SITUAÇÃO AVASCALADORA
por Marcos Eduardo Neves

O Sampaio Corrêa tem uma história muito bonita. No Maranhão. O Vasco da Gama tem uma linda. No país inteiro, na América… o mundo sabe quem é o Vasco. E não digo o navegador português, mas o imenso, gigantesco Clube de Regatas Vasco da Gama.
Agora, o que ele vem fazendo por meio do seu time de futebol, torcida nenhuma merece. Está certo, o Botafogo acabou de sofrer cinco – três no primeiro e dois no segundo, contra o não mais que mediano América-MG. Contudo, os 3 a 1 que o Vasco levou hoje, quando chegou a ver 3×0 no placar e, pouco antes, se aliviar de outro ter sido anulado, dói o coração. Ainda mais depois do que a dupla Fla-Flu anda fazendo, na elite do futebol brasileiro.
Não foi somente a terrível derrota de hoje. Teve o empate insosso frente ao Sport diante de uma multidão que fez bonito no Maior do Mundo, como nos velhos tempos. O time atual é que nada tem a ver com aqueles. Não há vitória sobre Criciúma que engane.
Os dois últimos finais de semana foram de enxaqueca mental para os vascaínos que conhecem o clube por que torcem. Que esqueçam rápido o que acabaram de assistir, torço daqui.
Fechando, se o Botafogo tomou cinco em duas partidas, ao menos foram em jogos de competição de primeira classe. Já esses tropeços do Vasco, na divisão de acesso, o abre-alas do futebol carro-chefe. Tipo pipoca do Chiclete. Matinê de criança.
Que a badalada SAF signifique uma SAFE, sendo verdadeiramente segura e salvando o Vasco. Sua torcida jamais deveria estar passando pelo que está, morando na fronteira onde se emperrou. Vive num eterno sobe e desce, intragável. E quanto ao Botafogo, este tem condições de se refazer, em três anos talvez. Desde que permaneça na Série A. E o bilionário não se canse da paixão cega pela amante pobre.
Já o Vasco… Vasco, se disputa, enche final de Libertadores. Leva multidão ao Mundial – e não é o supermercado, vocês entenderam bem o que eu quis dizer. Não sejam sarcásticos, que a coisa é séria.
Vasco é Vasco, e respeito. Mas seu time é um bando. Se subir, aliás, VAI subir, então, desculpe ser sincero, mas, assim que subir o medo aumenta. De forma aVascaladora.
LUZ NO FIM DO TÚNEL
::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::

Antes que falem que eu sou reclamão, vou começar a coluna batendo palma para São Paulo x Fluminense! Quem me acompanha sabe que sempre gostei do trabalho de Fernando Diniz e Rogério Ceni, e ontem foi a prova viva de que eles podem ser a salvação do nosso futebol.
Em meio a tantos chutões e carrinhos, esses dois treinadores são uma luz no fim do túnel porque fazem seus respectivos times jogarem futebol de verdade, com toque de bola, movimentações, sempre buscando o gol. Ontem, por exemplo, quando perdia por 2 a 1, Fernando Diniz voltou do intervalo falando que fez uma troca na zaga porque queria ganhar o jogo. E por pouco não ganhou!
Bragantino e Fortaleza andaram tropeçando, mas fizeram muito bem em manter os treinadores e conseguiram bons resultados fora de casa nesta rodada. Acho que o caminho é esse mesmo, dar tempo para os técnicos trabalharem e para os jogadores assimilarem as táticas e estratégias.
Nosso futebol tem salvação e não tem mistério! Além dos inúmeros problemas de gestão, o que falta hoje são os treinos coletivos, de fundamento e, sobretudo, o jogo-treino entre profissionais e as divisões de base. Essa é a oportunidade dos garotos mostrarem serviço e serem aproveitados no time de cima!
Paulo Henrique Ganso é um exemplo clássico de que futebol não é só essa correria maluca que vemos por aí! É claro que a parte física é importante, mas o meia tricolor vem fazendo excelentes partidas, deixando os atacantes na cara do gol com apenas um toque na bola. Fico imaginando aonde estaria se não tivesse sofrido aquela grave lesão no joelho no início da carreira…
Depois de perder mais uma pro América-MG, o meu Botafogo foi derrotado dessa vez pelo Atlético-MG e não sei até quando vai durar a paciência dos torcedores. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos!
Por fim, lembro a vocês que faltam apenas quatro meses para a Copa do Mundo e nunca estive com uma expectativa tão baixa. Se nada for feito, a panela continuará, os homenageados serão sempre os mesmos e os craques do passado ficarão cada vez mais esquecidos!
Pérolas da semana:
“O treinador tem leitura de jogo, dando ao jogador condição tática com intensidade pelos lados e por dentro do campo, para que os volantes fujam do roteiro, potencializem o jogador agudo e mordam no mano a mano”.
“Associação que culpa o gramado pelos erros de quebrar a pedra e a capacidade de rodar a bola inaugural do time, equilibrando a balança entre o emocional e racional do terceiro homem na saída de bola”.
Sigo me divertindo todos os finais de semana com o linguajar dos analistas de computadores!
TODOS OS SENTIDOS
por Eliezer Cunha

