Ernani + Buchecha
SÓ LOVE, SÓ LOVE
entrevista: Sergio Pugliese | texto: André Mendonça | vídeo, edição e fotos: Daniel Planel
Já elogiamos algumas vezes, mas sempre somos muito bem recebidos na pelada de Carlinhos Cortázio e é um prazer inenarrável encontrar ídolos, do futebol ou da música, e peladeiros que dão um show na resenha. Dessa vez, em mais um encontro musical, juntamos o habilidoso Ernani e o cantor Buchecha, uma dupla cheia de histórias para contar.
De início, quando Carlinhos Cortazio sugeriu uma resenha com a dupla, não imaginávamos o que viria pela frente, até porque Buchecha é flamenguista roxo e Ernani despontou como grande promessa do Vasco da Gama.
Embora tivesse uma grande admiração pelo craque do rival, o músico revelou que a afinidade da dupla vai muito além das quatro linhas:
– Ele exerceu um papel fundamental no início da nossa carreira (Claudinho e Buchecha). Ele ajudou a colocar os integrantes da banda, ajudou nos nossos primeiros shows e sempre nos passou muita segurança! – lembrou Buchecha.
Tudo começou quando Ernani, exausto do mundo do futebol, decidiu pendurar as chuteiras e trilhar outro rumo. Por coincidência, na mesma época, conheceu Leninha Brandão e recebeu um convite para trabalhar ao lado da empresária de grandes músicos.
– Eu acho até que ela falou brincando, mas eu acreditei. Comecei como assistente de produção no Cidade Negra. (…) Quando recebi o convite para trabalhar com o Claudinho e Buchecha, percebi muitas coisas em comum e não pensei duas vezes.
Naquele tempo, os dois amigos de uma comunidade de São Gonçalo tinham apenas um CD lançado, mas o talento saltava aos olhos e o sucesso era questão de tempo, ou oportunidade. Como um grande comandante, Ernani vestiu a camisa e acumulou diversas funções com maestria para elevar o cenário da dupla. Por consequência da rigidez necessária para deixar tudo alinhado nos shows, ganhou o apelido de estressado.
– Na música só tem maluco e brincalhão, e a gente não perdoava, né? – brincou Buchecha.
Durante a resenha, o músico e o boleiro relembraram grandes histórias da carreira e, obviamente, muitas delas envolviam o saudoso Claudinho. Apaixonado por futebol, chegou a perguntar para Buchecha quanto ele cobraria pela rescisão se o amigo viesse a abandonar a carreira musical para se dedicar ao futebol.
– O Claudinho não queria ser jogador, ele achava que era jogador! – revelou Ernani, para a gargalhada de todos.
Claudinho e Buchecha (Foto: Reprodução)
Quis o destino, no entanto, que no dia 13 de julho de 2002, Claudinho sofresse um acidente fatal de carro quando voltava de um show. De acordo com Buchecha, o amigo quis viajar no próprio carro porque estava com pressa para jogar uma pelada na Ilha do Governador.
– Quando abriram o porta-mola viram bola, chuteira… O Claudinho era a prova de que todo artista quer ser jogador de futebol!
Para encerrar o encontro com chave de ouro, como de costume, Ernani e Buchecha cantaram “Só Love” e deram um longo e verdadeiro abraço.
ALZHEIMER NA MEDIOCRIDADE
por Rubens Lemos
Acordei de uma soneca no segundo tempo de Vasco 3×2 Botafogo, primeira partida da final do Campeonato Carioca. Estava empate e vi o gol da vitória do meu time no finalzinho. Dos 20, 25 minutos acompanhando chutões, carrinhos e caneladas na bola, esforcei-me para identificar algum jogador além do goleiro Martin Silva, do jovem Paulinho e do – vamos lá -, atrevido Pikachu.
