NÃO SERÁ O FIM DOS TEMPOS. APENAS SEU RECOMEÇO
por José Roberto Padilha
Todos nós, com raras exceções, já repetimos uma matéria na escola. Outros, perderam o ano. As disciplinas exatas, então, foram cruéis com os que viviam no “Mundo de Bob”. Isto é, não prestavam atenção às aulas, estudavam pouco em casa e jogavam bola o dia inteiro. Como eu. E um puxão de orelha, um castigo, nos devolveu mais espertos a enxergar a importância da educação na vida da gente.
Sendo assim, não vejo o fim dos tempos se aproximando, um fantasma do América, por exemplo, rondando nossa paixão quando o Fluminense tira nota baixa e ocupa a zona de rebaixamento. E corre o risco de repetir o ano.
Ele não fez o dever de casa. Suas duas maiores contratações ocupam a mesma posição e precisam de um leão para voltar e ajudar na marcação. E o Leão, que era o Gérson, deram comida, formaram nas arenas de Xerém e o deixaram escapar para o Ninho do Urubu.
Seu sistema tático implantado na pré-temporada foi futurista, mas logo as exigências dos resultados presentes acabaram nas pranchetas ultrapassadas de Oswaldo de Oliveira. Pior: na fase final, foi herdado pelas mãos de quem ainda procura seu espaço no tempo da bola, o Marcão.
Tantos erros podem levá-lo, merecidamente, a repetir o ano. E eu digo: qual o problema se todos os times grandes que caíram subiram fortalecidos no ano seguinte?
Quando um grande cai, e as campanhas recentes de Botafogo, Palmeiras, Grêmio e Vasco estão aí para serem conferidas, a segunda divisão se torna uma primeira divisão B porque as televisões vão pagar melhor perante maiores audiências. Ao contrário de assistir seu time de vez em quando, todos os seus jogos serão transmitidos com exclusividade, sem pagar o Canal Premiére, todas as terças e sextas.
E você, tricolor, vai acompanhar mais, saber de cor a escalação e, principalmente, voltar a ter o gostinho da vitória. É estatística: os grandes que caíram ganharam 90% dos seus jogos.
O ano passa rápido. E as lições aprendidas, erros não mais cometidos, vão tratar de devolver uma das mais respeitadas e tradicionais agremiações do futebol brasileiro, símbolo de organização e disciplina, ao lugar que o Fluminense merece.
Um puxão de orelhas, uma visita dos alunos a sua gloriosa sala de troféus, uma palestra do Rivelino, outra do Edinho, um Rubens Galáxe comandando sua delegação à Porto Alegre, quem sabe a ficha cai e estes meninos alcancem, de uma vez por todas, o tamanho da história do tricolor das Laranjeiras dentro do futebol brasileiro. E lutem, e estudem, até o apito final.
Toninho
BOLT BRASILEIRO COM CHEIRO DE GOL
Um grande contador de causos, o Toninho. Sua convivência com os pescadores de Governador Celso Ramos, sua cidade natal, localizada na Grande Florianópolis, de onde saiu para a capital catarinense com apenas dois anos de idade, pode ter aguçado esse lado naquele que se destacou em meio a tantos Toninhos que o Brasil já teve em seus campos de futebol. Hoje, vivendo mais na casa de praia do que em sua residência em Floripa, foi lá que ele relembrou para nós as muitas histórias que viveu dentro e fora das quatro linhas. Quase sempre com riqueza de detalhes.
Ex-velocista no Exército, Toninho partiu como um coelhinho de desenho animado (salve Nelson!) para as áreas adversárias com a gana do gol. E fez muitos, primeiramente por Avaí e Figueirense, troca que mexeu muito com as duas torcidas rivais de Santa Catarina nos anos 70. Porém, quando fez dois gols pelo Gigante do Estreito num empate com o Palmeiras no antigo Parque Antarctica, de posse de seu passe, zarpou para o Verdão. E se consagrou ao lado de Jorge Mendonça, Ademir da Guia, Edu Bala e Nei para citar apenas o esquadrão ofensivo daquele time que deu o último suspiro de glórias da Academia, em 1976. Depois veio um longo jejum de títulos (até 1992), mas Toninho só ficou até 79, sendo vice brasileiro em 78, perdendo na final para o Guarani do seu amigo Zenon, no mesmo ano em que imaginava que pudesse vestir a camisa da seleção numa Copa do Mundo.
