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A BELEZA DO LOCO

por Paulo Escobar


Nasceu em Rosário talvez um dos caras mais loucos e obsessivos por jogar de maneira agradável aos olhos, e quem sabe seja também um dos mais amados e odiados ao mesmo tempo. Muito pela suas ideias e convicções que não abre mão, ganhando de cinco ou perdendo de cinco.

Desde muito pequeno cultivou um amor louco pelo Newell’sOldBoys, e já na infância prometeu a um amigo que jogaria nesse clube um dia. A loucura de Bielsa já na infância o fez amar o clube rival de seu pai, o Rosário Central, e ao chegar nas categorias de base do Newell´s seu pai nunca assistiu a um jogo seu. Sendo assim, desde muito jovem conviveu com a solidão que o futebol gera naqueles que pensam diferente ao senso comum.

Bielsa foi um zagueiro que tentou ser o melhor na sua posição, mas não conseguiu e já aos vinte cinco anos decidiu parar de jogar e se dedicar àquilo que viria ser o seu diferencial: estudou educação física e procurou pesquisar a estrutura humana virando um treinador muito jovem. Seu primeiro contato com a parte técnica e tática foi como ajudante de Griffaque, quando dirigia o Newell´s. Griffa, alías, já percebeu a loucura de Bielsa desde muito cedo. Numa das missões dadas por ele a Marcelo, pediu para ir atrás de jovens talentos, o Loco saiu pela Argentina e percorreu cerca de 30.000 kms. Nessa garimpada, conheceu um jovem chamado Gabriel, que depois viria ser o Batigol. Mas não foi a única a descoberta de talentos. Tirar o melhor de cada jogador costuma ser uma das marcas deste Loco.


A pedido do próprio Griffa, Marcelo Bielsa assumiu o Newell´s e virou técnico oficialmente aos seus 35 anos, no final de 1990 quando o time se encontrava na beira do abismo com grande risco de cair para a segunda divisão. E aí começa a remontada, levando o time a ser campeão argentino, naquela mítica celebração em que o Loco sai carregado pela torcida que cantava seu nome.

Depois disso, levou o Newell´s a final da Libertadores de 1992 contra o São Paulo, enfrentando aquele time mítico do Telê, num confronto de um futebol vistoso jogado para frente. Além dos três títulos nacionais, apresentou os primeiros sinais de um futebol jogado sem medo. A passagem foi tão marcante que o nome do estádio do Newell´s leva seu nome.

Mas como o próprio Loco costuma dizer, ele tem tido mais fracassos que êxitos, como a eliminação da Argentina na primeira fase da Copa de 2002, no qual se enfrenta a fúria midiática que esperava o fracasso daquele que confrontava as opiniões dos meios de comunicação. Bielsa, carregando a dor do fracasso, leva a Argentina a ser campeã olímpica em 2004 e logo depois renuncia, ficando três anos no silêncio sem dar declarações ou atender aqueles que o procuravam.


Volta para mudar a mentalidade de uma geração e de uma seleção acostumada ao fracasso, o Chile, e dali para frente passa por diversos times sempre ligado a cultura local ou as histórias dos seus povos. Passou pelo Marselha, Bilbao, Lille e hoje o vemos fazendo milagres com o Leeds, da segunda divisão inglesa, que está a um ponto do líder na luta para subir a Premier Liga. Na cidade de Leeds já virou cântico de estádio e faz o time jogar para frente de uma maneira linda de se ver. Imaginemos que delicia será ano que vem jogando a primeira divisão contra Guardiola, Mourinho, Klopp e Pochetino (que jogava naquele Newell´s).

A maioria dos jogadores que passam nos seus times são marcados de alguma forma. Guardiola o tem como ídolo, pois para ele não importam se há títulos ou não nos trabalhos de Bielsa, mas sempre há um estilo de jogo implantado perdendo ou ganhando se procura o gol. Um dos ensinamentos de Menotti que Bielsa leva consigo e o aplica dentro de campo é aquele citado algumas vezes pelo próprio Loco:


– Aquele que cruza o jardim – como diz Menotti – evitando o ângulo de noventa graus, pisa as flores e chega mais rápido, enquanto aquele que recorre o ângulo de noventa graus tarda mais, mas não esmaga as flores!

