacional.
Estudou, reviu partidas e montou seu esquema, que invejosos acreditaram terminar na sua separação profissional de Messi. Guardiola tem tudo para vencer a Champions. Sábio, Guardiola não quer com ele tipos do tipo Valdir Peres, Cerezo e Serginho Chulapa, aberrações que Telê nos fez engolir na pirraça.
SOTELDO E O BONSUCESSO
por Ricardo Dias
A torcida do Santos chorou lágrimas de sangue pela perda de Soteldo. Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que não tenho nada contra o rapaz, muito pelo contrário. Mas choro as mesmas lágrimas de sangue não por ele, mas pelo futebol brasileiro.
Todo saudosista começa dizendo que não é saudosista. Bem, eu sou, e muito. Assistir a uma partida de futebol hoje, por aqui, é uma tortura. Como disse o colega de Museu PC Caju – chique, ser colega do PC –, antigamente lateral treinava cruzamento. Hoje treina bater lateral, com a mão. O incensado time do Flamengo, que sobra na turma, não seria tão espetacular meros 10 anos atrás, é que não tem rival. Empobrecemos demais. Quem viu no mesmo time o citado PC, mais Rivelino, Carlos Alberto, Edinho, Dirceu, Gil, não se impressiona com nenhum time europeu.
– Ah, mas antigamente era mais fácil, ninguém corria!
Não? Pena que há poucos vídeos do meu outro colega de Museu (meu Deus, cada dia eu sou mais chique), o Zé Roberto Padilha, que tinha um preparo físico absurdo – e que sabia MUITO BEM o que fazer com a bola. Já disse antes, a única posição que hoje é superior, é a de goleiro. Os métodos de treinamento mudaram muito.
Mas voltemos ao bom Soteldo. Nos anos 70 (quando comecei a gostar de futebol), eu assistia a todos os jogos que podia. Morava perto do Maracanã, ia a pé, e todo começo de ano ficávamos esperando as novidades dos times pequenos. Os que se destacassem seriam comprados, fatalmente, pelos clubes grandes no ano seguinte. Hoje nós somos o Olaria do mundo. Mas os times pequenos do Rio tinham uma característica: todo ano aparecia um ou dois pontinhas, jogadores rápidos, dribladores e baixinhos. QUALQUER UM deles muito melhores que o saudoso Soteldo.
A falta de dinheiro não é a única culpada pelos nossos problemas. A decadência dos clubes pequenos vai acabar matando o pouco que sobra de nosso futebol. Se antes revelavam craques, hoje vivem de contratar veteranos em fim de carreira – igualzinho ao Brasil. Sem pensar nem pesquisar muito, Romário veio do Olaria; Ronaldo Fenômeno, do São Cristóvão. Isso no Rio; no resto do país, o quadro era exatamente o mesmo. Hoje o jogador pertence a um empresário, que quer colocar a mercadoria na vitrine correndo – e ELE lucrar. O clube que se dane.
Quando vejo passar uma criança com a camisa do Barcelona, lembro que o ídolo de Maradona era Rivelino; quando Seedorf veio ao Brasil jogar uma pelada, ligou para o pai, emocionado, para contar que ia jogar ao lado de Zico. O Bayern Munique, campeão europeu, ficou querendo descobrir de onde havia saído Cafuringa, que destruiu sua defesa no Maracanã num amistoso em 75.
Então, o maior símbolo de nosso fundodopocismo é o querido Soteldo. Um jogador que seria reserva do Bonsucesso nos anos 70 hoje entristece a torcida que viu jogar o Rei, o maior de todos os tempos.
A hora é de organizar tudo. Enquanto os empresários mandarem, enquanto cobrarem vitórias nas divisões de base, enquanto não revitalizarem os campos de várzea, enquanto não profissionalizarem de verdade a arbitragem, nada disso vai mudar.