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JORNALISTA MODERNO

por Marluci Martins


Jornalista moderno não manda parar as máquinas. Vira o site todo.

Jornalista moderno não faz ronda por telefone. Faz busca na internet.

Jornalista moderno não passa fax. Manda zap.

Jornalista moderno não tem agenda de papel. Salva o número no celular.

Jornalista moderno não imprime. Printa.

Jornalista moderno não usa liquid paper. Dá backspace.

Jornalista moderno não tira licença. Faz home office.

Jornalista moderno não grita pra dar esporro. Manda e-mail.

Jornalista moderno não tem hora extra. Tem banco de horas.

Jornalista moderno não quer só audiência. Quer seguidor.

Jornalista moderno não faz pescoção. Faz adiantamento.

Jornalista moderno não usa carbono. Dá Ctrl C Ctrl V.

Jornalista moderno não diagrama. Risca a página.

Jornalista moderno não usa lauda. Usa tela.

Jornalista moderno não erra. Bota a culpa no estagiário.

Jornalista moderno não fura. Analisa.

Jornalista moderno não copidesca. Dá um tapa no texto.

Jornalista moderno não usa dedo-duro. Bota link.

Jornalista moderno não recebe o jornal na porta de casa. Baixa no aplicativo.

Jornalista moderno não usa bloquinho. Usa tablet.

Jornalista moderno não tem deadline. Tem a vida inteira para olhar o passado e aprender com as mudanças que pintaram de 21 de junho de 1989 pra cá. Naquele dia, Maurício deu um toque nas costas de Leonardo, pegou de primeira e entrou para a história do título estadual do Botafogo, diante de um Flamengo sem Zico, substituído por lesão. Eu estava lá no Maracanã, fora da cobertura, apenas como espectadora, toda prosa com a carteira de trabalho recém-carimbada pelo RH da empresa. Tinha sido contratada horas antes, após um ano de estágio. O Dia era o primeiro passo de uma caminhada repleta de gols, contusões, vitórias e, sim, algumas poucas derrotas.

Jornalista moderno não fala de derrota. Nem o antigo. Nenhum fala. Jornalista nenhum vai narrar o furo que tomou, a bronca que levou, a humilhação que sofreu. Não serei a primeira, acalmem-se os poucos fãs e desafetos. Pouparei todos nós e a história de uma carreira longa – 30 anos e mais um de estágio; 1.000 plantões dominicais sustentados principalmente por uma época em que no jornalismo esportivo trabalhava-se três domingos seguidos e folgava-se um; cinco parafusos no mindinho da mão direita após um tombo durante os Jogos de 2016, e furos, muitos furos, mais dados do que tomados, graças a Deus.

Não cabe citar nomes de coleguinhas aqui. Jornalista moderno não tem memória boa. Ainda mais no meu caso, uma moderna de 51 anos que não lembra quem marcou o gol do último título do seu time. Mas, nesse caso, a culpa é mais do Vasco do que minha.

Jornalista moderno não esconde o time. Jornalista antigo também não. Se não fala, é porque tem vergonha do 15º lugar na tabela e da marca ridícula de duas vitórias em nove jogos disputados no Brasileirão. Mas vamos mudar de assunto e tomar um café.

Jornalista moderno não toma café. Se toma, não toma tanto assim. Também não queima a beirada da mesa com a guimba do cigarro porque é proibido fumar na redação. Também é proibido tomar café na redação. Também é proibido comer na redação. Também é proibido jogar bola na redação. Sério. Eu não tomei café nem fumei na redação. Mas já joguei altinha. Isso foi na virada dos anos 80 pros 90, e eu nunca chamei aquele jogo de altinha. Mas com o tempo aprendi que era esse o nome.

