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O PAÍS VAI PARAR SÁBADO

É a maior decisão da história da Libertadores

por Elso Venâncio


O Brasil vai parar sábado para ver a decisão da Libertadores. Será um dia parecido com os jogos importantes de Copa do Mundo, principalmente aqueles que envolvem a nossa seleção, quando nem vemos carros circulando pelas ruas porque está todo mundo de olho na televisão. Salvo os que já estarão no Uruguai.

O palco poderia ser o Beira-Rio, o Mineirão, mas Flamengo e Palmeiras duelarão no velho e icônico Estádio Centenário, construído para a Copa do Mundo de 1930 e que fica no centro de Montevidéu. No regulamento dessa competição deveria constar que, em caso de disputa final entre clubes do mesmo país, o jogo aconteceria no território desses times. Mas a Sul-Americana quer imitar a Liga dos Campeões da Europa, então… paciência!

Os dois clubes lideram as conquistas nacionais do futebol brasileiro e do nosso continente. Decisão inédita, entre duas potências rivais do eixo Rio-São Paulo.

É a maior final da história da Libertadores e só pode ser comparada ao Boca Juniores x River Plate de 2018, mesmo com as tristes lembranças daquela decisão.

O local do jogo traz boas recordações aos cariocas. Foi exatamente lá, em novembro de 1981, após uma verdadeira guerra contra o Cobreloa no Chile, que o Flamengo venceu por 2 a 0, dois de Zico, na primeira conquista rubro-negra desta competição.

O Palmeiras chega à sua segunda final consecutiva e o Flamengo vai para a sua segunda decisão em três anos. O ‘Mais Querido’ vem atropelando os paulistas. No agregado do Brasileirão, 4 a 1 no Palmeiras, 4 a 1 no Corinthians, 9 a 1 no São Paulo e 4 a 0 no Santos, faltando ainda esse jogo da volta, que se dará em 5 de dezembro, no Maracanã. Isso é impressionante! Nunca houve na História uma superioridade tão grande em relação aos rivais paulistas. Isso deveria ter peso na decisão de sábado? Sim, mas não tem. Jogo único é outra história. Decisão, então, é sempre outra conversa.

Vejo o Flamengo superior. As casas de apostas confirmam isso. Mas é decisão!

O jogo vai ser equilibrado. Isso é normal. Lembra da decisão da Supercopa do Brasil, no comecinho desse ano, em Brasília? 2 a 2 no tempo normal, prorrogação e pênaltis. Time por time, jogador por jogador, os cariocas são melhores. Mas é jogo único. Nervoso, tenso. Ninguém pode errar.

Acho irrelevante os últimos resultados do Brasileirão. Na verdade, os dois clubes se prepararam para a finalíssima continental. A tendência é ver um Palmeiras fechado, jogando no contra-ataque, e o Flamengo tentando atacar o tempo todo, procurando sempre espaço para jogar.

O português Abel Ferreira, que não é de fazer média com a imprensa paulista, e até por isso é sempre muito criticado, sabe armar um time. Mas Renato Gaúcho tem no ataque um jogador decisivo, que tem a cara desses desafios que são os jogos finais. Muita gente fala em Arrascaeta, em Everton Ribeiro, em Gabigol, mas na hora do vamos ver, quem tem brilhado é outro craque que deveria estar sempre na seleção. Para mim, inclusive,  ele já havia sido o craque da Libertadores de 2019.

Há 2 anos, após um empate em 4 a 4 com o Vasco no Maracanã, em que o pau comeu em campo, o ‘filósofo’ Bruno Henrique disparou:

– Nós estamos em ‘Oto Patamá’.

Me lembrei dessa frase para dizer que Bruno Henrique vai para Outro Patamar em decisões. Eu aposto nele nesse duelo que já tem dia, hora e local confirmados: sábado, dia 27 de novembro, às 17h, no Estádio Centenário, do Uruguai. O árbitro será Nelson Pitana, um ex-ator argentino de 46 anos que apitou a decisão da Copa de 2018. E atenção: no comando do VAR fica o chileno Júlio Bascunan.

E pra você? Quem leva a Taça?

NOVA ORDEM DO FUTEBOL

:::::::: por Paulo Cézar Caju :::::


Em nenhum país do mundo nascem tantas crianças com o dom natural para o futebol como no Brasil. Se com o decorrer dos anos os “professores” não lapidam esses diamantes corretamente aí é outro papo. Sempre fui favorável ao equilíbrio entre o talento e o investimento em tecnologia, pesquisas e preparação física. Sempre treinei muito, exaustivamente. Adorava minhas farras, mas nunca, em momento algum de minha carreira, deixei de investir em meu condicionamento.

Em 1970, muitos jogadores fumavam e precisavam de um reforço na musculatura. Se a CBD não tivesse promovido uma revolução nessa área a parada seria mais dura porque os europeus no quesito disposição sempre lideraram. Os brasileiros bem preparados fisicamente sem perder o suingue são imbatíveis! Hoje, nota-se claramente os clubes que estão fazendo o dever de casa direitinho, montando seus CT’s e se organizando administrativa e financeiramente. Um clube bem estruturado, que pague em dia sua folha salarial, terá um rendimento superior aos que insistirem no blá blá blá de sempre.

