Escolha uma Página

POR QUE GANHOU?

por Idel Halfen


Ao fim de uma Copa do Mundo costumam surgir as mais variadas teses para se explicar as razões dos resultados. 

Com o intuito de contribuir para as devidas reflexões sobre o tema será apresentado a seguir mais uma análise, a qual tem como linha de raciocínio a busca por algum tipo de correlação entre a representatividade das ligas nacionais e o desempenho das respectivas seleções na Copa do Mundo. 

Essa é a segunda vez que esse tipo de estudo é aqui desenvolvido, na versão passada relativa à Copa de 2014 – https://halfen-mktsport.blogspot.com/2014/07/ligas-versus-selecoes.html, as conclusões extraídas foram: (i) que havia uma “silenciosa” competição entre a liga e a seleção nos países, pois a maior presença de estrelas “importadas” diminuía o espaço para os jovens nativos, prejudicando assim o processo de renovação e surgimento de jogadores;

(ii) que o intercâmbio de jogadores promovia um nivelamento maior entre as seleções.

Para que a leitura não fique muito extensa, ilustraremos nossa análise com uma pequena parte das informações coletadas, mas vale informar que para se chegar às conclusões contidas nesse artigo foi utilizada uma base que contempla dados a partir da Copa de 1970.

Dessa forma podemos observar que desde a Copa de 1998 as ligas inglesas são as que mais “fornecem” jogadores para as seleções que se classificaram para cada edição do torneio. Foram 124 jogadores em 2018 (nove a mais do que em 2014) que defenderam 28 das 32 seleções participantes, sendo que tanto em 1998, como em 2010 e 2018 todo o plantel inglês atuava no próprio país. O 4º lugar agora conquistado foi sua melhor classificação desde 1990 quando ficou na mesma posição, porém, na época a liga com mais “jogadores de Copa” foi a da Itália, cuja seleção foi a 3ª colocada.


Ainda sobre a Copa desse ano, temos seguindo a Inglaterra como “celeiros” para a Copa do Mundo as ligas dos seguintes países pela ordem: Espanha, Alemanha, Itália – que não se qualificou para o torneio – e França, sobre a qual falaremos a seguir.

A campeã mundial teve sua equipe constituída por seis jogadores que atuavam na Espanha, cinco na Inglaterra, dois na Alemanha, um na Itália e nove no próprio país, ou seja, todos são oriundos das cinco principais ligas europeias.

Mas o que pensar do nível de excelência de seu campeonato, a Ligue 1?

Pelos resultados dos times franceses na última Champions League podemos inferir que a liga não esteja tão bem assim, corrobora para essa suposição o fato de que, depois da França, a seleção do Senegal foi a que teve mais jogadores no citado campeonato e que as seleções que se classificaram do 2º ao 4º lugar tiveram apenas três representantes ali jogando, sendo a que a Inglaterra não teve nenhum.

Uma avaliação menos atenta desses números poderia sugerir de que de nada adianta ter um campeonato com tantos bons jogadores como o inglês, já que a vice-campeã Croácia ficou à sua frente tendo apenas três disputando seu campeonato nacional(dois croatas e um suíço).

Claro que a conclusão não procede, pois a título de contestação poderíamos evocar que foi graças ao elevado número de jogadores atuando em seus gramados que a seleção inglesa conseguiu chegar às semifinais após 28 anos, o que também não seria absolutamente certo, afinal de contas existem inúmeros fatores que podem afetar os resultados da Copa do Mundo.

Assim, diante de tudo que foi analisado, as conclusões que consideramos razoáveis são:
1. O intercâmbio, de fato, contribui bastante para a evolução técnica dos jogadores e consequentemente das seleções, entretanto, é necessário ter em mente que o nível técnico “inicial” dos impactados pela “globalização” difere entre si, o que em outras palavras significa dizer que há também um tempo diferente para se colher os frutos.

2. Apesar de uma série histórica mais ampla proporcionar uma base estatística mais rica, é importante também considerar que a vida útil de um jogador o deixa apto a participar em boas condições de no máximo 4 edições de Copa do Mundo, ou seja, a safra de jogadores é uma variável incontrolável que afeta os resultados.

3. O modelo de disputa da Copa do Mundo não permite concluir que as equipes vencedoras são aquelas que representam necessariamente os países que têm as melhores estruturas e/ou políticas esportivas. 


Em resumo, o que podemos tirar de “verdades” sobre as teses e explicações acerca de resultados é que elas são extremamente válidas para a construção de cenários e discussões a respeito, todavia, a quantidade de variáveis incontroláveis, inclusive o dinamismo da sociedade, não permite sequer imaginar que haja uma fórmula mágica de sucesso. 

Contudo, independentemente dessa incerteza preditiva, é fundamental que informações sejam coletadas e analisadas para, dessa forma, se elaborar um planejamento que minimize os riscos de insucesso.
Isso se estende ao mercado de forma geral.

