REVERÊNCIA AOS ÍDOLOS
::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::
Diariamente recebo fotos e recortes de jornais e revistas dos meus tempos de jogador. Algumas, inéditas para mim e outras que sempre adoro rever. O registro mais comentado da semana passada foi a que apareço com os húngaros László Kubala e Ferenc Puskás, e com o argentino Alfredo Di Stéfano. Pelo meu sorriso é fácil perceber o tamanho de minha felicidade. Cresci ouvindo meu pai, o velho Marinho, contando histórias sobre esses três craques.
Na Colômbia, pelo Junior de Barranquilla e ao lado de Heleno de Freitas, ele jogou contra Di Stéfano, no Milionários, e precisava chegar junto para acalmar a fera, considerado por muitos o maior jogador argentino de todos os tempos. Na verdade, também era necessário domar o temperamental Heleno, seu parceiro de time e que adorava uma confusão. Na década de 50, Kubala e Evaristo de Macedo, pelo Barcelona, realizaram duelos memoráveis contra o Real Madrid, de Di Stéfano e Puskás. Tempos maravilhosos! Cresci, fui campeão do Mundo e em 74 me transferi para o Olympique de Marseille.
Sempre li muito sobre a história do futebol e seus pioneiros. Tenho muito respeito por essa turma e os reverencio sempre que posso. Naquela época, um menino que visse Puskás em um bar com aquela barriguinha saliente acharia se tratar de apenas mais um chopeiro. É comum muitos gênios do futebol não serem conhecidos pelas novas gerações. O Brasil é tido como o país do futebol, mas não trata bem os seus ídolos. Vários e vários já foram barrados nas portas de seus clubes e no próprio Maracanã. Sem falar nos que morreram completamente desassistidos.
Na Europa, comecei a participar com regularidade de amistosos festivos e sempre fazia questão de me apresentar a esses lendários personagens do futebol. Poucos antes anos eu havia participado da despedida de Eusébio, o cracaço português, na verdade moçambicano. E em 1974, tive o orgulho de jogar entre esses três ídolos de minha infância, no jogo de despedida de George Theo. Graças a Deus, joguei com gigantes do futebol desde minha estreia no Botafogo. Em meu clube de coração joguei com Gerson, Jairzinho e Roberto Miranda. No Flamengo, com Rogério, no Flu, com Rivellino, Dirceuzinho e Marinho Chagas, e no Grêmio, com Mário Sérgio.
Na década de 50, a Hungria revolucionou o futebol e goleava quem surgisse pela frente. Meu pai adoraria ter visto aquela cena, eu dividindo o campo com os homens que ele idolatrava: Kubala pela direita, Puskás, de meia-esquerda, Di Stéfano de centroavante e eu na ponta-esquerda. Vivi o futebol em sua essência e me perdoem se hoje pareço amargo comentando o que assisto. Depois de ouvir um comentarista falando que falta corpo de jogo para o time do Bragantino penetrar por dentro, hoje só quero olhar para essa foto, namorá-la e refletir, tentar entender onde o futebol se perdeu no caminho.
A MAIOR DAS EVOLUÇÕES
por Zé Roberto Padilha
Até a Copa de 1974, disputada na Alemanha, esse atleta ruim de bola, que quando tiravam par ou ímpar nas peladas ninguém queria na linha, e o mandavam para o gol, não tinha no seu clube quem os treinasse.
Mesmo usando as mãos quando 92% utilizam os pés, e usam fundamentos completamente diferentes, eles corriam na pista e se exercitavam com zagueiros, meias, atacantes…
Os goleiros mais esforçados, após os treinos, iam para a caixa de areia do atletismo, aquela do salto em distância, e pediam para a gente jogar a bola. E ficavam saltando, por conta e risco, de um lado para o outro.
Na minha época, no Fluminense, os heróis eram Félix, Roberto, Nielsen, Jairo, Paulo Sérgio, Paulo Goulart e Jorge Vitorio.
