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Jankel Schor

SENHOR EMBAIXADAS

entrevista: Sergio Pugliese | texto: Leandro Costa | fotos e vídeo: Daniel Planel 

Quem frequentou o Maracanã até o ano de 2013 certamente se lembra do Vovô das embaixadas, Jankel Schor. Dono de uma habilidade invejável, esse senhor de 92 anos nos remete as nossas melhores memórias afetivas do antigo Maracanã.


Sergio Pugliese, Jankel Schor e Leandro Costa

Vê-lo fazendo embaixadas de um lado para outro do gramado no intervalo das partidas era, de fato, uma atração à parte no jogo, ou melhor, ouso dizer que aquilo era o verdadeiro espetáculo. Perco a conta de quantos jogos modorrentos tiveram o brilho do futebol arte somente nos 15 minutos em que o Sr. Jankel era o protagonista e roubava para si o olhar atendo e admirado de milhares de espectadores.

Do alto da sabedoria de nove décadas, com um andar rápido e uma lucidez impressionante, o Vovô das embaixadas nos contou que uma hérnia provocou sua aposentadoria mas que se encontrasse um bom cirurgião tinha vontade de operar e voltar aos gramados. Enquanto isso não ocorre, fomos brindados com um mini flash back. Obrigado, Sr Jankel! A resenha foi maravilhosa.
 

 

Luizão

MÃOS MILAGROSAS

Quem nos acompanha sabe o quanto gostamos dos personagens que ficam à beira do campo. Por isso, estávamos há um bom tempo atrás de Luizão, um dos massagistas mais vitoriosos do mundo, para relembrar sua trajetória!

Em seu currículo, consta nada menos do que quatro Copas do Mundo, Olimpíadas, Pan-Americano e títulos pelo mundo inteiro. O primeiro mundial foi em 1982, mas engana-se quem pensa que o massagista acompanhou aquela seleção que encantou o mundo.

– A primeira foi com o Kuwait, em 1982, com o Parreira!

A relação de Luizão com o técnico vem desde a juventude, quando o massagista ainda tentava ser jogador e teve a oportunidade de ser treinado por Parreira em Padre Miguel, no Rio de Janeiro.

Os anos se passaram, Luizão largou o futebol e passou a servir o exército. Quis o destino, no entanto, que o futebol cruzasse seu caminho novamente, mas de uma maneira inusitada:

– Tudo começou com uma necessidade de um oficial equatoriano. Ele tinha três dias pra permanecer no curso de Guerra na Selva ou seria cortado. Liguei para o meu irmão (massagista), que me deu as instruções e eu passei três dias fazendo tratamento nele.


Resultado: o rapaz se recuperou, Luizão vibrou e decidiu que levaria aquela profissão para o resto da vida!

– Fiz o curso e estou aí há 40 anos! – lembrou!

A segunda Copa do Mundo foi em 1990 e teve um gosto especial, já que vestiu a amarelinha e fez parte da delegação de Lazaroni.

Mas nada se compara ao mundial seguinte, quando Luizão reencontrou Parreira, seu velho conhecido, e o desfecho todos conhecem.

– Com toda a sinceridade, acho que a ficha não cai imediatamente após o apito final! Recentemente, fizemos um encontro na Granja para celebrar os 25 anos do Tetra!

Durante o papo, descobrimos que o massagista conta com um acervo precioso que reúne belas fotos, camisas e muito mais! Imagem por imagem, Luizão lembrou cada momento e ao ser perguntado sobre o clube do seu coração não teve dúvidas:

– Tenho um carinho por todos, mas o São Paulo me acolheu no momento que eu mais precisava! Sofri um acidente na Dutra e tive todo o suporte deles! Cuidaram de mim de uma forma sensacional.

No fim da resenha, ainda deu tempo do nosso craque Guilherme Careca tirar uma casquinha do massagista e aproveitar uma sessão das mãos milagrosas!

Que resenha boa! Assistam ao vídeo completa!
 

 

A RAÇA DE UM GALO DE BRIGA

por Serginho 5Bocas


Lembro como se fosse hoje como eu me sentia, na época de menino, quando vinham dizer que o Maradona era melhor do que o Zico. Naquela época, o Galinho sofreu muito com a imprensa no Brasil e a torcida de outros clubes, ele não tinha este respaldo nacional que desfruta hoje em dia. 

Lembro que ele era chamado de “canela de vidro”, “jogador de Maracanã”, “craque de laboratório”, enfim, uma infinidade de nomes pejorativos que tinham a intenção de minimizar o talento de um dos melhores jogadores de todos os tempos. E o mais engraçado é que quem falava isso, não era um argentino ou um uruguaio, mas sim, brasileiros. Talvez a razão seja porque ele jogou num clube que é amado e odiado na mesma proporção, senão como entender tanto veneno destilado contra um cara que nunca fez ou falou mal a ninguém.