TORNEIO DE PELADA

por Itiro Tanabe


É no faustoso campo do Mello Tenis Clube, o Gigante da Leopoldina, tradicionalíssimo clube da Zona Norte carioca, que acontecem dois dos mais disputados campeonatos de futebol soçaite do Rio de Janeiro, nas categorias veteranos, que corresponde atletas até 47 anos e máster, acima desta idade. Ambos contam hoje com a participação de oito equipes, outrora 12, em três turnos, onde o campeão é conhecido após quadrangular com os quatro melhores colocados.

Em meio enorme contingente de adultos, que assim que a bola rola viram crianças, notam-se ex-profissionais como Zé Mário, Ederlei, Aurélio, Wanderley, Índio, entre outros.

No último sábado (14) foram conhecidos os campeões do 2º turno: Manguaça venceu o Renascerá pelo placar de 4×3 e levou a taça da categoria máster. Já na veterano jogaram Renascer x Renascerá, com a vitória do primeiro pelo placar de 4×1. O 3º turno começará no próximo final de semana e promete disputas tão acirradas quanto foram nos turnos anteriores. Ninguém entra em campo apenas por diversão.


Figura muito admirada, botafoguense fanático daqueles que vai à todos os jogos, com seu tradicional bordão de saudação à torcida rubro-negra, Ricardo Miranda, vulgo Papai Noel, dada sua cabeleira branca e sua igualmente barba branca, é um dos mais antigos e figura carimbada em todas as edições. Facilmente identificado na foto. E outro que não poderia deixar de ser mencionado: Luizinho, cuja habilidade com a bola pode ser notada, mesmo no auge dos seus 70 anos. Na foto, deitado com sua amiga, a bola.

Na batuta dos torneios, Thiago de Lemos, em que pese a juventude, carrega nos ombros responsabilidades gigantescas, tanto na vice-presidência do clube, como na organização dos torneios.

Museu da Pelada: Entre a vice-presidência e a condução dos torneios, qual missão lhe é mais difícil?

Thiago: Uma está diretamente ligada a outra. Ambas missões são árduas e igualmente prazerosas. Não chega ser uma missão, porém uma tarefa não muito fácil, conseguir agregar equipes para ocorrência das competições, a condução destes, para que ao final do evento, todos sintam-se felizes por ter participado.

Museu da Pelada: É de supor o desejo do engrandecimento dos campeonatos, trazendo novas equipes dos mais distintos lugares. É um plano da sua gerência?

Thiago: Mais que um plano é uma realidade. Nesse ano trouxemos quatro times de locais diferentes. E outros mais sempre serão bem-vindos. A dinâmica é grande. Uns vão pelos mais diversos motivos, outros retornam depois de anos de ausência. Fato é que estamos sempre agregando e socializando.

Museu da Pelada: Como serão os campeonatos de 2019? Pode-se esperar mudanças substanciosas?

Thiago: Muito ainda está em estudo. Tal como criar a categoria amador, que agrupará jovens entre 18 anos e 25 anos. De certo, trazer mais equipes para a categoria máster, devendo chegar a 10 quiçá 12, mesmo objetivo para a de veteranos. Quanto ao regulamento, a forma atual é de agrado geral, portanto pouco será revisado.

 

Então amigo leitor, se você deseja disputar um campeonato digno da sua equipe, ou se você busca um time para participar, entre em contato com o Thiago no clube da Leopoldina e comece a se organizar desde já.

LEMBRANÇAS DE ROMÁRIO

por Rubens Lemos 

É passar em frente ao prédio e a angústia é instantânea. Volta como em reprise a agonia das caminhadas noturnas na calçada do Hospital Infantil Varela Santiago em Natal.

Chorava na rua para não assistir ao meu filho, com um ano e um mês de idade, ser picado por agulhas, amarrado ao berço em intenso tratamento contra uma pneumonia surgida do nada.

Descobri naqueles dias o que é ser pai. Eu, Isabel e Caio só tínhamos a nós mesmos. Quando o pediatra, Doutor Edmilson Freire – médico sereno e eficiente que se tornou amigo -, deu o diagnóstico e determinou a internação, caímos no pranto, pai e mãe inexperientes e abraçados. O meu filho estava naquela fase em que todo cuidado é pouco e tudo o que faz é encantador.

Dormíamos os três no pequeno apartamento do hospital. Ele teve que ser amarrado porque não agüentava de impaciência. E se doía nele, mais ainda em mim. Pai sofre em dose tripla. Caio já demonstrava a valentia sertaneja lá do Oeste potiguar. Soluçava baixinho. Quase 20 dias de tormenta. Quando o libertaram do soro, Caio quase voou do berço e foi pouco para os milhares de abraços chorões.