Após a Copa, Sepp Meyer, goleiro alemão e já campeão do mundo, lançou um livro. Nele revelava seu segredo: jogava tênis. Se acertava aquela bolinha minúscula, escreveu, como erraria a grandona jogada em sua direção?
Daí veio um membro da militarizada comissão técnica brasileira, Raul Carlesso, e criou uma nova profissão: treinador de goleiros. É só pegar os jogos do Gilmar, duas Copas do Mundo anteriores, do Félix, tricampeão, que vocês verão como evoluíram em todos os fundamentos.
Quando batiamos pênaltis, eles tentavam adivinhar o canto. Hoje, na véspera das partidas, assistem aos vídeos e ficam sabendo da nossa preferência.
Na profissão mais cruel do mundo, porque onde pisam mal nasce grama, e um deles, Barbosa, nada treinado, foi sacrificado e faleceu sem ser perdoado, nenhum goleiro começou jogando porque levava jeito. Pelo contrário, surgiram na rejeição à prática do seu ofício.
Mas temos que reconhecer: nada no mundo do futebol evoluiu mais do que os seus treinamentos. Se tenham dúvidas, pergunte a um jogador do Palmeiras, escalado para bater ontem, se esse novo modelo, que vem treinado de fábrica, tenta adivinhar o canto?
Antes, o batedor, diante de um boneco, perdia seu pênalti. Hoje, o goleiro, capacitado, é quem defende a cobrança.
Diego Alves se tornou uma máquina programada para pegar pênaltis. Parabéns a Raul Carlesso. Parabéns aos goleiros salvaguardas das nossas maiores paixões.
DEVIDO RECONHECIMENTO
por Luis Antônio Garcia
Hoje, 12/04/21, são exatos 46 dias passados daquela partida que decretou um ano mais ao jejum de Campeonatos Brasileiros do Internacional, totalizando 41 anos desde a última conquista, o Tricampeonato ‘invicto’ em 79. De 1979 a 2020.
Passada a “quarentena” (a da ressaca, a pandemia ainda não), ficou aquela sensação da Copa de 78 na Argentina, a de “Campeão Moral”. Não que o título do Flamengo tenha sido como o da Seleção anfitriã de 78, aquele sim imoral, este, circunstancial, ganho com uma derrota na final e com muita polêmica de arbitragem também. Merecimento.. tivemos. O ‘meu’ Colorado pressionou até o último lance do jogo contra o Corinthians e terminou o campeonato com uma bola raspando a meta do Timão. Minutos antes havia feito o gol do título naqueles impedimentos ajustados que matam o torcedor de desgosto. Mas foi-se o desgosto. Como torcedor Colorado jamais lembrarei dessa equipe como o time que não ganhou porque ‘a bola que mudaria tudo’ aconteceu, só não foi reconhecida.
Reconhecimento, embora numa cultura futebolística que abomina o vice campeão, tudo o que mereceriam pra sempre, o grande Abel Braga, o Lomba, Moledo, Cuesta, Edenilson, Patrick, Dourado, Praxedes, Yuri Alberto, todos estarão pra mim (infelizmente devo ser imensa e arrasadora minoria) na galeria dos grandes vencedores da história do clube.
Agora, 2021, novo técnico, novas competições e, logo ali, nova tentativa de quebra do jejum, embora não me sinta em abstinência!!
TRISTES RELATOS DE UM JORNALISTA ESPORTIVO
por André Luiz Pereira Nunes
O dia sete de abril é dedicado ao jornalista. Em que pese a importância da nossa profissão, não há muito com que comemorar. Quem acompanha o noticiário, tem total ciência das rotineiras e seguidas ondas de demissão que têm assolado os companheiros de classe, visto que jornais, portais, rádios e emissoras de TV passam por um delicado momento de severa contenção de despesas, sobretudo porque vivenciamos uma drástica crise em nosso país, já histórica e tradicionalmente assolado por inúmeras mazelas sociais e, que pra piorar, ainda se tornou um celeiro de novas cepas da Covid 19.
