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VIVA O RIVER, VIVA O BOM FUTEBOL

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Muitos leitores mandam perguntas que guardo e acabo não respondendo. Mas fim de ano, época de arrumações e retrospectivas, resolvi aproveitar esse espaço para esclarecer algumas dúvidas. Mas, antes, quero agradecer aos deuses do futebol pela vitória do River Plate, indiscutivelmente melhor do que Boca, Palmeiras e Grêmio.

Claro que a competição sofreu um desgaste, mas o River seria campeão em qualquer campo! O Benedetto, do Boca, é muito bom jogador, mas o conjunto e o toque de bola do River são muito mais bonitos e envolventes. Gosto muito de vê-lo jogar e, além de tudo, é importante o futebol argentino continuar sendo uma potência mundial. E que bom ver um canhotinho como o Quintero! Chutou aquela bola sem ter muito espaço, lindo demais!

Bem, mas vamos às perguntas!


Verdade que você jogou no Corinthians? Me arrependo de ter aceitado esse convite porque a Democracia Corintiana era uma panela e joguei apenas algumas partidas em torneios internacionais. Eu e Ruy Rey sofríamos por sermos cariocas. Que culpa eu tenho se eles não têm praia, Kkkkk!!!

Por que você voltou da Europa para o Brasil? Outro erro. O Francisco Horta me convenceu e também queria voltar à seleção. Tive uma temporada maravilhosa marcando 16 gols e com o Olympique sendo vice-campeão. Errei feio!

Como você foi parar no Vasco? Em uma troca com o goleiro Leão. Estávamos muito insatisfeitos em nossos clubes e o Leão achava o futebol carioca muito desorganizado.

Telê x Guardiola? Dois excelentes treinadores, mas fico com Guardiola. O Telê era muito turrão e teimoso.


É verdade que você provocava o Dadá Maravilha quando jogavam pelo Flamengo? Ele achava que eu não gostava dele porque vivia reclamando de sua forma de jogar. E para provocar eu mandava os passes para ele cheio de veneno, caprichava na graxa. A bola quicava, ele não conseguia dominar e depois vinha reclamar comigo, Kkkkk!!! 

Por ordem, qual o melhor time carioca que você jogou? Botafogo: eu, Rogério, Roberto Miranda, Gerson e Jair. Fluminense: eu, Rivellino, Dirceu, Doval e Búfalo Gil. Flamengo: eu, Rogério, Doval e Caio Cambalhota. Vasco: eu, Guina e Pintinho.

1958 x 1970? Para facilitar, vamos colocar uma em cada tempo, mas um time que tem Pelé e Garrincha juntos leva vantagem!


Você é formado em Educação Física? Peraí, aí, não, Kkkkk!!!! Quando estava no Grêmio os preparadores físicos pegavam pesado na musculação. Fui ao presidente do clube, disse que não tinha intenção de me transformar em halterofilista e ele me dispensou das aulas. Também queriam que eu corresse não sei quantos quilômetros e avisei que não era maratonista. Caju bombadão, não, Kkkkk!!!!

Aproveito para mandar um conselho aos professores de Educação Física: abram suas academias e deixem o futebol em paz!  E viva o River, viva o bom futebol!!! 

TITE E BOLSONARO

por Rubens Lemos

Uma bobagem típica de seca jornalística de fim de ano o noticiário sobre a visita do futuro presidente à seleção brasileira, vetada num corajoso carrinho pelo técnico(?) Tite. Bem antes do fim dos pontas autênticos, aboli extremos de minha vida.

O único ponta-direita razoável da infância chamava-se Nilton Batata, do Santos, vendido ao México onde por lá ficou. Para quem ouvia dos coroas, canções em fintas delirantes de Garrincha, Julinho, Joel, Jairzinho, Paulo Borges, Natal, Mané Maria, Nilton Batata não representou uma lágrima de lembrança. Era a Direita.

A fase do sumiço de Nilton Batata coincidiu com uma safra exuberante de dribladores pela Esquerda, ala política mexendo-se com a Anistia para pregar o que deixou de fazer no poder. Filho de perseguido político na Ditadura, família exilada no Chile, meu pai torturado 44 dias consecutivos, vomito radicais. Dos dois lados.

Em qualquer tendência ou circunstância. No futebol, ainda mais. Vejo o futebol como ente cultural de integração, cartão vermelho para os valentões de gangues de estádio e sabichões grosseiros de rede social.