É assim que ele vê o futebol procurando preservar beleza e não somente visando o resultado. Bielsa procura preservar o futebol bem jogado, aquele que nos delicia a alma, procurando, acima dos títulos e dos “resultadismos”, deixar um legado.

No terremoto de 2010 no Chile, uma das cidades mais afetadas foi a de Constitución. O Loco percorreu esta cidade, conversou com as pessoas e fez questão de ajudar na construção de suas casas. Não era raro vê-lo sair nas ruas de Santiago de bicicleta indo a feira ou colocando crianças para assistir a seus treinos.  Em uma das suas mais recentes “loucuras” comprou um hotel para concentração ou para Newell´s utilizar para melhorar sua estrutura, prédio que leva por nome “Griffa”.


Procura a identificação com a história e povos que cercam os seus times, vive suas realidades e não se isenta de posições rejeitando o silêncio obrigatório imposto pelas federações. Não se silencia nem dos escândalos que as federações vivem, só ver a sua saída da seleção chilena, será que Bielsa se encaixaria nos esquemas da CBF?

Num futebol que visa somente os resultados e que mata a beleza em prol da feiura e dos lucros, Marcelo Bielsa é um verdadeiro anti-herói. Nadando contra a corrente e contra a lógica imposta, el Loco continua com sua loucura de acreditar na beleza do Futebol acima de qualquer título. Você que leu este texto, gostaria de um louco desse andando de um lado para outro intensamente no banco de seu time?

LICENÇA PRÓ – A NOVA HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR O TITENIC

por Zé Roberto Padilha


Diante da atual penúria técnica do futebol brasileiro, que conta com a pior safra da sua história, seria normal que os atuais treinadores do G-20, grupo que reúne os comandantes da sua primeira divisão, se reunissem para rever o estado de conservação dos campos de fertilização de novos talentos. Buscar a fundo as razões que levaram a cidade de Três Corações, no interior de Minas Gerais, a não revelar um novo Rei. Saber por que Quintino, no subúrbio do Rio de Janeiro, não enviou um outro Antunes ao Maracanã. E porque o São Cristovão não vê por ali nascer mais fenômenos. Isto é, buscar nas raízes dos campos de peladas do interior, e no desaparecimento dos seus heróis abnegados, com um apito na boca e uma bola debaixo do braço, que viviam a garimpar, sem CREF ou Licença Pró-Teção ao meu cargo, a nossa maior matéria prima de exportação.

Mas no lugar de ir fundo no problema, os integrantes do G-20 preferiram ficar na superfície das suas próprias ambições. Inseguros, corporativistas, tramaram nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro se reunir na sede dos Coveiros do Futebol Brasileiro (CBF) e garantir a própria sobrevivência. Afinal, como um treinador de seleção brasileira se presta ao desconforto de sentar num banco escolar para ouvir não uma preleção do Guardiola, do Mourinho, mas as considerações de um Famoso Quem em busca de uma carga horária?


Ele, Tite, o Dunga e mais os 18 anões do meu pirão primeiro, se prestaram a tal humilhação para ter direitos exclusivos sobre nós, treinadores do futebol brasileiro espalhados por todos os campos do país. Eles se rotulam comandantes da elite, mas que elite é esta que precisa buscar nos países vizinhos soluções berrantes, e Berrios, que brotavam a toda hora pelos nossos campinhos de pelada?

Sou treinador de futebol do interior, com muito orgulho. Oito anos dirigindo quatro equipes (Fluminense FC, América FC-TR, Entrerriense FC e Ariquemes FC) com quatro títulos conquistados (Estadual Carioca Infantil 87, Juvenil 89, Segunda Divisão Carioca 94 e Campeão Estadual de Rondônia 93). Pouco importa o que lutei e alcancei. Como centenas de colegas ex-atletas carregados de experiências, estou há anos sem clube porque o descaso da FERJ com o interior saiu fechando o futebol do Barra Mansa FC, de Cantagalo, de Teresópolis, e do Serrano também. Os dois clubes da minha cidade, Três Rios, que revelaram o Ferreira para a Seleção Brasileira e o Vinícius Righi para o comando do ataque do Flamengo, e o Da Silva para proteger a zaga da nação, entre tantos craques , fecharam suas portas. Sem campeonatos, ligas desportivas abandonadas, deixaram de revelar grandes jogadores, oferecer a população espetáculos ao vivo e passaram a abastecer o crescente mercado do mundo das drogas.