É, 1994 havia começado mal. Toda a família já tinha sido castigada por uma catapora. Como sempre ocorre desde que me entendo trabalhador, férias, só por doença. Fiquei lindo, todo pipocado. No esporte, golpe traiçoeiro. O moleque Dener, que eu tenho certeza faria história bem mais que os Neymares e Robinhos, morria enforcado pelo cinto de segurança do seu carro nas imediações da Lagoa Rodrigo de Freitas.

Dener, do Vasco, achava o drible mais belo que o gol. Demais eu chorei por Dener.

Desabafar também é arma de pobre. Lembro que usei uma tarjinha preta na camisa para ir trabalhar, igual ao luto estampado nos homens interioranos.

Eu nunca fui fã de Ayrton Senna, falecido também por aqueles dias. Talvez pela chatice de Galvão Bueno e depois pelo alpinismo de uma namorada galisteia, feminino de papa-defunto em ascensão social e fulanização.

Confesso que não me integrei à comoção pela morte de Ayrton Senna. Se vivo fosse, duvido que Schumacher ganhasse tanto depois. O problema, como nos sonhos delirantes, é um pequenino se.

Caio já estava robusto e nós, felizes em nossa vida simples e assim boa além da conta. Tínhamos o suficiente e ninguém ligava pra gente, o que era melhor, o melhor da história.


Veio a Copa do Mundo. E eu com 100% de fé naquele que jamais me decepcionou em minhas preces: Romário.

Eu gostava mais de Romário do que da própria seleção. Ele levava sem saber a revolta que eu precisava extravasar. Eu tinha de ganhar alguma coisa. Ele correspondeu.Ganhou o tetra pra mim.  

O jogo contra a Holanda pôs meu pulmão de tísico à prova. Na falta cobrada por Branco, a que decidiu a partida (3×2), berrei como um Pavarotti com 50 quilos. Caio assustou-se e chorou o que não pudera quando em seu leito de hospital.

Contra a Suécia, na semifinal, o goleiro deles era um chato, Ravelli, que ficava zombando a cada chute pra fora de Mazinho, Bebeto, Zinho, até Mauro Silva arriscou de longe. Aí Romário subiu como um senador romano à tribuna, mandando a empáfia do goleiro direto pra Estocolmo.


Contra a Itália, nos pênaltis, petrificado eu fiquei quando Baggio mandou a bola pelos ares. E, sem o vozeirão de Cauby, gritei, gritei até ter dó da garganta.

Editava o Bom Dia RN na afiliada Globo em Natal. Encerrei o telejornal com um clip com a música Brasileirinho na voz de Baby Consuelo. Aquele era o hino. De todos os nós desatados.

Faz 24 anos.Isabel me confessa até hoje ter pena do pobre Baggio e a sua solidão após o fracasso e a nossa vitória. E fica indignada quando eu digo que ele fuck!. Minha mulher esquece da tragédia de Zico em 1986.

Feliz 1994. Caio hoje, 25 anos, casado, é torcedor de Copa do Mundo. Nada é perfeito. E acha exagero quando eu digo que Romário foi tudo.Ele alcançou os meus milagres.Cometeu minhas vinganças.

BOÊMIOS DA VILA F.C.

por Marton Olympio


Hoje teve Boêmios, lá no campo do Sampaio e como sempre acontece, aquele sol glorioso abriu ali sobre o bairro, deixando todo mundo bem aquecidinho. Aquele preparo de sempre: tornozeleira, caneleira, tensor pro joelho (que hoje deu uma apitada bonita), o gel de silicone pra suportar o peso no calcanhar e tudo aquilo que ajuda a dor ser menor. Ainda sentia as dores da pelada de quinta, mas, mesmo com elas, fui pra lá tentar não atrapalhar a equipe.

Para a minha surpresa eu ia começar jogando. E lá fui eu. Dois zagueiros me esperavam. Um, visivelmente mais velho e mais lento e outro jovem, esguio e veloz. Lógico que escolhi jogar pelo lado do primeiro deixando para meu amigo Marquinho, companheiro no ataque, o desenrolo com o outro beque.

Os dois, anos mais novos, com certeza iriam se entender. O jogo estava ótimo. Daqueles jogos bacanas, limpos, gostoso de ver e jogar. Divertido. E com alternativas bacana de ataque, defesa, tudo aberto e como diz a gíria: jogo jogado. E foi durante um desses embates lá na frente, trocando tintas com a zaga, que uma frase me fez lembrar uma história que me contaram essa semana.


Um time de escritores peladeiros foi enfrentar o time do Chico Buarque, o famoso Politeama. E num dos momentos do jogo, alguém deu uma chegada no Chico. Note bem que chegada não tem a ver com agressão ou tampouco fere a ética da pelada. É só uma forma de testar a resistência do corpo do adversário. Se é falta ou não, vai do juiz, do campo ou do grito. Depende muito. E, após o choque, de um jogador mais novo e robusto, Chico foi ao chão.

