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ROBERTO DINAMITE, QUIXOTESCO

por Rubens Lemos

Uma data, entre tantas, desagradáveis em minha vida é o dia 8 de janeiro. Dia da morte de Roberto Dinamite, maior ídolo do Vasco, o espelho de um clube democrático, o primeiro a aceitar negros vestindo sua camisa. Há nove meses, reverso de uma gestação. 

Roberto Dinamite é uma ausência punitiva. Seu sorriso triste e a simplicidade de pureza natural, foram embora e o jeito é sair procurando fotos na galeria da internet e imagens definitivas no Youtube. 

Pelo menos duas vezes por semana, procuro rever gols de Roberto Dinamite, o ídolo semelhante ao humilde torcedor. 

Meu ritual, jamais repetitivo, é a homenagem que presto a quem tornava meu céu menos cinza, impondo o azul da felicidade a quem só tinha o futebol para se agasalhar das dores cotidianas. 

A infância, primavera quando chega, outono quando vai embora, me apresentou ao artilheiro do Vasco, único homem a contracenar com Zico nas tardes de clássico no Maracanã ocupado por 120, até 160 mil almas em tensão e delírio. 

Centurião da grande área, Roberto Dinamite me fez vibrar com o título estadual de 1977, primeira sensação de superioridade a mim consentida. O Vasco venceu o Flamengo nos pênaltis por 5×4 e um tabu de sete anos era jogado no lixo das aflições  impiedosas. 

A partir de 1978 e até 1982, Roberto Dinamite fazia de suas chuteiras, lanças para o desigual combate ao Flamengo, que começava a empolgar o país com um timaço que ganhou um título mundial, uma Libertadores, três brasileiros e quatro cariocas. 

Roberto Dinamite, quixotesco, construía vitórias que, de tão impossíveis, podem ser lembradas no medíocre texto ora em gestação. Em 1979, o Vasco enfiou 4×2 no Flamengo com três gols do Camisa 10 da Colina, como também era chamado pelos locutores da época. 

Em 1981, roubaram o Vasco como se a sina que agora é imposta nos dias atuais, fosse uma regra escrita em regulamentos ou estatutos. O Flamengo precisava empatar a primeira partida para ser campeão carioca. Roberto Dinamite não deixou, aqueceu o gelo do chope rubro-negro, fazendo os gols do 2×0. 

O segundo jogo foi debaixo de uma tromba d`água no Maracanã. O empate em 0x0 persistia, os 22 jogadores parecia campeões subaquáticos, quando, aos 42 minutos, uma bola espirra até Roberto Dinamite. Chute rasteiro, bola por baixo do excepcional goleiro Raul. Acabava a vantagem, taça sairia no pau a pau. 

O Flamengo deu um olé no Vasco no primeiro tempo. Um público de 161.989 fanáticos dividiu o Maracanã. Adílio abriu o placar aos 20 minutos, Nunes ampliaria para 2×0 quatro minutos depois. O Vasco reagiria na etapa final. Marcou um gol com o patético atacante Ticão aos 38 minutos do segundo tempo e pressionava o adversário que tinha a superioridade e o triunfalismo da diferença técnica. 

O Flamengo – que tinha um time que nunca precisaria de arbitragem, conteve a superioridade vascaína quando um ladrilheiro invadiu o gramado, fez baderna diante do policiamento apático e, congelado o Vasco, comemorou o campeonato.

Cercado por jogadores de bom nível – nenhum craque -, Roberto Dinamite comandou com raça e amor, o título que diminuiu a pose do Flamengo. O Vasco venceu de 1×0, gol do ponta-esquerda Marquinho, mas o fato é que Roberto Dinamite significava os 11 em campo. 

Na seleção brasileira, foi sacaneado pelo menos duas vezes. Em 1978, só foi à Copa da Argentina porque Nunes, o preferido do técnico Cláudio Coutinho, se machucou. Roberto Dinamite, paciência dos pássaros aprisionados, entrou no time contra a Áustria e fez o gol da vitória por 1×0. 

Telê Santana foi um carrasco de Roberto Dinamite. Convocou o melhor centroavante do Brasil no final de 1981, ele correspondeu. 

