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CADA VEZ MAIS LÍDER

::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::

Gostaria de começar a coluna de hoje com uma pergunta: o que falta para acreditarem no Botafogo, inclusive a imprensa? Estamos próximos do fim do primeiro turno do Campeonato Brasileiro e maturidade é a palavra que define essa campanha do alvinegro.

O Botafogo ganhou bem do Palmeiras, do Flamengo, do Grêmio fora de casa e do Atlético-MG em casa. Como já falei algumas vezes, é um time que não tem craques como Flamengo ou Palmeiras, mas é bem organizado, sabe se defender e aproveita as chances no contra-ataque. Isso ficou claríssimo na vitória maiúscula contra o Grêmio ontem, no Rio Grande do Sul.

Com o triunfo, o Botafogo abriu incríveis dez pontos de vantagem para o Flamengo, segundo colocado, e isso dá muita confiança. Ao mesmo tempo, faz com que vire o time a ser batido e os rivais entram em campo mordidos querendo vencer o líder. A vantagem é impressionante, mas é importante reforçar que o Brasileirão é um campeonato traiçoeiro.

O que eu acho difícil de mudar é a situação do Vasco da Gama, que perdeu mais uma no Brasileiro e nada muda. Posso falar, sem a menor dúvida, que o maior destaque do time hoje é a apaixonada torcida, que não tem comparecido aos jogos por medidas da Justiça após os atos de vandalismo. Ou seja, de que adianta esses protestos violentos se o maior prejudicado acaba sendo o clube? Espero que tomem isso de lição e nunca mais repitam!

Quem tem feito bonito na competição e representado o Nordeste é o Fortaleza, que ganhou do Athletico-PR e tem brigado na parte de cima da tabela. Se mantiver nesse ritmo, tem tudo para beliscar uma vaga na Libertadores do ano que vem. Tenho certeza que isso é fruto da administração perfeita do presidente Marcelo Paz!

Depois de quase sete meses sem treinador, a CBF finalmente definiu Fernando Diniz no cargo. “Mas PC, você não acha arriscado ele tentar conciliar o trabalho com o Flu?”, perguntou um amigo. Arriscado é tentar insistir na escola gaúcha, com Felipão, Tite, Mano Menezes e por aí vai… Elogio o trabalho do Diniz desde os tempos de Audax e acho que é o nome ideal para recuperarmos a essência do futebol brasileiro, com toque de bola rápido, dribles e muita arte, assim como foi em 58, 62, 70 e em 82!

Pérolas da semana:

“Para atacar os espaços com contundência e fazer uma leitura ampla do adversário, o ala pelos lados morde o adversário e aproveita bola viva, amassando o centro da linha”.

“O corredor é explorado sem perder a identidade do modelo de jogo, visto que o time tem gordura para queimar e sabe encaixar o contexto de acordo com a intensidade”.

Perdeu a identidade? Cadê o RG?

Leitura ampla do jogo? Futebol virou um livro?

Queimar a gordura? Virou churrasco?

Kkkkk!

O SANTOS DE TODOS OS TEMPOS

por Luis Filipe Chateaubriand

No gol, Gilmar dos Santos Neves, uma muralha.

Na lateral direita, Carlos Alberto Torres, vigor e técnica ímpares.

Na zaga central, Ramos Delgado, exemplo de eficiência.

Na quarta zaga, Djalma Dias, exemplo de classe.

Na lateral esquerda, Rildo, destaque na marcação.

Como volante, Clodoaldo, parecia jogar de fraque.

Na meia direita, Giovanni, um talento.

Na meia esquerda, Pelé, dispensa comentários.

Na ponta direita, Neymar, um prodígio.

De centroavante, Coutinho, faro de gol.

Na ponta esquerda, Pepe, elegância plena.

Gilmar; Carlos Alberto, Ramos Delgado, Djalma Dias e Rildo; Clodoaldo, Giovanni e Pelé; Neymar, Coutinho e Pepe.

E aí?

Vai encarar?

CENTRO DE TREINAMENTOS PRÓ OUTREM. EM XERÉM

por Zé Roberto Padilha

O que acontece quando um clube de futebol constrói um Centro de Treinamentos de referência, como o Fluminense ergueu em Xerém e contrata profissionais de alto gabarito, muitos ex-atletas do clube? Na maior parte das vezes, participa, e vence, as principais competições oficiais desde o sub-11 até o sub-20

Nos profissionais, ainda dói a eliminação para o Flamengo, na Copa do Brasil, com a ajuda de três atletas ali formados, Pedro, Gerson, e Airton Lucas…

E agora, pasmem, acaba de contratar Danielzinho, do Bahia, atleta que também foi formado em Xerém.

Coisas do inacreditável Centro de Treinamento pró Outrem. Tem coisas que só acontecem em Xerém.

“uma coisa jogada com música” – capítulo 17

por Eduardo Lamas Neiva

João Sem Medo, ainda indignado com os 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil em 2014, prossegue o seu raciocínio sobre os problemas do futebol brasileiro.