Era proibido tomar cerveja na redação. Então, a gente descia pro bar do Rocha, na Rua do Riachuelo, por volta das quatro da tarde. Era um catalisador de inspiração aquele lugar, com provolone, salaminho, azeitona e pão francês no cardápio em lousa e giz. A redação ficava em frente, de onde do nada surgia na janela o editor bigodudo abrindo os braços, nervoso, impaciente, acabando com a sesta etílica. “Sujou! Vamos subir”.

Jornalista moderno sobe. Vamos subir esse texto no site. Agora, rápido, tá lá, já foi…

NOSSO AMADO DESTEMIDO

João Saldanha faria anos hoje. Que saudade sentimos dele, do comentarista mais sincero que nossa imprensa já teve em todos os tempos.

por André Felipe de Lima


“Se eu fosse comprar a Copa Jules Rimet pelo seu valor real seria incapaz de desembolsar mais do que 500 dólares, porque é uma taça horrível, em termos de estética. Entretanto, por seu significado dentro do futebol mundial, estou disposto a dar minha vida para consegui-la, se for necessário”. Hoje, dia em que o inigualável João Saldanha faria 102 anos, a frase proferida pelo próprio, sintetiza a alma valente, livre e independente que o movia. João “sem medo”. Sim, sem medo de dizer o que lhe passava à mente. Se franqueza fosse palpável… ah, se pudéssemos tocá-la, bastaria cumprimentar Saldanha, homem distante de qualquer vestígio de loa ou bajulações, mas próximo, sempre, da verdade, do bem.

O gaúcho Saldanha amansador de burro bravo foi (e bem sabemos) “barrado” pela ditadura militar. Não pôde, devido à covardia dos poderosos, comandar suas domadas “feras” na Copa do Mundo de 70.

Para nós, Saldanha foi (e sempre será) — na verdade, na sinceridade e na amizade — a fagulha que possibilitou a chama do “tri”. “Eu gosto de touradas e, modéstia à parte, entendo desse esporte”. Jamais duvidamos, destemido Saldanha. E jamais deixamos de torcer por você seja lá em que canto ou nuvem do céu se encontre, e sempre integrado ao amálgama celestial do jornalismo esportivo, do qual faz parte o Nelson Rodrigues, seu doce amigo. Mande um abraço para ele, João. E vida que precisa seguir.

DINAMITE VISITA SPACE LALIGA

 

Determinada a homenagear os amantes do esporte mais popular do mundo, a LaLiga – Liga Espanhola de Futebol Profissional desembarcou no Rio de Janeiro para apresentar, pela primeira vez na América do Sul, o “Space LaLiga” – uma fan zone interativa, com 250m², que une futebol e entretenimento. 

Os visitantes participaram gratuitamente de exposições, jogos e atrações interativas ligadas ao mundo mágico da bola. “Space LaLiga”, que aconteceu do 24 a 30 de junho, no Rio Sul Shopping Center, no Rio de Janeiro, uma oportunidade para o público que está participando da CONMEBOL Copa América Brasil 2019 experimentar os valores que a LaLiga transmite e que fazem dela a Liga das Estrelas. 

Foi possível ver as camisetas oficiais dos clubes; tirar fotos com o Troféu LaLiga Santander; jogar partidas de FIFA 19; desafiar amigos em jogos de “Futmesa”; jogar totó (ou pebolim) com representação das principais equipes espanholas; ter a experiência de estar no estádio e curtir as jogadas e gols da LaLiga, usando óculos de realidade virtual; e até tirar fotos em uma sala de conferências, como nos principais estádios da Espanha. 

“Space LaLiga” aborda o futebol como parte da história e memória de cada um de nós, especialmente brasileiros e sul-americanos. Alguns ambientes trazem informações e telas interativas da Liga Espanhola de Futebol Profissional no mundo e os jogadores sul-americanos que jogaram e/ou jogam na Copa América e na Espanha. 

 
Atrações 

·         LaLiga – 90 anos de história: viaje pela história da competição por meio de vídeos. 

