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VIDA DE BIÓGRAFO

por Marcos Eduardo Neves

Existiu na história do futebol internacional um jogador que por sua seleção chegou até a ser campeão do mundo. Talento incomensurável, brilhou pelos mais variados campos e os mais notórios estádios do planeta. Passou por muitos problemas não digo nem na infância, mas antes mesmo de nascer. Encarou muita barbaridade, muita covardia, mas vingou no esporte. Virou celebridade, e não apenas no seu meio, mas também no universo artístico. A nível mundial, claro.

Você vê como é a vida de um biógrafo… Biógrafo é daqueles seres humanos que, investigando tal qual detetive, descobre o que quer. Queiram ou não. A diferença é que tem “alvará” do STF para explanar publicamente. Tem liberdade de expressão, mas não direito à invasão de privacidades, tanto que pode ser condenado caso erre uma vírgula que porventura se torne dúbia. Já o detetive, não. É pago por ou para alguém. Biógrafo ganha, não apenas dinheiro como visibilidade. E essa palavra destrói a carreira de qualquer detetive profissional, aparecer estraga estratosfericamente a tranquilidade no exercício do seu ofício, onde precisa meio que ser invisível.

Biógrafos, não. Dão as caras, e não raro enfrentam turbulências. Ainda mais quando mira um alvo peixe graúdo em riqueza de conteúdo biográfico. Se o ser mirado, além de cobiçado, tiver receio de ver sua verdade exposta, foge de um biógrafo como o diabo da cruz. Conheci um biógrafo assim. De nível também internacional.

Por experiências próprias, posso dizer que o biógrafo passa por situações das mais excitantes às mais decepcionantes. Como a que meu amigo, um escritor respeitado, passou recentemente.

Ao saber que era mira do biógrafo, alvo rico literariamente por suas histórias, suas vivências, polêmicas, seu poder inconsequente de autodestruição em permuta com os prazeres da estrelar vida mundana de celebridade, personalidade, ídolo, bem, o jogador em questão ignorou este biógrafo que conheço ao vê-lo em um evento fechado em que sentaram à mesma mesa.

Noutra ocasião, fingiu não conhecer o literato, passou direto, calado e visivelmente contrariado por desfrutar do desprazer novamente em uma mesma solenidade em que ambos foram convidados. Ainda assim, o biógrafo se manteve humilde: reverencio-o mas foi tratado de forma seca e ríspido, quando o jornalista – ora que petulância! –o questionou, naturalmente, se tem visto um amigo em comum. Para finalizar, no mesmo evento, ao ser abordado durante o aniversário de alguém que – que coincidência! – fora biografado pelo mesmo jornalista, soube que apenas com o intuito de reverenciar o verdadeiro dono da festa, falar sobre quem completava anos à ocasião, negou-se de forma grosseira, diante da filha, namorada, neta, o que for, a concedê-lo uma breve entrevista sobre o aniversariante, que foi e deve continuar sendo até hoje, muito importante para a sua vida.

Biógrafo que é biógrafo passa por esse tipo de coisas. E até outras, piores. Afinal, sabemos às vezes mais do que suas próprias esposas ou maridos, seus pais, filhos, a família toda, chefes, empregados e amigos, por mais íntimos que sejam. E o mais grave: sabemos mais até mesmo do que ele, o próprio. Porque sabemos o que nos disseram em off, o que jamais diriam a ele, o que sabem, por outros, que ele fez. Enfim, sabemos demais. Pecamos por isso. Aliás, “pescamos” por isso.

Nesse caso mencionado, no entanto, a coisa descambou. E agora, a isca saiu do anzol. O pescador a recolheu e jogou a âncora, não vai mais fazer a biografia que tanto lhe pedem e que, no fundo, ele sabe que um dia fará.

Como assim?

Não vai fazer ou fará?

Fará.

Mas, como diz o mestre Ruy Castro, só por cima do seu cadáver. Ou seja, tipo eu, quando fiz Heleno. Somente assim todos os prós e todos os podres poderão construir a lenda de forma verdadeira, sem ser livro de fã-clube tampouco dossiê de inimigo político. Será feita com total isenção, imparcialidade. Até porque biógrafo que se preza vive da sua credibilidade.