Hoje, para quem não viu Maradona e Zico jogarem, deve soar um pouco estranho e até certo ponto uma heresia esta comparação, mas a verdade é que Zico tinha um imenso talento e por aqui não havia nenhum outro jogador que pudesse ser comparado ao nosso Galo. Na verdade, nossos “inimigos”, nos davam mais munição, para ter certeza de que Zico era realmente um jogador diferenciado.

No ano de 1981, Zico já era jogador consagrado, e já havia vencido dois duelos contra Maradona ambos em 1979. O primeiro pela seleção no Maracanã, quando o Brasil venceu por 2×1 e Zico deixou sua marca além de ter dado o passe para Tita marcar o outro e de ter sido superior em vários aspectos, a partir de uma avaliação da revista “paulista” Placar. O outro pela seleção da FIFA contra a Argentina, também por 2×1 na comemoração de um ano do título da Copa do Mundo vencida pelos argentinos. Naquele dia, Zico só entrou no jogo no segundo tempo, deu passe para um gol com direito a lençol em Passarela e marcou outro após passe de Toninho Baiano, sendo o nome do jogo. 


Desta vez era um desafio entre Flamengo e Boca Juniors, da Argentina, ou Zico versus Maradona, enfim, mais um aperitivo antes da Copa do Mundo da Espanha que seria no ano seguinte. Também era a despedida de outra fera. Paulo Cesar Carpegiani, que estava trocando de posição, do campo para o banco, onde futuramente seria o auxiliar de Dino Sani e depois seria efetivado como técnico. Em qualquer um dos dois lugares, sua visão continuaria privilegiada. 

O jogo em si foi uma festa e o nosso Galinho literalmente foi o dono dela, jogou com febre e com furúnculos pelo corpo. Mesmo assim, fez os dois únicos gols do confronto e novamente venceu o duelo contra o Hermano Maradona. 

Zico ainda iria vencer Maradona outras vezes (nunca perdeu para o argentino), sem nunca ter seu verdadeiro valor reconhecido até hoje, mas naquele dia, o Galinho mostrou quem mandava no terreiro com toda sua categoria, mas principalmente com muita raça, e pouco se fala disso hoje em dia. Era uma época que ainda se ouvia falar em amor a camisa, sem beijinho no escudo.

Ô tempo bão!

Um forte abraço

Serginho5Bocas 

QUERO VOLTAR A ASSISTIR FUTEBOL

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


A empolgação dos rubro-negros é tanta que alguns torcedores me abordaram no aeroporto querendo saber se já não estava na hora de Jorge Jesus assumir a seleção brasileira. Rimos muito, trocamos ideias saudáveis e lembrei o período em que passei na Gávea. Fiz questão de deixar claro que Tite não é a pessoa certa para liderar a renovação do futebol brasileiro. Perderemos mais uma geração nas mãos da escola gaúcha, retrógrada, velha, burocrática e retranqueira.

E digo mais, já passou da hora de um estrangeiro assumir esse cargo. O trabalho de Jorge Jesus e Sampaoli servem para trazer essa discussão de volta. Por que não convidarmos o alemão Jürgen Klopp, do Liverpool, ou o espanhol Josep Guardiola, ou o francês Arsène Wenger ou o italiano Claudio Ranieri??? Quando vejo à beira do campo os profissionais que cuidam de nossas seleções de base chego a me arrepiar e não enxergo a luz no fim do túnel. Não conheço ninguém! Todos sem histórico e bagagem para assumirem esses cargos.

Por onde andam Rogério Micale, campeão olímpico, e Carlos Amadeu, que estava em recente fiasco da seleção sub 20? Quem serão os próximos aventureiros? Ou a CBF muda radicalmente essas escolhas ou continuaremos nos afundando na areia movediça da mediocridade. Essa renovação é mais do que necessária!

Me apontem dois técnicos revelações que tenham surgido no mercado! Todos nascem com ideias ultrapassadas. Novo e com qualidade lembro de Tiago Nunes, do Athletico Paranaense, que ficou de interino de Fernando Diniz, até assumir um time sem estrelas. Vá listando os clubes e seus professores e verão que não saímos do lugar, inclusive na Segunda e Terceira Divisões. Só cego não enxerga isso.

Li uma entrevista de Jorge Jesus muito boa em que ele coloca o dedo na ferida aberta por nossos treinadores. Segundo Jesus, eles sempre se agarram e apostam suas fichas no talento de um ou dois jogadores capazes de decidir uma partida, como foi com Romário e Bebeto, e os Ronaldos. Esquecem o conjunto. Por isso, Tite diz para quem quiser ouvir que Neymar é imprescindível. Porque ele, e somente ele, pode garantir o seu emprego.

