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AO FLA-FLU, EU VOLTEI

por Zé Roberto Padilha


Eu cheguei em frente ao portão 18
O segurança me afastou latindo
Minha mochila revistou e me barrou
Eu voltei

Nada estava como era antes
Dos anos 70 em que joguei
Policiais, cavalos, seguranças por toda parte
Trocaram Andrade, Adílio e Zico
Por Rômulo, Marcio Araújo e Cuellar

Estava explicado o confronto armado, torcedores revoltados
E eu voltei, ao Fla-Flu eu voltei
Nada estava como era antes
Quase tudo se modificou
Tantos anos se passaram, mas meus netos pediram
Que reabrisse as lembranças depois daqueles portões
E eu lhes dei as mãos
E voltei

Comprei ingresso, a rampa subi devagar
Mas deixei a massa passar primeiro
Passos indecisos caminhei
Todo o passado recordei
E entrei
Ao Fla-Flu com meus netos, eu voltei

Um telão imenso na parede
Roubava cenas do gramado
Meio amarelado pelo tempo
Em preto e branco meus lances nem reprisou
Como a perguntar ao tempo se joguei
E eu falei
Eu voltei


Sem saber depois de tanto tempo
Se um só torcedor, repórter ou vovô
Saberia com quem joguei
E parei

Eu voltei para os arquibaldos que deixei
Eu voltei para os geraldinos que nem encontrei
E chorei com saudades do elástico do Rivelino no Alcir, foi logo ali
da magia e categoria de Paulo César Cajú
E chorei

Recolhi meus netos em silêncio, pela estrada a Três Rios eu voltei,
E voltei porque o Maracanã não era mais o meu lugar

Dinamite + Zé Mário

TIME (QUASE) IMBATÍVEL

texto: Fábio Lacerda | vídeo e edição: Daniel Planel

Um título emblemático para a história do Vasco. Foi o fim de sete anos sem o título de campeão carioca. A decisão com mais de 150 mil pessoas no Maracanã, numa quarta-feira, 28 de setembro. Neste certame, o Vasco sagrou-se campeão ao ganhar o segundo turno numa disputa de pênaltis contra o Flamengo. Naquela noite enigmática, Mazzaropi tornou-se o goleiro com o maior tempo sem ser vazado da história do futebol carioca, Zandonaide converteu a quarta cobrança jogando toda a responsabilidade às costas de Zico e deixando Roberto jogar a terra sobre o caixão rubro-negro. Foi a primeira decisão da história entre Vasco e Flamengo, ou vice-versa, como queiram!

Surge em 1977 a barreira do inferno, formada por Abel, Geraldo, no miolo de zaga, os laterais Orlando Lelé e Marco Antônio e Zé Mário, volante que aliava técnica e virilidade, eleito o melhor jogador do campeonato. Dos 25 jogos, o Vasco não sofreu gols em 23, sendo que ficou 17 partidas consecutivas a partir do penúltimo jogo do primeiro turno até a final que consagrou as mãos do goleiro de Além Paraíba e fez o maior artilheiro do Vasco a conquistar o Carioca pela primeira vez aos 23 anos.  

O fim do jejum em 1977 e a campanha do único tricampeonato carioca do Vasco têm tons dramáticos para ambos os planteis comandados por Orlando Fantoni e Jair Pereira, respectivamente. As duas equipe, no decorrer das competições, viveram o drama da morte de companheiros de equipe. Jorginho Carvoeiro, diferentemente de Denner, faleceu internado no hospital em decorrência de uma leucemia, e o intrépido e habilidoso atacante paulistano criado nas divisões de base da Portuguesa-SP, acidentado com uma batida de carro enquanto dormia no banco do carona. 

No mesmo dia 28 de setembro do ano em curso, 40 anos depois da glória no maior do mundo à época, o empresário rubro-negro, Enrique Reinoso, proprietário da rede Pizza Park, fez as honras da casa para o Museu da Pelada receber Roberto Dinamite e Zé Mário para uma saudosa volta ao tempo para recordar uma campanha irreparável de um time que todos corriam, suavam e davam o sangue por todos.