Foi para o Cruzeiro acreditando que teria somente bons momentos com os craques da Toca da Raposa, mas Nelinho o desanimou logo de cara, os salários viviam atrasados e muita gente boa já estava começando a sair do clube azul. Deixou lá sua marca e foi para o Corinthians, logo o maior rival do Palmeiras, bem no nascedouro da Democracia em Preto e Branco (salve Asbeg!), e não se furtou a fazer uma crítica ao regime: treinava-se pouco. Foi para o Chile de Pinochet e disse ter boas lembranças, apesar da ditadura de lá e dos terremotos. Voltou para o Brasil ainda no início dos anos 80 e após passar por Ponte Preta, Avaí, entre outros clubes, encerrou a carreira, mas não fechou o baú de ótimas memórias.
Um lado muito curioso e saudável demonstrado por Toninho neste descontraído bate-papo foi a capacidade de auto-ironia. Ele não evitou contar histórias em que ele mesmo se deu mal e revelou que faz isso para se antecipar às pilhérias e enfraquecê-las. Até nisso ele ainda é veloz para continuar marcando seus gols na vida. Literalmente, inclusive, pois aos 67 anos, completados três dias após a nossa conversa, exibe ótima forma física de quem continua disputando suas peladas com afinco.
MISSÃO APOLLO
Quem acompanha o Museu sabe que adoramos não só as histórias dos grandes ídolos, mas também aquelas que muita gente não conhece. Por isso, pegamos a estrada com o Pelada Móvel e fomos até Arraial do Cabo saber mais sobre o A.C. Apollo, clube que parou a cidade ao conquistar a 3ª divisão do Campeonato Carioca em 1993.
Nada disso seria possível, no entanto, sem a ajuda do parceiro Marcelo Cortez, que nos deu a ideia e ajudou a reunir os craques que realizaram o feito. Uma das peças fundamentais, o craque Dudu, ídolo do Vasco da Gama, fez questão de marcar presença. Afinal de contas, o pontapé inicial foi dado por ele:
– Eu comandei a peneira para montar esse time e deixar pronto para o campeonato. Tenho orgulho de ter feito parte e ser amigo deles hoje!
Para alcançar o título, o Apollo teve que superar equipes como Esporte Clube Lucas, Everest Atlético Clube e Esporte Clube Italva no quadrangular final. Embora fossem adversários complicadíssimos, o time amarelo e preto tinha um diferencial.
– O fundamental desse grupo era a união. A gente se conhecia desde criança e a união fez a força! A população abraçou, lotava o estádio (Barcelão) e nos tornamos o time mais tradicional de Arraial! – disse o campeão Laurindo.
Vale ressaltar que o torneio era a primeira oportunidade de muitos nos profissionais, mas o grupo deu liga e foi surpreendendo os adversários. Ao longo da competição, a empolgação dos moradores de Arraial era cada vez mais visível. Contudo, no duelo decisivo, o Apollo visitaria o Esporte Clube Lucas, o seu maior rival, precisando pontuar e torcer por resultados.
Se já não fosse o bastante, o goleirão Baiano – eleito o melhor jogador do campeonato – sofreu uma fratura na mão e Marcelão, o substituto, vinha de um longo período de inatividade por conta de lesões no joelho. Para quem não sabe, além de grande goleiro, Marcelão é um grande parceiro nosso e uma enciclopédia do futebol, que vive nos sugerindo pautas interessantes.
– A impressão que eu tenho hoje é que poderíamos jogar até o outro dia que não sairia nenhum gol! Terminou 0x0. Até hoje sou respeitado!
O curioso é que os tempos eram outros e a comunicação não era tão avançada como hoje. Após o apito final, os jogadores voltaram para o vestiário, tomaram a ducha e só foram saber do resultado da outra partida no meio da estrada.
