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Wendell Pivetta

#TBT DO MUSEU

por Wendell Pivetta

Ontem mesmo era Dia do Fotógrafo em nosso país, e hoje o dia do #tbt, símbolo digital de resgatar a memória com fotos nostálgicas.

Estou quase finalizando minha formação no curso de jornalismo pela UNICRUZ e atualmente aproveito a experiência de atuar na Secretaria de Esportes e Lazer de Cruz Alta estagiando e fotografando o esporte do município. O ano de 2019 foi de muitas descobertas no caminho da fotografia. Tive o privilégio de captar registros do futebol municipal dentro do campo e da quadra em edições do Citadino Municipal.

Prestigiar com a lente grandes jogos, momentos de comemoração, lágrimas de felicidade e o grito solto de “é campeão” estarão eternizados em minha memória e na foto cuja a qual posso compartilhar com os leitores do Museu da Pelada momentos históricos das competições promovidas no ano de 2019. Citadino de Futebol de campo, futsal masculino e feminino estão presentes nesta mostra fotográfica digital.

O maior desafio na minha experiencia fotográfica com certeza foi o de deixar de ser um espectador e despertar para fazer a captação da foto no momento em que a ação acontecia!

DIA HISTÓRICO

por Wendell Pivetta


Dia 17 de dezembro é só o Sport Club Internacional que faz história.

Há 13 anos um clube gaúcho, vestido de branco, pintou o mundo de vermelho. Samurais gaudérios desbancaram o favorito clube catalão de Ronaldinho Gaúcho e uma esquadra multi campeã que menosprezou o olhar do capitão do clube gaúcho que, em um piscar de olho destemido ao apertar a mão de Ronaldinho, preparou seus colegas de equipe para a partida da vida deles.

Sangue foi derramado, literalmente pelo zagueiro Índio, começando ali a pintar o globo. No sul do Brasil era calor, Rio Grande do Sul estava paralisado naquela manhã de domingo, torcedores ansiosos mal podiam esperar pelo apito inicial de uma partida legendária para o futebol mundial. O clube do sul não tinha o estrelismo, tecnicamente era raçudo, porém jamais superior se compararmos os nomes, mas guardava na manga a sua experiencia de atletas como Iarley, anteriormente campeão do mundo com o Boca Juniors, fazendo a linha de frente com um jovem rapaz com um futuro promissor pela frente chamado de Alexandre Pato.

Ceará, lateral de máximo empenho físico, Edinho e Fernandão retornavam ao Brasil após passagem pelo futebol da França e demonstravam um conhecimento maior também. Era fácil naquele ano menosprezar o clube gaúcho, pouca informação se passava pelo passado de um clube roubado em 2005 no campeonato nacional, e que conquistara sua Libertadores em cima do atual campeão do mundo, o São Paulo. Os gremistas, rivais do colorado, falavam em massacre. Ficaram ainda mais fervorosos ao ver o clube gaúcho classificar na semifinal em um placar apertado, enquanto o todo poderoso Barcelona aplicava uma sonora goleada.

A cancha japonesa recebia em seu gramado o time iluminado, destemido e peleador, aonde numa boa roda de chimarrão quem conta sua versão da história só não é desmentido pois era um jogo televisivo. Galvão Bueno, Haroldo de Souza, Pedro Ernesto Denardini e demais comentaristas brasileiros que narravam aquele jogo não conseguiam esconder a magia maior do futebol, em que o atleta menosprezado pela torcida, mas protegido pelo seu treinador, entra no lugar de seu capitão e marca um gol que tem placa, tatuagem, quadro e a icônica frase: “me perdoa Gabiru”.

É, da tensão do início da partida, até o esplendor e alívio do apito final, um jogo de futebol se tornara o maior ato de fé, colocando nos incrédulos que o impossível é sim possível, e baldes de refrigerante dos colorados que apostaram sem medo na vitória contra os torcedores do rival.

SER CRUZ ALTA

por Wendell Pivetta


Foto: Vinicius Carvalho

Fazer futebol no Interior do RS nunca foi e jamais será fácil. E a SER Cruz Alta, apesar de todas as dificuldades financeiras e pouco apoio das grandes empresas, insiste em manter o futebol ativo durante o ano. Porém, não tem sido fácil. Taxas, viagens, INSS, FGTS, fardamentos, alimentação de atletas, despesas diárias e demais custos pesam e muito no bolso. Por isso, contamos com você torcedor.