Zé Mario pode ser considerado um privilegiado dos gramados. Poucos jogadores no Brasil tiveram a chance de jogar com os maiores ídolos de três dos quatro grandes clubes do Brasil. Diferentemente do Fluminense, quando Rivellino e demais companheiros da Máquina Tricolor já carregavam às costas muita bagagem, no Vasco e Flamengo teve a honraria de vir iniciar os dois maiores artilheiros dos rivais. 

Durante a conversa, Roberto mostrou a simpatia de sempre! Brincalhão e implicando com Zé Mário sobre a idade, o jogador que vestia a camisa com cheiro de gol enalteceu a importância do meio-campista para a desenvoltura do time. Segundo Roberto, Zé Mário foi um jogador que não deixava a peteca cair, o desanimo instalar-se sobre o time dentro de campo. Atento a todos os detalhes nas quatro linhas, Roberto recordou das diversas chamadas que o “Justin Hoffmann” da Zona da Leopoldina (iniciou a carreira no Bonsucesso), apelido dado pelo padrinho do Museu da Pelada, Paulo Cezar Caju, dava nos jogadores de frente para fazer a composição compacta quando a bola estava nos pés dos adversários. Por sua vez, Zé Mário lembrou que no Vasco o presidente Agathyrno Gomes premiava os jogadores com pomposos bichos e que no período de cinco anos – entre 1972 e 1977 – ele ganhou quatro campeonatos estaduais. 

Os craques também divertiram-se com as histórias contadas sobre o eterno e folclórico massagista Pai Santana, que para ambos, foi uma das pessoas mais espetaculares que o futebol pode apresentá-los. Pode-se dizer que Zé Mário e Roberto, fazendo um paralelo com os últimos 30 anos do futebol brasileiro, são exemplos raros de jogadores que saíram de clube pequeno para ser titular em time grande e de jovens recém promovidos ao profissional garantindo com gols a titularidade absoluta. Zé Mário, revelado pelo Bonsucesso, saiu do estádio Teixeira de Castro para ser titular no Flamengo. E Roberto, em 1974, foi o único goleador dentre seis que conseguiram a honraria individual de ser o maior artilheiro de uma edição de Brasileiro aos 20 anos a levantar o troféu de campeão. 

Fico por aqui com mais uma contribuição para este portal cheio de craques colaboradores. Este time do Vasco fez-me campeão no ano que eu nasci. Com oito meses e 20 dias de vida, quem vos escreve nasceu campeão graças a uma das Sele-Vasco marcantes da história de 119 anos do Clube de Regatas Vasco da Gama. Uma homenagem a todos os campeões que envergaram a camisa cruz-maltina com tamanha gana de ser campeão, e em especial, ao Abel, que vive ainda com o drama do falecimento precoce do seu filho mais novo. Força, Abel! A mesma que você mostrava naquele time quase intransponível na defesa. Na ocasião, Abelão completara 26 anos 27 dias antes do único título conquistado com a camisa cruz-maltina. 


ETERNA JUVENTUDE

por Sergio Pugliese

Em maio, esse time de pelada da foto completou 57 anos. Nesse período, revelou nomes como Wanderley Luxemburgo, Paulo César Puruca (ex-América) e Zé Mário, campeão invicto pelo Vasco, em 77. Já estaria ótimo para um time que nasceu sem obrigação de nada. Mas conte cinco da esquerda para a direita na fila de baixo. O moleque franzino, que nessa idade já encantava torcedores e assombrava adversários, é Zico. O time, Juventude de Quintino.


EM PÉ, ZÉZINHO,CHIMANGO, SÉRGIO GORDO, JAIR PEPÉ, JOÃO, TEOPHILO, JARUBA, XANDINHO, TUNICO, PEDRINHO, PAULO PIRÃO E ANTUNES. AGACHADOS, BARATA, PAULINHO, ZÉ BRACINHO, CLAUDIO, ZICO E SIDNEY.

