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CONSCIÊNCIA GERAL

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Hoje é Dia Nacional da Consciência Negra e os atos de racismo continuam nos atormentando, inclusive nos estádios. Assim como Nelson Mandela, sonho com o dia em que todos se levantarão e compreenderão que fomos feitos para vivermos como irmãos. Esse dia há de chegar! O futebol é uma ferramenta social importante, pois em um mesmo time jogam atletas de vários países. Esse intercâmbio é fundamental.

Hoje, a discussão da vez, de certa forma preconceituosa, é sobre o sucesso de um treinador português no futebol brasileiro. É ridículo demais, afinal os brasileiros invadiram Portugal e, pelo que eu saiba, são muito bem recebidos por lá. No futebol, nem se fala! Há anos treinadores brasileiros vêm dirigindo times portugueses e nunca ouvi falar em roubo de espaço. Os professores daqui nunca viram com bons olhos a chegada de profissionais de outros países, se sentem os donos do pedaço. Ao invés de mergulharem nessa troca de experiências torcem contra.

Hoje deveria ser o Dia Nacional da Consciência Geral. Chega de falar que no futebol atual não há mais espaço para os baixinhos, para os lentos, para os carecas, Kkkkk, desses ainda não pegaram no pé! O futebol nasceu para abrir portas e derrubar muros. Por isso, não gostamos dos retranqueiros porque eles fecham portas, Kkkk!!! E fecham com força!!! O futebol foi feito para fluir. O futebol é uma dança, é plástico, é pura arte. O futebol é multicolor!

Sobre a última rodada, nenhuma novidade e apresentações pavorosas. Não encontro outro adjetivo para Cruzeiro, Inter e Corinthians.

A seleção sub-17 conseguiu um feito, ser campeã mundial sem ter sido classificada nas Eliminatórias, Kkkkk. E todos acham lindo, a imprensa exalta e vamos vivendo no famoso me engana que eu gosto.

A seleção de Tite não vencia há incríveis cinco jogos, desde a final da Copa América! Só conseguiu ganhar da poderosa Coreia e Rodrygo, que vem encantando os europeus, só entrou nos acréscimos. Talvez porque o menino tenha sido elogiado por Zidane no Real Madrid e, como se sabe, nossos professores são contrários as opiniões dos estrangeiros, Kkkkk.

RACISMO COMO CARTA NA MANGA: MAL AMADOS BEM ARMADOS

por Brenno Carnevale


No último dia 10 de novembro testemunhamos mais um episódio odioso de discriminação racial nos estádios de futebol.

Em Minas Gerais, um “torcedor” indignado com a atuação dos agentes de segurança que supostamente fecharam uma saída de emergência disparou a seguinte frase contra um deles: “olha a sua cor”.

Discriminação racial escancarada e afrontosa, mas, infelizmente, não surpreendente.

Na verdade, a fase oral do racismo, isto é, quando as palavras de ódio e discriminação são efetivamente proferidas, revela-se apenas a ponta do iceberg.

Muito antes do grito repugnante, o racismo e a discriminação já se encontram consolidados na estrutura mental e comportamental daquele que se julga mais puro.

Conclui-se, então, lamentavelmente, que os racistas existem em muito maior quantidade do que somos capazes de ouvir.

Em outras palavras: existem muitos racistas que nunca xingaram um negro de macaco (para usar um triste e corriqueiro exemplo de racismo escancarado), mas que nem por isso deixam de ser racistas.

O racismo, muito antes de ganhar a forma de voz e xingamento, se encontra enraizado nas estruturas mentais e nas perspectivas e formas de ver o mundo.

No Brasil, que vive o mito de país miscigenado com a fantasia (quiçá intencional) de povo cordial, o racismo funciona como verdadeira carta na manga.

É o super-trunfo do prestígio social.

Se o garçom, o porteiro, o pedreiro, o faxineiro, o segurança, a diarista, o advogado, o motorista, o policial, o professor, o jornalista, o médico, o engenheiro (e tantos outros) fizerem tudo de acordo com a vontade de seus “senhores”, a relação será amistosa, respeitosa e, quem sabe, até amigável.

Mas o conforto de muitos brancos está em suas estruturas mentais de superioridade.