João Sem Medo: – Nos anos 90, quando eu já não podia mais estar fisicamente para denunciar os crimes que estavam cometendo com o nosso futebol, passamos a imitar o antigo estilo europeu, mais pragmático, frio, sem jogo de cintura. E os alemães e os espanhóis passaram na década seguinte a nos imitar desde as divisões de base. Pegaram nossas melhores características e começaram a ensinar nas escolinhas de futebol de lá aos seus garotos. Com o tempo, com a organização que eles têm e nós não temos, mudaram sua forma de jogar. Principalmente a Alemanha, que sempre teve grandes jogadores, mas era mais dura de cintura.

Garçom: – Prefiro o jogo da Alemanha do que o da Espanha.

João Sem Medo: – Essa Espanha que ganhou em 2010 parecia o Bolero de Ravel, sempre a mesma coisa. Mas tinha um cracaço de bola, o Iniesta.

Sobrenatural de Almeida: – Em 2010 estive na África do Sul.

Ceguinho Torcedor: – Aquele gol da Holanda sobre nós, com Júlio César e Felipe Melo, que jogaram juntos no Flamengo, batendo cabeça, só pode ter sido obra do Além.

Sobrenatural de Almeida: – Mas me redimi, e os holandeses tiveram de amargar o terceiro vice mundial.

Ceguinho Torcedor: – Aquele futebol da Espanha era igual ao tico-tico no fubá do América dos anos 50.

João Sem Medo: – Concordo com você, Ceguinho. Curioso que o Zagallo disse o mesmo da Holanda, em 74. E não tinha nada disso. Era um time de jogadores muito inteligentes e Cruyff foi um dos maiores que vi jogar.

Sobrenatural de Almeida: – Em 74, não gostei daquele futebol em que ninguém tinha posição fixa. Então, achei melhor a festa ficar em casa, com os alemães.

João Sem Medo: – Aquela seleção espanhola de 2010 era mesmo o tico-tico no fubá, cheio de toques pros lados. Não fosse o Iniesta…

O grupo que fica no palco aproveita a deixa da conversa e toca o choro “Tico-tico no fubá”, de Zequinha de Abreu.

Músico: – Tico-Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu, não tem nada a ver com o América, nem com futebol, mas como vocês citaram…

João Sem Medo: – Ah, e essa música é a cara do futebol brasileiro. O nosso jeito moleque, alegre, criativo de jogar.

Músico: – Peço perdão aos senhores, pois sabem muito mais de futebol do que eu, mas o chorinho ilustra muito bem o nosso estilo de jogo.

João Sem Medo: – Sem dúvida. O estilo que nos consagrou no mundo todo e que temos abandonado.

Ceguinho Torcedor: – Isso a gente não vê mais.

João Saldanha: – Quais jogadores brasileiros hoje sabem driblar?

Os outros: – Ah, poucos, quase nenhum.

João Sem Medo: – O Neymar, mais uns dois ou três e olhe lá.

Ceguinho Torcedor: – Mesmo assim ainda acredito que é no Brasil que se produzem os melhores jogadores do mundo. Ainda somos os maiores do mundo! Quem não pensa assim é porque tem complexo de vira-lata.

Garçom: – Já que estão falando sobre o drible, lembrei de uma música  muito boa, do Chico César. Vou botar aqui pra todos ouvirem.

Zé Ary vai ao notebook e põe nas caixas de som “Drible”, de Chico César e Zezo Ribeiro (clique aqui pra ouvi-la).

https://music.youtube.com/watch?v=kNDVbNr9sMk&list=RDAMVMkNDVbNr9sMk

Fim do capítulo 17

Quer acompanhar todos os capítulos da série “Uma coisa jogada de música”? Clique aqui e saiba como:

Blog Eduardo Lamas Neiva – 15 anos: A SÉRIE “UMA COISA JOGADA COM MÚSICA” NO MUSEU DA PELADA

MATRIZ OU FILIAL

por Zé Roberto Padilha

Vamos imaginar que estamos a poucos minutos da primeira convocação, do técnico Fernando Diniz, para a seleção brasileira. No sábado anterior, ele dormiu na concentração tricolor. Tomou café da manhã com o Fábio, que fechou o gol mais tarde contra o Vasco.

Fábio, mesmo sendo um dos melhores e mais regulares goleiros do futebol brasileiro, titular absoluto no Vasco, Cruzeiro e Fluminense, jamais mereceu uma oportunidade. Mas, dessa vez, quem vai convocar a seleção brasileira o conhece de perto. Tem salvo seu emprego a cada partida.

Fernando Diniz não chama o Fábio. E o Fábio não esconde sua frustração de ninguém: “Se ele, que está ao meu lado, não confia em mim, nega essa oportunidade, quem vai me convocar?”

Fábio sente o baque. E cai de produção. Mesmo o Marcelo, que comentou nos bastidores ter alguma esperança, revelou ao G1: “Se o Daniel Alves voltou, porquê eu não posso?”

O tempo vai provar que não dá para conciliar duas paixões. Mesmo porque não dá para amar uma delas sem trair a confiança da outra.

Fernando Diniz vai ter que optar. Pela Matriz ou Filial.

Enquanto isso, melhor escutar Jamelão.

“Quem sou eu

para ter direitos exclusivos sobre elas

se eu não posso suportar os sonhos deles?”