Ajude o time de Cruz Alta e região a encerrar bem a temporada de 2019 com um ótimo desempenho na Copa Seu Verardi. A sua contribuição, independentemente do valor, nos ajudará muito a quitar todas as despesas e assim, poderemos em 2020, entrar com o pé direito para a quarta temporada consecutiva de futebol.”

Este é o resumo de um pedido por ajuda de uma equipe que luta pelo seu quarto ano de sequencia no interior do Rio Grande do Sul. A SER Cruz Alta existe há muitos anos, porém conseguiu há pouco tempo voltar e proporcionar um sonho de futebol para torcida e atletas que almejam o futebol profissional. Esta equipe participa no início do semestre da terceirona gaúcha, e aproveita no segundo semestre para participar da Copa Gaúcha que inclusive concede vaga ao campeão para participar da Copa do Brasil. Vale ressaltar que sua equipe SUB-15 joga o estadual de futsal.

Em poucos anos de reestruturação, a equipe consegue se manter bem nas competições em que disputa, conquista pontos fundamentais e conta com uma ótima assessoria de comunicação, fazendo com que atletas de fora venham jogar e buscar melhorar sua imagem profissional. O porém desta história conta com o descaso de algumas empresas que deixam de patrocinar a equipe, fazendo com que a luta seja ainda mais difícil, já que estamos falando de partidas de futebol, um evento. Em casa, o evento custa quase R$ 1.000,00 para que aconteça, contando com suporte da polícia e ambulância, sem falar nas viagens longas, que tem um custo a mais do transporte e alimentação da direção e equipe.


Foto: Vinicius Carvalho

Neste ano, a grande surpresa para a equipe é participar da Copa Seu Verardi, como dita antes, concede vaga ao campeão para a Copa do Brasil. Então a SER Cruz Alta teve por alguns dias sua imagem denegrida, já que um dito cujo “empresário”, através do Facebook, estava convocando atletas que queriam disputar a Copa Seu Verardi. Ao entrar em contato com o mesmo, via WhatsApp num número com DDD 87, a equipe foi informada de que o jogador deveria pagar profissionalização, transferência e um investimento inicial de R$ 1.000,00. Neste momento, a SER Cruz Alta teve de reiterar seu compromisso com a transparência e jamais montaria um elenco com o objetivo de causar prejuízos financeiros a atletas e suas famílias.

O futebol do interior não é nada fácil, as competições oportunizadoras acontecem, porém precisa-se de uma força muito forte para as equipes conseguirem jogar e se manter em dia com suas contas. Que tal ajudarmos a SER Cruz Alta, única equipe da cidade no futebol profissional, e apoiar o sonho de muitos jovens que estão na luta? O link está disponível, e a qualquer valor:

https://www.vakinha.com.br/vaquinha/643013?fbclid=IwAR1qvzpYpfXc4DEi34gXDGsKfobU0RQdOBwBll6SBV0rPWlzO70CYT3bUT8  

Fotos: Vinicius Carvalho

RAINHA DO FUTSAL

por Wendell Pivetta


Parece difícil de acreditar, nos dias de hoje, que o futsal e o futebol já foram atividades proibidas para as mulheres. Esse veto, no entanto, existiu e foi criado no governo do presidente Getúlio Vargas, que proibia às mulheres a prática de esportes como futsal, o futebol, o halterofilismo, o beisebol e as lutas de qualquer natureza.

A Federação Internacional de Futebol de Salão (Fifusa), em 1983, permitiu a pratica desse esporte para as mulheres, assim a Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) tornou oficial o primeiro campeonato do esporte: a I Taça Brasil de Clubes, realizado em 1992, em Mairinque (SP). Batalhas assim, foram oportunizando a força feminina, que até hoje luta dia após dia por melhorias e reconhecimento necessários no esporte, como bem vimos recentemente na Copa do Mundo Feminina.

Hoje nosso bate papo é com uma atleta Cruzaltense, do interior do Rio Grande do Sul para o mundo, Tainã Santos.

Com 29 anos e muita garra, jogou em mais de 5 países diferentes, e já encaminha seu sétimo ano de carreira fora do Brasil. Quando visita o Rio Grande do Sul, a atleta promove torneios solidários, como nos conta com maiores detalhes:

– A ideia do Torneio e dos eventos solidários surgiram através de uma visão minha de poder unir o esporte com a solidariedade . Eu passo o ano inteiro longe de Cruz Alta, então faço questão de organizar os eventos aqui que já se estendem pela região para que o futsal feminino aconteça e para que as pessoas possam entender que o nosso pouco pode ser muito na vida de outras pessoas.