·         E-sports: jogue virtualmente com as equipes da LaLiga em duas estações dedicadas ao jogo FIFA 2019. 

·         VR 360: sinta a experiência de estar no estádio e curta as jogadas e gols da LaLiga. Você também fará uma imersão virtual no vestiário de uma das equipes. 

·         Copa América: LaLiga tem uma longa história com o futebol sul-americano. Relembre os jogadores que jogaram na competição. 

·         Tire fotos incríveis e poste em suas redes sociais: 

– Galeria com as camisetas oficiais dos 20 clubes da LaLiga 

– Bola oficial usada na temporada 2018/2019  

– Troféu LaLiga Santander 

– Sala de conferência de imprensa e painel de fundo (backdrop) usado em entrevistas 

 

·         Quiz LaLiga: jogue um quiz que testará seu conhecimento sobre a LaLiga. 

 

LaLiga é paixão 

Fundada em 1984, a LaLiga é uma associação esportiva que compreende as 41 equipes da primeira e segunda divisões da competição espanhola de futebol, reconhecida como a melhor do mundo com base no número de competições internacionais ganhas (Liga dos Campeões, Liga Europa) e jogadores selecionados para ganhar a Bola de Ouro. 

Com sede em Madri, a LaLiga é responsável pela LaLiga Santander, LaLiga 123 e produção de televisão – que alcançou, em apenas uma temporada, mais de 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo. A associação também tem uma fundação e é a primeira liga profissional de futebol do mundo a ter um campeonato para jogadores com deficiências intelectuais: LaLiga Genuine. 

Os visitantes do “Space LaLiga” viverão experiências que os farão perceber que a LaLiga não é apenas futebol. É, acima de tudo, um espetáculo de entretenimento. “LaLiga é paixão, comédia, drama, suspense, história de amor – o melhor futebol que você já viu”, define o presidente da LaLiga, Javier Tebas. 

 

Facebook: @LaLiga 

Instagram: @LaLiga 

YouTube: LaLiga Santander 

 

“Space LaLiga” 

Data: 24 a 30 de junho  

Hora: Terça a Sábado – 16h às 22h / Domingo – 12h às 22h 

Local:  Shopping Rio Sul (Rua Lauro Müller, 116 – Botafogo – Rio de Janeiro – RJ)  

Entrada Gratuita 

PIOR COPA AMÉRICA DE TODOS OS TEMPOS

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Finalizei a coluna sem saber o resultado de Brasil x Argentina, mas isso pouco importa. Aconteça o que acontecer essa continuará sendo a pior Copa América de todos os tempos. O futebol da América Latina nunca esteve tão nivelado por baixo. Nada se salva. Para mim, sem qualquer ironia, a melhor seleção da competição foi o Japão. Time leve e gostoso de ver! E de garotos, isso, sim, uma renovação! Sem contar que ainda foi prejudicado pelo VAR.

No mais, seleções envelhecidas, como a do Chile e Uruguai, ruins como a da Argentina, e sem sal como a do Brasil. Vendo os semblantes de Messi e Phillippe Coutinho tenho a impressão que estão clamando por ajuda aos deuses do futebol. “Nos tire daqui, nos livre dessa mediocridade!!!”, Kkkkkk!! Ninguém pensa, são bandos em campo. O Brasil tem a obrigação de ganhar essa Copa América porque joga em casa e os adversários são abaixo da crítica. Já imagino Tite comemorando como um louco! Se até em goleada contra Honduras ele vibra imagine se vencer uma Copa América!

E o Thiago Silva, nosso capitão, dizendo que o Messi é o melhor da história!!!! Mesmo que o zagueiro não tenha visto Pelé jogar é importante, pela memória do bom futebol, seu nome ser sempre citado. A verdade é que essa geração não está nem aí para Pelé e Garrincha, nunca devem ter lido nada sobre os dois e muito menos sobre os campeões de 58. Talvez por isso considerem o Arthur um cracaço. A imprensa também o considera o último biscoito do pacote. Outro dia ouvi um “estatístico de mesa redonda” apresentar números para comprovar sua eficiência: de seus últimos 50 passes errou apenas dois, algo assim…Kkkkkk!!!! Peraí, isso beira o ridículo.