Craques: Júlio César do Flamengo (a cintura dele era de borracha), Joãozinho do Cruzeiro, Zé Sérgio do São Paulo, Paulo Cézar Caju (esse até de goleiro teria sido gênio), Mário Sérgio, Edu Bailarino, em fim de carreira. Telê escolheu o mais eficiente e não menos cintilante Éder.

O país foi dividido agora em outubro e continua a discussão digital babaca entre partidários de Bolsonaro e do PT. Bolsonaro insinuou visitar a seleção em 2019. Tite disse não.

Tentam traçar um paralelo pobre entre a valentia de João Saldanha com o General Médici que exigiu e levou Dadá Maravilha à Copa de 1970. João perdeu o cargo com duas feras injustiçadas: Dirceu Lopes e Toninho Guerreiro. Dadá canelava a bola. Dirceu, a cortejava.

O presidente eleito torce pelo Palmeiras e foi batizado, segundo ele, em homenagem a Jair Rosa Pinto (e não da Rosa Pinto), um dos meias antológicos de uma entre tantas academias do Verdão. Também do Vasco, do Flamengo, do Santos e do Brasil derrotado pelo Uruguai em 1950. Vovô Bolsonaro tinha bom gosto.


João Saldanha disse em 1970, “o presidente escala o ministério e eu a seleção”. Foi “dissolvido” igual a picolé Chicabon. Bolsonaro anunciou seus 22 e, fora Sérgio Moro e o falastrão da Fazenda, Paulo Guedes, um escrete de incógnitas. Deverá estar bem ocupado quando Tite reunir seus prediletos. Bolsonaro, provável, nem escale a seleção e arquive a visita. Separe Neymar e seus showzinhos e Philippe Coutinho, o time de Tite é “um ministério” difícil de escalar. De tão ruins os meninos do Brasil.

ESQUADRÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO

VASCO 1977

por Marcelo Mendez


Na nova série para o Museu da Pelada, decidi por algo que sempre me chamou atenção, que sempre me aguçou os sentidos em se tratando de futebol. Decidi por falar dos grandes clubes do futebol do Brasileiro, mas não apenas isso. 

Quero falar de máquinas de sonhos, de artilharias pesadas, de estufamento pleno de todas as redes.

Quero falar dos maiores Esquadrões do Futebol Brasileiro.

Para começar, vou falar de algo afetivo, de um grande time que marcou, mas não apenas por títulos e vitórias. Do ponto de vista lúdico, sob o olhar de um menino de apenas sete anos de idade, que passava a descobrir as ondas do rádio e o futebol, essa equipe foi fundamental para eu entender do ludismo do futebol

A série Esquadrões Do Futebol Brasileiro, pega carona na máquina do tempo e vai para 1977 para falar do Vasco, o Vascão 77.

Vamo lá…

ERA UM MUNDO LEGAL EM 1977

A ligação afetiva de quem vê futebol aos 7 anos de idade é algo que te marca para o resto da vida. Morava em Santo André. O Parque Novo Oratório ainda era algo bucólico, as marcas de asfalto eram poucas, a pressa não havia e a vida era quase que contemplativa.

Nasci num quintal cheio de primos, na casa da Avenida das Nações, até 1975, quando mudamos para nossa casa. Todavia, a ligação com os primos e primas era muita para deixar de haver de um dia para outro. Então, eu, menino de 7 anos vivia no quintal da Tia Leoni, onde uma das casas era nossa.


Ali tinha os primos, Zé Carlos e Tine, todos mais velhos, as primas, Lourdes, Miriam, Silmara, Marlene, Mirian e Angela. E meu Tio João. Foi com ele que descobri o “Futebol Compacto” da Tv Cultura de domingo à noite. Era o VT da rodada do Campeonato Carioca que passava pra gente às 20h do domingo.

Numa noitada daquelas, descobri um dos narradores que mais gosto, de nome José Cunha, um cara de voz rouca, cheio de onda, narrador carioquissimo que não gritava gol quando o sujeito estufava as redes; “Isso é televisão, o cara tá vendo que foi gol. Pra que vou dizer isso?” – Dizia. Foi com o Zé, não gritando gol, mas gritando “Roberrrrtôôôôôô”, que descobri que no Rio de Janeiro de 1977, havia um camisa 10 que dinamitava todas as defesas de lá e que o time que ele jogava, era um timaço.

BLACK RIO!

O Rio de Janeiro era um barato em 1977!