Em um senso comum, seja jogador masculino ou feminino, campo ou salão, sabemos que o atleta abdica de muitas coisas em sua vida, antes de chegar ao seu auge e estrelismo firmando sua carreira. Aprender novas línguas e costumes estrangeiros então se torna uma tarefa ainda mais árdua, porém nada é impossível como ela nos conta:

– Viver fora do país tem seus altos e baixos. A vida de uma atleta e em específico jogadora de futsal requer muito pulso firme além de muita fé. Eu não imaginei que eu iria tão longe mas quando as pessoas me perguntam até quando eu quero permanecer eu digo sempre até que Deus me permita. Decidi sair de casa com meus 17 anos para viver sem meus pais foi a coisa mais dolorosa e também desafiadora que eu já fiz. Estou há 6 anos já no futsal europeu e tem sido uma vivência incrível. Penso que minha fé e minha dedicação além de muita força de vontade foram sempre os diferenciais na minha carreira. Sinto uma saudade imensa da minha família e dos meus amigos conterrâneos, mas sem dúvida alguma viver esse sonho de viver na Europa e estar indo para o 5º ano de Itália além de Russia e Espanha é sem dúvida uma conquista e tanto. Em minhas palestras e em meus eventos tanto para criança jovens e adultos eu sempre digo: acreditem nos seus sonhos e trabalhem dia a dia para que eles se realizem porque tudo é possível ao que crê.

Com certeza esta atleta é um ótimo exemplo de esforço e procura pela melhora em sua carreira, e também ampliando para todos que lutam pela tão sonhada carreira de sucesso no futebol. O Futsal é mágico, não tão bem visto como o do gramado, mas tem suas belezas que no campo não se pode fazer com sabedoria como o chute de bico, a rotação até proporcionar o ataque exato, dentre outros lances que geram dribles, mais recursos ao atleta para demonstrar sua habilidade. Porém a quadra é dura e judia mais do físico, algo que deveria ser ainda mais valorizado. O que falta para o berço do futebol de qualidade ser bem visto? Tantos craques da quadra hoje atuam no campo, e acontece um descaso neste meio período que não podemos mais descuidar.

O GIGANTE ADORMECIDO


No final de semana, exatamente no domingo 16 de junho deste ano, aconteceu a final do Citadino de Campo categorias Livre e Veterano na cidade de Cruz Alta. Esta cidade gaúcha conta com uma média de 62 mil pessoas, famosa por ser a terra do grande poeta Érico Veríssimo, da Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ) e da saudosa equipe do Guarany, que hoje sofre com o descaso de algumas pessoas que o deixou financeiramente falido.

Em tempos de ouro, o Guarany participou e conquistou títulos de expressão, participando da primeira divisão do Campeonato Gaúcho. Seu legado maior hoje se trata do seu estádio, localizado na região central da cidade, a Taba Índia. O Guarany inaugurou seu estádio em 1929. Porém, logo em seguida, em 1930, fechou as portas e enfrentou um recesso de 12 anos, retornando às atividades em 1942. Hoje, conta com problemas na infraestrutura, porém não interditado completamente, mantém seu gramado em ótimo estado e consegue receber um bom público pagante em sua arquibancada geral. 

Eu nunca havia entrado no estádio do Guarany de Cruz Alta, apenas passava pela frente em direção a universidade, por três longos anos foi assim, e agora com a decisão do torneio local, ao entrar e fazer a cobertura fotográfica dos jogos, é possível presenciar um misto de antiguidade em meio ao futebol local. Grande dia para vislumbrar pela primeira vez por dentro um estádio cheio de histórias e que até então eu apenas passava pela frente. Mais de 1200 pessoas se fizeram presentes nas finais do Citadino 2019. O que é o futebol sem o grande público? Até o melhor dos atletas, sente o peso de centenas de pessoas fora do gramado incentivando ou vaiando.

Fica aqui alguns registros dos jogos, decisões dos veteranos e livre, mas deixo claro que a emoção de entrar dentro de um palco deste porte pesa na alma, o gigante adormecido ainda tem sua emoção e os gritos de gols resguardados. Torcida presente, atleta indo na grade para comemorar o gol beijando sua esposa, bandeirão esticado e o gol sendo comemorado com beijo no escudo do clube frente a torcida. Coisas que só o futebol pode apresentar, e de lambuja, torcedores invadindo, através da grade de segurança, o campo para comemorar com o seu time, coisas do futebol de várzea.

Fotos dos jogos: 

Construtora Predilar 2×0 São Paulo 

Academia 0x3 Boa Parada B