– Esse time faz parte da minha vida, da minha história – recordou, feliz. 

E histórias não faltam. Mas quem poderia contá-las? Onde encontrar aquela imagem que todos dão como perdida? Quem saberia o nome dos jogadores que passaram por lá? As datas, as legendas das fotos? Para essas perguntas, a resposta era a mesma: “O Nando!”, “Só com o Nando!”, “O Nando deve ter!”, “Com certeza o Nando sabe!”. 

Todos os times de pelada têm um responsável pelas anotações, estatísticas e até estatuto. No Juventude é o Nando! Na verdade, essa crônica deveria ter apenas um personagem principal, o Galinho de Quintino, até Nando Coimbra ser solicitado. E ele entrou em campo disposto a mostrar serviço, apresentou um ótimo repertório de jogadas e garantiu a vaga de titular. Nando é um dos irmãos bons de bola de Zico e além de poeta, pintor, estilista (ele é quem desenha as camisas do time) e ótimo contador de histórias é o arquivo ambulante da família e, claro, do Juventude. 

– As histórias do nascimento do Juventude são especiais, mágicas, e continuam vivas em minha cabeça – disse. 

Continuam vivas porque ele é o único dos irmãos (Zico, Zezé, Antunes, Edu, Tonico e o falecido Zeca) que ainda mora numa casa arejada de Quintino, a mesma que Sandra, mulher de Zico, morou um dia. A rua é a Lucinda Barbosa. Nela o Juventude nasceu. Na casa vizinha, morava o Galinho e numa outra pertinho ainda existe a quadra de futebol de salão que transbordava em dias de jogos. Ele voltou lá com a equipe do A Pelada Como Ela É e presenciou um espaço quase abandonado. 

– Vou mandar trocar esse piso, pintar essas paredes – prometeu, enquanto tirava o lixo do caminho. 

De volta para a casa mostrou as fotos mais marcantes do vermelho e branco, todas digitalizadas, e embarcou num mar de lembranças e emoções. Lembrou-se do dia em que vários jogadores, já consagrados, estavam em sua casa comemorando um aniversário do Juventude quando chegou o cantor João Nogueira para animar a roda de churrasco e cerveja. Estavam lá, Zico, Cantarelli, Liminha, Jaime, Geraldo, Zé Mário, Tadeu, Edu, Volmir, Bráulio, Alex, Luisinho Tombo, Flecha, Paulo César Caju, Paulo César Puruca, entre outros. 

– Aí, o João Nogueira levantou-se e fez a convocação. Disse que estava tudo ótimo mas faltava uma peladinha. 

Em minutos todos estavam descalços jogando na Franco Vaz, rua de paralelepípedo, no fim da Lucinda Barbosa. 

– Foi maravilhoso! Impossível nos dias de hoje com tantos papparazzis. Juntou foi gente para assisti-los! – divertiu-se. 

Por um lado foi ruim não ter um registro desses, mas para eles essas peraltices faziam parte do dia a dia. A família estava acostumada a reunir multidões. O Juventude tinha um fã-clube enorme. Zico, muito pequeno e magrelo, fazia miséria com a bola. Quando entrava em campo junto com os grandões muitos adversários o ironizavam e após o jogo ficavam estarrecidos com suas apresentações. Telê foi vê-lo jogar incontáveis vezes. 

– O time completo era difícil perder – assume Zico. 

Nando estava animado com as histórias mas durante a entrevista seu celular tocou. Era a convocação para a pelada no Grêmio Esportivo Vital. Garantiu que estaria lá em cinco minutos. Sua mochila já estava pronta. 

– Amigo, é muita história! Depois continuamos, combinado? A peladinha é prioridade! 

E aos 72 anos se mandou pelas ruas de Quintino esbanjando juventude, uma eterna juventude.