– Foi uma alegria no ônibus, a cidade parou! Teve bloco e tudo! Um dia inesquecível! – lembrou Teleco.
Campeão da Libertadores em 2002 pelo Olímpia-PAR, o lateral Da Silva deu seus primeiros passos no futebol profissional naquela competição e trata a conquista com o maior carinho.
– Foi muito especial ser campeão pelo clube da minha cidade. Jamais vou esquecer de mencionar quando me perguntarem sobre os meus títulos. Pra mim tem tanta importância quanto o da Libertadores – disparou.
Ser campeão é bom, mas representando a cidade e ao lado dos amigos de infância é, sem dúvidas, uma das maiores alegrias de todos os tempos. O orgulho era visível no rosto de cada um, mesmo após 26 anos da conquista!
Que resenha!
“EU SOU O ETERNO VICE CAMPEÃO”
por Israel Cayo Campos
A frase do título é uma citação feita por Ademir Menezes em uma entrevista onde desabafa sua frustração por só ser lembrado pela derrota na Copa do Mundo de 1950.
Obviamente, uma grande mágoa assolava o coração do pernambucano que fora ídolo do Sport Clube do Recife e do Vasco da Gama. Onde várias vezes se sagrou campeão.
Na Seleção brasileira também fora vencedor… Da Copa Roca em 1945, do Sulamericano, atual Copa América de 1949, e dos jogos Pan-americanos de 1952.
Mas não adianta, mesmo com um curriculum invejável a qualquer camisa nove, o “Queixada” acabou ficando marcado a ferro e fogo pelo fatídico Maracanazzo.
Mas se a história de Ademir “Queixada” se mistura com o vice-campeonato do Brasil em 1950. Que ao menos fique a homenagem ao grande mundial feito por esse matador!
Até hoje, nenhum jogador brasileiro conseguiu marcar nove gols em apenas uma Copa do Mundo! E como forma de homenageá-lo no dia de seu aniversário (08 de novembro de 1922), vamos destrinchar seus belos gols no torneio que para o bem ou para o mal, o colocou no hall dos maiores atacantes brasileiros de todos os tempos.
Com certeza se tivesse vencido aquela Copa, Ademir hoje seria comparado a Vavá, Romário e Ronaldo. Infelizmente a história é contada pelos vencedores, mas o interlocutor que vos escreve entra em contradição, pois para mim Ademir Menezes sempre deve ser lembrado como um vencedor!
Dois primeiros gols:
No dia 24 de junho, estreia brasileira contra o México, Ademir marcou um belo gol de cabeça aos 30 minutos de jogo que abriu a contagem para os brasileiros, e jogando com a camisa oito, ainda fechou o caixão mexicano aos 34 do segundo tempo com outro belo gol. O Brasil estreava com um imponente quatro a zero no ainda Estádio Municipal do Rio de Janeiro.
Terceiro gol:
Após passar em branco contra a Suíça no empate por dois tentos a dois no dia 28 de junho. Ademir volta a marcar contra os Iugoslavos no Maracanã. Não eram nem quatro minutos de jogo quando o atacante da Seleção que ainda se vestia de branco com detalhes azuis deixou a sua marca como um autêntico camisa nove. Praticamente dentro da pequena área recebendo um belo passe de Zizinho.
O “mestre Ziza”, que estreava naquele mundial no jogo contra a Iugoslávia por estar se recuperando de uma lesão, acabou dando números finais a partida! Com essa vitória sobre a seleção dos Balcãs, o Brasil se classificava rumo a fase final do torneio!
Do gol quatro ao número sete:
Dia nove de julho de 1950, o Brasil iria enfrentar a Suécia. Que apesar de ser nossa freguesa histórica em Copas do Mundo, a época havia eliminado na fase de grupos a então atual bicampeã mundial Itália.
Mas isso parece não ter intimidado Ademir, que novamente no Maracanã desfilou seu talento…
Logo aos 17, já vestindo a camisa nove, o nosso homenageado recebe passe de Jair e da entrada da área e manda um “petardo” seco e rasteiro no canto direito do goleiro, era o início do show.