Pelo que soube, o biografado deste meu colega – c’est la vie – torrou feito “Meu nome não é Johnny” todo o patrimônio construído à custa de seu suor e talento, ao encerrar a carreira. Hoje, enlouquecido com a hipótese de ser esquecido, sobrevive do passado. Não disse vive. Disse sobrevive.

Falei com meu colega, “Amigo, você está certíssimo. Meu mestre me disse uma vez que biografado bom é biografado morto”. Tipo Elvis, Maradona, Michael Jackson, Amy Winehouse, Kurt Cobain, Cazuza, Tim Maia, Cássia Eller.

E prossegui: “Porque a história tem início, meio e fim.”

Por sinal, fim é uma palavra estranha. Um biografado um dia terá seu fim. O biógrafo também. Todos nós, humanos ou animais. Contudo, o biógrafo terá deixado um legado para a humanidade. O biografado, convenhamos, também já deixou, dependendo da sua relevância. Todavia, as futuras gerações que ainda estão por nascer, estes sim poderão se esquecer de seus (grandes) feitos. A não ser que o biografado tenha deixado um livro. Escrito por quem? Um biógrafo.

“Pois é, Marcos”, esse amigo me sussurrou, “Ele me teme por não querer que eu faça esse livro. Mas ele, no fundo, sabe que esse livro há de nascer, é questão de tempo, seja por mim ou por qualquer outro. E, quer saber, agora tomei a decisão: serei eu quem escreverei!”.

Que coragem! Assim como na natureza nada se cria nem se destrói, tudo se transforma, senti que será desta forma que a história um dia será contada: a morte de um ressuscitará, em toda sua plenitude, seu vigor, seu talento, seus acertos e defeitos, seus muitos erros, a vida de alguém cuja história jamais deverá ser esquecida ou engavetada. Merece servir de exemplo para muitos. Para o bem e para o mal. Como alerta.

Fico com certa pena do biografado do cara. Personalidade conturbada, que hoje desperta ódios e frustrações em muitos, e alegria e saudosismo em outros, até mesmo sua inconstância emocional se atenuará. Graças a um livro. Um reles livro. Um puta livro.

Conheço a história desse ex-atleta, até eu escreveria hoje se me fosse possível, sei que ele realmente sofreu muito, mas muito mesmo, nessa vida. A ponto de não perceber que hoje repete o ciclo só que da pior forma: ao demonstrar falta de empatia, por não se colocar no lugar do outro, trata alguém como nunca gostou de ser tratado.

Afinal, esse outro não é um admirador ou um ser humano qualquer.

É um biógrafo.

MANGA – O MAIOR GOLEIRO DA HISTÓRIA DO BOTAFOGO

por Elso Venâncio

Nos anos 60, o Botafogo era o mais temido rival do Flamengo. Os rubro-negros antigos têm bronca até hoje do clube da Estrela Solitária.

O Botafogo formava grandes esquadrões. O time bicampeão carioca de 1961/62 é considerado um dos maiores da História: Manga, Joel, Zé Maria, Nilton Santos e Rildo; Ayrton e Didi; Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagallo. Na final, 3 a 0 no Flamengo, com o Maracanã presenciando uma das maiores atuações do “Gênio das Pernas Tortas”, Mané Garrincha, o “Charles Chaplin” do Futebol.

Manga, maior goleiro da história do clube, era uma atração à parte. Um gigante, de 1,86m, com mãos enormes e que atuava, acredite, sem luvas!

Recordo que, na minha infância, fui a General Severiano somente para ver o Manga. Sim, ele. E não Garrincha, nem os muitos bicampeões do mundo. Treino técnico, comandado por Marinho Rodrigues, pai adotivo do Paulo César Caju e do Fred. Várias bolas na entrada da área e uma fila de craques ensandecidos, ávidos por chutar a gol. A pequena área era careca. Arquibancada lotada, parecia jogo. Manga, num repente, grita:

– Aqui é comigo!

Garrincha, Didi, Zagallo, Amarildo, Quarentinha e por aí vai… todos preparados, ansiosos para queimar a gol.

Zagallo, no entanto, preferiu bater colocado.