Climão na hora. Alguns protestos e o rapaz sem graça, ajuda o Chico a levantar e pergunta:

– O senhor tá bem?

Ao que Chico, educadamente responde com “a frase”:

– Senhor é o caralho! – E seguiu o jogo.

Hoje, em um momento de troca de marcação, aguardava a bola cruzada dentro da área, naquele movimento de empurra empurra tipico de espera da batida da falta. Eis que ouço uma frase:

– Eu tô com o magrinho… Marca o coroa! – e o zagueiro colou em mim.


Eu era o coroa. Essa frase tá mais latejante em meu corpo que meu joelho inchado e coberto de gelo. Coroa. Queria ter reagido tão rápido quanto o Chico Buarque, um verdadeiro, sem trocadilhos, craque com as palavras.

Ps.: É maravilhoso jogar no Boêmios. Obrigado a todos os envolvidos. Ah sim, ganhamos de 2 x 0. Chupa, novinho

VIVA A DIVERSIDADE!

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


França campeã, impossível não me emocionar. Fui o primeiro brasileiro campeão mundial a jogar naquele país. Tinha algumas opções, mas escolhi o Olympique de Marselha por ter um clima parecido com o do Rio de Janeiro.

Quando jogava pelo Flamengo e fazia uma excursão na Alemanha, Daniel Stern, fundador do Paris Saint-Germain, e o lendário Just Fontaine, me visitaram na concentração e me convidaram para o PSG, que acabara de subir para a Primeira Divisão. Neguei porque o frio parisiense me assustava. Depois, acabei indo para o Olympique.

Não imaginei que pudesse voltar ao Brasil porque era tratado com muito carinho pelo torcedor, na verdade pelo povo francês em geral. Mas Francisco Horta me convenceu e voltei ao Flu. De qualquer forma me sinto um dos responsáveis por abrir essa porta ao mercado brasileiro. Indiquei Jairzinho, o Furacão, e jogamos juntos. O sucesso foi tanto que o estádio do Olympique precisou ser ampliado para receber mais torcedores.

Aprendi a língua, fiz amigos, como os atores Jean Paul Belmondo e Alain Delon, o tenista Yannick Noah, e o príncipe Albert de Monaco. Colecionei gravuras de Picasso, Monet, Salvador Dali e uma revista de arte fez uma capa com o título “De Paul Cezanne a Paulo César” exaltando a poesia do futebol brasileiro.

Era convidado para os grandes eventos e recentemente fui consagrado com a Legião de Honra, importante comenda do governo francês. Vi muitos imigrantes correndo nas ruas da França. Fugiam da polícia que os impedia de vender suas bolsas “Louis Vitton” nas áreas turísticas.


Guarda Negra

Nessa época, apenas dois negros atuavam da seleção, Tresór e Jean Pierre Adams, apelidados pela imprensa de “la garde noir”, a Guarda Negra. Muita coisa mudou de lá para cá, ocorreram avanços na política e a França, com certeza, deve ser a seleção mais miscigenada.

Sobre essa grande variedade de origens, Matuidi, descendente de angolanos e congoleses, disse que a diversidade é uma das belezas da seleção francesa e, por isso, sentia orgulho em representá-la. Matuidi, Griezmann e outros 17 jogadores são filhos de imigrantes ou nasceram em outros países e se naturalizaram. As raízes são as mais diversas: Filipinas, Haiti, Congo, Senegal, Mali, Angola, Guiné, Togo, Mauritânia, Argélia, Camarões, Ilha de Guadalupe, Martinica, Alemanha, Espanha e Portugal. Isso faz bem ao futebol? Para a França fez. E muito!

Não sou historiador e a Croácia também teria seus motivos extra futebol para ganhar o título, mas falo da França por minhas ligações sentimentais. Se pudesse escolher a campeã da Copa seria a Bélgica, que apresentou o futebol mais bonito, técnico e veloz. Entre França e Croácia, a França. Tem muito mais jogadores técnicos e Didier Deschamps se deu ao luxo de não precisar usar todos os seus reservas, alguns muito bons de bola, como Thomas Lemar e Dembelé.


Essa Copa foi uma vitória do futebol porque as três primeiras mereciam o título e mesmo Didier Deschamps, uma espécie de Dunga francês, curvou-se ao futebol ofensivo. Claro que não surgiu um novo Platini, nem um novo Zinedine Zidane, mas podemos dar mil vivas a essa escola maravilhosa, que encanta o mundo não é de hoje.

Viva, Just Fontaine, Lilian Thuram, Thiery Henry, Marcel Desailly, Cantona, Mbappé, Griezmann e Pogba! Viva o futebol! Viva a diversidade!