Aos 36, o segundo gol da Seleção brasileira e de Ademir na partida. Mais uma vez com um belo passe de Jair, dessa vez um “balãozinho” sobre o defensor sueco Nordahl, o Queixada recebeu a bola na marca do pênalti e com um toquinho tirou qualquer chance de defesa do goleiro. Belíssimo tento.
Um minuto depois, Ademir deu o passe para que Chico marcasse o terceiro gol brasileiro!
Aos sete da segunda etapa, o quarto gol do Brasil. Terceiro de Ademir. Mais uma vez, como um Romário dos anos 1940/50, dentro da grande área o nosso atacante chuta de maneira “despretensiosa” e acaba contando com uma falha do arqueiro sueco. A bola morre lentamente no canto esquerdo do mesmo. A torcida em polvorosa delira no Maracanã!
Mas cinco minutos após o quarto gol do Brasil, um endiabrado Ademir anota também seu quarto gol na partida! Em mais um passe na medida de Jair Rosa Pinto, O “Queixada” entra na pequena área pelas costas do zagueiro Nordahl (como sofreu o Nordahl nesse dia!), driblou o goleiro e ao estilo Ronaldo fenômeno em seu auge entrou com bola e tudo! Era o quinto gol brasileiro!
Andersson diminuiria para os suecos, Maneca e Chico (pela segunda vez), ampliariam para o Brasil. Era o fim de uma goleada histórica. Um chocolate brasileiro por sete a um. Um chocolate de Ademir Menezes!
Gol oito (polêmico) e gol nove:
No dia 13 de julho o Brasil se preparava para enfrentar a Espanha pela segunda rodada do quadrangular final do quarto mundial da FIFA.
Logo aos 15, assim como algo supersticioso, Ademir marcava o primeiro gol do jogo, seu oitavo no torneio! O curioso é que sempre que Ademir marcou o primeiro gol do jogo, o Brasil saiu com a vitória naquela Copa do Mundo!
Contudo, há uma polemica nesse gol. Ademir entrou pela esquerda da grande área e chutou forte. A bola desviou no zagueiro espanhol Parra, e entrou! Os narradores de rádio da época informavam que havia sido um gol contra espanhol, mas na súmula, o tento foi dado ao nosso artilheiro. Que na modesta opinião do interlocutor, realmente mereceu que o gol lhe pertencesse! Sendo o desvio de Parra insuficiente para que se fosse considerado um gol contra! A polêmica ficou, mas para a história do futebol, era mais um gol de Ademir Menezes na Copa de 1950.
Quando o jogo já estava quatro a zero para os brasileiros, Ademir deixou sua marca novamente. Aos doze da etapa final, Zizinho dá um belo lançamento para nosso homenageado, que marca mais um belo gol na pequena área. Era o nono gol de Ademir no torneio! Ao som de um Maracanã com mais de cem mil pessoas a entoar “Touradas de Madri”. Marchinha carnavalesca de Braguinha e Alberto Ribeiro…
“Eu fui às touradas em Madri/ E quase não volto mais aqui/ Pra ver Peri beijar Ceci. / Eu conheci uma espanhola /Natural da Catalunha; /Queria que eu tocasse castanhola /E pegasse touro à unha. /Caramba! Caracoles! Sou do samba, /Não me amoles. /Pro Brasil eu vou fugir! /Isto é conversa mole para boi dormir!” entoavam em coro uníssono os torcedores brasileiros.
O jogo terminou seis a um para os brasileiros. Ademir era ovacionado em campo! E preferimos parar por aqui! Até porque a história do nosso Ademir Queixada, o artilheiro máximo da Copa de 1950, com gols que deixariam os grandes centroavantes da época da TV em cores com inveja, merece um desfecho positivo.
Obrigado Ademir Menezes pelas alegrias proporcionadas ao povo brasileiro em 1950. Pois se em qualquer esporte só um vence, devem ser valorizadas as alegrias que cada partida proporciona. E como o “Queixada” as proporcionou naquele ano ao povo brasileiro no ainda Estádio Municipal do Rio de Janeiro! O primeiro goleador do Maracanã!