Complicado. O futebol brasileiro anda numa mediocridade tão imensa e sideral que o último time do Vasco a ser escalado sem risco por mim é o do ano 2000, o da virada sobre o Palmeiras na Mercosul e do título brasileiro: Hélton; Clébson, Odvan, Júnior Baiano e Jorginho Paulista; Nasa( Nossa Senhora dos Passes Bizarros!), Jorginho, Juninho Pernambucano e Juninho Paulista; Euller e Romário.
Um vascaíno com 40 anos de amor e alguma memória não consegue desfiar 11 cabeças de bagre do último fim de semana. Um vascaíno que olhava, embevecido, o pai recitar o time de 1956: Carlos Alberto; Paulinho e Bellini; Laerte, Orlando e Coronel; Sabará, Livinho, Vavá, Walter Marciano e Pinga.
Um vascaíno que não esquece Mazarópi; Orlando, Abel, Geraldo e Marco Antônio; Zé Mário, Zanata e Dirceu; Wilsinho, Roberto e Ramón de 1977. Ou Acácio; Galvão, Ivan, Celso e Pedrinho; Serginho, Dudu e Ernâni; Pedrinho Gaúcho, Roberto e Jérson, os esforçados de 1982 que tiraram a banca do Flamengo campeão do mundo. Ou os maravilhosos bicampeões de
1987/88: Acácio; Paulo Roberto, Donato, Fernando e Mazinho; Dunga (Zé do Carmo), Geovani e Tita (Bismarck); Mauricinho, Roberto e Romário.
Eram os cânticos dos dribles, lançamentos, gols de placa, que transpunhamos para o futebol de botão como numa incorporação mágica dos heróis em campo de madeira. Escalações duravam anos, decorávamos os reservas, hoje exuberâncias diante da falta de fundamentos básicos dos titulares mais apropriados a Olarias e Madureiras.
A minha amnésia é causada pela rotatividade medonha promovida por sanguessugas oficialmente chamados de empresários. Outro dia, o Vasco demitiu um cara cuja função era de gerente científico. Hilário imaginar o indigitado explicando em fórmulas, átomos e partículas,
como o baixinho Romário fazer sentar em elástico descadeirante, qualquer zagueiro transformado em molécula morta.
Perdeu-se a graça, a boa sacanagem, o migué, a molecagem, criaram-se gerações de robôs bem-comportados e inimigos do futebolisticamente liberto. Outro dia, o colega de trabalho, circunspecto como um Churchill em plena Segunda Guerra, bate no meu ombro e pergunta: “Como é chato o tal Carille!”. Perguntei quem era, ele explicou ser o técnico do Corinthians e respondi que do Corinthians conhecia Rivelino, Sócrates, Zenon e Edílson. “Você está ultrapassado!”, ele zombou.
Calei no meu Alzheimer precoce e fui ao Google, rever imagens de um timaço do Brasil nos anos 1970, com Zico, Rivelino, Paulo Cézar Black Power, Marinho Chagas e Nelinho. Nenhum risco de esquecê-los.
PARABÉNS, SAPO!
fotos: Guilherme Careca | vídeo e edição: Daniel Planel
Um dos nossos grandes parceiros, o craque Sergio Sapo comemorou seus 60 anos no Bar Dom Manuel, no Grajaú, e a equipe do Museu da Pelada se sentiu muito bem acolhida no meio de tantos craques.
Mauro Bandit, Eduzinho, Marinho Picorelli, Guilherme Careca, Nei Pereira, Guido Ferreira, Bebêzinho e muitos outros boleiros prestigiaram e brindaram com o bicampeão mundial de clubes no salão pelo Bradesco.
– Eu decidi os dois mundiais. Em 86, com a perna esquerda, e em 87, com a perna direita, faltando 40 segundos para acabar! – tirou onda o aniversariante.
Eleito o melhor jogador de Fut 7 do mundo e líder do Projeto Facão, Guido revelou toda a sua idolatria pelo amigo:
– Eu com 8 anos de idade, fraldinha, eu ficava vendo o Sapo jogar, já em final de carreira. Hoje eu tenho o prazer de conviver com ele!