O futebol carrega consigo um dos inúmeros mistérios dos esportes. Nem sempre vence o melhor em uma disputa. E qual seria a razão. Seria por ser um esporte coletivo? Seria que por ser um esporte onde as regras da física, como a gravidade, a dinâmica dos corpos, o equilíbrio, entre outras leis interferem? Seria porque existe um juiz comandando as ações esportivas e antidesportivas. Me recuso a acreditar em alguma das opções listadas. Então qual seria a razão desde fenômeno.
Comparativamente com outros esportes esse panorama é quase exclusivo do Futebol. Não observo isso em outras competições como basquete, vôlei, natação, entre outras. Bom, cabe aos especialistas a explicação. E cabe as confederações tomar as decisões certas. O jogo precisa ser jogado.
Recentemente surgiu do E.U.A uma esperança, não para inibir totalmente essa injustiça de resultados, mas para que o espetáculo e seus placares sejam mais justos e parciais para o propósito e bem da competição e para o público espectador e pagador de ingresso. Inacreditável é verificar que ações de justiças como esta possa vir de um país sem tradição no futebol e não de países com o legado de conquistas de maiores proporções. Seria algo ligado a cultura e coerente com o aspecto democrático social de direito deste país.
Punir o artifício da cera é responsabilizar o infrator de maneira absolutamente justa. Gostaria de juntar a esse ato de justiça outras ações antidesportivas lastreadas e disseminadas durante uma partida de futebol.
Através dessa recente oportunidade de justiça quem sabe não chegaremos um dia ao óbvio de uma competição.
E que vença o melhor em todos os sentidos.
A SAF E OS TORCEDORES

A adoção do modelo da SAF (Sociedade Anônima no Futebol) por alguns times brasileiros têm provocado inúmeras discussões acerca da viabilidade da iniciativa. Ainda que o modelo pareça ser a salvação para os clubes endividados e sem perspectivas de reversão do quadro, há inúmeras falhas em sua redação, porém, não nos debruçaremos aqui sobre elas por envolver análises jurídicas e tributárias, o que não é a proposta do blog.
Cabe, no entanto, abordar o papel da torcida diante do modelo.
Inicialmente precisamos definir para efeito de nossa reflexão a diferença entre cliente e consumidor.
Enquanto o primeiro paga diretamente por algo, o segundo apenas faz uso do produto/serviço sem dispender recursos de forma direta. Guardadas as devidas peculiaridades, seria como diferenciar o torcedor que assiste aos jogos no estádio ou pagando o pay-per-view daquele que acompanha as partidas através da tv aberta.

E como deve ser o comportamento deles diante de uma insatisfação? Antes de respondermos essa pergunta, é necessário indagar o que será reclamado.
As queixas que uma empresa recebe costumam ser a respeito de alguma insatisfação em relação a expectativas sobre os produtos ou serviços consumidos.
Derivando esse racional, podemos afirmar que a expectativa do torcedor é que seu time ganhe todas as competições! Ok, mas é isso que a SAF promete entregar?
Imaginem um cliente – não me refiro a acionista – da Coca-Cola, revoltado pelo fato de o refrigerante ter perdido participação de mercado no canal de auto serviços com até nove check-outs na Grande São Paulo? Ou mesmo que o preço das ações tenha caído?
Ao contrário de uma empresa que atua no mercado, cujo objetivo é lucratividade e onde uma gestão eficaz é capaz de permitir que corporações mesmo sem grande capacidade de investimentos alcancem seus objetivos, no esporte a boa gestão operacional não é garantia de satisfação das expectativas, afinal os concorrentes podem também ser bem geridos, mas apenas um será campeão.