Roberto Dinamite foi esquecido e viajou a Espanha em 1982 para passear. Reserva de Serginho Chulapa foi castigo. Para penitência da seleção dita maravilhosa. Com Roberto Dinamite, não perderíamos para a Itália.  

Até 1992, aos 38 anos, o Vasco não se confundia, se agigantava na imagem emotiva de Roberto Dinamite. Dele, serei órfão até morrer. E depois.  Quer saber? Arrancaram de mim um pedaço. Ele se chama Roberto Dinamite. 

O EXEMPLO JOGA AO LADO

por Zé Roberto Padilha

A última vez que fui a um Fla x Flu, 2×1 para o Fluminense, voltei impressionado com a entrega do Gabigol. Ele lutou contra a zaga tricolor o tempo todo, discutiu com o árbitro, deu um chega pra lá no gandula e mostrou em campo uma garra incomum.

Sabe quando você deixa o estádio e diz: “Esse joga no meu time!”?

Desde então, talvez com a ascensão de Pedro, que foi se aproximando não só da posse da camisa 9, mas dos seus impressionantes números entre gols e assistências, Gabigol foi caindo de produção. As trocas de comando, os apagões contra Cuiabá e Bragantino, em nada ajudaram.

E a luta deixou a bola e se perdeu nos bastidores que a cercam. Gabigol perdeu o foco. E nunca mais foi o mesmo.

Porém, existe uma esperança para ele, cria do clube que tem um segredo Belmiro debaixo da sua Vila, capaz de revelar Robinho, Lucas Lima, Ganso, Neymar e nos conceder uma majestade, o Rei Pelé: se espelhar em German Cano, o argentino que joga ao lado.

Com 27 anos contra 35 do artilheiro tricolor, Gabigol pode retomar a idolatria que exerceu um dia se seguir os exemplos do Cano.

Humilde, pai de familia, não-sócio dos prazeres efêmeros que os cercam, obcecado 90 minutos na missão que lhe foi confiada, de empurrar a bola trabalhada desde o Fábio até as redes, Cano não desperdiça tempo com futilidades. Seu tempo é dedicado à procura do gol.

E entre a maturidade do Cano e sua imaturidade, são oito anos. Se quiser, dá tempo de entrar para a história do Flamengo, ser perpetuado nas bandeiras que apenas desfraldam Zico e Junior.

Ou entrar pelo cano e se tornar um outro camisa 9 esquecido.

“UMA COISA JOGADA COM MÚSICA” – CAPÍTULO 25

por Eduardo Lamas Neiva

Ao fim da homenagem de José Messias a Garrincha, houve rápida dispersão. Zé Ary, como ótimo mestre de cerimônias que vinha se revelando, fez a bola girar com um novo tema lançado para os nossos amigos.

Garçom: – O futebol tem cada expressão, né? Tem umas que acho muito curiosas e não sei de onde vieram. Zebra, por exemplo…

João Sem Medo: – Zé Ary, a expressão foi criada pelo técnico Gentil Cardoso na década de 60. Gentil, que é também o autor da frase “quem desloca recebe e quem pede tem preferência”, era técnico da Portuguesa da Ilha do Governador e antes de um jogo em 64 contra o Vasco disse que se seu time vencesse seria como dar a zebra no jogo do bicho.

Garçom: – Não tem zebra no jogo do bicho!

João Sem Medo: – Pois, então. A Portuguesa venceu por 2 a 1 e o termo ficou pra sempre.

Ceguinho Torcedor: – É, João, mas você criou várias também. Algumas eram do Neném Prancha e você levou pro rádio, não foi?

João Sem Medo: – Neném Prancha foi meu treinador na praia. Meu, do Heleno de Freitas, do Sandro Moreyra… Lembra disso, né? (fala em direção a Neném Prancha, que concorda com um gesto) Ele era, ou melhor, é um grande frasista. Diz as mais famosas, Neném!

Neném Prancha se levanta pra se dirigir a João e ao público.

Neném Prancha: – Obrigado, João. Bom, algumas das que criei foram “Jogador de futebol tem que ir na bola com a mesma disposição com que vai num prato de comida”; “Futebol é muito simples: quem tem a bola ataca; quem não tem defende”; “Se concentração ganhasse jogo, o time do presídio não perdia uma partida”; “Se macumba ganhasse jogo, o Campeonato Baiano terminava empatado”, “Futebol é uma caixinha de surpresa” e outras.