A resenha evoluia a cada minuto que passava e a panela só ia ficando mais forte com a chegada de lendas do futebol. Cada um foi contando um pouco da sua história de forma bem resumida, até porque cada currículo era mais extenso que o outro e uma tarde era muito pouco para ouvir tantas glórias.
Com aquele gostinho de quero mais, nos despedimos e partimos para o nosso outro compromisso.
Valeu, Sapinho!
PRÍNCIPE DA BOLA, GUERREIRO NA VIDA
por Rubens Lemos
Geovani é o meu maior ídolo no Vasco. Representa para mim o que foi o uruguaio Danilo Menezes jogando bola com a camisa 10 preta e branca do ABC no estádio Machadão, posto abaixo em Natal. Danilo também foi do Vasco, na década de 1960. Sou do tempo de um Vasco freguês caloteiro do Flamengo, início da década de 1980, Zico liderando a tropa que ganhava campeonatos com a naturalidade de um casal de adolescentes tomando sorvete ao primeiro dos namoros. O Vasco tinha Roberto Dinamite de Dom Quixote. E um monte de esforçados e brutamontes.
Até 1982 chegar e aparecer um baixinho de qualidade absoluta, ritmo acadêmico de veterano, visão periférica de uma partida, imperador do meio-campo em dribles de minifúndio e lançamentos longos como se houvesse um novo Gerson, ambidestro. Geovani foi o melhor meia-armador de minha geração de torcedores. Ele e Adílio, do Flamengo, travaram grandes duelos de inteligência. Geovani, mais refinado, Adílio, sambista de chuteiras. Geovani tinha mais classe, mais elegância, aquele porte diferenciado e consagrado por Didi, na Copa do Mundo 1958, ereto, marcial, monarca. Didi que escalou Geovani no time do seu tempo. E Geovani tomou de Roberto Dinamite, no meu peito vascaíno, o topo das admirações.
Geovani arquitetava, organizava e compunha. Roberto Dinamite e Romário concluíam a obra de engenharia, executavam o projeto e verbalizavam a cantoria de gols. Geovani nasceu em 1964. Nasceu tarde demais. Para os retranqueiros que passaram a tomar as rédeas do futebol, à base de carrinhos, chutões e pontapés, bola sem receber carícia, sem ser tratada como uma mulher dominada e cega de volúpia. Foi chamado de lento e ultrapassado. Sem ele na seleção brasileira, perderam-se duas Copa do Mundo sintomáticas pela falta de um cérebro na criação da meia-cancha: em 1986, viajaram Elzo e Alemão.
Em 1990, Dunga e o tal Alemão, bom maratonista, obscuro criativo. Sebastião Lazaroni, especialmente, o técnico medíocre do Mundial da Itália, será praguejado pela memória nacional por não ter convocado Geovani e levado seu compadre Tita. Ou cinco zagueiros.
A história, exemplar em seus castigos, mostra em seus replays que faltou Geovani para o Brasil estilizar beleza e improvisação. Geovani é o jogador (ele e Dinamite) com mais títulos cariocas conquistados pelo Vasco. Foram cinco, três deles sobre o Flamengo de Zico.
A Geovani, Romário deve muitos dos seus gols, recebendo livre na área lançamentos de 40 metros, fita métrica na chuteira do Pequeno Príncipe, assim batizado o regente cruzmaltino. Tenho que dizer aos meninos de hoje: se vocês tivessem visto Geovani, glorificar Renato Augusto, Kaká e Lucas Lima seria castigo implacável da proibição do videogame ou da exaltação do aplicativo novíssimo do Iphone.
Aos 54 anos, completados neste 6 de abril, Geovani, guerreiro suave, vai conquistando o maior campeonato da vida: superou um câncer. Com a força extraordinária da fé e a luz radiosa dos homens escolhidos para gerar felicidade em milhões. Pelo tempo que foi e nunca passará.