BEM MAIS DO QUE TRÊS PÊNALTIS PERDIDOS EM UM JOGO SÓ
por Israel Cayo Campos
“O que finalmente eu mais sei sobre a moral e as obrigações do homem devo ao futebol…”
A frase, embora nunca comprovada, é atribuída ao Prêmio Nobel de literatura franco-argelino Albert Camus. O que se sabe é que Camus era fã de futebol, e que a frase, seja dele ou não, se encaixa perfeitamente com Martin Palermo, que hoje completa 46 anos.
Palermo ficou famoso aqui no Brasil na Copa América do Paraguai, em 1999, após um jogo contra a Colômbia onde o argentino conseguiu a façanha, até onde sei inédita, de perder três penalidades máximas em tempo normal.
Curiosamente, com um chute para fora, um na trave e outro defendido pelo goleiro colombiano.
Mas o garoto nascido em La Plata, e que teve o início de sua carreira no possante Estudiantes, de sua cidade natal, foi muito mais do que essa fatídica partida, pelo Boca Juniors, clube pelo qual se destacou, é o maior artilheiro da história do clube. São 235 gols com a camisa do time de Buenos Aires, superando a lenda dos anos 1930, Roberto Cherro.
Palermo chegou ao Boca Juniors em 1997, a pedido de nada mais nada menos que Dom Diego Armando Maradona. E não decepcionou com a camisa gigante de “La Bombonera”, conquistando dois títulos argentinos em três anos, e sendo artilheiro da equipe nessas conquistas, em 1997 e 1999.
Em 2000, o auge. Dois gols na final do Mundial contra o poderoso Real Madrid, eleito o melhor jogador em campo, e o título do campeonato mundial de clubes daquele ano. Eu sei, os corintianos vão discordar!
Longe de ser um primor técnico, a raça e o faro de gol o tornaram ídolo da torcida, o que em um futebol já globalizado, fez com que clubes da Europa logo se interessassem por seu futebol. Entre 2001 e 2004, perambulou por clubes espanhóis como Villarreal, Real Bétis e Alavés sem muito destaque. Era hora de voltar ao seu grande amor, em 2004 estava de volta ao Boca Juniors.
Em sua volta, fez times brasileiros sofrerem. O Internacional na Sulamericana de 2004, O São Paulo na Recopa Sul-americana de 2006, e o Grêmio na final da Copa Libertadores de 2007. Ao lado da lenda Riquelme, esteve na fase mais vencedora do Boca Juniors.
Em 2010, teve uma nova chance na seleção albiceleste. Maradona, então técnico da Argentina o convocou para a Copa do Mundo, onde marcou até um gol contra a Grécia, mas teve uma atuação discreta na Copa do Mundo da África do Sul. Um ano depois, em 2011, encerrava a carreira no seu “Boca” de coração.
Apesar das chacotas que viveu pelo jogo já citado contra a Colômbia, Palermo teve uma carreira de muitos gols e títulos.
Se ele não entra como um dos maiores camisas nove da seleção argentina, marcou apenas nove gols pelo seu país, ser o maior artilheiro da história do maior time da América do Sul o coloca em um patamar de jogador respeitado. Sem contar os títulos: Seis campeonatos argentinos, duas Copas Libertadores (2000 e 2007), duas Copas Sulamericanas, três Recopas e um Mundial de Clubes em 2000.
Martin é o exemplo vivo da frase de Camus. A moral o tornou um jogador caneludo, principalmente para os brasileiros, mas as obrigações o tornaram um goleador respeitado e multicampeão, apesar das limitações técnicas que de fato possuía! Palermo é a metáfora perfeita de como o futebol imita a vida, ou seria o contrário?
De qualquer forma, parabéns, Palermo, pela sua vitoriosa carreira em mais uma primavera completa. Por mais que para o mundo você seja o homem dos três penais perdidos em um jogo, para torcida Boca, você sempre terá um espaço reservado no coração xeneize como um dos maiores ídolos do clube! E ser ídolo de um clube como o Boca Juniors, uma das mais apaixonadas do mundo, é um motivo para se orgulhar, com toda certeza!