FILHOS DO PAÍS DE GALES

por Rubens Lemos


Outro dia, revi o DVD de Brasil 1×0 País de Gales, em 1958, pelas quartas de final da Copa do Mundo na Suécia. O jogo de um time contra um bando de gigantes tenebrosos. Gosto das minhas reprises para reforçar os meus conceitos. A favor do futebol de verdade, jogado para a frente. Com inteligência, habilidade e improvisação.

Brasil x País de Gales é emblemático. Opõe o futebol em regra seguida com arte à covardia unida à brutalidade. O Brasil sofreu para vencer País de Gales porque apanhou demais de um time que se fechou por medo. Contradição: O fortão se escondendo do franzino.

O DVD de Brasil x País de Gales é chuviscado, feito para fanáticos. Comprei faz tempo, logo que surgiu a novidade eletrônica. Vejo e observo em detalhes. Se alguém me fotografasse diante do aparelho de televisão, enxergaria uma cópia malfeita de perito detalhista em cena de crime, juntando peças, buscando pistas. Encontrando caminhos.


O Brasil estava sem o centroavante vascaíno Vavá, seu rompedor, machucado desde a partida contra a União Soviética, quando um beque entrou de sola no momento em que ele fez o segundo gol. Foi 2×0, naquele baile de Garrincha destruindo o “futebol científico” do politburo.

Vavá seria o homem a enfrentar os jagunços galeses. Jogou Mazzola, o Altafini. Mazzola era o fino. Goleador e criativo. Apanhou um bocado. Com Didi e Pelé, fez triangulações arquitetônicas pelo meio. Entravam os adversários halterofilistas e perversos e atingiam os três na coxa, no tórax, no joelho, na canela, no tornozelo.

Garrincha driblava quatro. O quinto tocava-lhe os colhões. Garrincha urrava. Pulava feito um saci lá de Pau Grande, sua terra. O jogo, se prevalecesse o 0x0, iria para a prorrogação. O Brasil jogou uma partida espetacular.


Uma das maiores da Copa, a primeira ganha pelo escrete. Os gorilas da retranca perderam assim que um gênio de 17 aplicou uma meia-lua no beque e tocou de mansinho para as redes. Repórteres e fotógrafos entraram em campo para trabalhar e tietar Pelé.

Os teóricos da retranca, do uso abusivo e tóxico de zagueiros e cabeças de área, deveriam procurar uma cópia de Brasil x País de Gales. Eles são frutos amargos da costela dos gringos. Quem ataca primeiro, tem bons jogadores e aproveita o talento deles, não ganha se for incompetente ou se o destino não quiser.

É muito mais fácil o craque fugir de uma armadilha brutal do que o grosso encontrar alternativa quando está perdido. Aliás, o perna-de-pau sempre está na contramão, atrapalhando a bola, enchendo de horror a beleza do ludo no tráfego da grama.

CHATO DE LIVRARIA

por Rubens Lemos


Adriano e Lima Neto são duas figuras do maior conceito. São os caras que me apresentam as novidades literárias na única livraria razoável de Natal. Inteligentes – Lima Neto escreveu dois livros -, conhecem minhas preferências e ojerizas. Avisam quando chegam novidades de autores prediletos em romances policiais, em biografias, política e no futebol.

Tenho de desviar o rumo da prosa para admitir um desagradável item que consta da minha figura, sei lá, genérica. Carrego uma espécie de chip de atrair chato, mala sem alça, penetra, espaçoso, esférico irritante. Chato também sou, não sou de abrir a boca antes que desconhecidos me cumprimentem ou me perguntem qualquer bobagem. Sou mesmo é impaciente.

Depois de visitar a livraria e constatar que nada de novo havia chegado, especialmente livros apetitosos anunciados no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Pernambuco e em Brasília, decidi passar dois meses em recesso. Simplesmente não sairia de casa para encontrar Adriano e Lima Neto que, além de excelentes no atendimento, são donos de um ótimo papo. Com eles, converso horas e horas.