BRASIL CONTRA ARGENTINA AO SOM DE ABBA E O JOGO NA CASA DO “INIMIGO” DE 1981
por Marcelo Mendez
Subimos a Rua Tanger.
A ideia naquele domingo de muito sol no Parque Novo Oratório era aceitar o armistício de paz do Tocão, que após quebrar meu nariz no “contra” entre Tanger de Baixo x Tanger de Cima, chamou a rapa nossa pra ver o jogo do Brasil x Argentina na casa dele. Ele topou as condições minhas: eu poder levar meus amigos de time da Tanger de Baixo.
Após conversa dele com a mãe, da mãe dele com as nossas, tudo foi acertado.
Minha mãe, Dona Claudete, se prontificou a ajudar com as coxinhas que ela já vendia pra ajudar nas contas de nossa casa. O Seu Antonio, pai do Jadão, descolou uma grana para os refrigerantes e então, munidos de tudo isso, eu, Jadão, Néinha, Pedrinho, Serginho e Denis subimos os 200 metros que precisávamos para chegar até a casa do Tocão.
– Tocãooooooooooo!!!
– Caraio, Marcelo, num grita!
– To chamando o cara, Jadão!
– Tem campainha, seu burro!
E então, com a atenção chamada pelo Jadão, acompanhado das risadas dos outros parceiros, apertei o botão da campainha na parede da frente do sobradão que o Tocão morava. Chamava atenção…
Em um bairro que ainda era bem precário, quando a vida era dura no Brasil de 1981, ver uma casa como a do Tocão impressionava bastante. Ele morava num sobrado na parte de cima da rua, uma casa bonita, com uma Brasília nova e um Dodge Polara na garagem. Seu pai, o Renato, trabalhava na Volks, era ferramenteiro por lá e a vida do Tocão era bem diferente da nossa.
Foi ele quem nos recebeu:
– Entra, Marcelo! Veio todo mundo?”
– Se num viessem, eu também num viria!
A chegada no sobrado do Tocão…
Ao me ver com a vasilha de salgadinhos cheia, Tocão me ajudou com o peso.
Os amigos se revezam na condução da sacola de guaranás antártica de litro, na época num existia o tal do pet, era tudo vidro, tudo meio desengonçado pra carregar. Na porta de entrada, Renato, Pai do Tocão nos recebeu.
Homem alto, com um topetão penteado pra trás, muito bem vestido, equilibrou o copo largo com alguma coisa dentro, em uma mão e com a outra, fez afagos na cabeça nossa. Perguntou do meu Pai, deu um sorriso e nos convidou pra entrar.
Dentro da casa, a gente se surpreendeu de novo. Diferente dos cômodos apertados que a gente dividia a casa era grande, arejada, com móveis novos, uns super ventiladores de teto instalados e a sala onde assistiríamos o jogo tinha uma TV em cores enorme, umas poltronas e sofás confortáveis e um aparelho de som último tipo, tocando uma música.
Cheguei perto e vi que o disco era do ABBA e a música, contando as faixas da bolacha, descobri que era “Angel Of Morning”. Foi nesse momento que Dona Dirce, mãe do Tocão, chegou com uma bandeja de um monte de coisas pra gente comer.
– Meninos, falei pra mãe de vocês que não precisava trazer nada. Mas já que são os salgadinhos da Dete, sei que são bem melhores que os meus, então a gente come junto, né?
Concordamos e então começamos petiscar, quando a campainha tocou. Tocão foi atender e voltou com Sandrão, Betinho, Luciano, Carlão e Dida. Era o time da “Tanger da Cima”
O rescaldo do nariz quebrado
Dona Dirce foi quem recebeu os caras, da mesma forma que nós fomos recebidos.
Os trouxe até a sala, nos apresentou, como se já não nos conhecêssemos tão bem, nos deixou sozinhos enquanto foi preparar algo. Nesse momento, rolou um clima meio estranho, de eles pra lá pro outro lado do sofá, nós pra cá. Foi Luciano quem quebrou o gelo:
– E aí? Precisamos marcar aquele “contra” de novo. Porque num acabou, né? Marcelo e Tocão estragaram tudo…
– Eu? Ele que deu um murro no meu nariz. Sorte de vocês que o Peu chegou, senão num ia ficar assim, não!