– Chute de merda! – reagiu o goleiro.

Caso levasse um gol – o que, convenhamos, demorava a acontecer – entrava outro na posição.

Adalberto, Amauri e Ernâni, os reservas, observavam com atenção ao lado da baliza.

– Aqui é o Manguinha… a bola não entra!

Quarentinha solta um canhão no ângulo. Manga se espicha todo e espalma, ralando o braço na terra batida. Levanta, cospe nos dedos, esfrega as mãos e clama:

– Mais um!

Surge Didi, com sua “Folha Seca”. Atrás do gol, um garoto de 12 anos fazia a reposição das bolas. Ele, que se tornaria um dos maiores do futebol, Paulo Cezar Lima, ganharia o apelido de Caju.

Aliás, tempos mais tarde, o ídolo Paulo Cezar me contou uma história bastante curiosa. Era o ano de 1968 e o Botafogo foi disputar um torneio no México. Estreou vencendo o América por 2 a 0, no Estádio Azteca. O jornal local ‘El As’ abriu a seguinte manchete:

“Cao te hace olvidar Manga” (tradução: ‘Cao faz esquecer Manga’)

No dia seguinte, Manga, que tinha operado o joelho, chamou o Dr. Lídio Toledo e determinou:

– Tira os pontos, que eu vou jogar.

De imediato, foi avisar seu reserva, o novato Cao:

– Ô, juvenil, vem cá… Juvenil, você tá fora. Não entra mais!

E nos dias que antecediam clássicos contra o Flamengo?

– Nega Velha, vamos para a feira na Álvaro Ramos gastar o bicho!

O ‘Jornal dos Sports’ estampava na primeira página:

“Manga diz que contra o Flamengo o bicho é certo”

Hailton Corrêa de Arruda, nome completo de Manga, não gostava de formar barreira:

– Abre! Abre! Eu sou a barreira!

Hoje Manga tem 85 anos e, não sei se você sabe, mas o Dia do Goleiro no Brasil é comemorado em sua homenagem em todo 26 de abril, ou seja, no aniversário dele.

Manga, pernambucano que começou no Sport Recife, foi ídolo em vários clubes do Brasil e também no exterior. Vive hoje ao lado da esposa, no Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá. Vida longa à lenda!

A DATA FIFA

::::::: por Paulo Cézar Caju :::::::

Critico, reclamo, boto a boca no trombone, mas não consigo ficar muito tempo longe do futebol! Posso afirmar pra vocês que esse foi um dos finais de semana mais chatos do ano por conta da tal “Data FIFA”, que suspendeu os campeonatos mais importantes do mundo para os amistosos internacionais. Não sei vocês, mas muitos amigos meus também ficaram sem ter o que fazer no domingo à tarde. Sendo assim, fui obrigado a assistir os jogos das seleções.

Começando pela nossa, já estou cansado de falar que precisamos enfrentar também as seleções da Europa! Claro que os testes contra as seleções de Gana e Tunísia também são importantes, mas vocês lembram quais foram os países que nos eliminaram nas últimas quatro edições da Copa do Mundo? Tenho na ponta da língua: França, Holanda, Alemanha e Bélgica! Preciso dizer algo mais?

Aproveitei também para assistir os jogos da Liga das Nações e fiquei impressionado com a evolução das seleções que eram consideradas fracas. Sabe aquele história de que “não existe mais bobo no futebol”? Pois é, com uma equipe muito bem treinada, a Dinamarca deu um baile na França e por muito pouco os franceses não foram rebaixados da competição.

Já falei algumas vezes e repito, como é bom ver a Holanda em campo! Sempre inovando, com um futebol bonito, os laranjinhas se classificaram em primeiro, com cinco vitórias e um empate em seis jogos. Vão dar trabalho na Copa do Mundo, podem anotar!

No único jogo que rolou no fim de semana, o São Paulo decidiu a partida contra o Avaí em cinco minutos e vai viajar cheio de moral para a decisão da Sul-Americana! Mas não pensem que será um jogo fácil, porque o Independiente del Valle é um time muito bem treinado!