Sou totalmente favorável aos passes bem trocados, mas passes de metro e meio não deveriam ser contabilizados. Arthur faz lançamentos maravilhosos? Arthur dribla? Arthur sabe cabecear? Arthur faz gols regularmente? Arthur é apenas mais um jogador endeusado por esses comentaristas que nunca viram uma bola na vida!

Se vocês, jogadores, não leram a última coluna de Joaquim Ferreira dos Santos vale uma busca. Percam um tempinho, desmarquem o horário com os tatuadores, maquiadores e cabeleireiros e leiam um texto que exalta o drible e a pureza do futebol. Não sei quanto foi Brasil x Argentina, mas torço para que Phillipe Coutinho e Messi tenham feito uma partidaça! Jogadores como eles me enchem os olhos. Torço pela vitória do bom futebol. Não posso aplaudir uma seleção brasileira acovardada, recheada de volantes caneludos.

Não posso aplaudir uma seleção argentina que depende apenas do brilho de Messi. O Brasil é o único país do mundo que ainda consegue descobrir jogadores de qualidade regularmente. O problema é que eles sofrem uma lavagem cerebral, são moldados em fábricas de gesso, ganham um passaporte europeu e viram robôs. “Estou marcando, professor Tite!”, “Estou desarmando, professor Tite!”, “Dei um carrinho, missão cumprida, professor Tite”, Kkkkk, peraí, robôs por robôs prefiro assistir “Perdidos no Espaço”.    

NO MEIO DO CAMINHO EXISTIA UMA PÉROLA

por Eliezer Cunha


Milton Queiroz da Paixão, mas conhecido como Tita. Não sei o que liga o nome ao apelido, mas, isso pouco importa. O conheci frequentando a geral do mágico Maracanã. Entrava sempre no segundo tempo ainda muito jovem em jogos sem maior expressividade. 

Destacava-se pela sua inteligência e o potencial na habilidade no cabeceio. Presenciei um dos seus gols cabeceando abaixo de meio metro de altura. Fã incondicional de Zico, queria um dia substitui-lo. Honrar a camisa dez do time rubro-negro. Lutou para isso, se sacrificou para essa missão, mas, apenas e somente tinha uma pérola no seu caminho, ele, Zico, o maior ídolo da história do Flamengo. 

Sujeitou-se a trabalhar em qualquer posição e por isso chegou à Seleção Brasileira. De ponta esquerda a ponta direita o fez com carinho e merecimento. Recusou-se até em ser convocado para a seleção por não atuar como ponta de lança. Subiu dos juniores em uma época de Carpegiani, Adílio, Zico, Andrade e Júlio César.


Lutou contra as feras, mas aguardava um lugar ao sol e a camisa 10. Entretanto o destino lhe aguardava uma missão: a final do Campeonato Carioca de 1979. Zico, a pérola, estava lesionado e não podia participar do grande jogo com o maior rival da década o Clube de Regatas Vasco da Gama. A torcida aflita estava apreensiva, sem Zico e com Roberto Dinamite do outro lado o que será de nós? 

Tarde de Domingo, ele finalmente era a camisa Dez de seu ídolo e em um jogo alucinante comanda a vitória do Mengão por 3X2. Sendo dele o gol e que, mas uma vez por cabeceio quase fora da área após um levantamento de Toninho venceu as garras do goleiro Leão. 

Seguiu seu caminho em outros clubes como Vasco e Grêmio obtendo sucesso em sua carreira, mas, a poderia ter sido diferente e com mais êxito se não houvesse uma “perola” em seu caminho.