Nos subúrbios a black music fervia os bailes com Tim Maia, Cassiano, Carlos Dafé, com as equipes de baile e as orquestras como a Banda Black Rio. Uma lindeza! No maracá, o show ficava por conta do Vascão.

Um timaço que desde o começo, dava cara de ser um baita time, como conta Zé Mário, o volante, Gerente da meiuca daquele time:

– Desde as primeiras trocas, desde o principio de tudo, deu pra perceber que o time tinha potencial. Chegaram Geraldo e Orlando Lelé do América, Marco Antonio veio do Fluminense, Dirceu… O time foi tomando forma, com o Orlando Fantoni no comando.”


Na meiuca, além de Zé Mário, tinha Zanata e Fumanchu. O Ataque era avassalador; Ramon, Roberto Dinamite e Wilsinho Xodó da Vovó. Uma máquina que varreu com todo mundo em goleadas homéricas, como 6×0 no Bangu, 7×1 no Madureira, Passeio no Fluminense, Flamengo, Botafogo, em Geral toda. O Vasco venceu os dois turnos, para ser campeão do Cariocão.

Depois disso, o Vasco demorou a ser feliz. A chegada de uma nova geração, formaria um outro esquadrão, esse, eu vi jogar muito, mas muito.

Mas essa história fica pra outra hora.

Por hora, vamos cantar de coração; O Vascão 77 foi um puta dum timão!

COPA DO MUNDO DE AMADORES

Como todos sabem, a equipe do Museu da Pelada só entra em campo para defender causas especiais e a convite do parceiro Bris Belga, tivemos a honra de participar da 5ª Copa do Mundo de Amadores, que reúne peladeiros de diferentes classes sociais e refugiados de diversas nacionalidades no CFZ.

– São 14 países mais a Catalunha, que eu não posso considerar como país, mas são meninos que vêm aqui com todo orgulho de representar a região.

Aceitamos o convite na hora e entramos em contato com Guido Ferreira, idealizador do Projeto Facão e craque do Fut 7, para montar a nossa seleção. Em poucos minutos os nossos 14 craques já estavam selecionados: Antonio Minotauro, Rola, Kaká, Dabá, Ismael, Claudio, Sidinho, Carlinhos, Waguinho, Mazza, Fábio, Canhota, Xande e Aranha.


Reinaldo Demorô, Bris Belga, Sergio Pugliese e Bruno Gallart

Mesmo sem poder atuar, por conta de uma lesão no joelho, o centroavante Sergio Pugliese recebeu tratamento VIP quando chegou ao local da partida e deixou seus pés sob os cuidados do excelente podólogo Bruno Gallart.

Se não bastasse a ausência do nosso artilheiro, ainda enfrentaríamos a equipe da Angola, atual campeã do torneio, mas nada que abalasse a confiança dos nossos craques!

– O importante é que nós vamos lutar pelo Museu! – disse Rola.

– O Museu vai entrar para a história! – emendou Kaká, nosso japonês voador.

O resultado da partida não podemos divulgar. O importante é que nos divertimos pra valer e só nos resta agradecer ao parceiro Bris Belga pelo convite e parabenizá-lo pela organização do torneio, que contou até com transmissão ao vivo pelo YouTube.

O MANTO

por Serginho 5Bocas


Desde os tempos mais primórdios do futebol que os uniformes, as camisas de jogo ou mantos sagrados, como os torcedores gostam de denominá-las, são objeto de desejo. Culpa de Charles Miller, um jovem brasileiro que trouxe da Inglaterra, aquelas duas bolas, um conjunto de regras e alguns jogos de camisas, o cara não tinha a menor ideia do que iria despertar neste povo.

Pra começar a falar sobre camisas de futebol, não poderia ser de outra forma senão com aquela que carrega nosso escudo e as estrelas de penta campeão. A derrota do Brasil na final da Copa de 50 foi determinante para iniciar uma mudança radical na nossa camisa, entenderam que aquela cor dava azar e passamos da antiga camisa branca com detalhes em azul, para a nossa camisa atual camisa “canarinho”, na cor amarela que é mundialmente conhecida.

A troca de camisas de futebol mais famosa de todos os tempos foi entre Pelé e o zagueiro inglês Bobby Moore no jogo fantástico entre Brasil e Inglaterra na Copa de 1970. Por falar em camisas, o rei do futebol usou três na final do mundial daquele ano, criando muita polêmica em um famoso leilão na Inglaterra muitos anos depois, quanto a veracidade de uma peça que foi leiloada e que teria, ou não, sido usada por ele..


