por Luís Filipe Chateaubriand
Em 1978, Guarani e Palmeiras chegaram às finais do Campeonato Brasileiro.
De um lado, o Palmeiras de Leão, Pedrinho e Jorge Mendonça.
Do outro, o Guarani de Zenon, Careca e Renato “Pé Murcho”.
O Guarani obteve sua vaga nas finais ao superar o Vasco da Gama nas semifinais.
O Palmeiras obteve sua vaga nas finais ao superar o Internacional nas semifinais.
O primeiro jogo foi com mando de campo do Palmeiras, no Morumbi.
Já no final do jogo, o goleiro Leão agrediu o centroavante Careca.
Pênalti, que Zenon bateu com categoria.
O Guarani venceu por 1 x 0.
O segundo jogo aconteceu no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, com mando de campo do Guarani.
Ainda no primeiro tempo, Careca chutou rasteiro, à direita do goleiro Gilmar.
Novamente, o Guarani venceu por 1 x 0.
Foi assim que, pela primeira e única vez, um clube do interior foi campeão brasileiro!
Leão deu um cascudo de nada no Careca numa disputa de bola e o jovem atacante, esperto, simulou uma agressão. O Arnaldo Cesar Coelho foi na onda e expulsou o goleiro. Leão, experiente veterano, deu mole e prejudicou seu time. Foi dispensado pelo Palmeiras por causa disso. Lembro que na confusão que se seguiu ao lance um repórter da TV que transmitia a partida interpelou Jorge Mendonça, que respondeu com um cabeludo palavrão. Imaginem só, um palavrão ao vivo em horário nobre na TV. Em 1978 isso era impensável. O silêncio constrangedor que seguiu pareceu interminável, tanto dos que narravam o jogo, quanto dos telespectadores em suas casa.