No primeiro interesse não satisfeito dos arianos “donos do poder” ou no primeiro deslize daqueles que os servem, é sintomático o pensamento e o comportamento que coloca os outros na condição de inferioridade e de seres dignos de desprezo.

É o mantra criminoso: “Tinha que ser negro/preto”, tatuado na mente doente de muitos mal amados, mantra este que ganha a roupagem de uma enorme miscelânea de comportamentos odiosos, desde a forma de olhar até o ruído de cortar qualquer coração que ainda se digne de assim ser chamado, ruído bem simbolizado pela famigerada frase: “olha a sua cor”.

Olhar a cor do outro e percebê-lo como um igual é um ótimo exercício de cidadania.

Olhar a cor do outro para não enxergá-lo ou fazê-lo como argumento de superioridade é um dos crimes mais odiosos que uma sociedade pode testemunhar.

Em um Brasil em que os mal amados estão bem armados, é tempo de tornar o racismo, com todas as suas formas odiosas, uma carta definitivamente fora do baralho.

CARA CRACHÁ

por Eliezer Cunha


Tivemos na última quarta feira a realização de um dos maiores clássicos do futebol brasileiro Flamengo x Vasco. O chamado “clássico dos milhões”, classificação que infelizmente não se consolidou na ocorrência desta partida, já que por parte da torcida do Vasco não houve a adesão esperada dos torcedores. Bom, perderam uma boa oportunidade de assistir o time da Cruz de Malta jogar de igual para igual com o melhor time do campeonato. 

Rivalidades à parte dentro do campo durante ou após os jogos são fatos normais e vão se estender enquanto houver disputas entre equipes. O que não dá pra entender são situações inoportunas geradas por personagens que deveriam estar em outro lugar que não fosse dentro do contexto do jogo, me refiro a diretores, gerentes e/ou os amigos do rei. Possuir crachá ou ser indicado já é o suficiente para ficar presente no banco com direito de até entrar no gramado. Em geral, essa prática é utilizada por todos os clubes e ocorrem em praticamente todos os jogos, proporcionalmente, obviamente ao poderio do clube no contexto esportivo nacional. 

No caso específico do jogo da última quarta feira, ao final da partida, no calor do resultado, um “gerente” se adentra em campo para tomar satisfação com um jogador do time adversário e chega a agredi-lo. Esta recepção “calorosa” e dispensável veio por parte de um integrante da gestão do Vasco. Ora, o que deveria ser comemorado pelo time por conquistar um belo resultado, foi manchado por uma atitude imatura e inconsequente. 

O Club de Regatas Vasco da Gama já carrega por anos o estigma do coronelismo esportivo praticado no passado por grandes e importantes dirigentes como Eurico Miranda e Calçada, mas o que precisamos entender é que os tempos mudaram e os rumos do esporte também. Quando uma atitude desta natureza ocorre traz em si consequências que vão de desentendimentos no gramado do jogo até uma desavença em uma roda de amigos em um bar da esquina. 

O espetáculo e o seu resultado deve ser respeitado. A preocupação com as interferências extra campo devem ser medidas e monitoradas e a prática “Cara Crachá” banida dos esportes de uma vez por todas pelo bem e evolução de nossos esportes.

MISTER X LUXEMBURGO

por Marcos Vinicius Cabral


O ser humano não consegue elogiar o trabalho de dois profissionais da mesma área sem compará-los.

Isso é inevitável e no país do samba, cerveja e futebol dos 7 a 1, infelizmente é cultural.

Eu gosto de perceber nos times, o dedo do treinador, as mexidas que fazem para mudar os 90 minutos de uma partida, as táticas que utilizam e porque não dizer, a maneira com quem buscam a vitória a qualquer preço.

Vanderlei Luxemburgo é disparado o melhor técnico da história dos Brasileiros e Jorge Jesus é atualmente o melhor do país, mesmo estando há apenas três meses trabalhando aqui.

Na verdade, na verdade, vos digo: são dois baitas técnicos, como ficou provado neste Flamengo e Vasco, da última quarta-feira (13), da 34ª rodada que foi antecipada.

Mas querem colocar um acima do outro.

Por quê?

Luxemburgo fez uma leitura do Flamengo que nenhum outro treinador havia feito ainda, mesmo com equipes melhores que a sua.