Vários jogadores preferiram jogar nos clubes do Nordeste ao invés de se transferirem, por exemplo, para o Vasco. Quando isso aconteceria no passado??? Nunca!!! Hoje você vê o Fortaleza disputando as primeiras colocações, um Cuiabá surgindo pelas beiradas, o Athletico Paranaense volta e meia papando um título, o Red Bull Bragantino tentando provar que não é nuvem passageira. O Botafogo subiu e está prometendo seguir a cartilha do profissionalismo. Vencendo a torcida ressurge, faz a sua parte. Caso contrário, viveremos eternamente nesse sobe e desce.

O necessário, agora, é investirmos pesadíssimo na base, nos fundamentos, para termos campeonatos de qualidade. Ninguém suporta mais jogadores bem preparados fisicamente, Robocops, essa correria insana e raros lances de qualidade. Um amigo, Guido Ferreira, comentou algo que achei interessante: do jeito que está e com a chance de o Maracanã ganhar grama sintética, essa modalidade pode ser rebatizada. A Suderj…

Como de costume, separei as pérolas dos analistas: “O time tem um estilo de jogo seguro, com jogadores que fatiam a bola, dando assistência para entrar na vertical, penetrando nas defesas com linhas mais baixas”.

ROMÁRIO E UMA DAS MAIORES ATUAÇÕES DE TODOS OS TEMPOS

por Luis Filipe Chateaubriand


Em 19 de Setembro de 1993, no Maracanã, jogaram Brasil x Uruguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994.

A atuação de Romário nesse jogo – voltava à Seleção, depois de um tempo afastado por indisciplina – não foi apenas de gala, foi uma das maiores de todos os tempos!

Acompanhe os passos desse verdadeiro recital de futebol:

01)  Com um minuto do primeiro tempo, como “cartão de apresentação”, fez um giro de 180º com a bola sobre um defensor uruguaio.

02)  Aos dois minutos do primeiro tempo, aplicou um “lençol” em outro uruguaio.

03)  Aos quatro minutos do primeiro tempo, fez um bom lançamento para Raí, na intermediária.

04)  Aos oito minutos do primeiro tempo, enfiou a bola no travessão.

05)  Aos 13 minutos do primeiro tempo, tabelou com Bebeto na área, quase resultando em gol.

06)  Aos 15 minutos do primeiro tempo, sofreu pênalti, não marcado.

07)  Aos 22 minutos do primeiro tempo, deu uma “caneta” em um zagueiro uruguaio, concluindo para fora.

08)  Aos 36 minutos do primeiro tempo, no lado direito da grande área, driblou dois uruguaios e chutou rente à trave esquerda do goleiro.

09)  Aos 09 minutos do segundo tempo, deu genial passe de peito para Bebeto.

10)  Aos 15 minutos do segundo tempo, chutou à “queima roupa” para a defesa do goleiro uruguaio.

11)  Aos 26 minutos do segundo tempo, recebeu o cruzamento de Bebeto da direita, cabeceou para baixo e deslocando do goleiro – Brasil 1 x 0 Uruguai.

12)  Aos 28 minutos do segundo tempo, chutou rasteiro e com “endereço certo”, mas o goleiro pegou.

13)  Aos 29 minutos do segundo tempo, chutou rente à trave direita do goleiro.

14)  Aos 36 minutos do segundo tempo, fez passe de cabeça para Bebeto, que desperdiçou a oportunidade.

15)  Aos 37 minutos do segundo tempo, recebeu a bola de Mauro Silva, deu um drible de corpo humilhante no goleiro uruguaio e enfiou a bola nas redes – Brasil 2 x 0 Uruguai.

Com esse score, o Brasil estava classificado para a Copa.

Adivinha quem foi o craque da Copa?

MESSI E A ARROGÂNCIA

por Rubens Lemos


Pela primeira vez em 15 anos de adoração irrevogável, Messi entristece incorporando intolerância e violência ao seu repertório superado apenas por Maradona e nas últimas décadas por ninguém. Pelé – sempre bom lembrar – é extraterrestre.

O jogo contra o Brasil( 0x0), pelas Eliminatórias, na semana passada, transformou o Pleonasmo, o Melhor do Mundo, o amante da bola, em pequeno robô de olhar furioso que fez sugerir a presença de um malvado clone, nunca o eterno menino indomável de dribles e batidas de curva, teatro em quatro cantos de grama de palco.

Desde 2006, súdito, procurava e não encontrava em Messi um defeito, uma falha em centímetros, um gesto indigno do moleque superior a todos os homens e mulheres calçando chuteiras no planeta, de Buenos Aires a Paris, de Barcelona à inteira e meia Catalunha. Pós-Maradona, Messi tornou-se o semideus universal dos amantes da ginga e do imprevisível, bola domada por uma canhota assanhada.