Por fim, confesso que estou ansioso pelo jogo de quinta entre Vasco x Londrina! Concorrentes direto ao acesso para a Série A, as equipes vão se enfrentar em São Januário e, em caso de vitória do mandante, as chances de garantir a vaguinha para a Série A sobem de forma considerável!

Pérolas da Semana:

Direto da Inglaterra, um amigo me mandou umas pérolas que ouviu em uma palestra de futebol:

“Uma equipe controladora que põe muitas unidades na zona de finalização e que não perde seu equilíbrio. Dessa forma, consegue montar triângulos na esquerda e na direita, além da variabilidade de jogo para ganhar a primeira e segunda bola, partir para cima no ataque perfurando as últimas linhas defensivas e quebrar linhas com muita profundidade”.

“A leitura definitiva de jogo é importante para quebrar a bola viva e deixar o time encorpoado, com ideias de jogo, para alimentar os jogadores de lado de campo e dar consistência à ampulheta”.

Junto com os geraldinos, está cada dia mais divertido curtir as baboseiras dos analistas de computadores … kkkkk

O CALENDÁRIO DO FUTEBOL BRASILEIRO 02: PRIVILEGIANDO O BRASILEIRÃO

por Luis Filipe Chateaubriand

Sem sombra de dúvidas, o Campeonato Brasileiro é a competição mais importante do calendário dos clubes brasileiros.

E, importante que é, deve ser jogado somente aos fins de semanas, durante a temporada inteira.

Então, teríamos – com a adequação ao calendário europeu – o Campeonato Brasileiro disputado de Agosto de um ano até Maio do ano seguinte, sempre aos fins de semanas.

As vantagens de ser ter um Campeonato Brasileiro jogado somente aos fins de semanas e durante a temporada toda são diversas, a saber:

· Com a principal competição do calendário sendo aos fins de semanas, a presença de público pagante nos jogos do certame tende a ser maior.
· Com a principal competição do calendário sendo aos fins de semanas, a audiência televisiva dos jogos do certame tende a ser maior.
· Com a principal competição do calendário sendo aos fins de semanas, esta ganha visibilidade e espaço na mídia maior que atualmente.

Se ter o Campeonato Brasileiro aos fins de semana e durante toda a temporada é ressaltar a importância do que, realmente, é importante.

ARUBINHA ESTÁ ENTRE NÓS

por André Felipe de Lima

Desenterrem o sapo do gramado de São Januário, pelo amor de Deus. O clamor não é do cronista em questão, mas de todo vascaíno que hoje nem em “SAF” e seus milhões de dólares e afins acredita mais

por André Felipe de Lima

Olhe, não é novidade para ninguém minha devoção vascaína. Ver meu time há anos sendo maltratado por elencos sofríveis e diretorias deploráveis só pode me permitir a certeza de que o Pai Santana faz muita falta. Acho que somente ele, o nosso amado guru que nos “livrava da dor” (como entoava a torcida), poderia tirar esse “trabalho feito” de cima do Vasco. Não tenho dúvidas de que há muita força sobrenatural (…de “Almeida”, rubro-negra ou seja lá qual for) para fazer São Januário ruir, e não haverá “SAF” e milhões de dólares que deem jeito na situação. A figura do sr. Altair Sérgio Calixto, o “Arubinha”, parece estar em cada canto do clube. Se o nome não soa familiar mesmo para quem conhece a história do futebol carioca, o apelido decerto é inesquecível. Especialmente para os vascaínos. Ao Altair, ou melhor, Arubinha, é atribuída uma sina da qual muitos torcedores do Vasco jamais esqueceram. Tudo começou no chuvoso dia 30 de dezembro de 1937, quando Vasco e Andarahy deveriam entrar em campo para uma partida sem muita importância na tabela do campeonato carioca. No campo do Fluminense, lá estavam os jogadores do Andarahy e nada de vascaínos. Até que surgiu a notícia de que os jogadores do Vasco sofreram um acidente a caminho do estádio e estavam todos no pronto-socorro. Os jogadores do Andarahy foram solidários aos colegas hospitalizados, mas aguardaria os reservas do Vasco, que escaparam do acidente. É aí que Arubinha entra na história, com um pedido inusitado: que o Vasco não abusasse no placar. Os reservas do Vasco fizeram ouvidos moucos. E logo no primeiro tempo sapecaram 5 a 0. Na segunda etapa, ampliou-se a sova e o placar impiedoso marcava 12 a 0.