Pelé foi um caso à parte na sua relação com a camisa do Brasil. Uma delas, de tão emocionada em vestir o rei do futebol, se declarou sem nenhum pudor para todos verem, e deixou que o suor da realeza se agrupasse no dorso da majestade, formando o desenho de um coração, uma verdadeira declaração de amor ao futebol de ambos.

Teve a tala aplicada na camisa e no ombro de Franz Beckembauer, para sustentar a clavícula da fera, na inesquecível semifinal da Copa de 1970, que não alterou a beleza da camisa e nem a postura elegante de “Kaiser”, do gênio do futebol alemão em campo. Também teve a cena infame do pedaço de camisa rasgada nas mãos de Gentile, após arranca-la do corpo de Zico, dentro da área, no famoso Brasil e Itália de 1982, que o juiz assistiu passivamente, ou ainda, a hilária cena do jogador Edmilson, tentando vestir uma moderna camisa de futebol da seleção brasileira na Copa de 2002, que durou aproximadamente uns quatro minutos de tão difícil que foi a operação.

Lembro com saudade que na infância, eu e meu amigos gostávamos muito de ver e de sonhar, usar um jogo de camisas de time de futebol, para disputarmos nossos inesquecíveis ”times contras”, nas peladas das ruas de nossas vidas, aquilo sim é que era vida.

Sonhávamos jogar com as camisas dos grandes craques que víamos raramente jogando na televisão e muito mais na imaginação trazida pelos trepidantes dos rádios e quando possível, nos estádios, ou ainda nos “posters” dos times campeões que eram publicados nos jornais e nas revistas de esportes, aquele universo era fantástico para a cabeça de um menino nos seus dez ou onze anos.

A primeira camisa de clube que me recordo com uma baita saudade, era na verdade um tipo de malha e não a marca do fabricante, a gente chamava ela carinhosamente de “furadinha”. Todos os grandes clubes do Rio de Janeiro usavam aquele tipo de malha, que era fabricado pela Adidas. Um objeto de desejo inatingível pela molecada.


Depois, a camisa que mais marcou minha infância, foi aquela usada pela Seleção Brasileira na Copa de 1978 e depois no ano de 1979, uma que tinha a gola redonda com um amarelo “brilhante” e um lindo calção azul. Eu achava o máximo, quem dera usar uma. Zico, Falcão, Nilton Batata, Edinho, Carpegiani, Roberto Dinamite, Toninho Baiano e muitos outros que venceram de goleada as partidas amistosas contra o Uruguai e o Paraguai, naquele longínquo 1979, brilharam com aquela camisa sagrada naquela temporada.

Depois, veio a Copa de 1982, pra mim, a mais espetacular de todos os tempos, só comparável a de 1970 que meu pai me contava, cheia de craques e de seleções campeãs do mundo, e da camisa e do short da seleção francesa, com aquelas listrinhas fininhas, uma combinação elegante e de rara beleza, alinhada com a qualidade do futebol da equipe de Platini, Tigana, Giresse, Tresór, Six e Genghini. Equipe elegante em todos os sentidos e que foi meu segundo time após a eliminação do Brasil, Pena que também foi eliminada, pelos alemães, numa partida que se mostrou de uma injustiça profunda, na Copa das injustiças e das bruxas espanholas.

Na Copa seguinte, a de 1986, conheci a linda camisa número 2 da Alemanha, aquela camisa verde, que apesar de muito bonita, nunca entendi o porquê daquela cor, já que não fazia parte das cores da bandeira alemã. Alemanha que, por sinal, apresentou uma nova e linda camisa branca com detalhes em preto, vermelho e amarelo na Eurocopa de 1988, diferente de tudo que já tinha visto. E aquele manto estava no corpo de uma turma de responsa, composta por: Klismman, Littibarski, Matthaus, Brehmmee Voller, que seriam os futuros campeões mundiais em 1990.


Voltando um pouco no passado, a seleção da Holanda, a famosa laranja mecânica de 1974, que na época apresentou para o mundo aquele futebol de outro planeta e aquela camisa laranja com calções pretos em uma combinação espetacular, voltaria a surpreender em 1988 com a camisa composta de degradês nas cores laranja e branco, um tipo de losangos inovadores. Nova camisa e nova geração de craques que foram de Cruyff, Neskens, Rep e Krola, Van Basten, Koeman, Rijkaard e Gullit, sem perder o rumo e principalmente a qualidade, dois timaços, duas camisa sob a mesma batuta, do velho mestre Rinus Mitchel.