Seja nos clubes onde atuou sempre melhor do que na albiceleste, ou na própria seleção, Messi codinome encantamento segura a bandeira de herói do futebol único, na alegria e na surpresa a cada explosão plástica, lançamento, cobrança de falta, pênalti ou sequência de malabarismo diante de marcadores assustados e inertes.

Messi nasceu para ser pacífica revolução de artimanhas e malandragens, produção beira do mar, ladeira íngreme de morro, rachão de asfalto em sinal aberto, carros formando as laterais e a via separada por canteiros e automóveis, o corredor para o bailarino baixinho desfilar, fazendo sentar, bunda em terreno quente, pobres marcadores sem direito à eternidade, superlotando a caixa imaginária onde guarda seus desafiadores, notas medíocres de samba ou tango.

Messi vai, com a idade, se irritando e escolhendo a impaciência e a soberba típicas do seu país quando enfrenta o Brasil, até quando o Brasil é um time regular e sortudo. O Brasil não deslumbra, cumpre metas, igual à vendedora de lingerie.

Nada é esplêndido ou jogo de arrebatamento, sim uma tática de cofre automático de banco, fechado e protegido por homens armados evitando a simples aproximação do inimigo.

Mesmo o Brasil desse jeito, Messi pareceu reviver a época do tabu sobre os Hermanos de Mário Kempes e Diego Maradona, líderes dos campeonatos mundiais conquistados em 1978 e 1986, Dieguito portentoso, em fintas de Calle Florida, fazendo o mundo se ajoelhar ao seu pé esquerdo, aprimorado nas aulas pela televisão que assistia do mestre Roberto Rivelino, tricampeão pelo Brasil em 1970.

Na terça-feira, no Superclássico, triunfalismo que é a cara da Rede Globo, o Brasil tirou a Argentina do sério no alçapão de San Juan, com um drible de carretilha, uma lambreta de Vinicius Júnior que insuflou a ira hermana. Vinicius que já havia tomado um toque rasteiro por entre as pernas de Di Maria, a versão Noel Rosa castelhano e da técnica superior.

O jogo lembrava as pelejas dos anos 1970, para não ser presunçoso e imaginar Pelé, que fez a Argentina levar a pior durante 14 anos, desde quando pisou o gramado do Ex-Maracanã (o das gerais), em 1957 à despedida da seleção em 1971, cumprido o compromisso de entregar o tricampeonato ao país.

Na Geração Zico, os argentinos passaram sete anos apanhando na bola e batendo com virulência. Maradona, não esqueçam, tirou Batista da Copa do Mundo de 1982 com uma patada covarde, na granja abaixo do umbigo do volante brasileiro, que caiu sem fôlego, ovos avariados. Terça, foi Otamendi, em braçada de brutamontes, quem puxou sangue do assustado Raphinha.

Estranho e decepcionante Messi. Sem a abençoada fúria das arrancadas enfileirando beques antes do arremate ao gol. Dominado pela ilusão da recente Copa América vencida pelos argentinos, pobres de títulos, que a consideram equivalente à Copa de 2022.

Messi peitando o árbitro, Messi provocando os jovens brasileiros, Messi cavando falta, Messi apelando ao feio pela inspiração distante. Messi em patética homenagem ao amigo ausente Neymar: caretas e arrogâncias detonando a classe de gênio exclusivo.

PALMEIRAS DE SÃO CRISTÓVÃO: MAIS UM MANTO SAGRADO REVIVIDO

por André Luiz Pereira Nunes


O escritor e professor Kléber Monteiro (foto), autor de “Da Lama à Grama”, acaba de marcar mais um gol de placa. Na tentativa de financiar seu mais novo livro sobre a história do Andaraí Atlético Clube, relançou mais uma preciosidade: a camisa do extinto Palmeiras, de São Cristóvão.

Fundado em dia 23 de março de 1911, acredita-se que sua denominação tenha sido inspirada na Praia das Palmeiras, uma localidade no bairro à frente da secular e, ainda existente, igreja de São Cristóvão.

Atualmente a área já não mais existe e abriga nos dias atuais o Pavilhão de São Cristóvão, local no qual se realiza a famosa Feira dos Nordestinos.

As cores escolhidas foram o azul, cuja tonalidade mais clara é bastante similar à do céu, além do preto. Por conta da combinação, a agremiação passou a ser conhecida como “Cerúleo Negro”.


O Palmeiras promovia verdadeiras contendas com o São Cristóvão A. C, vindo a participar de duas edições da primeira divisão do Campeonato Carioca: 1920 e 1924 pela Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT). Além disso, se sagrou campeão da terceira divisão, em 1915, nos primeiros e nos segundos quadros, obtendo ainda o tricampeonato (1917, 18 e 19) nos segundos quadros da segunda divisão. Junto a Andaraí A.C. e Carioca F. C, permanece como recordista de títulos nessa categoria. Também arrebatou a segunda divisão nos primeiros, segundos e terceiros quadros, em 1919, feito inédito na história do futebol carioca, além da conquista do Torneio Início da primeira divisão em 1921.

Quem desejar obter a bela camisa do Palmeiras, é só contactar o Kléber através do ZAP 21 99791-5589 e contar com mais um belo e raro exemplar em sua coleção.