Arubinha, dizem, ficou irritado. Afinal, os jogadores do Andarahy ficaram horas sob uma forte chuva aguardando os reservas vascaínos. Ademais, Arubinha antes de o jogo começar pedira clemência ao Vasco. Há quem garanta que após o juiz encerrar a peleja, Arubinha ajoelhou-se e pediu ao céu que punisse o Vasco com amargo jejum de 12 anos sem títulos de campeão. Mas esse pedido teria sido pouco para o transtornado Arubinha. Durante uma madrugada, ele teria ido ao campo do estádio de São Januário e lá enterrara um sapo com a boca costurada. A praga, agora sim, estava completa.

Os anos passaram e nada de o Vasco levantar troféu. A mitológica história do “Sapo de Arubinha” começava a ganhar cores dramáticas e há quem diga que até dinheiro os cartolas vascaínos ofereceram para que Arubinha revelasse onde enterrara o maldito sapo. O pobre Arubinha negava ter enterrado sapo ou mesmo praguejado contra o Vasco. A história nunca se confirmou, mas ganhou fama pelos textos do cronista Mario Filho. Verdade ou não, o Vasco só voltaria a ser campeão em 1945, o ano em que o melhor time já montado em São Januário começaria a encantar o Brasil e o mundo durante mais de uma década.

Arubinha não foi um craque na acepção mais rigorosa do termo. Entrou para a história do futebol graças à “mandiga” que teria derrubado o Vasco durante quase 10 anos. Mas pode-se dizer que foi um dos principais jogadores da história do Andarahy, que tantos craques revelou para os grandes clubes cariocas, entre os quais o genial Russinho, ídolo [logo de quem…] do Vasco.

Arubinha também jogava na ponta-direita, sobretudo nos tempos em que defendeu o Bonsucesso, de 1929 a 1934, mas sua posição oficial era mesmo a extrema esquerda. Antes de defender o Bonsucesso, Arubinha atuou, em 1929 e 1930, pelo Mazda F.C., um time amador do Rio. Em 1936 e 1937, defendeu o Escolas de Samba, um time formado por jogadores oriundos das agremiações de samba da cidade do Rio de Janeiro. Em meados de 1937, o craque “mandigueiro” aportou no Andarahy, que formava naquele ano com Panello: Cazuza e Dondon [ele mesmo, o do famoso samba interpretado por Zeca Pagodinho]; Reynaldo, Flodoaldo e Tide; Nilo, Astor, França, Armando e ele, o “algoz” do Vasco, Arubinha. Em abril de 1938, o Madureira o levou do Andarahy. Defendeu o Tricolor suburbano até 1939.

No começo da década seguinte, Arubinha ainda atuou por times amadores do subúrbio carioca, especialmente o Brasil Novo, um dos destaques do campeonato de times suburbanos. No Brasil Novo, o velho Arubinha “brincava nas onze” e até de zagueiro jogou. Tornou-se treinador, mas não abandonou a bola. Dirigiu e defendeu times amadores. Um deles, em 1947, o brioso Adelia Futebol Clube. Em 1948, o Brasil Novo retomou as atividades e Arubinha, veteraníssimo, foi imediatamente convocado pelo ex-clube.

Altair nasceu no Rio de Janeiro e era filho de João Sérgio Calixto e de Julia Sérgio Calixto, como descreve o Diário Oficial da União, de 8 de julho de 1930, o nome de Arubinha estava na lista da “Classe de 1908”, ou seja, o craque “mandigueiro” teria nascido naquele ano. Em setembro de 1977, aposentou-se do serviço público. Trabalhava, desde a década de 1940 na Estrada de Ferro Central do Brasil.

Depois disso, nunca mais se ouviu falar do Arubinha, mas a figura mítica que construiu [ou construíram sobre ele] jamais será esquecida. Os vascaínos que o digam. E atenção: o sapo continua lá, no gramado de São Januário. “São” Pai Santana, entre em ação, por favor.