Escolhi por vocação, jamais por mau gosto, duas profissões maravilhosas que sempre me trouxeram prazer e bons amigos: jornalismo e o magistério. Sim, eu disse prazer e bons amigos, pois dinheiro e valorização profissional, infelizmente passam bem ao largo disso. Em relação ao jornalismo esportivo, que é obviamente o foco dessa matéria, vou-lhes contar a partir de algumas experiências pessoais como é desfavorecido o nosso trabalho.
Em diversas situações, ao longo de minha trajetória profissional, conquistei tremendos furos. O furo de reportagem acontece quando o profissional consegue dar a notícia à frente dos concorrentes, mediante esforço, talento, fontes confiáveis e credibilidade.
Vou-lhes contar um caso engraçado e, ao mesmo tempo triste, envolvendo essa questão. Certa vez, estava presente a uma reunião de um conselho arbitral na Federação de Futebol do Rio de Janeiro, no saudoso tempo em que as reuniões eram franqueadas a nós, o que posteriormente foi arbitrariamente proibido pelo presidente. Estava eu, portanto, acomodado em meu confortável assento quando um representante de clube me viu, se achegou e me relatou uma grande novidade. Tratava-se de uma notícia inédita que ele havia lido um ou dois dias antes. O interessante era que se tratava justamente de um furo que eu havia conseguido e noticiado. Eu, então, lhe disse:
– Amigo, o que você acaba de me relatar que leu na imprensa esportiva se trata da matéria que eu apurei e escrevi no veículo tal.
Aí ele me disse, muito constrangido:
– É verdade, André, agora me lembrei. Me desculpe. Eu não reparei que tinha sido você a escrever.
Esse fato ilustra o quanto o jornalista esportivo vale menos do que a própria notícia. É hábito lermos os jornais e não prestarmos atenção acerca de quem é o autor.
Outro acontecimento envolvendo a minha função ilustra bem a desvalorização da nossa profissão. Há cerca de mais de uma década fui convidado para ser assessor de imprensa de um grande clube do Rio de Janeiro. O presidente da agremiação me chamou em sua sala e então se deu o seguinte diálogo:
– André, você gostaria de ser nosso assessor de imprensa?
– Claro que sim, presidente. Seria uma honra.
– Só que tem o seguinte. Não podemos te pagar. Se as coisas melhorarem, pode ser que consigamos um dia. De repente, a gente consegue fazer um bem bolado. Sabe como é, né? É preciso roer o osso pra depois comer a carne. Pelo menos você fica na vitrine.
– Mas, espera aí, presidente. O senhor não vai pagar os jogadores?
– Sim, é claro.
– Não vai pagar o treinador, preparador físico e o restante da comissão técnica?
– Sim, é lógico.
– Não vai pagar o médico, visto que ele é obrigatório nas partidas?
– Vou, claro.
– Não tem patrocínio das empresas tal e tal para as despesas?
– André, estou entendendo, e sei bem onde você quer chegar, mas aqui o assessor de imprensa é sempre o último da fila. Todos esses que você elencou são essenciais para o espetáculo. Mas pensa comigo. Se não tivermos um assessor de imprensa, o clube jogará da mesma forma. Sem jogadores, comissão técnica e médico o time nem entra em campo.
– Sinto muito, presidente. Eu entendo a sua situação, mas não posso trabalhar de graça. Aliás, nem seria de graça. Eu teria que literalmente pagar para trabalhar, pois existem despesas, tais como deslocamento, que ficariam sob meu encargo, fora a manutenção do meu equipamento. Não há condições.
Convites como esses foram costumeiros e, ainda são recorrentes, na minha carreira.