Viajando um pouco mais no passado, gosto muito da camisa vermelha da Inglaterra de 1966, que vestiu sir Bobby Charlton e o capitão da rainha Bobby Moore, da camisa azul marinho da seleção da FIFA de 1963, que caiu como uma luva em Djalma Santos e, é claro, a da camisa canarinho da Seleção Brasileira da Copa de 1970, uma camisa fantástica e mítica, que vestiu os corpos de um time extraterrestre: Pelé, Gerson, Carlos Alberto, Tostão, Jairzinho, Rivelino e companhia, futebol e elegância acima da média histórica.


Agora de volta para o futuro, show de verdade, foi a camisa da Dinamarca ou “dinamáquica”, da Copa de 1986. Elkjaer, Michael Laudrup e Morten Olsen comandavam uma inovação, um cometa harley, um time que nos tirou o fôlego por alguns poucos jogos, mas de forma inesquecível.  Aquelas listras brancas e vermelhas e números diagonais nunca mais seriam repetidos em nossas retinas e vidas.

Diferente com certeza foi a bela camisa da Croácia da Copa de 1998, que além de ter um belo time, em que figuravam Suker, Boban e Prosinecki, apresentou um visual pra lá de diferente e inovador. Pena que o lateral francês Thuram tenha feito dois gols naquela partida semifinal e eliminado aqueles que jogavam um futebol leve e belo de se ver naquela Copa. Fariam uma bela final com o Brasil, mas não aconteceu.

Em relação ás camisas de seleções, também houve uma fase de “pasteurização” das camisas, ou seja, os fabricantes determinavam um desenho e todos os patrocinados, copiavam o modelo, feitos cães adestrados, o ápice foi na Copa de 2002, quando o Brasil passou por esse constrangimento. Uma mesmice horrorosa que doía aos olhos, mas graças a Deus já passou e de passagem, eu acho…

Hoje em dia, os uniformes são para rapazes fortes de academias, camisas de malha coladinha ao corpo, com shorts também bem agarradinhos, delineando e mostrando as formas dos atletas, num visual de gosto pra lá de duvidoso, mas é o que o que temos na vanguarda, o torcedor mais fanático que se vire para se vestir com aquela barriguinha saliente e não aderente a estes modelitos. Fico incomodado só de pensar em usar uma, me incluam fora dessa.

Fazendo uma rápida comparação, olho para trás e vejo o passado dos meninos das famílias de poucos recursos e a utilização de shorts de marcas “piratas” das feiras livres do Rio de Janeiro, quando marcas famosas eram copiadas e passavam a se chamar: ABIDAS (adidas), SULZE (Silze) e LE KOKI (Le coqsportif). Era assim a única forma encontrada pelos meninos pobres, para tentar imitar os craques dos gramados. Hoje vejo que a economia melhorou de um modo geral, permitindo as famílias comprarem as roupas para os seus filhos em “n” prestações no crediário, permitindo a eles usarem as marcas tão sonhadas pelos meninos de minha época.

Lembro que joguei no “Ameriquinha” das 5bocas e tinha um orgulho danado de colocar o uniforme rubro na minha pelada. Usava a mesma camisa de Uchoa, Léo Oliveira, Cesar e Reinaldo. Não sei se os meninos de hoje sentem a mesma emoção que sentíamos de vestir aqueles verdadeiros mantos, eles não me parecem ter o mesmo desejo, tesão e nem a ansiedade que sentíamos, uma pena.


As camisas de hoje são muito bonitas e tecnológicas, com tecidos leves e antitranspirantes, mas continuam caras e carregam muita propaganda, às vezes tem tantos patrocinadores estampados que ficamos na dúvida qual é o escudo do time, reduzindo um pouco aquela relação sanguínea e histórica entre a camisa do clube e o torcedor.

Apesar de todas as mudanças ocorridas nas camisas, elas ainda ocupam um lugar especial no coração do verdadeiro torcedor, diminuiu um pouco é verdade, saindo lentamente das arquibancadas dos estádios e sendo vista muito mais nas redes sociais, mas mesmo assim, são elas que me fazem viajar nos meus pensamentos e escrever esta crônica, pensando com meus botões…“ai que saudade das camisas de futebol do nosso passado”.

E você, lembra de alguma camisa que esqueci?