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Arte

GOLS ILUSTRADOS


“Quando observo um torcedor ou ex-jogador vendo meu desenho, naquele olhar vejo que voltam no tempo e se permitem sentir aquela emoção novamente”. Durante uma das muitas trocas de mensagens da nossa equipe com a rapaziada que nos segue no Facebook, fomos surpreendidos com uma bela coletânea de gols ilustrados. Se no futebol não existe nada mais mágico do que o contato da bola com a rede, o ilustrador Marco Sousa tratou de usar sua habilidade com as mãos para eternizar esses momentos. Com rabiscos fiéis à realidade, o artista desenvolveu o projeto GOLS ILUSTRADOS, que, como o próprio nome diz, conta com jogadas que entraram para a história de alguma maneira.

Tudo isso começou em 1977, quando seu pai mostrou uma Revista Placar com 24 gols do Corinthians no Campeonato Paulista ilustrados pela dupla Gepp e Maia. Se encantou pela produção dos artistas e deu o “pontapé inicial” ilustrando o gol de Basílio que tirou o Timão da seca.

A equipe do Museu quis saber mais sobre a vida de Marco Sousa e o resultado dessa resenha vocês poderão conferir abaixo:


Como foi seu início na ilustração?

Foi bem cedo, aos 7 anos. Eu pegava caderno da escola e ficava desenhando ou tentando desenhar Godzila, mergulhadores do seriado “Viagem ao Fundo do Mar”, entre outros. A ilustração de Futebol surgiu em 1977, quando meu pai me mostrou uma Revista Placar que contava com 24 gols ilustrados do Corinthians da conquista do Campeonato Paulista daquele ano. Aqueles desenhos da dupla de ilustradores Gepp & Maia me conquistou de tal maneira que pensei comigo: “Nossa, que show estes desenhos! Vou desenhar igual a eles ou melhor um dia, e acho que consegui o meu objetivo”.

Qual foi o primeiro gol ilustrado?

Foi com certeza o gol do Basílio de 1977, porque assim que eu peguei a Revista daquela época já fui rabiscando o gol que já havia sido ilustrado pela dupla Gepp & Maia.

Quando a “brincadeira” começou a ficar séria?


Em 1989! Fiz contato na Revista Placar e consegui falar com o Walter (Anjinho), um cara fantástico e que me deu vários toques de como melhorar o desenho. De 1992 a 1994, ilustrei em edições especiais para a Revista Placar, uma experiência única e maravilhosa para o desenho que ainda não estava como eu queria, mas foi muito válido o trabalho.

Você ilustrava seus gols também?

Claro, mas com o tempo os desenhos foram se perdendo. Cheguei a procurar por muitas vezes, mas nunca achei. Eram gols de peladas e também de campeonatos disputados no futsal e no futebol de campo. Confesso que alguns eu imaginava fazendo pelos clubes aonde fiz peneira e passei, mas não dei sequência.

Já teve algum contato com a dupla Gepp & Maia?

Há muitos e muitos anos, se não me falhe a memória em 1994. Lembro que eles ficaram comigo no estúdio deles para me mostrar como era aquela fábrica de desenhos e tudo mais que eles faziam naquela época, mas eu resolvi seguir meu caminho.


Qual foi o gol mais difícil de ilustrar?

Até hoje não surgiu desenho difícil de se desenhar, alguns foram complexos, como o gol do Basílio de 1977 e o gol do Falcão de 1976, aquela tabela de cabeça não foi fácil!

Em média, quanto tempo demorava para ilustrar um gol?

Para ilustrar um gol, defesa ou jogada de outro esporte coletivo tipo NBA, NFL, lembrando que também ilustro jogada de tênis, demoro de 2 a 3 dias. Agora quando o prazo é curto para emissoras e jornais costumo levar umas 5 horas.

Por que houve esse intervalo de 1998 a 2012?