Ao final da reunião do G-20, na sede coveira da Granja Comary, foi registrado em ata que só eles poderão dirigir as grandes equipes dos pequenos jogadores. Pagaram uma fortuna para garantir que ninguém mais irá dirigir o Flamengo sem Nunes, o Fluminense sem Fred, o Botafogo sem Túlio e o Vasco sem o Roberto Dinamite. Pouco importa o resultado alcançado, o que vale é estar ali no comando de um Titenic que já perdeu outra Copa do Mundo, viu a Copa Libertadores da América ser disputada por dois argentinos e segue, imponente sob seus comandos, para o fundo do mar porque para o fundo das redes ninguém mais com a 9 consegue acertar.

SEM EMPREGO, SEM CARISMA E SEM AUTOCRÍTICA

por Mateus Ribeiro


José Mourinho era um grande treinador. Era.

O começo de sua carreira indicava um futuro brilhante, principalmente por conta do trabalho que desempenhou no Porto. Foram temporadas vitoriosas, com destaque para as conquistas da Copa da Uefa (2002-03) e da Liga dos Campeões da Europa (2003-04). Após conquistar o velho continente, foi para a Inglaterra, treinar o recém-milionário Chelsea.

Enquanto foi técnico dos Blues, além de conquistar a Premier League duas vezes, faturou duas vezes a Copa da Liga, uma Copa da Inglaterra, e uma Supercopa da Inglaterra. Ganhou o apelido de “The Special One”. E de fato, Mourinho era especial. Ajudou, e muito, a revolucionar o conceito de defesa, sem esquecer que o importante sempre foi marcar mais gols que o adversário, mesmo que UM a mais.

Após conquistar Portugal, a Inglaterra e a Europa, Zé Mourinho foi para a Itália, tentar manter sua carreira vitoriosa na Internazionale. Mais uma vez, vieram títulos nacionais e continentais. Detalhe: nas duas vezes que venceu a Uefa Champions League, Mourinho treinou times que não estavam cotados como principais favoritos.


Nada parecia parar o treinador luso. Até que o Real Madrid decidiu contratar seus serviços…

Em Madrid, foram três anos, algumas conquistas nacionais, mas suas declarações (sempre ácidas) e seu comportamento (um tanto quanto controverso) começaram a chamar mais a atenção do que seus resultados. Saiu do Real, e então resolveu voltar para onde teoricamente era sua casa, o Chelsea. Não deu muito certo, e mesmo com a conquista de mais um Campeonato Inglês e uma Copa da Liga, sua saída não foi das melhores. Aliás, essa parece ser a tônica da “segunda fase” da carreira de Mourinho: os títulos chegam, mas sempre temperados com doses de crise.

Seu último emprego foi no Manchester United. O roteiro foi o mesmo: títulos vieram (uma Liga Europa, uma Copa da Liga e uma Supercopa), mas as brigas internas também. Aliás, dessa vez, os desentendimentos se tornaram públicos. Quando o desafeto foi Pogba, uma mala tão pesada quanto Mourinho, o mundo ficou sabendo. Resultado: demissão no meio da temporada, com um saldo negativo, ainda mais quando se leva em consideração que o treinador solicitou reforços que custaram quase 2 Bilhões de Reais ao clube de Old Trafford.

Mourinho se tornou um personagem. Na verdade, sempre foi. A questão é que quando as conquistas começaram a diminuir de patamar, e seu nome já não figurava entre os maiores do planeta, começou a atacar repórteres, jornalistas, e quem mais cruzasse seu caminho. O português se tornou uma máquina de respostas prontas e premeditadas, quase sempre, ofensivas. E isso não é legal para ninguém.


O resultado está aí… mais uma demissão, mais brigas, e nada faz acreditar que o treinador vá fazer reflexões sobre seu comportamento. Ainda mais sabendo que o Real Madrid aparentemente está negociando com o português, de acordo com alguns órgãos de imprensa. Se fazendo o errado, o melhor time do mundo está atrás dos seus serviços, imagine se ele fizesse o certo?