João, os amigos, o público, todo mundo aplaude no bar Além da Imaginação.

Garçom: – Esta última tem tudo a ver com a da zebra.

Sobrenatural de Almeida: – Caixinha de surpresa, zebra, isso tudo no futebol só existe por causa do papai aqui. Em 26, o São Cristóvão derrubou o favoritismo de Vasco, Flamengo e Fluminense e foi o campeão carioca.

Garçom: – Por falar em zebra, vamos então ouvir novamente o grande Zeca Baleiro, que é torcedor do Maranhão Atlético Clube, o famoso MAC, de São Luís? “Deu zebra” é o nome da música.

Terminada a música nas caixas de som do bar, Ceguinho retoma a pelota.

Ceguinho Torcedor: – O São Cristóvão foi campeão em 26 porque foi um clube à frente do seu tempo. Mario Filho, o Criador das Multidões, relatou isso no seu livro eterno: “O negro no futebol brasileiro”. Já naquela época o São Cri-Cri tinha um ônibus e seus atletas treinavam correndo nas areias da praia de Copacabana de chuteira e meiões. Os atletas do São Cristóvão chegando uniformizados à praia pareciam os aliados desembarcando na Normandia no Dia D!

João Sem Medo: – Um dia inesquecível, meus amigos! Tive a honra de desembarcar na Normandia ao lado do Marechal Montgomery.

Alguns na plateia não conseguem segurar o riso, mas João não percebeu ou fingiu que não ouviu. Sobrenatural de Almeida aproveitou a deixa no vácuo e retomou o assunto.

Sobrenatural de Almeida: – Olha, senhoras e senhores, além de uma forcinha minha, o segredo mesmo do São Cristóvão era o mingau da Negra Balbina e as gemadas com ovos da granja de Álvaro Novais. Coisa de outro mundo! Hahahaha

Ceguinho Torcedor: – Aquele era um time com saúde de vaca premiada!

Idiota da Objetividade: – O São Cristóvão foi campeão carioca de 1926 com uma campanha de catorze vitórias, dois empates e duas derrotas. O título veio após uma goleada de 5 a 1 sobre o Flamengo, que seria o quinto colocado, no antigo estádio da Rua Paissandu. A equipe que entrou em campo para a última partida formou com Paulino; Póvoa e Zé Luiz; Julinho, Henrique e Alberto; Osvaldo, Jaburu, Vicente, que foi o artilheiro do campeonato, com 25 gols, Baianinho e Teófilo. Participaram da campanha também Doca, Mendonça, Martins e Luis Vinhaes, que depois se tornou o técnico do time. Foram ao todo 70 gols marcados e 37 sofridos.

João Sem Medo: – É bom lembrarmos que, sete décadas depois, o São Cristóvão revelou o Ronaldo, que passou a ser chamado de Fenômeno na Itália.

Garçom: – Verdade, seu João! Vamos aproveitar então para fazer uma homenagem ao São Cristóvão?

Todos concordam.

Garçom: – Quase todo o time campeão de 26 está aqui. Peço que se levantem e sejam aplaudidos, por favor.

São muito aplaudidos, especialmente o artilheiro Vicente, quando apresentado.

Garçom: – Bom, vamos chamar ao palco um dos grandes cantores da história da nossa música para cantar a Marcha ou hino popular do São Cristóvão, composta por Lamartine Babo, que já se apresentou aqui e também merece aplausos. Com as senhoras e os senhores: Silvio Caldas.

Lamartine, primeiro, Silvio Caldas, depois, agradecem os aplausos.

Silvio Caldas: – Muito obrigado. Com muita honra gravei o hino deste clube tão tradicional do futebol brasileiro. Ainda mais porque eu nasci na Rua São Luiz Gonzaga, número 209, no bairro de São Cristóvão, o bairro imperial carioca.

CAMPEÃO VOLTOU

por Rubens Lemos

O América arquitetou e executou seu próprio inferno ao cair de novo para a Quarta Divisão. Peço licença, primeiro, para viajar de volta ao paraíso. No Dia de Finados de 1997, domingo, o América estava vivo e em estado de graça.