Parei de ilustrar em 1998 porque fiquei triste e sem perspectiva para o desenho, e voltei em 2012 sonhando com possibilidade de patrocínio ou ajuda ao trabalho e projetos Gráficos que tenho na gaveta. Fora que para comercializar o trabalho preciso muito de apoio de patrocínio.

Já foi chamado para participar de programas de televisão por conta dos desenhos, correto? Quais foram?

Sim já participei do Tá na Área em 2015, na SporTV, do Esporte Fantástico, na Record, CBN – Rádio, em 2014, e neste ano estive no RESENHA – ESPN.

Onde jogava bola na infância? Chegou a treinar em clubes? Quais?

Jogava bola na rua, pés descalços no asfalto e em estacionamentos lá no Conjunto Habitacional José Bonifácio. Os colegas viram que eu levava jeito para a bola e começaram a me levar para jogos pela região. Fui fazer peneira no São Paulo, Juventus e Portuguesa, passei nos dois primeiros quando tinha 14 anos, mas não fui aos treinos e deixei de lado, pois gostava mesmo era de jogar futsal. Com 18 anos resolvi buscar uma oportunidade no futebol de campo e, através de indicações, fui até Limeira, consegui uma avaliação no Inter e fiquei no clube durante alguns meses, mas desanimei totalmente. 

Por que abandonou o futebol?

Fui até onde me foi permitido, não tive apoio e nem forças para continuar. Vi e vivi momentos chatos no meio da bola e isso me desanimou muito, mas depois somente lazer.

Ainda joga peladas? 


Hoje, com 51 anos, não jogo mais, somente brinco com um de meus filhos de gol a gol. Já tem quase 4 anos que não disputo uma peladinha.

Qual é o seu time e quem é o seu maior ídolo no futebol?Eu já deixei de lado a fase de torcedor e passei a torcer pelo GOLS ILUSTRADOS, meu desenho. Nos anos 80, torci e vibrei muito com Flamengo de Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior, Andrade, Tita e Adílio, Zico, Nunes e Lico. Aí tivemos a seleção de 1982, que seleção! Mas acho que faltou o Careca ali na frente, só isso! E nos anos 92 e 93 o São Paulo tinha um timaço comandado pelo mestre Telê capaz de encarar qualquer clube do planeta.

Por fim, o que é a ilustração para você? Qual é a importância de eternizar esses momentos mágicos do futebol?

A ilustração é tudo em minha vida profissional, pois desde 2013 tenho tirado meu sustento dos gols ilustrados ou pelo menos tento. Já trabalhei com um pouco de desenho, mas em outra área, durante 30 anos em agências de Propaganda, mas o desenho sempre esteve presente.

A importância em ilustrar aquele gol, aquela defesa, aquele momento histórico do futebol é muito mágico mesmo, pois é um dom que foi me dado para eternizar o que o artista fez dentro das quatro linhas e eu transfiro para meu desenho, imortalizando para sempre aquele momento. Demais poder fazer isso.

Quando observo um torcedor ou ex-jogador vendo meu desenho, naquele olhar vejo que voltam no tempo e se permitem a sentir aquela emoção novamente.

Agradeço a Deus por este dom maravilhoso.

 

A ELEGÂNCIA DE ADEMIR DA GUIA

Por Sergio Pugliese

Depois do sucesso de PC Caju, sua primeira colaboração para o Museu da Pelada, o ilustrador Cláudio Duarte nos brinda com a elegância de Ademir da Guia!!!! Ninguém vestiu o manto palmeirense mais do que ele. Foram 901 atuações, na verdade, exibições de gala!!!!!!!! Vamos formar um time? Mandem suas sugestões e montaremos uma seleção de craques, com direito a álbum de figurinhas e exposição!!!!! Se Zagallo montou uma seleção com vários camisas 10 na seleção de 70, nós também podemos!!!!!!! Mas vamos começar pelo gol! O goleiro mais votado será o próximo homenageado do Museu nos traços mágicos de Cláudio Duarte. Foi dada a largada!!!!!!!!!