Colocou duas linhas de quatro e colocou dois pontas (Rossi e Marrony ) para jogar em cima de Rodrigo Caio e Pablo Marí, pois havia percebido que Willian Arão costuma flutuar entre os dois zagueiros, liberando-os para sair jogando com facilidade.

Jorge Jesus só permite que sua dupla de zaga faça isso, pela qualidade dos dois.

Mas no jogo de quarta-feira, Luxemburgo anulou isso e obrigou Jesus a ter que se “reinventar” no meio do jogo, quando tirou Gabriel de dentro da área na inércia costumeira do centroavante em esperar a bola e fez com que todos os outros jogadores se movimentassem para criar os espaços que o Vasco não permitia ter.

Simplificando: Luxemburgo tirou o líder do campeonato do seu habitual “usual comfort” e encarou de igual pra igual o adversário.


Portanto, forçou Jorge Jesus a fazer uma mudança no estilo de sua equipe atuar e foi obrigado a introduzir no DNA de seus jogadores a velha máxima do clube jogar: com raça, amor e paixão.

Diante de dois grandes estrategistas, o empate acabou sendo justo mas se houvesse um vencedor, não seria nenhuma injustiça para o futebol praticado no Maracanã.

Esse Flamengo 4 x 4 Vasco, entrou para a história e deveria ser emoldurado e colocado na parede da sala da casa de todo rubro-negro e vascaíno, como um dos grandes jogos deste século 21.

Assim como foi aquele Santos 4 x 5 Flamengo, na 12ª rodada do Campeonato Brasileiro em 2011, na Vila Belmiro, considerado por muitos especialistas, torcedores, emissoras, e acompanhantes de futebol como o maior jogo do século.

O que esses dois jogos têm incomum?

Vanderlei Luxemburgo, que era o treinador daquele Flamengo de Ronaldinho Gaúcho & Cia.

Que tenhamos mais Santos x Flamengo e Flamengo x Vasco nos campos nacionais, pois o futebol brasileiro e os torcedores merecem.

Twitter: @ViniciusCharges

Aqui eu expresso minha opinião, e você leitor tem todo o direito de discordar.

Comente, critique sem ofender ou elogie se merecer, mas não deixe de participar.

Betinho Cantor

VELHOS AMIGOS DA BOLA E DO VIOLÃO

“Tá legal (tá legal) / O Rio de Janeiro tá maneiro / Tá macio, o Rio é mundial (mundial) / Tá legal (tá legal)/”. Quem não se lembra dessa canção na voz de Betinho Cantor? O que muitos não sabem é que além do talento musical, Betinho dava aula também nos gramados ou nas areias de Copacabana!

Para contar essa história e relembrar os áureos tempos de música e futebol, a equipe do Museu convidou os craques PC Caju e Carlos Roberto, que nem pensaram duas vezes antes de topar a visita.

Ao chegarmos, fomos recebidos pelo cantor com um largo sorriso e uma bela camisa do Botafogo, de Heleno de Freitas.

– Poucos têm a moral de receber convidados como esse! – disparou Betinho.

Com diversas gravações feitas para trilhas sonoras de novelas produzidas e exibidas pela TV Globo, sobretudo na década de 70, o cantor nunca escondeu sua paixão pela bola. Engana-se, no entanto, quem pensa que tratava-se apenas de mais um peladeiro.

Betinho era um meia habilidoso, que chegou a jogar profissionalmente nos Estados Unidos e contou até com a aprovação de Neca, um dos olheiros mais respeitados da história do futebol brasileiro.

– Não foi fácil! Cheguei para fazer a peneira e tinham uns dez “Pelés” no meio-campo. Quando ele perguntou minha posição, menti e disse que era zagueiro para ter alguma chance! – relembrou para a risada de todos.

Nas areias de Copacabana, também desfilava seu talento no Novo Fiorentina Areia Clube, atual Areia Leme, dos parceiros Dime Cordeiro, Neimar e Neyvaldo.

Botafoguense de carteirinha, o músico costuma ir aos jogos do clube no Maracanã e tinha o privilégio de pegar a carona de volta para casa com ninguém menos que Jairzinho, seu vizinho.

Se hoje a música e o futebol praticado no Brasil não é nem sombra do que vimos naquela época, resenhas como essa nos fazem viajar no tempo e vermos o quanto éramos privilegiados por estarmos rodeados dessa galera!

Viva a música! Viva o futebol arte!