Enquanto trabalhava em reportagens de campo, me deparei com situações verdadeiramente bizarras. Certa feita, fui cobrir um jogo decisivo, válido por uma das divisões de acesso, numa cidade do interior fluminense. O time mandante atuava num estádio cuja estrutura era totalmente precária. As arquibancadas eram feitas de tábuas, que por estarem totalmente soltas, se encontravam interditadas. Portanto, o jogo teoricamente não poderia ter público. Porém, havia um morro atrás do campo e foi para lá que se dirigiram os torcedores para assistir ao cotejo. Por volta da metade do segundo tempo, revoltados com o placar desfavorável, a claque começou a soltar morteiros que quase acertaram a mim e a um dos bandeirinhas. Pra piorar a situação, a arbitragem ao final da partida, teve que passar pela turba enfurecida para chegar ao vestiário. Houve tumulto que por sorte não resultou em agressões, pois também não havia policiamento. Naquele tempo eu ainda não tinha a manha e a malícia do experiente profissional e noticiei tudo nos mínimos detalhes. Pra meu azar, o delegado da partida nada mencionou sobre o ocorrido, o que me deixou em palpos de aranha. No dia seguinte, portanto, recebi uma carinhosa mensagem de que se voltasse um dia àquela cidade algo de muito ruim aconteceria comigo. O presidente do clube era uma figura influente e, por acaso, estava ligado à máfia das máquinas caça-níqueis e outras coisinhas mais. Pra minha sorte, não demorou nem um mês, foi metralhado em uma emboscada provocada por um grupo rival, fato que provocou risadas nos meus colegas, que jocosamente me disseram, logicamente brincando, que fora eu que o tinha matado. Voltei outras duas vezes à mesma cidade, em diferentes ocasiões, e não tive qualquer problema.
Outra situação interessante aconteceu quando fiz uma reportagem de jogo na Baixada Fluminense. O local só era acessível mediante moto-táxi. Percebi que o desolado caminho que levava ao campo servia de cemitério de carros usados para desmanche. Ao chegar finalmente ao estádio, fui apresentado ao presidente, demais membros da agremiação e alguns torcedores. Ficamos eu, a arbitragem e algumas pessoas conversando quando ouvimos, de repente, dois caras a uma curta distância conversando e, então, um disse para o outro:
– Cara, quase matei mais um hoje!
Posso lhes informar com total conhecimento de causa, e sem medo de errar, que a maioria dos assessores de imprensa de times do Rio de Janeiro ou trabalha de graça ou fica sem receber seus módicos vencimentos devido a costumeiros atrasos de pagamento.
Meus caros leitores, vocês não imaginam como é árdua a vida do jornalista. De como trabalhamos com afinco, energia e muita vontade para trazermos a notícia para vocês.
Me causa asco, por exemplo, presenciar colegas de profissão serem agredidos nas ruas por vândalos que são verdadeiros fascistas, apenas por fazerem o seu trabalho. O fato de alguém não gostar de uma determinada emissora não fornece permissão, a quem quer que seja, para molestar repórteres, cinegrafistas ou contra-regras, trabalhadores, como qualquer um de nós, que estão nas ruas expostos e que precisam trazer diariamente o pão de cada dia para suas casas.
Esta é uma singela e triste homenagem a todos os jornalistas esportivos do nosso país. Somos verdadeiros heróis!
O FUTEBOL, A PANDEMIA E O GENOCÍDIO
por Paulo Escobar
O mundo vive dias de morte nas mãos de um vírus que mata sem parar, sem piedade, de cemitérios cheios e pessoas não podendo chorar suas vítimas. Sem poder sepultar, de forma digna, os que amamos ou sem saber de que jeito o vírus atacará nossos corpos e que sequelas nos deixará, se sobrevivermos.
Que a sociedade não sairá melhor de tudo isto, não tenho dúvidas, não sou dos que acreditam que depois de tudo isto seremos pessoas melhores. Vide o egoísmo nosso de cada dia, vide os países ricos garantindo vacinas aos seus, sem se importarem com os mais pobres. Até mesmo a indiferença de muitos em meio a pandemia, que continuam suas rotinas egoístas desde que o vírus não chegue nos deles.
