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ONDE ESTÃO OS MAESTROS?

16 / janeiro / 2023

por Elso Venâncio, o “Repórter Elso”

O artista da bola, o driblador, está em extinção no futebol. O último foi Ronaldinho Gaúcho. E os meias? Sim, estes viraram cabeças de área…

Os craques são raros ou foram escravizados por esquemas que freiam os talentos em campo. Onde está o camisa 10, número eternizado pelo Pelé? Zico vestiu a 10 por causa do ‘Rei do Futebol’. Gerson e Rivellino trocaram a 8 pelo mítico número. Roberto Dinamite era 9 e com o tempo passou a honrar a 10.

E quanto aos gols de falta? A culpa é da bola, hoje mais pesada? Não, é falta de treino, de dedicação.

E os maestros? A bola passava pelo Jair da Rosa Pinto, pelo Zizinho, pelo Didi, depois por Gerson, por Rivellino, por Dirceu Lopes, Ademir da Guia, Junior… Na Copa do Catar o croata Modric me fez lembrar essa turma que controlava e pensava as partidas como poucos fazem hoje em dia.

Há mais de duas décadas o Brasil não vence uma Copa do Mundo. E sem intercâmbio com os europeus seguiremos na mesma. Os clubes não fazem mais amistosos no exterior. Há uma submissão geral com a FIFA, mas quem tem peso mesmo é a UEFA.

O Flamengo está em início de temporada, ao contrário do Real Madrid. Aliás, os espanhóis opinaram até sobre onde será a sede do Mundial de Clubes.

Não vi, mas sei o que representavam Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe para o futebol brasileiro e internacional. E o ataque do Botafogo? Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo… Que times!

Santos e Botafogo decidiram um Campeonato Brasileiro quando a competição ainda se chamava ‘Copa Brasil’. No Pacaembu, Santos 4 a 3. No Maracanã, Botafogo 3 a 1. No ‘tira-teima’, com o Santos concordando em jogar no Maracanã, dois gols de Pelé e vitória de goleada: 5 a 0. Ou seja, 16 gols em três partidas. Os técnicos não conviviam com o fantasma de perder o emprego e jogavam o tempo todo no ataque. O futebol brasileiro dava espetáculo e era admirado e temido por todo o planeta.

Na decisão do Mundial de Clubes, em 1962, o Santos enfrentou o Benfica, do craque Eusébio, time bicampeão europeu e que vinha de uma maiúscula vitória por 5 a 3 contra o sempre forte Real Madrid. No Maracanã, Santos 3 a 2. No Estádio da Luz, em Lisboa, nova vitória: 5 a 2, com direito a três de Pelé.

Um ano depois o ‘Peixe’ se tornou o primeiro clube brasileiro bicampeão do mundo ao derrotar o Milan na finalíssima. No Maracanã, 1 a 0 – mesmo sem o ‘Rei’, que estava contundido.

Bom, o tempo se passou e hoje nem discutimos esses fatos. Afinal, faz muito tempo que deixamos de jogar o melhor futebol do mundo.

1 Comentário

  1. Samuel Silva de Assis

    No futebol temos separar Garrincha e Pelé do futebol do mundo. Não vai existir tão cedo igual. Ou não existirá. Algumas pessoas dizem Assim Pelé e Garrincha não jogaria hoje. Por que ? A maio parte dizem pela dinâmica. Eu digo! Se antigamente com uma tecnologia atazada tinham que colocar três homens prá marcar eles, imagina com essa tecnologia de hoje. Pelé e Garrincha iam voar e destruí muito esquema tática e fazer muito técnico ser demitido.

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