– Assim como, Marcelo? Com o nariz torto? – tirou onda comigo, Sandrão. Eu não deixei quieto. Levantei do meu lado do sofá e fui até ele:
– Torto vai ficar você, desgraçado…
– Calmaaaaa!!!” – era o Renato, Pai de Tocão.
– Vai começar o jogo, vocês vão comer, beber guaraná e ver isso juntos. Vamo sentar que os times já tão no campo!
Com a narração do Silvio Luiz, via TV Record, a gente viu que os times de Brasil e Argentina estavam em campo.
Maradona, eu não te odeio…
Estava muito recente, nas nossas retinas de meninos, aquela festa de papel picado no titulo deles contra a Holanda na última Copa, a marmelada que eles armaram contra o Peru e o timaço que eles tinham que vinha reforçado com um camisa 10 que eu já começava a gostar.
– Porra, mas como pode um cara desse tamanho, dar tanto trabalho? Porque o Oscar num da uma chegada nele?
– Porque o Oscar não ta nem achando ele em campo, Jadão! – respondeu o Sandrão.
Aos meus 11 anos de idade, eu descobri que jamais ia conseguir odiar Maradona. Ele era aquilo que eu e qualquer um dos moleques da Rua Tanger poderíamos vir a ser. Um moleque de bairro, de uma favela Argentina, com um talento especifico, como única chance de mudar a sua vida. Se apegaria a isso com toda a fé e todos os pecados do mundo. Seria nosso rival, mas jamais, nosso inimigo:
– Ah lá, fodeu! – Falou Néinha. Com toda habilidade do mundo, o 10 argentino entrou driblando e abriu o placar. E o primeiro tempo virou com aquele gosto estranho na goela.
O coice que uniu a nação!
Na segunda etapa, o Renato já não estava mais ali com a gente.
A irmã e a mãe do Tocão também já faziam outras coisas. Na sala tínhamos nós que torcíamos pelo mesmo time, mas que não estávamos juntos ainda. Até que o Passarela resolveu dar um jeito nisso…
Uma jogada no meio, bola comum, sem nada de perigo pra lado nenhum e na dividida com Batista, Passarella dá um coice no meio da perna do volante nosso, pura maldade.
– Filho da puta! – gritou tocão.
– Filho, num fala palavrão… – disse Dona Dirce.
– Não, Dona Dirce! Tocão tá certo; Esse Passarella é um filho da puta mesmo! – disse o Jadão.
E nesse momento fizemos um corinho no meio da sala:
– Filho da puta, filho da puta, filho da puta…
– Mas o que é isso?!?! – indignou-se a Mãe.
Sorrindo, seu Renato, amenizou:
– Deixa os meninos, Dirce. Vamos lá pro outro quarto…
E então, sozinhos, começamos a comentar a patada do Passarella, juntos, sentando agora misturados, um do lado do outro, xingando tudo da seleção Argentina, torcendo pra valer. Ali, naquele momento, a sala da casa do Tocão virou uma arquibancada do Estádio Centenário onde rolava o jogo e juntos vimos o gol de Edevaldo, empatando para o Brasil:
– GOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLL!!!
Abraçados como amigos que sempre fomos mesmo antes de sabermos que éramos, fizemos a festa naquele domingo à tarde. Enchemos a cara de guaraná e coxinhas de frango, nos saudamos e ficamos felizes como se a vida em 1981 fosse algo muito bom. E no final, Luciano arrematou:
– Acho que aquele “contra” que num acabou a gente num precisa mais jogar. Mas acho que a gente podia se juntar pra pegar o time da Rua Camerun. Vamo?
E no caminho para a Copa de 1982, surge um novo escrete no Parque Novo Oratório…