O Brasil é um dos países mais afetados e nesta semana atingimos a marca superior a quatro mil mortos em um dia, mas o futebol deve continuar, o espetáculo não pode parar. Porque, como insisto há tempos, o futebol vive um mundo à parte, outra realidade, longe das dores ou da pobreza que aumenta nestes tempos de pandemia.
Além das dores, os pobres estão ficando mais pobres (neste ponto escrevo a partir de 21 anos correndo junto com quem mora nas ruas), pois um auxilio esmola não é garantia de vida, a economia não pode voltar ao normal sem vacina, os contágios estão crescendo aceleradamente levando muitos à morte.
Enquanto os mortos aumentam e os doentes também, o futebol continua, o circo em meio aos cadáveres deve continuar. E nem clubes e nem jogadores se manifestam além de um minuto de silêncio aqui e outro lá, jogadores que não vivem com auxílios de R$ 150,00 e clubes, chamados grandes, continuam faturando muito, sim, muito mesmo.
Grande parte dos jogadores de futebol e clubes no Brasil contribuem com a alienação “passando pano” para as mortes. Quantos torcedores dos chamados clubes ricos não saíram do hospital? Quantos morreram nos corredores? Quantos passam fome nestes tempos com a camisa do clube dos seus amores?
É uma vergonha a bola continuar rolando, como um mundo à parte, diante das mortes e genocídio, claro que virão aqueles que dirão que genocídio? Não morrem pela pandemia? Sim, mas os números de mortos poderiam ser menores e os impactos também, se houvesse um governo preocupado com a vida da população, se tivesse corrido atrás de vacinas, se tivesse dado um auxilio descente para as pessoas poderem ficar em casa, se tivesse trabalhado em prol de medidas mais humanas. Digo isto, sem ter votado em ninguém por ser anarquista (sim, recomendo que leiam e pesquisem sobre o tema), que aquela coisa do Planalto contribuiu com a morte de milhares de brasileiros e torcedores do seu time. Para você que está lendo, ele é um genocida.
Clubes como Flamengo, Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Grêmio, Atlético Mineiro e tanto desses chamados ricos não fazem nada de concreto, não conseguem se organizar para se manifestarem ou então ajudarem os mais pobres, muitos deles torcedores de seus times. Jogadores estão mais preocupados com as vidas distantes deles, pois vivem nos céus, enquanto os pobres moram na terra e pisam no barro e miséria todos os dias.
Flamengo no começo da pandemia jogava, enquanto no hospital de campanha do Maracanã morriam pessoas de Covid, dirigentes pressionando para o jogo não parar, federações empurrando jogos para outros Estados. Se jogadores se contaminam, troca por outros, se não tem reservas, não importa, pois o show mesmo em meio ao genocídio não pode parar. É o futebol um serviço essencial em meio as mortes e a pandemia? É um serviço essencial um jogo que, aqui neste país, quase não estende a mão a ninguém ou suas entidades não doam nada, nada? Clubes de futebol e jogadores que ganham muito podiam ajudar nas compras de vacinas ou com pratos de comida.
O futebol brasileiro vive outra realidade, pelo jeito se negam a perceber as mortes e os contágios, se negam a parar. A maioria de jogadores e técnicos agem como verdadeiros produtos, sem voz, sem opinião, somente objetos da prateleira chamada futebol prontos para serem usados.
O futebol brasileiro – e grande parte de seus integrantes – durante a pandemia se mostrou mais uma vez distante da realidade, alheio a dor das vítimas e seus familiares e virou o rosto para a miséria de milhares de seus torcedores. A bola rola em meio aos cadáveres, as lagrimas e a miséria, pois o mundo da bola é um mundo à parte, frio e distante.