Tite já teve tempo de sobra e não conseguiu montar um time. E não me venham falar de Copa América, esse papo para boi dormir. Hoje, nenhum brasileiro tem capacidade para comandar a tão sonhada renovação do futebol brasileiro.

Se 99% dos jogadores atuam na Europa por que não trazer um treinador de lá? Mas para comandar as da base e a principal!

Quem viu Botafogo x Ceará e Fluminense x Corinthians entende bem o que estou dizendo. Não dá mais! Quero voltar a assistir jogos de futebol!!!

Cansei de ver os animais se acasalando no Animal Planet, já aprendi a fazer feijoada natureba nos diversos canais de gastronomia, sei tudo sobre decoração, já vi todos os desenhos do Pica-Pau e até Pesque-Pague, do filho do Datena, estava assistindo outro dia! Por isso peço encarecidamente aos dirigentes da CBF: não deixem o futebol sair da minha vida!!! 

O NOME DA ARENA

por Idel Halfen


Ao contrário do Brasil, onde a comercialização do naming rights de alguma instalação, seja esportiva ou cultural, ainda é bastante incipiente, nos EUA esta prática já está absolutamente consolidada e, apesar dos vultosos valores envolvidos, a demanda por essa modalidade de patrocínio se mantém em alta.

Pelo fato destes contratos serem de longa duração, as notícias sobre naming rights no que tange a cifras e eventuais mudanças só costumam surgir nos períodos de inauguração, renovação ou no caso de eventuais processos de fusões ou aquisições que envolvam algum dos detentores desses direitos. O que é ótimo, pois, dessa forma permite que o nome do patrocinador vá se consolidando na mente da população como parte realmente integrante da arena.

Em Miami, embora a American Airlines detenha os direitos ao nome da principal arena da cidade até o final de 2019, os noticiários sobre quem será o substituto estão bastante aquecidos graças ao interesse manifestado por uma empresa de uma inusitada indústria: o site de pornografia chamado BangBros.com, cuja sede também fica em Miami.


Muito provavelmente a negociação não irá adiante já que o orçamento de marketing do site fica aquém do que estará sendo pedido pelos naming rights da arena, devendo ser ressaltado que a simples manifestação da intenção já foi benéfica para a marca do site, que certamente ficou mais conhecida e popular com a notícia e sem ter nada investido.

Independentemente dos desdobramentos, o caso em si é bastante útil para nossas reflexões acerca dos limites que devem – ou não – ser impostos nas relações que envolvam patrocínios de forma geral, lembrando aqui que em 2016 uma empresa do ramo de “maconha” tentou sem sucesso adquirir o naming rights do Mile High Stadium de Denver, campo onde os Broncos, franquia de futebol americano, sedia seus jogos.

Negar que a pornografia ocupa grande parte do tempo dispendido no mundo online e nele movimenta cerca de US$ 5 bilhões seria hipocrisia, mas até que ponto ela deve ser disponibilizada e incentivada? Para quem, quando e como também são questionamentos pertinentes, cujas respostas não podem ser consideradas absolutas visto dependerem de fatores que variam de geração e do grau de educação, entre outros.

A associação entre marcas, conceito que deve reger qualquer iniciativa de patrocínio, é um dos pontos que precisa ser bastante discutido nas avaliações de propostas de parcerias mercadológicas. Nesse contexto, é fato que os valores do esporte não poderiam guardar nenhum tipo de relação com pornografia, porém, é necessário observar que algumas competições estão se tornando muito mais atividades de entretenimento do que propriamente de esporte em sua essência original.
Em vista disso, não causaria espanto saber que os fãs da NBA, por exemplo, também acessam sites de pornografia ou vice-versa, contudo, é preciso considerar que crianças estão incluídas no contingente de fãs e como tal penso que não devam ser submetidas a impulsos que as levem a buscar conteúdos pornográficos.


A propósito, vale salientar que a arena que serve como tema do artigo não recebe apenas jogos de basquetebol, sendo usada também para shows, dentre os quais se incluem os voltados ao público infantil. Imaginem um espetáculo da Disney sendo realizado num local que tem o nome e é patrocinado por um site pornográfico. Certamente algumas situações constrangedoras aconteceriam, as quais deixaremos para as divagações do leitor.

Esta última argumentação me parece crucial para a formação de uma opinião a respeito, ou seja, mesmo sendo a favor da liberdade de expressão, há que se impor limites para que crianças não sejam de alguma forma incentivadas a amadurecerem de forma não natural.
Pode até ser que não haja consenso acerca da conclusão acima, no entanto, uma certeza pode ser extraída de toda essa repercussão:a de que o “naming rights” é um ativo de extrema relevância para o posicionamento de uma marca.
Pena que grande parte das empresas no Brasil não tenham essa percepção.