A pretexto de resolver um problema pessoal, saí do trabalho e decidi rever os amigos. Lá estavam os dois que vieram reclamando. Tentaram falar comigo sobre um novo lote com diversos romances criminais franceses e suecos e ainda guloseimas e extravagâncias para todos os apetites na área da Copa do Mundo. Um livraço de arte sobre todas as Copas, imagens inéditas de Pelé em 1958, de Maradona em 1986 e de Barbosa sofrido no Maracanazzo em 1950.

Gosto de observar cada uma das fileiras para pescar joias desprezadas pelos que preferem o layout bonito, o colorido ao conteúdo.

Garimpando com os olhos, encontrei o ótimo livro de Nelson Motta sobre as Copas que ele acompanhou, a história do título do Fluminense no Campeonato Carioca de 1971, aquele do famoso gol polêmico do ponta-esquerda Lula, criado nas Rocas, em Natal.

Achei ainda a biografia de Eneas, craque sonolento da Portuguesa de Desportos, morto em acidente de carro, como morreria outra descoberta da Lusa, o espetacular Denner Augusto.

Também por lá pesquei o texto sublime de Roberto Drummond narrando seu amor desmedido pelo Atlético Mineiro e prestando uma homenagem telúrica ao centroavante Reinaldo, gênio devastado por contusões e uma vida turbulenta fora de campo logo após encerrar a carreira. Reinaldo foi o sucessor de Tostão e o Zico das Minas Gerais.

Os três – eu, Adriano e Lima Neto, detestamos o futebol preparado para orangotangos e jogado por seres humanos assemelhados a robôs ou a lutadores profissionais.

O meu chatômetro ligou, acionou, meu instinto acendeu, despertou. Chegou um sujeito alto, com um enorme tratado sobre antropologia. Decidiu invadir sem permissão nossa cidadela de debate.

Sem ser perguntado, cumprimentado, olhado, apreciado ou indiscretamente, xingado, passou a despejar ingredientes de uma infalível enxaqueca.


Disse – não queríamos saber e até detestamos ao tomar conhecimento -, que prepara um estudo para mostrar que o futebol revela a face egoísta e gananciosa do brasileiro. Pegajoso, pensei comigo. No mínimo, chama a imprensa de PIG. Olha o padrão:

– Quer algo mais pedante que o drible? O drible é a demonstração de um homem querendo dominar e escravizar o outro, ultrapassando-o.

Estancamos, furiosos. Os vendedores, menos, claro, por dever de ofício. Eu, em cólera contida na contagem mental de um a dez. Imaginei Garrincha destruindo a defesa russa em três minutos em 1958.

Lá me veio Pelé costurando beques do Benfica no Mundial de Clubes de 1962, Zico transformando iugoslavos em dominós humanos nas fintas seriais até marcar um golaço no Arrudão e Romário aplicando um elástico em Amaral, do Corinthians e batendo de biquinho no ângulo do goleiro Ronaldo.


O intruso continuou:

– Quando comemora um gol, o sujeito, inconscientemente, provoca um abatimento retórico e moral que pode ser irreversível ao adversário arrasado. Retórico e dialétical. Pincei e pensei: nunca me livrarei de analfabetos solenes.

Aí pensei mesmo em Romário. Desdobrado em desportividades com os goleiros deitados e os zagueiros de mãos na cabeça no Ex-Maracanã lotado, ele arrancando, tocando macio e correndo para a torcida, geralmente a da vítima, para provocar.


Cansamos do babaca. Adriano pediu licença e foi atender um senhor à procura da biografia de Winston Churchill, que deveria ter eliminado todos os inconvenientes durante a Segunda Guerra. Lima Neto sumiu.

Saí para o caixa soltando um palavrão, baixinho, mas suficiente para o sujeito ouvir. Por favor, sou dos bons costumes e respeito as damas que nos dão a honra da leitura. Não, não, não direi o que eu murmurei. No máximo, revelo duas inofensivas expressões : vai e sifu.