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O RELÓGIO ESTÁ MUITO ADIANTADO

20 / junho / 2017

por Mateus Ribeiro


(Foto: Reprodução)

Nas últimas semanas, presenciamos duas ocasiões que apesar de assustadoras, estão se tornando cada vez mais comuns: a precocidade dentro do futebol.

Começando pelo Brasil, vamos falar de toda a euforia criada em cima de Vinícius Júnior. O atacante do Flamengo apareceu fazendo boas apresentações pela Seleção Brasileira Sub 17. Fez gols, fez ali a sua graça, e adivinha o que aconteceu? Bingo, temos um craque!

Reportagens especiais, falando da vida pessoal, da carreira profissional (?!?) de um garoto de menos de 17 anos. Obviamente que a torcida criou expectativa, que qualquer lance protagonizado pela nova joia será reprisado 300 vezes por dia, e que a mídia continuará fazendo um carnaval em cima da mais nova promessa do futebol mundial. A coisa chegou no limite quando o Real Madrid anunciou a compra do jogador pelo valor pornográfico de 160 MILHÕES DE REAIS. Aí tudo ficou mais insuportável. Está faltando pouco para alguém fazer um filme contando a historia dele.

É óbvio que ele pode dar certo na carreira. Mas estamos falando de uma das maiores transações da historia do futebol. Alguém vai aparecer e dizer “…ah, mas valor não é discutível”. É sim. Muito discutível. Ainda mais quando se paga essa quantia absurda em cima de um jogador que não tem UM gol na carreira de profissional.Inclusive, imagino que quando esse gol acontecer, é bem capaz de tocarem “We Are The Champions” no estádio, e depois do jogo, o jovem desfile em um carro do Corpo de Bombeiros. Bom, já se vão oito rodadas do Campeonato Brasileiro, e o gol ainda não veio. Mas, como existe a imprensa e os torcedores passa pano, talvez ele não precise fazer absolutamente nada nos próximos anos, que ainda vão inventar alguma desculpa para justificar um possível Flop.


“Quer se dar bem na Europa? Pergunte me como”

Aguardaremos cenas do caso Lulinha Reloaded (com a diferença de que com duas partidas mal jogadas, começaram a descer a lenha no menino, que hoje perambula por aí).

Vamos para a Europa. Mais precisamente para a Itália. Todos que acompanham futebol sabem que o Milan sempre foi um dos maiores clubes do mundo, e que recentemente passou por um momento nebuloso.


(Foto: Reprodução)

De repente, uma luz no fim do túnel apareceu anunciando dias melhores. Estou falando de Donnarumma, jovem goleiro que segurou o rojão com uma maestria ímpar, e passou a ser chamado de “Novo Buffon”.

O jovem goleiro seria o pilar da reconstrução do gigante Italiano, que recentemente abriu a carteira e saiu contratando Deus e o Mundo. Seria. Acontece que seu empresário anunciou que o atleta recusou a proposta de renovação oferecida pelo Milan. Até aí, tudo bem. Não fosse o fato de Donnarumma ter acabado de sair das fraldas, e ser um dos principais ídolos recentes de uma torcida fanática e carente de conquistas e ícones nos últimos anos.

É óbvio, claro e evidente que Donnarumma tem o direito de escolha. Também é quase certo que o empresário tem uma parcela de “culpa” na opção de não renovar o vínculo. Porém, nada disso foi o suficiente para a torcida engolir o “não” do outrora ídolo. Inclusive no último domingo, alguns torcedores jogaram notas falsas de Dólar em cima do goleiro.


Torcedores do Milan atiram notas falsas em Donnarumma e paralisam partida

Após o ocorrido, o empresário do goleiro disse que a decisão não teve nada a ver com dinheiro, mas sim com a maneira que a negociação foi tratada. Difícil acreditar nisso, uma vez que o que manda hoje é o dinheiro, e Donnarumma está valorizado demais.

O que as duas historias tem em comum é a precocidade. Estamos falando de jogadores que até ontem estavam brincando na rua, e hoje estão no olho do furacão, por razões diferentes. Os holofotes são legais, mas nada que é excessivo faz bem. De uma forma ou de outra, estão fazendo mal tanto para o brasileiro quanto para o italiano.

Um ainda tem muito o que provar, e por isso gera dúvidas. O outro já provou muita coisa, e se envolveu em um belo de um rolo. Essa precocidade está se tornando algo cada vez mais comum e aceitável no futebol. Daqui a pouco estaremos vendo jogador de 06 anos de idade sendo disputado por grandes clubes europeus, e adolescente de 13 anos recusando proposta do Manchester United.

Como disse, todos têm direito de escolha, e todos merecem um lugar ao Sol. Mas tudo no seu tempo, sem pular etapas. O tempo é curto, mas depois não podemos reclamar de termos ajudado a criar mais um Freddy Adu, ou de não termos mais ídolos que “vestem a camisa”.

O melhor a ser feito é torcer para que o futebol declare falência, e volte ao normal. Para que com 16 anos, ou com 18, o jogador sonhe “apenas” em chegar ao profissional, ser convocado para a Seleção, e aspire conquistas de garotos.

Por fim, que ambos tenham sucesso em suas já conturbadas carreiras.

Aquele abraço!

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