Como amante do futebol e da retranca, torço para que ele se recupere e saia do personagem. Como um futuro repórter, torço para que ele melhore seu comportamento, e para que os atuais repórteres deixem de dar atenção para quem é mal educado e quer confete.

35 ANOS SEM A JULES RIMET

por André Felipe de Lima


E já se passaram 35 anos que perdemos a maior conquista da História do nosso futebol, a taça Jules Rimet. Sim, perdemos para sempre o mais valioso de todos os troféus do planeta por uma incompetência que parece entranhada na pele do brasileiro como a mais irritante das sarnas. Sim, sem escapismos ou desculpas esfarrapadas, somos exatamente o que acham da gente os ditos “civilizados” do Velho Mundo ou os americanos que afirmam ter o melhor “way of life”, ou seja, somos um bando de milhões que se resume a carnaval, bunda de fora e irresponsabilidade. Isso, sem falar no “jeitinho brasileiro”, que acabou se desdobrando em um mar fétido e insalubre de corrupção.

Não dá mais para tapar o sol com a peneira. O Brasileiro perdeu sua brasilidade. Uma das provas mais emblemáticas foi o roubo da taça Jules Rimet, que conquistamos em definitivo após o passeio de 4 a 1 na Itália, na final da Copa do Mundo de 1970.

A pobre da taça já havia sido roubada uma vez, em Londres, três meses antes da Copa do Mundo da Inglaterra. Um cachorro maroto encontrou-a abandonada e solitária perto da roda de um carro. Mas o sumiço para sempre aconteceria na antiga sede da Confederação Brasileira de Futebol, a dona CBF, na rua da Alfândega, num prédio carcomido pelo tempo, sem a mais parca infraestrutura de segurança que impedisse uma atrocidade como a que aconteceu no dia 19 de dezembro de 1983.


A taça dava sopa na sala de reuniões, onde ficava exposta para quem quisesse admirá-la. Sim, a taça original ficava ali, na maior moleza para os larápios, enquanto a réplica (vá entender uma coisa dessas…) ficava num cofre. Jamais compreenderemos tamanha estupidez, que foi motivo para piadas das mais diversas, como a do Ruy Castro, por exemplo, quando ainda era repórter da Folha de S.Paulo.

O jornalista e hoje consagrado biógrafo listou alguns nomes que teriam “todos os motivos do mundo” para roubar a taça. Entre eles, o zagueiro Brito, da seleção de 70, que, supostamente, teria ficado fulo da vida por não ter sido ele o capitão de 70 e sim Carlos Alberto Torres. João Saldanha também entrou na berlinda, e por motivos óbvios. Era o treinador do escrete de 70 até os milicos pedirem sua cabeça. Sobrou para Ademir da Guia, “o craque mais injustiçado” por sempre ter sido preterido na seleção e João Havelange, que tinha verdadeira implicância com Giulite Coutinho, então presidente da CBF. De todos os suspeitos do Ruy Castro, somente Havelange sabia o lugar exato e todos os caminhos que levavam até a taça.

Mas Ruy Castro não deixaria de fora Obdúlio Varela, o capitão uruguaio que nos humilhou na fina da Copa de 50, em pleno Maracanã. Para o jornalista, o valente charrua nunca tolerou a ideia de a Jules Rimet pertencer ao Brasil, e para sempre. A lista não para aí. O cantor Fagner vivia promovendo peladas no sítio que tinha em Fortaleza. Em algumas delas, além de jogadores “profissas”, havia estrelas da MPB como Jorge Ben Jor, Paulinho da Viola e Chico Buarque, outro “suspeitíssimo” de ter roubado a nossa taça, que desejava “concedê-la” ao Politheama, seu time de peladas e de botão.

Xuxa também poderia perfeitamente entrar no seleto rol. Afinal, presentar com a Jules Rimet o namorado Pelé, no Natal, era mais que justo. Suspeita até o último fio louro dos cabelos. Mas nenhum outro levantou tanta suspeita, segundo Ruy Castro, senão Paulo Salim Maluf. “Este não precisa de motivo”, escreveu o jornalista.