Ajustadas essas perspectivas, voltamos para as reclamações dos torcedores, chamando a atenção que muitos dos insatisfeitos pouco ou nada contribuem para as receitas dos clubes.
Superada essa reflexão, valem alguns questionamentos: com quem o torcedor irá reclamar? Assim como acontece nas empresas haverá um “fale conosco” ou algum tipo de canal para esse tipo de interação? Essa forma de contato será suficiente para amenizar suas insatisfações ou pleitearão um contato físico tal qual é feito atualmente junto a treinadores e jogadores? E se isso acontecer, como reagirão os acionistas dos clubes diante de atos violentos e desproporcionais?
Aí reside o problema, pode ser que parte dos torcedores não entenda o funcionamento de gestões profissionalizadas – aliás já não entendem como é no clube -, fato que pode vir a afastar aqueles que estejam dispostos a investir no futebol.
MENINO NEY
por Rubens Lemos

Neymar ameaçado no PSG, Neymar excluído por incompetência e caráter, Neymar indesejável por convívio e postura, Neymar jogado na vala comum dos bonzinhos. A queda do habilidoso e chato menino mimado pelo galvãobuenismo midiático era uma decisão desenhada há anos.
O melhor jogador do mundo é Messi até quando suas pernas em miniatura seguirem exibindo o ilusionismo dos gênios, daqueles que são feitos por Deus e têm a forma jogada fora. Nunca serão imitados ou haverá cópia porque não há a industrialização do beletrismo em campo.
No PSG, manda o francês Mbappé, um fabuloso atacante, de técnica e capacidade ofensiva explosiva, sujeito que, na corrida, consegue driblar curto e derrubar sem confronto físico, qualquer adversário.
Mbappé cansou das frescurites de Neymar e agiu, até com certa perversidade, para fulminar o brasileiro do time onde jogou pouco e rebolou muito.
Neymar começou brigando no PSG com Cavani, excepcional uruguaio dono da artilharia e das cobranças de pênalti. Naquele sorriso campeão mundial (único título universal de Neymar) em que o cínico se alia ao prepotente, Neymar levou um coice de Cavani ao pedir para bater, quando sempre soube, ele, o garoto chato, que no futebol europeu há regras de conduta e de rotina, chutar pênalti, apenas uma delas.
Nunca se entenderá porque Neymar foi brindado com homenagem na Torre Eiffel, símbolo mundial da França. Antes dele, craques do clube foram campeões mundiais e não tiveram direito a centésimos de tamanha bajulação.
Neymar não deveria ter concordado. Boleiro sábio é malandro e, ao chegar, procura se unir, compor, dividir quarto, farra, se colocar à disposição para, depois, buscar o topo da idolatria.
Neymar não é o primeiro caso. O melhor meia-armador do mundo em todos os tempos, o Príncipe Etíope Didi, perdeu-se no Real Madrid ao rivalizar com Di Stéfano, o argentino brilhante que mandava no time e passou a boicotar o brasileiro Míster Futebol. Didi chegou querendo o posto de Di Stéfano que, quando questionado sobre boicote ao rival, desmontava com um argumento irrefutável:
– Didi era manobrado pela mulher (a linda e ciumenta Guiomar) e não se adaptou. Se tivéssemos preconceito, por que Canário brilhou o tempo inteiro?
Canário era um ponta-direita contratado ao América(RJ), modesto, sem história na seleção brasileira, mas obediente ao manual da convivência em que cada um sabe seu lugar e sobrevive respeitando as regras da monarquia de vestiário.
Neymar nunca jogará 0,05% de Didi, que disputou três Copas do Mundo e venceu duas, sendo em 1958 o melhor jogador do campeonato e atuando com Pelé e Garrincha. Neymar tornou-se um nome e um homem gasto, perecível, perdendo a validade.
Nas duas Copas do Mundo em que jogou – 2014 e 2018 -, Neymar teve desempenho de Valdomiro, o limitado ponta-direita do internacional titular (por falta de opções), do limitado time de Zagallo, quarto-lugar em 1974. Valdomiro, na Alemanha, conquistou o idêntico quarto lugar de Neymar (sem jogar), na Copa disputada no Brasil dos 7×1 impostos pela Alemanha.
Neymar deixa claro que é o cara chato da turma, o intolerante, o brincalhão sem humor, o ciumentinho, o que cisma e causa alvoroço no ônibus até o estádio por exigir a cadeira 10 e nenhuma mais, forçando quem nela sentou a sair irritado e humilhado pois todos os caprichos do supercraque de fanfarra devem ser atendidos.
Neymar quis ser Messi. Dançou. Neymar quis ser Cristiano Ronaldo. Ruiu. Neymar quis ser Mbappé, demorou, mas caiu, Neymar ciscou, tentou o drible, desabou. Neymar é colocado impunemente em seleções brasileiras eternas, barrando até Garrincha, o que é um crime de lesa-memória.
Neymar vai terminar querendo ser Ganso, antigo parceiro e um preguiçoso debochado e clássico que, hoje, seria muito mais útil na Copa do Qatar do que o bebê escanteado em algum café parisiense. Insuportável epitáfio: Menino Ney.