Sua torcida bateu palmas para o time após a primeira (e única) derrota em casa na Série A do Campeonato Brasileiro de 1997. O São Paulo ganhou de 3×1, três gols do estilista centroavante Dodô. Richardson fez o gol rubro. O América terminou sua heroica jornada em 16º lugar com 30 pontos ganhos, nove vitórias, sete empates e nove derrotas.

A imagem dos jogadores saudados com euforia terminava uma campanha iniciada como condenados sumários ao rebaixamento é uma das principais do painel emocional do assassinado Estádio Castelão (Machadão).

O sol brilhava enquanto Gito, ex-pescador e maior destaque da equipe com nove gols de falta com sua patada canhota destruidora de adversários, tinha a camisa pedida como súplica pelos torcedores, maioria em pranto convulsivo.

Enquanto o América mostra falta de futebol e vergonha na cara com o retorno imperdoável para a Série D, recordar aquele time de 1997 é expor às novas gerações que o América atual não é o América verdadeiro em sua essência de grandeza.

O América de 1997 venceria o América de 2023 por uns 11×0. Era um belo time treinado por Júlio César Leal, experiente e campeão mundial de juniores de 1993 comandando a seleção brasileira. O time-base: Emerson; Dinho, Marcelo Fernandes, Gito e Dennys; Montanha, Carioca, Moura e Biro-Biro; Richardson e Gian.

Esse time, diante da covardia do presente, seria uma seleção brasileira vestida em vermelho e branco. O América não quis saber do Vasco de Edmundo(0x0), com o Animal estrelando triste episódio de preconceito ao ser expulso e chamar o juiz de “Paraíba”, do Grêmio, então ostentando o título nacional de 1996, do Corinthians (SP), do Botafogo(RJ), do Fluminense(RJ), do Bahia(BA, do Goiás(GO), do Guarani(SP) entre tantos competidores de alto nível à época.

O América era, sobretudo, um clube aberto. Presidido pelo hoje desembargador Eduardo Rocha, homem de sangue o olho, legítimo representante da família Rocha, da qual despontou a disputa de irmãos – Bira e José, nos inesquecíveis shows dos anos 1970.

O América de 26 anos atrás, sem as ferramentas de marketing atuais, era embalado pela música Vermelho, na voz de Fafá de Belém, também hino da vitoriosa candidata a prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB) derrotando a hoje governadora Fátima Bezerra (PT).

O Rio Grande do Norte, em geral, era muito melhor de se viver. O sertão recebia as águas das adutoras construídas pelo governador Garibaldi Filho (PMDB), indecifrável alcance social. Natal dançava ao som de eventos musicais sucessivos, culminando com o Carnaval, micareta que sacudia o povo nas imediações do Castelão(Machadão).

Deixemos o time de 1997 no pôster da sala, da parede do botequim, no quarto do casal, pendurado no coração americano. É fundamental dizer que o América pagou pelos seus erros e sua ganância. Contratou boleiros sem a mínima categoria, trouxe o técnico Dado Cavalcanti quando não havia tempo nem time para reagir.

Pior: o América tornou pauta principal sua adesão à Sociedade Anônima de Futebol (SAF), modelo de gestão ainda incipiente no Brasil e algumas vezes de resultados lastimáveis. A diretoria, comandada pelo maior ídolo do clube desde 1915 – Souza, tornou-se Ministério do Silêncio, distante de tudo e de divididas na imprensa.

O América deve começar já a traçar a volta à Série C, acabar com essa gangorra tragicômica de subidas e descidas. O América, que vai ser empresa com todos os seus limites impostos aos seus amantes, passou cinco anos (2017/22), terríveis.

A nova e implacável queda à Série D, gerou deboche do torcedor do ABC – também sem nenhum motivo para festejar nada. Infame a farpa: “Ô, o campeão voltou, o campeão voltou, ÔÔ”. O inferno é o destino, América. E a culpa é só sua.

A HISTÓRIA DO EMPOLGANTE, APAIXONADO E DECADENTE CAMPEONATO BRASILEIRO

por Kawer Anderson da Mata

– Antigamente eu vibrava?

– Nossa e como!

– Só pelo meu? (time de coração).