Pilhérias a parte, não houve resistência naquele malfadado dia 19 de dezembro. Os bandidos renderam o vigia e levaram a Jules Rimet e outros troféus. Giulite era o sinônimo da vergonha. Para rebater as acusações de que a segurança da sede da CBF era vexatória, dizia que a polícia é que não oferecia segurança ao povo. Sujo falando do mal lavado.

No final das contas, em maio de 1988, quatro camaradas foram em cana e condenados pelo roubo da Jules Rimet, que desapareceu para sempre das nossas vistas. Sobretudo dos nossos sonhos, sob um impiedoso fogo da incompetência que a destruiu, o mesmo fogo da vergonha que reduziu a cinzas o Museu Nacional. É, não somos um povo, somos um bando festivo e alheio ao mundo que nos cerca. Até quando vamos permanecer rindo de nossas desgraças?

O FUTEBOL ESTÁ CONTAMINADO

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Final de temporada as pessoas ficam mais emotivas, lembram-se dos que partiram, dos que chegaram, e apostam todas as fichas no ano seguinte. Também sou um sonhador e sempre acredito em um país com mais amor, justiça, compreensão e menos roubalheira. Mas não gasto minhas energias canalizando isso para o futebol, minha grande paixão. Desse, já desisti. Está totalmente contaminado e em todas as esferas. A CBF deveria ser cercada por uma tornozeleira gigante, uma devassa deveria ser feita em sua administração.

A novidade da vez é a criação desse curso para treinadores sob sua própria chancela. Caríssimo, dez mil reais! Quem não fizer estará impedido de atuar, ficará desempregado. Já elitizaram os estádios e, agora, criam um grupo de “professores riquinhos”. Na verdade, isso é um rebanho! O técnico da seleção é um pastor, a CBF uma igreja e os treinadores agora pagam seus dízimos para garantir seu lugar no céu.


Por que ao invés de pagar eles não pensaram na categoria como um todo? Por que não pensaram naqueles profissionais que moram em um fim de mundo e sequer têm dinheiro para sustentar a família? Ou vai virar moda os técnicos ganharem um milhão por mês? Isso é uma covardia e não é possível que o Ministério Público continue deixando a CBF zombar de nossa cara dessa forma escancarada! E vem o Tite dizer que não aceita receber o presidente Jair Bolsonaro, na Granja Comary! Isso é hipocrisia ao cubo. Não quero saber de Bolsonaro e político nenhum, mas ele foi eleito presidente e se quiser visitar a Granja, visitará! O Tite gosta de fazer esse jogo de cena. Deve ter um pesquisador ao lado ditando como deve agir. “Sorria!!”, “Faça cara de malvadão!”, “Triste!”, “Indignado!”, Kkkkk!!!

É porque o povo tem memória curta, mas existia um movimento de moralização do futebol chamado “Bom Senso”, liderado pelo Paulo André, Juninho Pernambucano etc etc etc . Todos sumiram, desistiram ou sei lá o quê. O Tite tinha voz ativa. Queridinho da imprensa, usava seu tom professoral para listar tudo de errado. Aí, a CBF resolveu o problema rapidinho o convocando para ser técnico da seleção. Hoje, ele se submete a tudo: amistosos medíocres, empresários dando as cartas e todo o resto que é noticiado diariamente nos jornais. O Tite já não aconteceu e pronto.


O mais ridículo de tudo são as convocações. A última novidade foi o Alan, do Vasco. “É um jogador moderno”, constatou alguém da comissão técnica. Peraí, o Alan tem quase 30 anos e desde que, garoto, atuava no Vasco jogava dessa forma, lateral, meio e até ataque. O mistério é porque só agora foi convocado. Mudou de empresário?

Me digam o que foi feito após o 10 x 1 (teve mais três da Holanda)? Respondam, sem pensar! Absolutamente nada! Outro dia, liguei a tevê e ouvi um desses comentaristas, sei lá de onde, elogiando a atuação do David Luiz. “Não acham que ele merecia uma nova chance?”, perguntou para os amigos da bancada. Olha, eu não tenho o poder de mergulhar na tela e sair lá do outro lado. Se tivesse, certamente vocês veriam o negão aqui causando um alvoroço tremendo na emissora. Ia preso, mas ia feliz, Kkkkkk!!!