– Que nada, vibrava pelo outros também.

– Afinal, na década de 70 foi a década do tricampeonato mundial, ano da inesquecível seleção de 70, que inspirou o Futebol brasileiro a oficializar no seu próprio quintal, como ser ainda mais grandioso do que já era.

Final da década de 70, década 80, de 90, 1° década dos anos 2000, quando o Futebol brasileiro, ainda suspirava a potência adquirida e ganhando até, mais uma Copa, naquela altura a 5o.

Tudo era motivo, para acompanhar ali, seja no rádio, na TV e nesses tempos atuais, por Streaming que a tecnologia da Internet nos proporciona, o Campeonato brasileiro; que fazia sentido para mim ou ainda faz para qualquer apaixonado torcedor, como o ápice das conquistas futebolísticas nacionais, mesmo em épocas – como nos áureos tempos dos estaduais, onde eram por longínquos anos, o suprassumo do nosso Futebol, com suas históricas decisões e conquistas.

Mas atualmente, o que vimos, é a cartolagem da forma mais súbita e arbitrária, passar por cima feito um “tapetão” na própria história construída por nossos clubes, que viram o início do chamado “Campeonato Nacional de clubes” – sugerido pelo governo militar brasileiro e a CBD a partir de 1971, para ser a mais importante estrela entre todas as competições em nosso território nacional, transforma-se numa verdadeira, várzea!

Anos se passaram desde a estreia em 1971 e a cultura de Campeonato grandioso, foi desenvolvendo, rivalidades nacionais surgiram e, o que era para ser empolgante e apaixonado, a partir de 1987, a história foi tornando- se decadente, mesmo quando ironicamente, a já CBF, falida e pedindo para sair de cena naquela edição do Campeonato, induziu os clubes a criarem sua própria liga.

Parecia ser uma evolução dos tempos no nosso futebol, promovendo uma competição, com um nível técnico alto, nunca visto, explodindo em sucesso de público, crítica e mais o que viesse, o Campeonato brasileiro, começava a consolidar-se como gigante, entre todas as competições brasileiras, não só para os clubes, mas principalmente para todas as torcidas…pois é, até a página seguinte.

Porque pouco mais de duas décadas, de absoluto sucesso e forte repercussão entre as torcidas, vem o ano de 2010, ano que já sabíamos onde seria a próxima Copa 2014, aparece ela – a cartolagem! Para banir tudo que é ou era história, oficializando “novos títulos de campeões” baseado em torneios de Campeões dos Campeões, Robertões, Copas Rio ou Taças Brasil, entre outras competições menores, algumas até, em formato triangular para então, mudarem todo um contexto, através daquele “jeito brasileiro raiz de ser”.

– E como é esse jeito?

– Aquele que tudo burla, que infringe as regras, (porque já é familiarizado com a impunidade).

– E nas “horas vagas”, até rouba.

– Rouba conquistas de jogadores e atletas, que suaram em campo para conquistar um título do tamanho de um país continente e entrar para história.

– Rouba sonhos e realizações de torcedores, que viveram momentos marcantes, para depois dizerem a todos eles que, nada valeu.

Fora os oportunistas de gabinete, que mesmo sabidamente do que conquistaram ou não e, do tamanho delas ao longo de suas histórias, ainda vão ali, cavam e buscam por debaixo do “tapetão” – olha ele aí de novo! O que poderia ser mais grandioso para uma instituição, que os números e mais números de conquistas, tudo para elevarem-se a máxima potência possível, independente da grandiosidade histórica plantada e regada pelos nossos ídolos no pretérito, afinal, vivemos no presente a geração números absolutos para + e análises de desempenho.

– É, será que por isso, hoje tudo faz sentido?

Então, em homenagem não só ao empolgante, apaixonado e decadente Campeonato brasileiro – mas principalmente – ao grandioso clube alvinegro de Minas, que acaba de “conquistar”, mais um Brasileirão no tapetão – sempre ele! Venho aqui, também saudar:

Parabéns, Paulistano! Campeão brasileiro de 1920.

Parabéns, Bangu! Campeão brasileiro de 1967.

E parabéns! (quem diria!) para o América-RJ! Campeão brasileiro de 1982.

E mais o que vier a ser descoberto nos livros de história, será?